MALHEIRO, Tenente-Coronel Alexandre – DA FLANDRES AO HANOVER E MECKLENBURG
(notas dum prisioneiro). 2º milhar. Porto, Renascença Portuguesa, 1919. In-8º
(17,5cm) de 410, [6] p. ; E.
1ª edição.
Ilustrações a p.b. de página inteira.
Diário do tenente-coronel Alexandre Malheiro, prisioneiro de
guerra dos alemães.
“Êste livro tem apenas o merecimento de haver sido escrito
desapaixonadamente.
Apesar do feliz êxito obtido pelos aliados no grande
conflito europeu, não poderia eu ter a pretensão de me arrogar hoje os foros de
propagandista em favor da comparticipação de Portugal na Guerra.
Ninguém também poderá, com verdade, acusar-me de eu haver
dado o menor passo no sentido de me eximir ao cumprimento do meu dever, embora
eu, com o meu silêncio, pudesse talvez ter evitado a minha ida para França e
consequentemente todos os trabalhos e sofrimentos que em terras extranhas acabo
de experimentar…
Só inconscientemente, pois, estas minhas notas, daquêm e dalém
front, poderão revelar qualquer
parcialidade, ou conter a menor inexactidão, que dúvida alguma eu terei em rectificar,
desde que lealmente elas me sejam apontadas.” (excerto do prefácio)
Contém no final do livro, em Notas Subsidiárias, o seguinte:
O funeral do alferes Joaquim Simões Dias, descrito pelo snr.
Coronel Diocleciano Martins. O discurso deste à beira da sepultura do mesmo
alferes.
Relatório lido em assembleia geral dos oficiais portugueses,
pelo tenente-coronel snr. João Carlos Craveiro Lopes, no seu regresso de Berlim
com o capitão snr. Maçãs Fernandes, onde estes oficiais haviam ido tratar do
assunto do nosso repatriamento…
Impressões do tenente Delduque da Costa a propósito do
depilatório a que se alude no capítulo XI deste livro.
O que, em simples conversa, foi contado ao autor por alguns
oficiais de infantaria n.º 1, a propósito do esquecimento a que foi votado êste
batalhão por ocasião do raid alemão
que contra êle foi dirigido na primeira noite da sua ida para as linhas, quando
a 6.ª brigada foi substituir a 3.ª no sector de Fauquissart.
Alexandre José Malheiro Madeira (1870-1948). Militar e
escritor. “Nasceu em Martim, do concelho de Murça, em 1870, falecendo em
Lisboa, em 1948. Seguiu a carreira militar, a partir de 1889, chegando ao posto
de General. Concluiu o Curso de Oficial de Infantaria e foi promovido a Alferes
em 1893, a Capitão em 1906 e a General em 1932. Durante a I Guerra Mundial
comandou a 6ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português, em
França. Participou na Batalha do 9 de Abril, ficando prisioneiro dos alemães.
Foi libertado em 1918 com o armistício. Regressado a Portugal desempenhou os
cargos de Comandante da Escola Central de Oficiais, de Inspector de Infantaria
da lª e 2ª Regiões Militares, Comandante Geral da Guarda Fiscal e de Inspector
Geral Interino dos Fósforos. Recebeu algumas das mais importantes
condecorações: Grã Cruz da Ordem de Aviz, Medalha da Vitória e do Oficialato de
Santiago.”
Belíssima encadernação em meia de pele ricamente decorada com nervuras e dourados na
lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Carimbo de posse na
f. rosto.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível
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