1.ª edição.
Curioso romance de ficção científica, originalmente editado em Itália (1907). Trata-se da narrativa de uma viagem ao futuro, e é considerada a mais importante obra de ficção protocientífica italiana e, seguramente, das mais invulgares publicadas neste género literário.
"Em
uma manhã dos ultimos dias de setembro do ano de 2003, tres homens
subiam lentamente o rochedo de Retz, ajudando-se uns aos outros para
treparem ás rochas, porque não havia nem sombra de caminho.
O
primeiro era um homem já grisalho de entre cincoenta e sessenta anos,
comtudo ainda vigoroso, sem barba e sem bigode, com os braços e as
pernas muito compridos, em proporção ao tronco, com uma poderosa
musculatura e os olhos muito dilatados, quasi brancos.
Os
outros dois eram mais novos a sua duzia de anos, igualmente bem
desenvolvidos, com musculos poderosos e os olhos tambem brancos e
átonos.
Em todos tres se observava um desenvolvimento absolutamente extraordinario da cabeça, especialmente da fronte."
(Excerto da Parte Segunda, Cap. I, Uma ressurreição milagrosa)
Emílio Salgari (1863-1911). Escritor
italiano. “O veronês Emilio Salgari foi, ao longo de um século, leitura
iniciática e obrigatória para gerações de jovens ávidos de aventuras exóticas.
Em Itália, a sua vasta obra foi mais lida que a de Dante – de estudo
obrigatório nos liceus – e ainda hoje, quase um século após a sua morte,
permanece como um dos 40 autores italianos mais traduzidos. Não sendo,
decididamente, um grande autor – foi sempre ignorado pela crítica –, é um
clássico sucessivamente reeditado ou transposto para o cinema. Fenómeno de
longevidade, concitou recentemente o interesse de estudiosos das
paraliteraturas.
Salgari aprendeu os rudimentos da arte de navegar num navio-escola de cabotagem do Adriático, passando a utilizar abusivamente o título de «capitão» ao longo da vida. A sua autobiografia, relato de supostas aventuras nos mares do Oriente, ter-lhe-ia inspirado a galeria de heróis destemidos que enchem os quase 90 romances de sua autoria e os 50 apócrifos publicados após a sua morte pelos seus filhos Omar e Nadir, bem como por Luigi Motta. É pacífico, porém, que Salgari jamais sulcou outros mares que os da sua febril imaginação e nunca conheceu outros piratas senão os sucessivos editores que o exploraram ao longo de uma vida de indizíveis privações e que o levariam a um suicídio digno da aura de exotismo que toda a vida cultivou: cometeu um arremedo de hara-kiri.
Salgari aprendeu os rudimentos da arte de navegar num navio-escola de cabotagem do Adriático, passando a utilizar abusivamente o título de «capitão» ao longo da vida. A sua autobiografia, relato de supostas aventuras nos mares do Oriente, ter-lhe-ia inspirado a galeria de heróis destemidos que enchem os quase 90 romances de sua autoria e os 50 apócrifos publicados após a sua morte pelos seus filhos Omar e Nadir, bem como por Luigi Motta. É pacífico, porém, que Salgari jamais sulcou outros mares que os da sua febril imaginação e nunca conheceu outros piratas senão os sucessivos editores que o exploraram ao longo de uma vida de indizíveis privações e que o levariam a um suicídio digno da aura de exotismo que toda a vida cultivou: cometeu um arremedo de hara-kiri.
Os jornais estrangeiros, a
literatura de viagens e enciclopédias inspiraram os enredos aventurosos dos
quatro principais ciclos da produção (Piratas da Malásia; Corsários das
Antilhas; Corsários das Bermudas; Far-West). Os seus heróis são proscritos,
fora-da-lei ou «bárbaros» perseguidos pela avidez de colonizadores
«civilizados», denunciando o fundo libertário da visão salgariana de um mundo então
eurocêntrico, racista e imperialista. Sandokan, um príncipe
malaio acolitado pelo português Yanez de Gomera (!), pelo audaz bengali
Tremal-Naik e pelo jovem marata Kammamuri movem ao pérfido «rajá branco» de
Sarawak, o famigerado James Brooke, uma guerra sem quartel; o Corsário Negro e
o Captão Morgan dedicam
a sua vida à luta contra os ávidos colonizadores das Caraíbas, enquanto os
corsários das Bermudas, ao serviço da causa independentista norte-americana,
desbaratam sucessivas esquadras britânicas. A prolixa galeria de figuras e
enredos de Salgari inscreve também, em tantos outros romances isolados, a
temática canónica do género aventureiro: naufrágios, expedições a regiões
inóspitas, quadros históricos, civilizações desaparecidas e mesmo uma incursão
aos domínios da ficção protocientífica. Nas suas Maravilhas do ano 2000, a história termina em Lisboa, com os heróis da
aventura enlouquecidos pela «saturação eléctrica» de um mundo dominado pelas
máquinas.”
(Fonte: http://purl.pt/301/1/o-autores-estrangeiros/oe-salgari.html)
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa frontal.
Exemplar em bom estado de conservação. Discreta rubrica de posse na f. anterrosto.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível
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