17 novembro, 2014

AVILA, A. E. Lobo d' - MEMORIAS DO PADRE VICENTE. Lisboa, Editores: Lisboa & C.ª, 1878. In-8.º (18cm) de VIII, 261, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Com uma carta de Tomás Ribeiro.
Primeira obra do autor, desconhecida do grande público, raramente citada na sua bibliografia. A BNP possui apenas um exemplar.
"Poucas leguas distante de Lisboa demora uma pequena aldeia, que por sua belleza parece filha predilecta da natureza, tantos e tão variados são os dons preciosos que ella lhe dispensou. [...]
No extremo norte d'aldeia eleva-se o presbyterio, singela e risonha morada, singela como o berço do nosso Redemptor, risonha como a esperança da nossa religião.
Ao tempo em que se deram os successos que narramos, estava o presbyterio confiado ao padre Vicente, sacerdote que no pastorar do seu rebanho punha em pratica todas as virtudes que ornavam o seu caracter."
(excerto do Cap. I)
Artur Eugénio Lobo de Ávila (Lisboa, 1855 - Lisboa, 1945). "Filho do general Francisco de Paula Lobo de Ávila, nasceu em Lisboa em 1855. Notabilizou-se como dramaturgo, jornalista e historiador. A sua carreira decorreu na administração pública, tendo chegado a director da Alfândega de Lisboa. Ingressou no Curso Superior de Letras e era tido como aluno brilhante, porém não terá concluído os estudos. Estreou-se com as comédias Uma noiva no prego (1879) e Empenho político (1880). Depois destas, optou pelo teatro de reconstituição histórica sem grande sucesso (apenas as peças Malhados [1902] e O coração de Bocage [1905] foram à cena). Alcançou maior sucesso como autor de folhetins e romances históricos, alguns dos quais publicados na Romano Torres, como veremos. Embora só tenha três obras na editora, ganham especial relevância por terem sido publicadas num período inicial, na passagem do século XIX para o século XX, e por se integrarem num subgénero literário muito prestigiado em Portugal, o romance histórico. Pode mesmo dizer-se que esta aposta já demonstrava as directrizes editoriais de divulgação histórica que a casa assumiria durante toda a sua existência. A primeira obra publicada pela Romano Torres (A descoberta e conquista da Índia pelos portugueses: romance histórico, 1898) saiu por ocasião do 4º centenário da descoberta da Índia. Ainda no século XIX, publicou Os amores do príncipe perfeito: romance histórico. Embora não tenhamos data definitiva para esta obra, sabemos que saiu na última década desse século. Seguiu-se, por fim, Os caramurus: romance histórico da descoberta e independência do Brasil [1900], também na senda do ciclo comemorativo dos descobrimentos de fin-de-siècle. Cessou a sua colaboração com a Romano Torres, mas prosseguiu a carreira literária com O rei magnífico (1911), Nos bastidores do jornalismo (1946), entre outros. Postumamente saiu o volume Memórias (1946)."

(Afonso Reis Cabral, in http://fcsh.unl.pt/chc/romanotorres)
Encadernação coeva inteira de carneira, com rótulo e dourados gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

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