1.ª edição.
"Esta obra funciona como um livro de memórias da carreira
jornalística de Alberto Tomé Vieira. No texto, o autor começa por descrever o
jornalismo, afirmando que este é activo, intenso e noticioso, ao contrário de
antigamente, em que não ocorriam tantos acontecimentos e onde o jornal era o
único meio de informação. No passado, diz ele, os jornais abordavam temas
banais, como: aniversários, casamentos e a vida social. Na actualidade, refere
o autor, o jornal prefere as catástrofes, as descobertas científicas e a
confusão internacional. “A velocidade de comunicação atinge a do som,
transformando-se o jornal num “produto do tempo”.
Quando o autor iniciou a sua carreira como jornalista, narra
o próprio, abundavam pequenos grupos, que se consideravam organizações
jornalísticas. Estas nasciam e morriam a toda a hora. Havia uma carência de
boas empresas jornalísticas. Sendo assim, os jornalistas viviam como “mulheres
a dias” , eram pagos pelo trabalho ao final do dia. Por vezes, não havia
trabalho nem dinheiro. Neste sentido, os jornalistas eram forçados a descobrir
casos, o mais insólitos possível, com o objectivo de serem publicados, para
poderem garantir o seu sustento.
Alberto Tomé Vieira narra, depois, vários episódios da sua
vida profissional, nos quais não reflecte sobre jornalismo, mas que são úteis
para se entenderem as rotinas produtivas e os tipos de trabalhos encomendados
aos jornalistas nessa época. Realça, igualmente, o seu envolvimento na
política, o que mostra que, nessa época, era, de alguma forma, natural
encontrarem-se jornalistas simultaneamente políticos.
O autor revela que, em meados dos anos vinte, “houve
necessidade de substituir a censura irresponsável pela censura responsável para
a informação jornalística”. “A censura à Imprensa é tão condenável como a
liberdade irresponsável. Mas foi ela (…) que encaminhou (…) os próprios
jornalistas para uma acção profissional mais formativa”, avalia o autor."
(fonte: http://teoriadojornalismo.ufp.edu.pt/inventarios/vieira-a-1960)
Índice:
- Do jornalismo de ontem ao jornalismo de hoje. - Quando os
jornalistas eram «mulheres a dias» – salvo seja! - Era perigoso para a
República dar voto às mulheres – dizia o Dr. Bernardino Machado. - Um Governo
de vinte e oito dias. - Eram tantos os partidos que foi difícil escolher o nome
para mais um. - A verdade ia matar – a mentira vitoriou-nos. - A condição é
vocês ganharem as eleições. - Censura responsável e Censura irresponsável. - O
melhor detective português.
Alberto Tomé Vieira (1900-?). Jornalista português. “Nasceu
em 1900, sendo a data do seu falecimento desconhecida. Trabalhou numa companhia
de seguros mas resolveu seguir outro caminho, o jornalismo profissional. Fez
parte da redacção do jornal “O Século” e exerceu o cargo de chefe de redacção
do Diário de Notícias.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível
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