31 outubro, 2016

OOM, Frederico - O VICE-ALMIRANTE CAMPOS RODRIGUES : discurso. Lido na sessão de homenagem em 10 de Abril de 1920. Por... Coronel de Engenharia. Lisboa, Empreza Tipografica Rosa, Ld.ª, 1920. In8.º (21,5cm) de 29, [1] p. ; B. Separata dos "Anais do Club Militar Naval" : Março e Abril de 1920
1.ª edição independente.
Homenagem ao Vice-Almirante Campos Rodrigues (1836-1919), falecido uns meses antes, em 1919. Foi um oficial da Marinha, engenheiro hidrógrafo e astrónomo, que marcou indelevelmente a astronomia portuguesa e mundial na transição do séc. XIX para o séc. XX.
"Campos Rodrigues foi uma capacidade privilegiada, foi um talento excepcional, mas não o foi sómente na esfera scientífica, foi-o também na esfera moral. A rigidez adamantina do seu carácter impoluto e incapaz de torcer, não era menos de admirar, nem talvez menos rara do que a pujança e a lucidez do seu espirito clarissimo."
(excerto do discurso)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

30 outubro, 2016

SIMÕES, Jorge - OS GRANDES TRABALHADORES DO MAR. Reportagens na Terra Nova e na Groenlândia. [Lisboa], [s.n. - imp. Tip. da Gazeta dos Caminhos de Ferro], 1942. In-4.º (23,5 cm) de 402, [14] p. ; [1] mapa desd. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Quim fez a capa e os desenhos.
Exemplar n.º 305 de uma tiragem não declarada.
Obra de referência, e um dos primeiros livros de crónicas sobre a pesca do bacalhau publicados, tema que conheceria um grande desenvolvimento nos anos seguintes. Retrata o dia-a-dia dos pescadores nas águas geladas do Atlântico Norte: são páginas de esperança e sofrimento, vida e morte, – crónicas da "Faina Maior" – num livro publicado cerca de 10 anos antes do bestseller de Alan Villiers, «A Campanha do Argus».
Ilustrado no texto com desenhos, mapas e inúmeras fotografias a p.b. de momentos da Campanha. Contém um mapa desdobrável com o percurso do NRP Gil Eanes, durante a Campanha da Terra Nova e Groenlândia em 1941.
"A vida dos pescadores de bacalhau nessas longínquas paragens dos bancos da Terra Nova e da Groenlândia era uma reportagem que estava por fazer. [...] Coube-me a honra - graças ao convite amável da direcção do Grémio  dos Armadores e à superior visão de quem dirige o Diário da Manhã - de acompanhar os pescadores nessa campanha de 1941. [...] O pescador, o homem, sai do lugre com o seu «dory» e vai para o mar. Em dado momento, o mar, como que ferido por estranha sensibilidade, revolta-se contra o intruso que, sózinho, se atreve a afrontar a sua grandeza e o seu poder. É, nessa faina de todos os dias, a repetição das iras do Adamastor. [...] Foi por isto mesmo, por tudo o que pensei e ouvi, que me senti feliz por ter a honra de ser o primeiro jornalista português que foi viver a mesma vida dêsses humildes pescadores."
(Excerto da introdução)
Jorge Simões (1901-1963). “Nascido em 1901, Jorge Simões foi repórter do Diário da Manhã na segunda metade dos anos 30 do século XX. Foi subchefe e chefe de redacção do mesmo jornal durante a década de 50 e colaborou com a RTP em programas como «Portugal e o Mar». Faleceu em Angola, em 1963.”
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas com manchas de oxidação, e defeitos de pouca monta.
Invulgar.
Indisponível

29 outubro, 2016

COIMBRA, Leonardo - JESUS. Porto, Edição de a «Renascença Portuguesa», 1923. In-12.º (12,5cm) de 88, [4] p. ; [1] f. il. ; E. Edições escolhidas, II
1.ª edição.
Curioso estudo filosófico sobre Jesus Cristo.
Ilustrado em extratexto com o «Cristo no horto», estampa que sobejamente falta nos raros exemplares que vão aparecendo no mercado.
"Uma noite imensa caíra sôbre as almas e começara a fazer cinza com o lume vivo dos astros do firmamento...
Frio e dúvida nas almas, degradação e morte na viva luz dos mundos originários...
No princípio era o Verbo criador e as entranhas dos mundos e dos sêres eram o próprio fogo dêsse Verbo: a alma era luz, os olhos eram luz e as próprias rochas eram ainda línguas de fogo vivo e criador.
O Universo era a torrente luminosa e candente do Verbo originário.
Os mundos não se emprestavam uns aos outros o calor duns momentos de vida; eram o desenvolvimento musical da palavra criadora.
Todos ao mesmo nível térmico, perdiam-se num Oceano de imaculada brancura; não havia mundos; era o Eden."
(excerto de A Criação e a Queda)
Cristo é a redenção: é, pois, o encerrar do vôo das almas no puro amôr de Deus, o termo da queda dos mundos físicos no aniquilamento duma espiritualização integral.
Aniquilamento da sua fragmentária realidade actual, sem que se perca o que nêles há de vida, antes aumentando essa vida, que é a unidade de sua diversidade, pela eliminação integral do que nêles era a marca do Morte.
Nos mundos actuais, o sêlo divino, o sinal da Unidade, que os contém, é essa mesma tendência única da queda até ao equilíbrio.
Aí desapareceriam os fenómenos físicos e as suas possíveis apreensões por uma sensibilidade como a do homem actual.
É a marca da Criação, porque é a prova de que os acidentes da Matéria se não bastam, antes, entregues a si,  de pronto se sumiriam no Nada; mas é também a marca da queda, ou melhor, da ressonância material da queda, pois que a unidade dos sistemas siderais com uma energia útil sem diminuição, teria sido a primeira obra de Deus.
Essa unidade dos mundos, a harmonia dos seus movimentos revelando a Mão que lhes riscou as órbitas, seria a sua vida sem morte; a unidade de suas órbitas, como linhas de maior declive, revela as órbitas desviadas do seu concêrto primitivo para a fatalidade duma queda em comum até ao aniquilamento de todo o movimento ou o encerrar dos tempos, que as almas não produzam por suas obras de amôr.
A espiritualização da matéria será o seu regresso a uma perfeita e pronta obediência às ordens do espírito."
(excerto de Cristo é a Beleza)
Índice:
- A Criação e a Queda. - A Saudade no Exílio. - A Vinda de Cristo. - Cristo é a Verdade. - Cristo é a Beleza. - Cristo é a Bondade.
José Leonardo Coimbra (1883-1936). “Dedicou a vida à filosofia e ao  ensino, tendo desenvolvido, em especial na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, por ele criada, uma notável acção pedagógica que, directamente ou através dos discípulos, marcou o ambiente cultural português. Bem cedo o seu pensamento atingiu uma enunciação definitiva e sistemática (O Criacionismo - esboço de um sistema filosófico, Porto, Renascença Portuguesa, 1912). As obras posteriores, ou desenvolveram certos tópicos desse sistema, ou o esclareceram na perspectiva existencial dos grandes temas antropológicos, designadamente o do Mal e o da Morte.”
(SOVERAL, Eduardo Abranches, Análise de «O Criacionismo» de Leonardo Coimbra (1883-1936))
Encadernação editorial, cartonada, revestida de tecido estampado com motivos abstractos. Rótulo com título e autor aposto na pasta frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas e lombada cansadas. Rótulo identificativo da obra parcialmente suprimido. Assinatura de posse na f. rosto.
Raro.
35€

27 outubro, 2016

GRANDES REPÓRTERES PORTUGUESES DA I REPÚBLICA : os casos vibrantes, anedóticos, dramáticos, confidenciais descritos pelos próprios jornalistas que os viveram. Selecta Jornalística. Lisboa, Foto-Jornal, 1986. In-8.º (21cm) de 231, [9] p. ; B. Colecção Grande Reportagem, 3
1.ª edição.
Compilação de histórias e reportagens de conhecidos jornalistas 1.ª República, contadas por eles próprios.
"Época das mais relevantes na história do jornalismo português, a I República constitui uma das referências míticas dessa geração inquieta e criadora que, entre outras irreverências, teve a de revolucionar a nossa Imprensa, nela introduzindo não só técnicas percursoras, mas também o estilo imagético da reportagem moderna. Cometeu excessos, o menos ingénuo dos quais se figurou no despontar do jornalismo sensacionalista, bem temperado de boémia e aventuras feéricas. [...]
Foi o tempo em que a concorrência profissional entre jornais e entre repórteres assumia não raras vezes aspectos de inaudita ferocidades: para obter a notícia, completa, em primeira mão, exclusiva, valia tudo, rigorosamente tudo, à exacta semelhança de lanceiros inimigos no fragor da batalha. E nesse minuto decisivo cessavam, entre colegas os competidores, e enquanto durasse a degladiação, todas as normas de boa camaradagem - as quais, aliás, prontamente eram retomadas tão logo a edição transitasse da rotativa para as mãos dos ardinas...
Foi ainda o tempo de um buliçoso jornalismo político, repleto de prosas mordazes, amiúde geniais em sobejo para a efemeridade da produção - «os artigos de fundo», em regra vigorosos e quilométricos - a melhor herança deixada na década anterior pela Monarquia estropiada mas que viria depois a extinguir-se no sufoco da crescente da Censura.
E foi, sobretudo, e por tudo isto e muito mais, o tempo de uma geração notável de repórteres - que esta antologia pretende representar, como retrato feito pelos próprios, através de textos originais e desconhecidos que dormiam nas bibliotecas e fomos agora acordar de um sono de mais de meio século."
(excerto da apresentação de Pedro Foyos)
Índice:
1. Acúrsio Pereira - Ladrões de crianças. 2. Álvaro Maia - Liberdade de Imprensa. 3. Amadeu de Freitas - «Redactor habilitado, precisa-se». 4. Artur Portela - Como se perde uma reportagem. 5. Augusto de Castro - A minha estreia no Jornalismo. 6. Belo Redondo - A morte do Rei. 7. Carlos Faro - Um minuto de hesitação. 8. Eduardo Fernandes (Esculápio) - A vida anedótica dos jornais. 9. Eduardo Frias - A musa indiana. 10. Eduardo de Noronha - Um aperto... jornalístico. 11. Feliciano Santos - O contínuo do jornal. 12. Ferreira de Castro - Como eu fui preso... no Limoeiro. 13. Hermano Neves - O quarto de hora do repórter. 14. João Rodrigues Consolado - Uma frustrada reunião. 15. Joaquim Leitão - Como se lança um amigo. 16. Joaquim Manso - O meu primeiro artigo. 17. José Joaquim de Almeida - Os últimos são os primeiros. 18. Julião Quintinha - Uma entrevista com Wells. 19. Júlio de Almeida - A Batalha do Milhafre». 20. L. Consigliéri Sá Pereira - Enquanto a cidade dormia. 21. Luís Teixeira - ... Fogo!!! 22. Luís Trigueiros - Crónicas mundanas. 23. Norberto de Araújo - Um equívoco. 24. Norberto Lopes - No rasto das águias. 25. Pinto Quartim - Um homem persistente. 26. Raul Brandão - O Dr. Nascimento. 27. Reinaldo Ferreira (Repórter X) - Quatro episódios da vida jornalística. 28. Rocha Martins - O meu violento e doloroso artigo. 29. Santos Tavares - Reportagem da saudade. 30. Silva Passos - Uma entrevista difícil. 31. Trindade Coelho - Contraste. 32. Vitorino Nemésio - Página de memórias.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito curioso.
Indisponível

26 outubro, 2016

COUTINHO, Antonio Xavier de Pereira - RUDIMENTOS DE AGRICULTURA. (Leituras para as Escolas Primarias). Illustrado com 154 gravuras intercaladas no texto. Por... Agronomo, Socio effectivo da Academia Real das Sciencias, Lente de Botanica na Escola Polytechnica e no Instituto d'Agronomia e Veterinaria. Paris : Lisboa, Aillaud & C.ta, [1903?]. In-8.º (18cm) de 138, [2] p. ; il. ; C.
1.ª edição.
Compêndio inovador para a época. O ensino da agricultura nos bancos das escolas na aurora do século XX. Muito ilustrado nas páginas do texto.
"Vae ser tentado o ensino rudimentar da agricultura, nas nossas escolas primarias. A vantagem d'este ensino não poderá ser posta em dúvida por ninguem que conheça o papel representado no nosso país pela agricultura: incomparavelmente a primeira das industrias portuguesas.
Para as crianças, tão avidamente curiosas e perguntadoras, deve elle ter particular attractivo. Para as crianças das grandes cidades, que pouco ou nada conhecem dos trabalhos do campo, dá-lhes a explicação e a origem de um sem numero de factos ignorados, que se prendem com as necessidades mais triviaes da vida, taes como a alimentação e o vestuario; para as crianças dos campos, que são o maior numero, o interesse ainda deve augmentar, por isso mesmo que encontram, promiscuamente, cousas mais ou menos familiares com outras que lhes rasgam mais largo horisonte."
(excerto do prefácio)
Matérias:
Programa official. Prefacio. Introducção - 1.º O que é a agricultura. 2.º A agricultura e o commercio.
I - A planta - 3.º O corpo da planta. 4.º Partes da planta que mais se aproveitam. 5.º As plantas más.
II - A terra - 6.º As terras diferentes. 7.º Como se melhoram as terras.
III - Os estrumes - 8.º Como comem as plantas. 9.º Os estrumes e os adubos.
IV - A cultura dos campos, das hortas e jardins - 10.º O trigo. 11.º O milho. 12.º As batatas, os legumes, o linho e os prados. 13.º As hortas e jardins.
V - A cultura das arvores - 14.º As arvores de fruto. 15.º As arvores silvestres.
VI - A cultura da vinha - 16.º A vinha. 17.º As doenças da videira.
VII - Os animaes da agricultura - 18.º Os animaes de pello. 19.º As gallinhas. 20.º O bicho da seda. 21.º As abelhas. 22.º Os insectos máus.
VIII - As artes do agricultor - 23.º O azeite. 24.º O vinho. 25.º A manteiga e o queijo.
IX - As contas do agricultor.
Encadernação cartonada do editor com gravura a p.b. de trabalho campestre na pasta frontal.
Exemplar em razoável estado geral de conservação. Envelhecido; pastas com defeitos. Desenhos ao longo da obra preenchidos com lápis de cor, por certo, por mão infantil.
Invulgar.
Indisponível

25 outubro, 2016

EÇA, Vicente Maria de Moura Coutinho Almeida d' - O OFFICIAL DE MARINHA. Oração lida na Sessão Solemne de Abertura das Aulas em 18 de Outubro de 1899. Por... Capitão tenente da armada, Official e cavalleiro da ordem militar de S. Bento de Aviz, [etc.]. Lisboa, Imprensa Nacional, 1899.
[Junto com]
EÇA, Vicente Almeida d' - NYASSA PORTUGUEZ. Por... (Separata da Revista Portugueza Colonial e Maritima). Lisboa, Livraria Ferin, 1899.
In-8.º (21cm) de [2], 30 p. + [2], 33, [1] p. B.
1.ª edição.
Ambos os opúsculos se encontram muito valorizados pela dedicatória autógrafa do Almirante Vicente Almeida de Eça.
Vicente de Moura Coutinho Almeida de Eça (1852-1929). “Vice-almirante. Em 1885 foi nomeado lente da cadeira da Escola Naval – Direito Internacional Público Marítimo e História Marítima, cargo que ocupou mesmo depois de atingir o limite de idade. Antes de 1896 foi vogal da Comissão Central de Pescarias, que realizou estudos oceanográficos. Presidente da Sociedade de Geografia e Director da Escola Superior Colonial. Foi parlamentar da Monarquia e Sócio de 1.ª classe da Academia das Ciências de Lisboa. Representou Portugal em diversos congressos científicos no estrangeiro, tendo tido uma acção importante nos trabalhos para um tratado com a Espanha, sobre assuntos de pesca. É vastíssima a sua bibliografia: "O Infante D. Henrique e a Arte de Navegar dos Portugueses"; "Luís de Camões Marinheiro"; "O Oficial de Marinha", etc.
Exemplares brochados em bom estado de conservação. O 2.º livro não possui capa de brochura; nenhum deles apresenta contracapa.
Raro conjunto.
20€

24 outubro, 2016

APONTAMENTOS SOBRE TRANSMISSÕES (essencialmente destinados a operadores das P. U.) - MINISTÉRIO DO EXÉRCITO. Lisboa, Direcção da Arma de Transmissões : Ministério do Exército, 1966. In-8.º (18,5cm) de 118 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Manual publicado durante a Guerra do Ultramar para utilização das tropas no terreno. Ilustrado com desenhos esquemáticos no texto. Inclui o Alfabeto Fonético.
"A finalidade do combate é a derrota do inimigo; para atingir essa finalidade é indispensável a cooperação de todos, desde o soldado ao general e de todas as tropas, desde as pequenas formações aos grandes conjuntos.
Para que esta cooperação se realize é necessário que os vários elementos possam comunicar, à distância, uns com os outros que são necessárias as TRANSMISSÕES. [...]
As Transmissões são fundamentais para a condução da guerra, delas não se podendo prescindir em qualquer escalão, pois todos têm necessidade de comunicar para os seus superiores o que se passa a seu respeito e dos mesmos têm de receber ordens e indicações para a sua actuação, a bem da missão comum."
(excerto do Cap. I, Generalidades, Necessidade e importância das Transmissões)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
15€

23 outubro, 2016

JOSEPH-RENAUD, J. - L'ESCRIME. Par... Préface de Marcel Prevost. Ouvrage orné de 48 pages d'illustrations photographiques et cinématographiques hors texte. Paris, Pierre Lafitte & Cie, 1911. In-8.º (20x14,5cm) de XXIV, 332, [4] p. ; [48] p. il. ; il. ; E. Col. Sports-Bibliothèque
1.ª edição.
Tratado de esgrima em francês (no original).
Obra de referência, centenária, publicada no início do século passado. Ilustrada com desenhos nas páginas de texto, e 94 fotogravuras a p.b. dispersas por 48 páginas intercaladas no texto, representando as regras e os movimentos da esgrima.
"Le livre que voici est vraiment nouveau et tellement utile qu'on peut seulement s'étonner de le voir paraître si tard.
Il n'y a pas encore bien longtemps, à la fin du dix-neuvième siècle, le mot «escrime» voulait dire, sans plus, «escrime au fleuret», - c'est-à-dire un jeu élégant et arbitraire, qui se jouait avec des instruments à peu près aussi conventionells que ceux du golf ou du hockey. Jeu profitable d'ailleurs pour les muscles et d'adresse des joueurs, mais ne gardant qu'un rapport assez vague avec la défense personnelle, puisquíl mettait en présence deuz combattants fictifs, dont la téte, les bras, les jambes, etc... étaient supposés invulnérables.
On appelait alors «traité d'escrime» un ouvrage énonçant les règles de ce noble jeu, et les moyens de s'y perfectionner. [...]
Ouvrage unique en son genre, qui épargnera aux commençants biem des erreurs d'entraînement, bien des faux départs; qui accroîtra sensiblement la valeur des tireurs déjà entraînés, s'ils le pratiquent; qui, enfin, capable d'intéresseur même les non-escrimeurs par sa documentation et son allure littéraire, demeurera pendant de longues années le manuel complet de ce bel art, utile à la fois comme sport et comme moyen de défense personnel: l'Art de l'Épée."
(Excerto do Prefácio)
Jean Joseph-Renaud (1873-1953). “Foi um esgrimista francês. Competiu nos Jogos Olímpicos de Verão de 1900 e 1908. Foi também um jornalista prolífico, autor e dramaturgo, cujos livros La Défense dans la rue (Autodefesa na rua, 1912) e L'Escrime (A Esgrima, 1911) são reconhecidos como uma importante contribuição para a literatura especializada do início do século XX. Joseph-Renaud era um proponente no campo de honra, tendo dito: "Sob todos os pontos de vista, combater em duelo é benéfico". Arbitrou muitos duelos (incluindo os que envolveram Clemenceau e Leon Blum) e combateu ele próprio em duelo, pelo menos 15 vezes, sendo que, 4 deles, foram travados com pistolas; saiu vitorioso em todos eles.”
(fonte: wikipédia)
Encadernação editorial com título e autor gravados a seco e a cinza e aplicação manual de uma fotogravura a p.b. do autor na pasta frontal.
Exemplar em bom estado de conservação. Miolo em bom estado, observando-se no entanto manchas de oxidação nas páginas ao longo do livro.
Raro e muito apreciado.
Indisponível

21 outubro, 2016

VIEIRA, Tomé - MEMÓRIAS DE UM REPÓRTER. [S.l.], [s.n. - Composto e Impresso na Comp. Nacional Editora, Lisboa], [1960]. In-8.º (20,5cm) de 75, [5] p. ; B.
1.ª edição.
"Esta obra funciona como um livro de memórias da carreira jornalística de Alberto Tomé Vieira. No texto, o autor começa por descrever o jornalismo, afirmando que este é activo, intenso e noticioso, ao contrário de antigamente, em que não ocorriam tantos acontecimentos e onde o jornal era o único meio de informação. No passado, diz ele, os jornais abordavam temas banais, como: aniversários, casamentos e a vida social. Na actualidade, refere o autor, o jornal prefere as catástrofes, as descobertas científicas e a confusão internacional. “A velocidade de comunicação atinge a do som, transformando-se o jornal num “produto do tempo”.
Quando o autor iniciou a sua carreira como jornalista, narra o próprio, abundavam pequenos grupos, que se consideravam organizações jornalísticas. Estas nasciam e morriam a toda a hora. Havia uma carência de boas empresas jornalísticas. Sendo assim, os jornalistas viviam como “mulheres a dias” , eram pagos pelo trabalho ao final do dia. Por vezes, não havia trabalho nem dinheiro. Neste sentido, os jornalistas eram forçados a descobrir casos, o mais insólitos possível, com o objectivo de serem publicados, para poderem garantir o seu sustento.
Alberto Tomé Vieira narra, depois, vários episódios da sua vida profissional, nos quais não reflecte sobre jornalismo, mas que são úteis para se entenderem as rotinas produtivas e os tipos de trabalhos encomendados aos jornalistas nessa época. Realça, igualmente, o seu envolvimento na política, o que mostra que, nessa época, era, de alguma forma, natural encontrarem-se jornalistas simultaneamente políticos.
O autor revela que, em meados dos anos vinte, “houve necessidade de substituir a censura irresponsável pela censura responsável para a informação jornalística”. “A censura à Imprensa é tão condenável como a liberdade irresponsável. Mas foi ela (…) que encaminhou (…) os próprios jornalistas para uma acção profissional mais formativa”, avalia o autor."
(fonte: http://teoriadojornalismo.ufp.edu.pt/inventarios/vieira-a-1960)
Índice:
- Do jornalismo de ontem ao jornalismo de hoje. - Quando os jornalistas eram «mulheres a dias» – salvo seja! - Era perigoso para a República dar voto às mulheres – dizia o Dr. Bernardino Machado. - Um Governo de vinte e oito dias. - Eram tantos os partidos que foi difícil escolher o nome para mais um. - A verdade ia matar – a mentira vitoriou-nos. - A condição é vocês ganharem as eleições. - Censura responsável e Censura irresponsável. - O melhor detective português.
Alberto Tomé Vieira (1900-?). Jornalista português. “Nasceu em 1900, sendo a data do seu falecimento desconhecida. Trabalhou numa companhia de seguros mas resolveu seguir outro caminho, o jornalismo profissional. Fez parte da redacção do jornal “O Século” e exerceu o cargo de chefe de redacção do Diário de Notícias.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

19 outubro, 2016

CHAGAS, M. Pinheiro - OS GUERRILHEIROS DA MORTE. Romance historico original de... [Introducção de Innocencio F. da Silva]. Lisboa, Escriptorio da Empresa, 1872. In-8.º (17,5cm) de 296, [4] p. ; E. Col. Bibliotheca Universal dedicada ao Visconde de Castilho
1.ª edição.
Com uma carta do Visconde de Castilho para Eduardo Coelho, fundador e proprietário do Diário de Notícias.
Romance histórico cuja acção decorre durante a 1.ª Invasão Francesa, liderada por Junot.
Trata-se da rara edição original desta conhecida obra de Pinheiro Chagas, à época, um sucesso de vendas; no mesmo ano da primeira (1872) publicaram-se mais duas edições; seguiu-se a 4.ª edição em 1874, e outras mais até ao final do século, bem como durante o século XX.
"Era uma noite fria e chuvosa de novembro de 1807. No largo da Ajuda, onde assobiava com furia o vendaval, reverberava-se nos charcos produzidos pela agua do ceo o clarão das luzes que allumiavam os salões, e que se coava pelas vidraças. De vez em quando um vulto inquieto approximava-se dos vidros, e procurava descobrir alguma coisa na profunda escuridão do terreiro. Via apenas as arvores estorcerem-se debaixo do açoite da tempestade, e, de vez em quando, o relampago cortar com a sua luz rapida e sinistra a escuridão nocturna. Voltava então para dentro, e, atravez das vidraças podia-se divisar ainda a sombra agitada de varias pessoas, que passavam e tornavam a passar por diante das janellas.
Não seria difficil imaginar o motivo da agitação dos habitantes dos regios paços da Ajuda a quem tivesse conhecimento dos acontecimentos que então se passavam na Europa, e dos desastres que ameaçavam este pequeno reino occidental. Napoleão chegára ao fastigio do seu poder."
(excerto do Cap. I, O embaixador inglez)
Manuel Pinheiro Chagas (1842-1895). "Escritor português nascido a 12 de Novembro de 1842, em Lisboa, e falecido a 8 de Abril de 1895, na mesma cidade, Manuel Joaquim Pinheiro Chagas foi também um célebre polígrafo da segunda metade do século XIX, jornalista, poeta, novelista, historiador, dramaturgo, crítico literário e tradutor (de Ponson du Terrail, Alexandre Dumas, Octave Feuillet, Alfred de Vigny e Jules Verne, entre outros autores). Interessou-se pela política, tendo-se notabilizado como orador e tendo exercido os cargos de deputado pelo Partido Regenerador e de ministro da Marinha, em 1883. Ocupou, entre várias funções, o cargo de professor no Curso Superior de Letras, para o qual concorreu com Teófilo Braga. Em 1865, publicou o Poema da Mocidade, cujo posfácio, assinado por António Feliciano de Castilho, seu amigo, viria a suscitar a Questão Coimbrã, na qual Pinheiro Chagas tomou parte, com o opúsculo Bom senso e bom gosto. Folhetim a propósito da carta que o sr. Antero de Quental dirigiu ao sr. A. F. de Castilho, onde defendeu Castilho, contestando a novidade e a substância das ideias literárias sustentadas por Antero. Em 1869, publicou A Morgadinha de Valflor, que o notabilizaria como dramaturgo. Em 1871, interveio a favor do encerramento das Conferências Democráticas do Casino. Fundou, em 1876, o Diário da Manhã, mas colaborou em variadíssimos jornais e revistas, entre os quais O Panorama, Arquivo Pitoresco, Gazeta de Portugal, Jornal do Comércio, Diário de Notícias, A Ilustração Portuguesa, Revolução de Setembro e Artes e Letras. Neles assinou numerosos artigos de crítica literária, em parte recolhidos nos volumes Ensaios críticos e Novos ensaios críticos, de 1866 e 1867, respectivamente. Conhecido hoje em dia sobretudo pelo conservadorismo das posições assumidas contra a Geração de 70 e pelo convencionalismo da sua obra literária, excessivamente marcada pelo ultra-romantismo, Pinheiro Chagas mereceria porventura uma releitura, principalmente no tocante à sua produção como crítico literário. Pinheiro Chagas deixou-nos livros magníficos, onde demonstra as suas imensas faculdades intelectuais, de entre os quais ressaltam títulos como A Flor Seca, Os Guerrilheiros da Morte, O Terramoto de Lisboa e A Mantilha de Beatriz."
(fonte: www.wook.pt)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Miolo bom. Pastas e lombada cansadas, com defeitos. Uma folha da dedicatória encontra-se solta.
Raro.
A BNP não tem recenseado na sua base de dados a 1.ª edição.
Indisponível

18 outubro, 2016

LOPES-VIEIRA, Affonso - «MARQUES» (Historia d'um perseguido). Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 1903. In-8.º (19cm) de 164 p. ; E. 
1.ª edição.
Romance revelador da faceta anarquista do autor à época. No ano seguinte, em 1904, traduz um conhecido texto de Kropotkine - Á Gente Nova.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa de Lopes Vieira.
"Publicado em 1903, Marques (Historia d’um perseguido), de Afonso Lopes Vieira, revela-se um texto de enigmática singularidade no percurso literário do então jovem autor, o que talvez explique que João Gaspar Simões, defendendo que a novela «no género, e para a época, (...) é uma obra-prima», logo acrescente, desalentado, que «aí ficará ela até aos nossos dias ignorada de todos».
(fonte: http://www2.dlc.ua.pt/classicos/modernidade.pdf)
Sobre esta obra, diz-nos ainda João Gaspar Simões: "Raúl Brandão, Patrício, Mário de Sá-Carneiro, Almada, o próprio Almada da Engomadeira, mestres da ficção portuguesa da primeira metade do século, foragidos do realismo, avatares da ficção em que o real se torna poético, como que foram beber a esta fonte oculta da novelística nacional. O "Marques", de Afonso Lopes Vieira, é uma obra prima do género".
"Marques não era Marques: - era Marcos. Mas toda a gente lhe chamava Marques!
Marcos soffrêra com salivações amargosas na bocca esta corrupção do seu nome, e com uma vontade de lhes bater, nelles - a quem ninguem estragava os nomes.
Mas não batêra nunca...
- Adeus, oh Marques!
Ficára Marques para todo o sempre."
(excerto do texto)
Encadernação em tela com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura. 
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

17 outubro, 2016

O TEMPLO DE HYGIA OU A SAUDE PUBLICA INFLUIDA PELOS GOVERNOS. Poema composto e offerecido a seus concidadaos. Pelo auctor do Triumpho da Natureza das Jeremiadas, &. &. [Lisboa], Typographia Lisbonense, 1837. In-8.º (16,5cm) de 25, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Obra poética de forte matriz liberal, da autoria de Vicente Pedro Nolasco da Cunha.

 "Dos povos desligando o soberano
Destruindo a união dos dous poderes
Elles correm sem tino a sepultar-se
No horror do Despotismo, ou da Anarquia,
E revoltando contra os paes os filhos,
E os irmaõs contra irmaõs, o faxo acendem
Da civil guerra, que as nações dessola
  Oh vós nacionaes legisladores
Aquem dirijo agora estes accentos
Da celeste verdade á vóz dictados,
(Com profunda attenção vos cumpre ouvilos,)
Sabeim, que huma Nação não póde unir-se
Sem hum ponto central, que as leis lhe firme
Que lhe sustente o jus, os bens, e a gloria.
  Este ponto central não jaz na força
De armas que sustentar as Leis só devem
Porem nunca dictalas. - Esse abuso
De internas convulsões he sempre origem
Este ponto central só jaz no throno
Que legitimo reina; e justo, e firme
No bem geral o poder summo exerce.
E não esse, que veste os atavios
De huma esteril, e frivola nobreza,
Titulos vãos de orgulho, e falso lustre. - 
A nobreza não se herda, so se imita.
Não he como fortuna, que os paes deixão
Aos filhos por herança. - Mas d'aquella
Que o merito assignala, e que o proveito
Geral gradua. - A verdadeira gloria
Esta he do throno, que honra tal Nobreza."

(excerto do poema)

Vicente Pedro Nolasco da Cunha (1773-1844). “Licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra. Liberal, exilou-se em Inglaterra, onde fundou e co-dirigiu o jornal político-literário mensal “O investigador português em Inglaterra”, (1811-1819), de que foi o principal redactor, tornando-se a partir de então figura proeminente do período do pré-romantismo. De facto, já nessa altura e nesse período, é dos primeiros intelectuais portugueses a analisar mais profundamente a obra de Rousseau, que considera, quer como filósofo quer como escritor, “um génio”. Núcleo fundamental de formação do romantismo português, nesse periódico são publicados, entre outros, textos de José Anastácio da Cunha, Filinto Elísio e Bocage, traduzindo-se vários pré-românticos ingleses e alemães e analisando-se já as obras de Schiller, Walter Scott, Byron. Nolasco da Cunha traduziu Racine, Shakespeare, Erasmo, Darwin e Schiller. Da sua obra poética, destacam-se as seguintes obras: O Jardim Botânico de Darwin, ou a economia da vegetação : poema com notas filosóficas, traduzido do inglês, Lisboa, 1803; O tempo da Glória, Lisboa, 1802; O Triunfo da natureza, 1809 (dedicado a Domingos de Sousa Coutinho); O Incêndio de Moscovo, ou a Queda de Napoleão, Londres, 1812."
(fonte:pt-br.sis-medicos.wikia.com)
Exemplar brochado, aparado, em bom estado geral de conservação. Manchado na f. rosto. 
Raro.
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16 outubro, 2016

NOVAES, João - O LIMITE DAS HORAS DE TRABALHO NAS FABRICAS. Dissertação inaugural apresentada á Escóla Medico-Cirurgica do Porto. Porto, Typographia Occidental, 1890. In-8.º (22,5cm) de 91, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Estudo pioneiro sobre as condições de trabalho do operariado em finais do século XIX. O autor defende a diminuição das horas de trabalho, demonstrando uma consciência social e um ideal progressista pouco comum para a época.
"No 1.º de maio d'este anno, o operariado do mundo inteiro reclamou, como limite para o dia de trabalho, - 8 horas.
No Porto, tambem a manifestação foi imponente. Mais de 12:000 operarios vi eu reunidos em comicio, protestando pacificamente contra o excessivo trabalho a que os obrigam, e confesso que esta grande reunião me impressionou dolorosamente, inspirando-me toda a sympathia pela sua causa.
O que elles pediam, hoje, como hontem, como ha um seculo já, era uma diminuição, uma delimitação das horas de trabalho; e na sua estatura diminuta, na sua magreza, no rachitismo de muitos, no macilento de todas as faces, na pouca limpeza dos seus vestuarios andrajosos, se reconhecia a justiça da sua petição.
Toda uma classe de victimas escravisadas pelo capital alli estava, paciente e ignorante, pedindo, talvez sem fé de serem attendidos, o que é uma necessidade que se faça não só para bem d'elles, mas por utilidade da nação, por utilidade do proprio industrial.
Sim, porque é preciso que se saiba, como mais adeante creio provar á evidencia, que longe de diminuir, a producção augmenta, se o operario não soffrer um trabalho excessivo, que dia a dia o vae definhando até o inutilisar."
Matérias:
 O dia de trabalho na Europa:
Inglaterra; Allemanha; Hollanda; Austria; Italia; Suissa; Belgica; França; Hespanha; Portugal.
Indústrias:
Fundições de ferro: Massarellos; O Ouro; Fundição de Miragaya; Fabrica do caes do Bicalho e da Arrabida; Fundição do Bolhão; Boa Viagem e Monchique.
Distillações: Distillação da Furada; Fabrica de Paço de Rei; Distillação do Cavaco e Furada; Fabrica de distillações de Campanhã.
Serração de madeira e pregaria de arame: Aurificia.
Lanificios: Lordello.
Fiação de tecidos de algodão: Salgueiros; Asneiros.
Regulamento do Trabalho nas Fabricas [35 artigos], 1889, O administrador geral, Oliveira Martins.
Regulamento do Serviço de Saude e Beneficiencia da Administração geral dos tabacos
I - Organisação geral. II - Serviço medico. III - Cooperativas. IV - Caixa de socorros. V - Reformas. VI - Caixa economica.
Physiologia e hygiene do trabalho nas fabricas. Trabalho e repouso.
O dia normal de trabalho (conclusões).
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas sujas, com defeitos. Assinaturas de posse na contracapa.
Raro.
Sem registo na BNP.
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15 outubro, 2016

LIMA, Diogo Martinez de & LIMA, Eduardo Martinez de - RUMORES DA GUERRA. Porto, Imprensa Moderna, 1923. In-8.º (19,5cm) de 128, [2] p. ; [1] f. il. ; E.
1.ª edição.
Crónicas dos campos de batalha da Flandres. Relato do dia a dia de dois irmãos que integraram o contingente do C. E. P. em França.
Obra dedicada pelos autores ao Ex.mo General Gomes da Costa, "Nosso chefe desde Tancos a Flandres", à memória de seu (deles) pai, o Tenente Gabriel José Gomes de Lima, e aos camaradas de África.
Livro ilustrado com o retrato dos irmãos Martinez de Lima em extratexto.
"Será hoje, será àmanhã, foi a nossa vida durante cinco meses, aguardando a partida para França.
Em 19 de Janeiro [de 1917], a ordem chega, sêca como tôdas as ordens militares e com ela um combóio especial.
Manhã fria de inverno.
A formatura na parada situada na margem esquerda do Lys, orlada de gigantescos eucaliptos, foi magestosa. [...]
Depois da chamada, a continência à Bandeira, linda como jámais a vira, na frente de tam grande significado:
Os filhos de Portugal, que naquela homenagem punham tôda a sua fé: - Defender a Bandeira para tornar maior e respeitado o torrão em que nasceram.
Por entre abraços de despedida, o batalhão seguiu, acompanhado da turba de parentes e conhecidos que nos não deixou até à partida do combóio. [...]
Lisboa!!!
Oito horas da tarde.
A vinte passos o transporte de guerra inglês que nos aguarda.
A largada, dias depois, foi fria como frios eram os dia daquele mês: Éramos de longe; nem um único ente que nos dissesse adeus.
Viagem repleta de peripécias.
Cuidados sem conta.
A guerra submarina vinha de ser declarada. A comboiar-nos o «Guadiana», soberbo na sua missão de destroyer.
Brest: Que encanto e entusiasmo o daquela gente.
Que admiração pelos nossos soldados!
Era mais um aliado para cooperar na obra, prontos a auxiliar a França."
(excerto de Em Bolandas)
Índice:
- Bico de Pato. - Em Bolandas. - Número 13 Mascotte. - Mauquissart-Chapelle II. - Baile de Máscaras. - Trincheiras e seus derivados. - O «Raid». - Muzeu-Zoólogo-Botânico. - Apenas Frisando. - Gozos-Básicos. - Ferme du Bois. - O Funga. - Guedelhas & Carecas. - D. D. I. - O Padre Zé. - De Calças na Mão. - Grupo dos Folgadinhos. - Rapioquices. - Medalhas, Medalhinhas e Medalhões. - De Volta às Tripas. - Avé-Maria de «Gounod».
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
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14 outubro, 2016

BURITY, Braz - ÍDOLOS, HOMENS E & BÊSTAS. Depoimentos e impressões sôbre as gentes e as coisas da Terra Portuguesa. I. FIALHO DE ALMEIDA [ e II. COLUMBANO - FIGUEIREDO & C.ª, L.da. Sociedade exploradora de Malas-Artes e peores ofícios. Seus sócios, seus feitos e seus processos ou os excessos duma consagração nacional e os cordelinhos duma exposição em Paris]. Texto de... Ilustrações de Abel Salazar. Pôrto, Edição de Maranus, 1931. 2 vols in-4.º (25cm) de 1-68 p. (I) e 69-132 p. (II) ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra em dois volumes (é tudo quanto foi publicado). O 1.º é dedicado a Fialho de Almeida, e o 2.º, a Columbano Bordalo Pinheiro.
Ilustrada nas páginas do texto com a reprodução de retratos, desenhos e pinturas a p.b.
"Sem prazo fixo, sem poiso certo, sem assunto definido, em calhanços de oportunidade, no bambúrrio dos acontecimentos, no imprevisto das situações, fazendo gôsto ao dedo, desenferrujando a língua, dando ao Demo tristezas, que não pagam dívidas, Ídolos, Homens & Bêstas procurarão, pelo tempo fora, fixar depoimentos, grifar notas, focar aspectos, exprimir impressões sôbre as gentes, os factos e as coisas da terra portuguesa...
Com a pena sôlta de Bráz Burity e o lápis ligeiro de Abel Salazar, Ídolos, Homens & Bêstas não se propôem reformar costumes, derrubar instituïções, defender princípios, queimar preconceitos, organizar partidos, engordar porcos, intelectualizar burros, matar pulgas - arrumar ou desarrumar a casa, que, com a dispensa vazia e cheia de trastes, do subterrâneo ao sótão, em casa de Orates, onde todos ralham e ninguém tem razão, já não arrumo ou desarrumo que valha o pau e corda da muda - e, menos ainda, as tábuas do esquife e a cêra ruim dos ruins defuntos...
No meio da barafunda em que todos nos agitamos, a chafurdar no charco em que nos atolamos todos, Ídolos, Homens & Bêstas tentarão, apenas,  ver claro e falar alto e direito, fazendo da Verdade um dogma, e rendendo à verdade um culto, que, fora dos cânones das Conveniências, ao avêsso da tôdas as liturgias do Arrivismo, desagradando a todos, não poupando ninguém, há de chocar muita gente boa..."
(Vol. I, excerto da introdução, Saibam quantos)
Joaquim Madureira (Braz Burity) (1874-1954). "Nasceu em Lisboa e faleceu no Porto. Juiz português. Escritor, panfletista, articulista, personalidade polémica e impulsiva, adotou o pseudónimo literário de «Braz Burity». Entre as suas principais publicações, destacam-se os seguintes (e sugestivos) títulos: Insolências (1894); Um Processo de Imprensa (apreendido pela polícia); Impressões de Teatro (1905); Caras Amigas (1909) e Na "Fermosa Estrivaria" (1912). Crítico de arte, comentado e apreciado no seu tempo pela firmeza que imprimia às suas prosas, fez acalentado furor com uma crónica publicada no Diário do Povo, aquando da morte de Basílio Teles, em Matosinhos. Foi ainda diretor de O Diabo - Semanário de Literatura e Crítica, sendo depois substituído por Adolfo Barbosa. Tendo residido durante largos anos em Leça da palmeira, aí privou com artistas e intelectuais de primeiro plano da cena nacional."
Abel Salazar (1889-1946). Médico, cientista, professor, artista plástico, crítico de Arte, prosador e pensador. "Pintor e professor universitário, nasceu em Guimarães em 1889 e morreu em Lisboa em 1946. Médico de profissão e professor catedrático de Histologia e Embriologia na Universidade do Porto, notabilizou-se sobretudo como artista amador, além de ensaísta, historiador e crítico de arte. No campo da ciência criou novos métodos de técnica histológica, entre eles o método tano-férrico que o irá tornar mundialmente conhecido. A sua pintura, de temática urbana e rural, saída do naturalismo, vai fixar-se numa iconografia de crítica social, com especial incidência na problemática da mulher trabalhadora. Em 1935, começou a ser perseguido por razões de ordem política e foi afastado da sua cátedra. Apesar de expulso da Faculdade e das múltiplas dificuldades que lhe foram levantadas, continuou a publicar importantes trabalhos de índole científica. Abel Salazar foi também pedagogo ousado, prosador de excepcionais recursos, crítico agudíssimo, filósofo criador e sistematizador, divulgador de doutrinas e ideais progressistas, e acima de tudo, homem de honra e homem de coração."
(Fonte: paginas.fe.up.pt/porto-ol/fr/biograf.html)
Exemplares brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito curioso.
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