NOBRE, António - SÓ. 5.ª edição. Pôrto, [Araujo & Sobrinho, Suc.res], 1931. In-8.º (19cm) de 235, [1] p. ; [1] f. il. ; il. ; E.
Obra prima de António Nobre, e uma das mais importantes da poesia portuguesa contemporânea. Esta 5.ª edição, está justamente considerada entre as mais bonitas que se publicaram.
Ilustrada com fotogravuras no texto e com um retrato do poeta com assinatura fac-símile em extra-texto.
“Georges! anda ver o meu paiz de Marinheiros,
O meu paiz das Naus, de esquadras e de frotas!
Oh as lanchas dos poveiros
A sairem a barra, entre ondas e gaivotas!
Que extranho é!
Fincam o remo na agoa, até que o remo torça,
Á espera da maré,
Que não tarda hi, avista-se lá fóra!
E quando a onda vem, fincando-o a toda a fôrça,
Clamam todos á uma: "Agôra! agôra! agôra!"
E, a pouco e pouco, as lanchas vão saindo
(Ás vezes, sabe Deus, para não mais entrar...)
Que vista admiravel! Que lindo! que lindo!
Içam a vela, quando já têm mar:
Dá-lhes o Vento e todas, á porfia,
Lá vão soberbas, sob um céu sem manchas,
Rozario de velas, que o vento desfia,
A rezar, a rezar a Ladainha das Lanchas.”
(excerto de Luzitania no bairro-latino, 2)
António Pereira Nobre (1867-1900). “Foi um poeta português cuja obra se insere nas correntes ultra-romântica, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na ressurgência dos valores pátrios) da geração finissecular do século XIX português. A sua principal obra, Só (Paris, 1892), é marcada pela lamentação e nostalgia, imbuída de subjectivismo, mas simultaneamente suavizada pela presença de um fio de auto-ironia e com a rotura com a estrutura formal do género poético em que se insere, traduzida na utilização do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas. Apesar da sua produção poética mostrar uma clara influência de Almeida Garrett e de Júlio Dinis, ela insere-se decididamente nos cânones do simbolismo francês. A sua principal contribuição para o simbolismo lusófono foi a introdução da alternância entre o vocabulário refinado dos simbolistas e um outro mais coloquial, reflexo da sua infância junto do povo nortenho. Faleceu com apenas 32 anos de idade, após uma prolongada luta contra a tuberculose pulmonar.”
(Fonte: wikipédia.pt)
Encadernação inteira de tela com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Sem f. anterrosto. Discreta rubrica de posse na f. rosto.
Invulgar e muito apreciado.
15€
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