PALAVRAS CLARAS. Razões da intervenção militar de Portugal na guerra europeia. Relatório. Publicado no «Diário do Govêrno» n.º 9, 1.ª série : de 17 de Janeiro de 1917 - REPÚBLICA PORTUGUESA. Lisboa, Imprensa Nacional, 1917. In-8.º (22 cm) de 27, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo explicativo das razões, sob o ponto de vista do governo republicano, para a intervenção portuguesa na Grande Guerra. Peça importante, sob o ponto de vista histórico e político.
"Em
Janeiro de 1917, quando as primeiras tropas partiram para o teatro
europeu, o governo da União Sagrada definiu os objectivos nacionais.
Chamou-lhe Palavras Claras - razões da intervenção militar de Portugal na guerra europeia.
Mais do que uma definição de objectivos de guerra, tratava-se de uma
justificação nacional para a entrada de Portugal na guerra europeia.
Dirigia-se a todos os portugueses, mas dirigia-se, sobretudo, aos
soldados que partiam. E recordava "as razões supremas que levavam a
Pátria a pedir o seu sacrifício e o seu heroísmo". A retórica heróica
era necessária ao moral das tropas. Mas era igualmente necessária à
procura de um consenso nacional, que nunca conseguiu."
(Fonte: http://www.ipri.pt/investigadores/artigo.php?idi=9&ida=526)
"Assinada
a convenção entre Portugal e a Gran-Bretanha, para os efeitos da
intervenção militar portuguesa na conflagração europeia; chegada a hora
de partirem as nossas tropas para as linhas da frente ocidental, onde
irão combater junto dos nossos antigos e liais aliados, encerra-se um
período que na nossa situação internacional, em presença do grande
conflito que se está desenrolando, podemos considerar decisivo. Êste
facto, para sempre notável na história pátria, significa o termo lógico
duma cadeia de acontecimentos que o tornavam inevitável, e é tambêm a
resultante duma atitude que, assumida logo no princípio da guerra
europeia, o povo português, firme e inalterávelmente manteve, aceitando,
como lhe cumpria, todas as suas possíveis eventualidades.
O
país, o mundo inteiro, sabem qual foi sempre essa atitude e conhecem
êsses acontecimentos. O Govêrno Português nada ocultou à Nação, de que é
representante..."
(Excerto do Cap. I, O que diz o Govêrno da República...)
Matérias:
-
O que diz o Govêrno da República aos homens de bem do seu país, e para
que as suas palavras ecoem amanhã em todo o mundo civilizado. | - O
Govêrno honrou todos os compromissos, inspirados nos interêsses da
Nação. | -
Esta guerra é fundamentalmente de alianças, e quási todas as nações
nela envolvidas nada tem com a questão inicial do conflito. | -
Recorda-se a História e verifica-se que o pacto internacional entre
Portugal e a Inglaterra é o mais antigo. | - De 7 a 24 de Agosto de 1914
a Alemanha prepara contra nós o primeiro cobarde acto. | - O sangue de
portugueses foi derramado sem que os alemães houvesses sido
hostilizados. Factos eloqüentes. | -
O ex-ministro alemão em Portugal deturpou a verdade: Portugal, ao
contrário do que êle disse, nunca escondeu o seu apoio à Inglaterra. | -
O combate de Naulila, o afundamento de navios portugueses e outras
agressões germânicas. | - A utilização dos navios alemães foi um dever a
que a situação económica de Portugal obrigou o Govêrno. | - Uma nota
impertinente da Alemanha acusa de «singular quebra de direito» a
requisição dos barcos boches. | - Como surgiu a declaração de guerra a
Portugal e como a Alemanha procurou apresentar-se com ares de «vítima». |
- As operações militares na África Oriental. A bravura tradicional da
nossa marinha. | - A Inglaterra e o seu apoio financeiro a Portugal.
Far-se hão tantos empréstimos quantos forem necessários. | - Uma
saudação calorosa às tropas que vão partir. O Govêrno confia na
intrepidez e no patriotismo do exército.
Exemplar
brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com manchas
e pequenas falhas de papel. Assinatura de posse na capa.
Raro.
Com interesse histórico.
25€
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