25 janeiro, 2018

CAMARA, Leal da - NÃO HA DUAS ALEMANHAS! (O ensino do alemão em Portugal). Carta aberta ao jornalista Xavier de Carvalho. Pôrto, Socieété Amicale Franco-Portugaise, [1917]. In-8.º (16,5cm) de [12] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Raro e interessante opúsculo publicado em pleno conflito mundial. Trata-se da reacção de Leal da Câmara à carta aberta de Xavier de Carvalho com o título Carta de Paris, com data de 5 de Agosto de 1917, publicada no Jornal de Notícias do Porto, em 10 de Agosto do mesmo ano, e que pretendia responder ao discurso de Leal da Câmara - O estudo da língua alemã nos liceus de Portugal - proferido em 14 de Julho. A Carta vem reproduzida, precedendo a resposta de Leal da Câmara.
"A Société Amicale Franco-Portugaise, à qual tenho a honra de presidir, não pretende reclamar a pena de morte ou a simples cadeia para os professores e discípulos da cadeira de alemão mas quere pedir ao Ministro da Instrução Pública de Portugal que torne obrigatório o estudo do inglês como já é o do francês e que não continue a deixar o alemão em igualdade de direitos com as línguas dos que são nossos companheiros de armas no mesmo combate pela Justiça e pela Civilização e aos quais podemos e até devemos pedir, para a língua portuguesa, os direitos equivalentes aos que tivermos dado aos seus respectivos idiomas."
(excerto da Carta de Leal da Câmara)
Matérias:
Xavier de Carvalho:
- Carta de Paris. Carta aberta a Leal da Camara (presidente da Société Amicale Franco-Portugaise). - O seu discurso de 14 de julho. - Uma bela obra de propaganda. - O estudo da lingua alemã nos liceus de Portugal.
Leal da Câmara:
- É tarde. - Não ha alemães inocentes. - O alemão é bóche! - É indispensavel suprimir o alemão.
Tomás Júlio Leal da Câmara (1876-1948). "Pintor, ilustrador e caricaturista português, Tomás Júlio Leal da Câmara nasceu a 30 de novembro de 1876, em Pangim, Nova Goa, na ex-Índia portuguesa, e morreu a 21 de julho de 1948, na Rinchoa, em Rio de Mouro, concelho de Sintra. Revelou, desde muito cedo, tendências artísticas, sobretudo para o desenho e a caricatura.
Já em Portugal, frequentou o Instituto de Agronomia e Medicina Veterinária, curso que acabaria por abandonar para se dedicar ao jornalismo e, simultaneamente, à defesa e exultação dos ideais republicanos. Como caricaturista, colaborou em vários periódicos, entre os quais se destacam O Inferno - Jornal de Arte e Crítica, A Marselhesa, A Corja e O Diabo. Não obstante a sua notoriedade no meio intelectual português, as suas satíricas e violentas críticas à Monarquia e à Igreja forçaram-no ao exílio, primeiro em Espanha e, depois, em França e na Bélgica, onde o seu trabalho se tornaria famoso a nível europeu.
Voltou para Portugal apenas depois da implantação da República. No entanto, dececionado com o novo regime, viajou para Paris onde permaneceu dois anos. Impulsionado pela eclosão da Grande Guerra, regressou novamente a Portugal, optando por viver no Porto. Entre outras atividades, lecionou a disciplina de Desenho, fez algumas exposições, participou no grupo de artistas Os Fantasistas e ilustrou contos para crianças de Ana de Castro Osório, considerada a fundadora da literatura infantil no nosso país.
Em 1930, mudou-se, com a esposa, para a Rinchoa, no concelho de Sintra, onde se dedicou a desenhar o pitoresco do mundo rural circundante, registando as mais vivas impressões do característico saloio. Depois de algumas exposições, o Mestre Leal da Câmara chegou mesmo a inaugurar, em setembro de 1945, na sua residência e local de trabalho, um Atelier-Museu, aberto ao público. Nesta moradia, onde viveu os últimos 18 anos, foi criada, mais tarde, a Casa-Museu de Leal da Câmara que, desde julho de 2003, exibe as coleções saloias do artista."
(Fonte: Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-09-22 01:26:19]. Disponível na Internet: ) 
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).
Peça de colecção.
Indisponível

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