18 outubro, 2016

LOPES-VIEIRA, Affonso - «MARQUES» (Historia d'um perseguido). Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 1903. In-8.º (19cm) de 164 p. ; E. 
1.ª edição.
Romance revelador da faceta anarquista do autor à época. No ano seguinte, em 1904, traduz um conhecido texto de Kropotkine - Á Gente Nova.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa de Lopes Vieira.
"Publicado em 1903, Marques (Historia d’um perseguido), de Afonso Lopes Vieira, revela-se um texto de enigmática singularidade no percurso literário do então jovem autor, o que talvez explique que João Gaspar Simões, defendendo que a novela «no género, e para a época, (...) é uma obra-prima», logo acrescente, desalentado, que «aí ficará ela até aos nossos dias ignorada de todos».
(fonte: http://www2.dlc.ua.pt/classicos/modernidade.pdf)
Sobre esta obra, diz-nos ainda João Gaspar Simões: "Raúl Brandão, Patrício, Mário de Sá-Carneiro, Almada, o próprio Almada da Engomadeira, mestres da ficção portuguesa da primeira metade do século, foragidos do realismo, avatares da ficção em que o real se torna poético, como que foram beber a esta fonte oculta da novelística nacional. O "Marques", de Afonso Lopes Vieira, é uma obra prima do género".
"Marques não era Marques: - era Marcos. Mas toda a gente lhe chamava Marques!
Marcos soffrêra com salivações amargosas na bocca esta corrupção do seu nome, e com uma vontade de lhes bater, nelles - a quem ninguem estragava os nomes.
Mas não batêra nunca...
- Adeus, oh Marques!
Ficára Marques para todo o sempre."
(excerto do texto)
Encadernação em tela com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura. 
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

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