1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
“O que é o acaso?
Os antigos distinguiam os phenomenos que parecem obedecer a
leis harmoniosas, estabelecidas de uma vez para sempre, e os que attribuiam ao
acaso; estes eram os que não podiam prevêr-se, pelo facto de serem rebeldes a
todas as leis.
Nesta concepção, a palavra acaso tinha um sentido preciso, objectivo: o que era acaso para um
era acaso para outro e até para os deuses.
Diverso é o modo de pensar actual, a semelhante respeito.
Todo o phenomeno, por mais insignificante que seja, tem uma
causa; e um espirito infinitamente bem informado das leis da natureza teria
podido prevê-lo desde o começo dos seculos. […]
Para o fim modesto que me proponho – consignar as relações
do acaso com o direito português – não é, porém, indispensavel tentar penetrar
na essencia dessa entidade, nem embrenhar-me em profundas considerações
philosophicas a tal respeito.
Os diccionaristas definem tambem o acaso como «acontecimento
de que se não sabe a causa» e dão-no como equivalente dos termos acidente ou caso fortuito, azar, sorte e
fortuna (no sentido da eventualidade).
Basta esta sinonymia para que, quem tenha alguns
conhecimentos da legislação portuguesa, veja as differentes e intimas relações
que prendem o acaso ao direito português.”
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Indisponível
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