28 maio, 2013

OSÓRIO, D. Jerónimo – CARTA À RAINHA DA INGLATERRA. Introdução de José V. de Pina Martins. Crítica e modernização do texto, tradução e notas de Sebastião de Pinho. Lisboa, Biblioteca Nacional, 1981. In-4º (24cm) de 249, [5] p. ; il. ; B. Colecção Autores Clássicos
1ª edição.
Capa de Fausto Rocha
Tiragem: 1000 exemplares.
Contém fac-símile da edição em latim.
Edição sob os auspícios do Comissariado para a XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura do Conselho da Europa.
“A Epistola Hieronymi Osorii ad Serenissimam Elisabetam Angliae reginam, publicada pela primeira vez na bela e rara edição de 1562, que agora se reproduz anastaticamente e se verte em português também pela primeira vez, circulou pela Europa em tradução francesa desde 1563 e inglesa desde 1565, tendo tido, até ao século XVIII, 16 edições em latim, 7 em francês e 3 em inglês.
[…]
O valor deste livro situa-se, porém, num outro plano, o do que significa o texto em relação aos propósitos do seu autor e o que ele é em si mesmo, pelo que diz, pelo que se propõe e pelos juízos que suscitou através da sua leitura. […] A respeito, ainda, da epístola, escreve o talentoso prosador Luís de Almeida Braga: «Em carta à rainha Isabel de Inglaterra, convidando-a a voltar à segurança da doutrina católica, sua fluida e ciceroniana eloquência como uma espada de fogo brilha e atravessa o coração.» Esta eloquência «fluida e ciceroniana», contudo, não foi de molde a convencer a real personalidade a quem se dirigia, nem mesmo os seus conselheiros, que se sentiram alvejados pelas alusões de Osório. Daí que o juízo formulado pelos Ingleses, directamente empenhados ou não na Reforma anglicana, tenha sido caracterizado pela falta de objectividade. Eles não podiam deixar de reconhecer a superioridade estilística do humanista português, mas isso era-lhes pretexto para diminuírem o valor da doutrina. […] Como quer que seja, o resultado da diligência, ainda que a epístola tenha sido, no seu género, uma obra-prima até de diplomacia, foi nulo. Isabel de Inglaterra levou ainda mais longe a Reforma anglicana, tendo afastado irreparavelmente de Roma a Igreja britânica, já dela antes separada, e acentuou mais profundamente, para nos servirmos de uma imagem de Osório, o rasgão da túnica de Cristo.”
(excerto do prefácio)
D. Jerónimo Osório (Lisboa, 1506-Tavira, 1580). “Humanista e teólogo português de projeção internacional. D. Jerónimo Osório foi um humanista que soube associar a mundividência cristã ao seu interesse pelos problemas sociopolíticos do tempo. Neste sentido, foi também um político e um contra-reformista, como se vê pela suas obras de cariz histórico, pedagógico, e de exegese bíblica. O grande domínio do latim, por parte do autor, facilitou o conhecimento directo da sua obra que, compreendendo escritos filosóficos, teológicos, políticos e mesmo históricos, se tornou um objecto de grande interesse para um melhor conhecimento da época em que foi escrita. Os seus livros foram publicados e apreciados em vários países, conhecendo edições sucessivas ainda no século XVI.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas levemente oxidadas.
Invulgar.
15€

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