07 abril, 2018


LETTOW-VORBECK, General von - MEINE ERINNERUNGEN AUS OSTAFRIKA. Von... Leipzig, Verlag von K. F. Koehler, 1920. In-8.º (22cm) de XIV, [2], 302, [2] p. ; [1] f. il. ; [1] bolsa c/ mapas e croquis ; E.
1.ª edição absoluta (em alemão).
Importante subsídio para a história do conflito africano durante a Grande Guerra. Trata-se da edição original, publicada em 1920.
Ilustrado no texto com bonitas vinhetas tipográficas representando cenas de guerra, e em separado, um retrato do autor a cores e 20 gravuras. Inclui ainda, em bolsa à parte, 2 mapas a cores (continente africano e África Oriental em pormenor), e 11 folhas contendo 20 croquis militares.
Livro muitíssimo valorizado pelo autógrafo do General von Lettow-Vorbeck.
Apesar da Alemanha ter declarado guerra a Portugal apenas em 1916, na sequência do aprisionamento dos navios alemães em portos portugueses, efectivamente, já existiam confrontos militares entre os dois países no norte de Moçambique desde 1914. No terreno, as forças portuguesas (e Aliadas) defrontaram as forças alemães, maioritariamente constituídas por indígenas, sob as ordens de von Lettow Vorbeck, o astuto e respeitado chefe militar alemão. Estas são as suas memórias, publicadas pouco tempo após o final do conflito, e incluem capítulos dedicados a Moçambique e às refregas com os portugueses.
Paul Emil von Lettow-Vorbeck (1870-1964). “Foi um general alemão, comandante da campanha da África Oriental Alemã na Primeira Guerra Mundial, a única campanha colonial dessa guerra onde a Alemanha não foi derrotada. Também foi o único comandante a invadir solo britânico na Primeira Guerra Mundial. No princípio de 1914, von Lettow-Vorbeck foi escolhido para comandante da pequena guarnição alemã de 300 soldados e doze companhias de askari [combatentes indígenas] que guarneciam a África Oriental Alemã, actual Tanzânia. Com o início da guerra na Europa, em Agosto daquele ano, ignorou as ordens recebidas do governo de Berlim e do governador da colónia, o Dr. Heinrich Schnee, que insistiam na necessidade de manter a neutralidade da África Oriental Alemã e preparou-se para a guerra, que teve início com um ataque anfíbio à cidade de Tanga, entre 2 e 5 de Novembro de 1914, repelindo os britânicos e os seus aliadas na acção que ficou conhecida pela Batalha de Tanga, uma das mais violentas de toda a campanha. As vitórias que foi conseguindo permitiram-lhe capturar armamento moderno e outros abastecimentos, fundamentais dado o isolamento das forças alemães em relação à metrópole, consequência do bloqueio naval aliado ao Império Alemão. O plano de von Lettow-Vorbeck era simples: sabendo que no contexto da Guerra, a África Oriental não passaria de um palco periférico, decidiu manter o máximo de pressão sobre as forças Aliadas, enfraquecendo-as, pois a necessidade de renovação dessas tropas, impediria a sua utilização na Frente Ocidental, contribuindo dessa forma para para vitória alemã na Europa. Von Lettow-Vorbeck sabia que podia contar com os seus oficiais, altamente motivados e competentes (as baixas inflingidas nos adversários eram prova disso). Como consequência das perdas de pessoal, ele passou a evitar confrontos directos com soldados britânicos, em vez disso comandou os seus homens em invasões de guerrilha nas províncias britânicas do Quénia e da Rodésia, atacando os fortes britânicos, ferrovias e comunicações, com o objectivo de forçar a Entente a desviar o efectivo do teatro de guerra na Europa. Ele convocou 12.000 soldados, a maioria deles askari, mas todos bem treinados e bem disciplinados. Os askari ganharam uma especial reputação pela sua capacidade de luta e lealdade. Von Lettow-Vorbeck também servia como comandante-modelo, ganhando pelo exemplo o respeito e lealdade dos seus homens. Percebeu as necessidades críticas da guerra de guerrilha em que ele usou tudo o que conseguia, como o grupo e artilharia do cruzador alemão SMS Königsberg (afundado no delta do Rio Rufiji em 1915) que possuía uma tropa treinada sob o comando de Max Looff, bem como suas numerosas armas, que foram convertidas em peças de artilharia para a luta em terra, que seria o mais alto padrão de peças de artilharia de terra usadas na guerra. Paul von Lettow-Vorbeck foi considerado um comandante audaz, embora prudente, que mostrou habilidade incomum na condução de uma guerra de guerrilha em terreno desconhecido. Com poucos homens e virtualmente sem abastecimentos, reteve forças britânicas dez a doze vezes maiores. Conseguiu, contra todas as expectativas, permanecer invicto, tendo desviado forças britânicas de outros campos de batalha, sendo surpreendido pelo fiim da guerra quando marchava para atacar a ferrovia e as minas Aliadas em Katanga."
(fonte: wikipédia)
Encadernação editorial com ferros gravados a seco e a branco e negro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
125€

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