26 janeiro, 2022

NASCIMENTO, Cardeal Alexandre do - MINHAS ORIGENS E APRENDIZAGENS
. Autobiografia. Luanda, Mapess, [2005]. In-8.º (22 cm) de 154, [6] p. ; il. ; C
1.ª edição.
Autobiografia do Cardeal D. Alexandre do Nascimento, homem de religião e do mundo, cujo papel de mediador no conflito civil angolano foi amplamente reconhecido, interna e externamente.
Ilustrada com um fotografia em página inteira do Cardeal quando jovem.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Donde o prestígio que envolve aos olhos do adulto a primeira idade? Será apenas uma convenção, um lugar comum, o seu fascínio?
Os primeiros anos têm este deslumbre: num período em que a percepção é mais aguda, formam-se os padrões de futuras apreciações. Não é verdade que, num recanto da nossa memória de adulto, se fixaram para sempre como móveis que se não mudam, certos quadros? Cheiros, sabores, matizes instalaram-se em nós, fundiram-se em nós para constituir o fundo da nossa sensibilidade. [...]
É na Meninice que as palavras e os objectos se tingem de determinada cor: cor intensa de vermelho, ou suavidade de anil. O decorrer da vida só poderar desbotar, mas não mudar. [...]
Se os homens tivesse de voltar, se tivessem de retroceder para a era primitiva da santidade, quem menos teria e caminhar na noite das renúncias, sem dúvida que seria a criança. Por isso, ensina Jesus: "Se vos não tornardes como crianças, não entrareis no Reino de Deus".
A criança é o ser que ainda traz na face o sopro de Deus: sopro mais poderoso do que o fiat, que desencadeou em catadupas as estrelas; sopro que faz da carne um eu, uma consciência.
Criança. Adolescente. Poesia em bruto, ouro em bruto. A noite de Natal em cada lar. E os pais sentem-se menos inúteis. Criaram-se laços novos com o Aquém, que começa. Sentem-se por isso mais seguros com o Além que se aproxima."
(Excerto do Prelúdio)
Índice:
Prelúdio. | I - Ciclo de Malange - 1925-1945. Infância: II - Nasci em Mucasa. III - Foi um padre francês que me baptizou. IV - Fiz a primeira comunhão, teria eu dez anos. V - Vamos agora ao professor Tenente Lemos. VI - Homem algum escolhe quando e onde nascer. VII - Sempre confiei em minha mãe. VIII - Poucos anos antes de morrer, tive conversa com ela. IX - A cidade de Malange. X - Depois dos meus catorze anos. XI - Quando terminei a quarta classe. XII - Foi em Lucala. Seminário: XIII - Manhã de Abril. XIV - Começo de vida nova. XV - Anos felizes. XVI - Adentrei-me no mundo da fé. XVII - Custou-me o trabalho manual. XVIII - Passei por uma provação interior. XIX - Capítulo dos estudos. XX - Setembro de 1943. XXI - No seminário de Malange. XXII - Leituras que fiz por esse tempo. XXIII - Breve alusão a um episódio.
II - Ciclo de Luanda - 1945-1948. XXIV - Luanda pela primeira vez. XXV - A Livraria Lello e a Cervejaria Biker. XXVI - O anos que passei em Cabinda. XXVII - Pascal seduziu-me. XXVIII - Uma biografia me fez bem imenso. XXIX - Decididamente, não foi a leitura. XXX - Era numa praia aconchegada. XXXI - Tive em Cabinda como alunos quatro ou cinco adolescentes. XXXII - Nuvens no horizonte. XXXIII - Missa de sufrágio. XXXIV - De regresso ao seminário de Luanda. XXXV - O ritmo habitual. XXXVI - Mais tarde, reflectindo sobre passo decisivo. XXXVII - Presença mística de Maria. XXXVIII - A coisa que mais me impressionou em Lisboa. III - Ciclo de Roma - 1948-1953. XXXIX - A viagem de Lisboa a Roma. XL - Relativamente longa a paragem em Lurdes. XLI - Tenho transcrita nos meus papéis. XLII - A primeira visita que fiz, após minha chegada a Roma. XLIII - Ao chegar a Roma, fui logo para o Pontifício Colégio Português. XLIV - Tenho dívida enorme de gratidão. XLV - O Padre António Soares Pinheiro. XLVI - A localização da Universidade Gregoriana. XLVII - Devo ao Padre Enes dois endereços. XLVIII - Assim se foram alternando os dias sem monotonia. XLIX - A questão sobre a objetividade do conhecimento. L - Que ajuda me deu Rousselot. LI - Visitei o Museu Vaticano. LII - Foi no final do ano escolástico de 1948-1949. LIII - O calor em Roma nos meses de verão. LIV - Dos companheiros que me lembra. LV - A propósito do dr. Castro Mendes. LVI - Os meus iniciadores em Teologia. LVII - Abri-me aos vários sopros de cultura. LVIII - Francisco Costa, grande romancista. LIX - Luminoso pontificado de Pio XII. LX - Os alunos do Colégio passaram férias em Sicília. LXI - Férias em Sicília e a sombra tutelar de Newman. LXII - Férias de verão de 1951. LXIII - Em 1952 passámos as férias em Allex. LXIV - No final desse verão passei por Veneza. LXV - Caminhada próxima para o altar. LXVI - Nos últimos anos, houve um aluno do Colégio. LXVII - Sinzig, Bona, Limburg. LXVIII - De novo em Lisboa. LXIX - Embarquei no navio Mouzinho. | Apêndice.
Alexandre do Nascimento GCC (Malanje, 1 de março de 1925). "Cardeal católico angolano, actual arcebispo-emérito de Luanda. Estudou no Seminário de Bângalas, depois no Seminário de Malanje. e posteriormente no Seminário de Luanda. Em 1948, foi enviado para estudar na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde obteve o bacharelado em filosofia e a licenciatura em teologia.[1] Assim, foi ordenado padre em 20 de Dezembro de 1952, por Luigi Traglia, então arcebispo-titular de Cesareia da Palestina, vice-gerente da Diocese de Roma. Logo depois, tornou-se professor de Teologia Dogmática no Seminário Maior de Luanda e redator-chefe do jornal católico "O Apostolado", entre os anos de 1953 e 1956. Por nomeação de Dom Moisés Alves de Pinho, exerceu a função de pregador da Sé Catedral, de 1956 a 1961, ano em que começou a Guerra Civil Angolana e a autoridade politica portuguesa o forçou a fixar residência em Lisboa de onde voltaria dez anos depois, e onde estudou direito civil na Universidade de Lisboa. Em 10 de agosto de 1975, foi nomeado bispo de Malanje, sendo ordenado em 31 de agosto de 1975, na Catedral de Luanda, por Giovanni De Andrea, arcebispo-titular de Aquaviva e delegado apostólico em Angola, tendo como co-sagrantes a Dom Manuel Nunes Gabriel, arcebispo de Luanda e por Dom Eduardo André Muaca, arcebispo-titular de Tagarbala e arcebispo-coadjutor de Luanda. Em 3 de fevereiro 1977, foi promovido a Arcebispo Metropolitano de Lubango, sendo também administrador apostólico ad nutum Sanctæ Sedis da Diocese de Ondijiva. Em 15 de outubro de 1982, durante uma visita pastoral, foi sequestrado por militantes da UNITA. O Papa João Paulo II apelou por sua liberdade durante o Angelus do domingo dia 31 de outubro; foi libertado no dia 16 de novembro seguinte. Em 5 de janeiro de 1983, foi anunciada a sua criação como cardeal pelo Papa João Paulo II, no Consistório de 2 de fevereiro, em que recebeu o barrete vermelho e o título de cardeal-presbítero de São Marcos em Agro Laurentino. Foi transferido para a Arquidiocese de Luanda em 16 de fevereiro de 1986, renunciando ao governo pastoral da arquidiocese em 23 de janeiro de 2001. Perdeu o direito de participar dos conclaves aos 80 anos, completados em 1 de março de 2005. Foi, também, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, entre 1990 e 1997. Em 5 de junho de 2015 ingressou na Ordem dos Pregadores."
(Fonte: wikipédia)
Encadernação cartonada do editor com retrato do autor na capa anterior.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
25€

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