MÜHLON, Dr. W. - REVELAÇÕES DE UM EX-DIRECTOR DA FABRICA KRUPP : a evidencia do Dr. Mühlon. Londres, [s.n. - imp. Alabaster, Passmore & Sons, Ltd.], 1918. In-8º (18,5cm) de 12 p. ; B.
1.ª edição portuguesa.
Testemunho de um industrial alemão - director da famosa fábrica de armamentos Krupp -, com interesse para a história da Grande Guerra.
"Já vai para quatro annos que o mundo se achava aguardando a ulterior informação que sabiamos eventualmente viria a apparecer e fazer luz sobre os pormenores da conspiração devido á qual se engendrou a presente guerra. [...]
Finalmente, porém, começa a erguer-se o veu. As revelações que aqui damos proveem de um homem que teve todas as opportunidades de apurar a verdade. O Dr. Mühlon, que ao principio havia apparentemente tido alguma ligação com o Ministerio allemão dos Negocios Estrangeiros, tinha sido nomeado um dos directores da Krupp, a grande firma allemã de armamentos de Essen... [...]
Ao que parece foi em 1917 que elle finalmente se decidiu a abandonar todo o emprego que o tornasse cumplice do governo allemão e sahindo do paiz passou a fixar residencia na Suissa.
Os documentos aqui reproduzidos estão destinados a figurarem entre as fontes primarias relativamente á responsabilidade pela guerra."
(excerto da introdução)
Matérias:
I - A responsabilidade do governo allemão pela guerra. Exposição do Dr. Mühlon.
II - A culpabilidade da Allemanha. Carta enviada pelo Dr. Mühlon em 7 de Maio de 1917 a Herr von Bethmann Hollweg.
Johann Wilhelm Mühlon (1878-1944). "Foi um industrial de armamento e diplomata alemão. Estudou Direito e Ciências Políticas em Munique, Berlim e Würzburg. Formou-se em 1904, exercendo advocacia. Em 1907 ingressou no Serviço Exterior. Em 1908 tinha o posto de assistente da Direcção da Friedrich Krupp AG. A partir de 1913, chefiou o departamento de material de guerra. No final de 1914, a seu pedido, deixou a Krupp. Em 1915 foi contratado pelo Ministério das Relações Exteriores como "Comissário Especial de administração imperial para os Balcãs" em Bucareste, Sófia, Viena e Budapeste para negociar cereais e fornecimento de petróleo. Mühlon representava a visão liberal-democrática, politicamente independentes. Rejeitou os objetivos da guerra de anexação de Wilhelm II. Viu na política do presidente americano, Woodrow Wilson, esforços sérios de mediação. No outono de 1916, exilou-se na Suíça e trabalhou sem credenciação nem passaporte diplomático para a legação alemã em Berna. Após o anúncio da guerra sem restrições pelos U-boat, Mühlon interrompe o contrato com as autoridades do Império Alemão. Em agosto de 1917 escreve um memorando sobre a crise de Julho de 1914, endereçado aos parlamentares no Reich alemão, vindo a ser publicado nesse mesmo ano, como uma carta para Theobald von Bethmann. Nele, Mühlon relata conversas tidas com Karl Helfferich e Gustav Krupp von Bohlen e Halbach em julho de 1914, que comprovam a intervenção voluntária do Governo do Reich alemão antes do ultimato à Sérvia."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
A Biblioteca Nacional dispõe de apenas 1 exemplar.
Indisponível
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