22 junho, 2018

FLAMMARION, Camillo - O FIM DO MUNDO. Por... Traducção de Ayres de Carvalho. Porto, Companhia Portuguesa Editora, L.ᴰᴬ, [192-]. In-8.º (19cm) de 283, [5] p. ; il. ; B. Bibliotheca das Maravilhas
1.ª edição.
Obra de ficção científica. Trata-se de um curioso estudo "premonitório" onde o autor antecipa o futuro. Na primeira parte do livro, no século XXV, debruça-se sobre os motivos que concorrem para o "fim do mundo", valendo-se da hipótese astronómica da colisão de um cometa de grandes dimensões com o nosso planeta. Na segunda parte, considera a Terra dentro de dez milhões de anos, com as suas particularidades e metamorfoses, e o 'seu último dia'. De facto, em O Fim do Mundo, publicado originalmente no final do século XIX (1894), Flammarion prevê uma valorização da condição humana, através das reformas políticas e sociais realizadas no tumulto das lutas contemporâneas. (Fonte: www.febeditora.com.br)
Livro ilustrado com gravuras no texto.
"A magnifica ponte de marmore que liga a rua de Rennes á rua do Louvre e que, ornada com as estatuas dos sabios e dos philosophos celebres, desenha uma avenida monumental que conduz ao novo portico do instituto, estava inteiramente coalhada de povo. Uma multidão delirada rolava mais do que seguia ao longo dos caes, transbordando de todas as ruas e comprimindo-se em direcção ao portico, invadido havia muito por uma onda tumultuosa. Nunca, em outra qualquer epocha, antes da constituição dos Estados-Unidos da Europa, na epocha barbara em que a força primava o direito, em que o militarismo governava a humanidade e em que a infamia da guerra esmagava sem cessar a immensa toleima humana, nunca, nos grandes conflictos revolucionarios ou nos dias de febre que se seguem ás declarações de guerra, nunca as proximidades da Camara dos representantes do povo nem a praça da Concordia haviam apresentado similhante espectaculo. Não se tratactava de grupos de fanaticos reunidos em torno a uma bandeira, caminhando para alguma conquista do gladio, seguidos de bandos de curiosos e de desoccupados «que iam ver o que se passaria»; era toda, mas toda a população, inquieta, agitada, aterrada, indistinctamente composta de todas as classes da sociedade, suspensa da decisão d'um oraculo, esperando febrilmente o resultado do calculo que um astronomo celebre devia fazer conhecer n'aquella segunda-feira, ás tres horas, na sessão da Academia das Sciencias. Atravez a transformação politica e social dos homens e das coisas, o Instituto de França subsistia, empunhando ainda, na Europa, a palma das sciencias, das lettras e das artes. O centro da civilisação deslocára-se todavia, brilhando então o facho do progresso na America do Norte, nas margens do rio Michigan.
Estamos no seculo vigesimo quinto."
(Excerto do Cap. I, A ameaça celeste)
Indice:
Primeira Parte: No seculo vigesimo quinto - As theorias. I. - A ameaça celeste. II. - O cometa. III. - A sessão do Instituto. IV. - Como o mundo acabará. V. - O concilio do Vaticano. VI. - A crença no fim do mundo através os tempos. VII. - O choque. Segunda Parte: Dez milhões d'annos depois. I. - As étapas do futuro. II. - As metamorphoses. III. - O apogeu. IV. - Vanitas vanitatum. V. - Omégar. VI. - Eva. VII. - Ultimo dia. Epilogo - Depois do fim do mundo terrestre.
Nicolas Camille Flammarion (1846-1925). "Mais conhecido como Camille Flammarion, foi um astrónomo francês. Foi amigo de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo. Após a morte deste, o iniciante nos estudos de Allan Kardec, começou a aprofundar o conhecimento teológico do espiritismo. As obras de Flammarion, a partir de então, revelam a sua visão espírita sobre questões fundamentais para a humanidade."
(Fonte: wook)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos e restauro nas margens laterais. Assinatura possessória na f. rosto e anterrosto.
Raro.
Indisponível

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