07 fevereiro, 2016

FRIAS, Sanches de - HISTÓRIAS E ROMANCÊTES : estudos do natural. Por... Da Academia de Sciências de Portugal e de outras corporações scientíficas e literárias. Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira, 1911. In-8.º (20cm) de 266, [2] p. ; B. Colecção Antonio Maria Pereira, 77
1.ª edição.
Colecção de novelas, algumas de cariz histórico.
"João de Almeida era natural de Lisbôa.
Tivera uma mocidade bem mantida até á sua entrada nos estudos superiôres, a meio dos quaes, porém, sendo já orfão de mãe, perdeu seu pae, que se empregava na alfândega, e vivia unicamente do respectivo ordenado.
O recheio da casa paterna deu pâra poucos mêses de subsistência.
Orfanado e desprotegido tentou abrir carreira no comércio, cuja sujeição lhe desagradou, logo no comêço.
Sujeição por sujeição, antes queria a da militança, pâra cujo exercício sentia vocação e azo.
Pensado e feito. Sentou praça, como soldado raso, num dos batalhões infantes de sua melhor simpatia; aprendeu facil e gostosamente exercícios e manobras; dando nas vistas dos superiôres, por sua galhardia e excelente procedimento. [...]
Chamado o seu batalhão ás gloriosas campanhas da liberdade, João de Almeida recebeu o seu primeiro batismo de sangue na segunda invasão francêsa, comandada pelo marechal Soult, que em março de 1809 entrara no Pôrto, onde êle estava com os camaradas, e onde conquistou as primeiras dragonas de oficial superiôr.
Um ano mais tarde, na terceira arremetida do exército francês ás ordens de Massena, o tenente Almeida cometeu prodígios de verdadeira heroicidade, atirando comsigo pâra o meio da mais assanhada refrega, em plena batalha do Bussaco, como campeão destemido, que marchou sempre na vanguarda da soldadêsca, subordinada ao seu comando."
(excerto de O coronel) 
Índice:
- A quem lêr. - O coronel. - Quadros de família. - Bucolismo. - Fraquêza e fôrça. - O Zé da Rocha. - Quem semêa... colhe. - Um caso singular. - O Cigano. - Uma formosura portuguêsa : romance histórico do tempo dos francêses.
David Correia Sanches de Frias (Arganil, Pombeiro da Beira, 1845 – Arganil, Pombeiro da Beira, 1922). “David Correia Sanches de Frias foi primeiro visconde de Sanches de Frias e era caracterizado como «genuíno beirão» que cultivava «com profundo amor e intolerante rigor o idioma português», sendo-lhe apontado o carácter «rude e independente». Cândido de Figueiredo, no seu Figuras literárias, escreveu que Sanches de Frias morreria «abraçado a Herculano e Carrilho e nem a troco da mais fulgente glória perpetrará um galicismo». Fez fortuna enquanto proprietário de uma firma comercial no Pará, Brasil. Depois de muitos anos dedicado às questões comerciais, lança-se à escrita com entusiasmo e voluntarismo, embora sem grande sucesso e reconhecimento. Na Romano Torres, publica apenas em 1896 uma monografia sobre a sua aldeia natal, Pombeiro da Beira: memória histórica, descriptiva e crítica. De resto, para além de textos menos relevantes, escreve o romance O senhor de Fóios sobre um fidalgo minhoto excêntrico, e Memórias literárias, onde pretende tirar da obscuridade alguns autores da sua época.”
(CABRAL, Afonso Reis in fcsh.unl.pt/chc/romanotorres)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa posterior manchada.
Invulgar.
Indisponível

Sem comentários:

Enviar um comentário