KLARK, Blake - PEARL HARBOUR. (Relato duma testemunha ocular). Com um prefácio de Carlos Ferrão. Tradução de Estevam Reis. Lisboa, Editorial-Século, [194-]. In-8.º (19cm) de LXXX, 166, [2] P. ; [16] P. IL. ; E. Col. Os Grandes Documentos da Actual Guerra
1.ª edição.
Interessante narrativa coeva do ataque japonês à base americana de Pearl Harbor situada na ilha de O'ahu, Havaí, perto de Honolulu.
Valorizada com o extenso prefácio de Carlos Ferrão (72 pp.) que faz o balanço da guerra e aponta as razões diplomáticas entre aos dois contendores (EUA-Japão) que conduziram ao desfecho conhecido.
Ilustrada com fotografias a p.b. ao longo de 16 páginas extra-texto, reproduzindo o ataque e o caos instalado, observando-se diversos navios da esquadra americana em chamas.
"São 7:48 na ilha de Oahu, no arquipélago do Havai. O dia amanhecera encoberto, mas as nuvens estão a dissipar-se.
No
ar há apenas três aviões de patrulha norte-americanos e nenhum deles
foi enviado para Norte, pois o foco mais provável de um ataque japonês
está a sudoeste, nas Ilhas Marshall.
O porto alberga, desde que as
tensões com o Japão começaram a intensificar-se, a Esquadra do
Pacífico, usualmente estacionada em San Diego, na Califórnia. Os
couraçados Arizona, California, Maryland, Nevada, Oklahoma,
Pennsylvania, Tennessee e West Virginia, estão concentrados na “Alameda
dos Couraçados”. Como as águas do porto são pouco profundas, julgou-se
que não seria viável o uso de torpedos largados de aviões, pelo que se
prescindiu de proteger os navios com redes anti-torpedo. Muitos
marinheiros estão de licença em terra – é fim-de-semana – e o mesmo fez
um terço dos comandantes dos navios. As perspectivas de cerveja e de
umas horas na companhia de havaianas simpáticas deixaram muitos navios
com a tripulação mínima: a bordo do destroyer Alwin, por exemplo, há
apenas quatro oficiais, todos com o posto de guarda-marinha e nenhum com
mais de um ano de embarcado.
Em terra, nos aeródromos, o receio de sabotagem levou a que os aviões
fossem parqueados o mais próximo possível uns dos outros, para
facilitar a sua guarda.
Muitas das baterias anti-aéreas não
dispõem de munições e as chaves das caixas onde estas são guardadas
estão com os oficiais de dia. Boa parte dos canhões e metralhadoras
anti-aéreas nem sequer está guarnecida.
De repente, a quietude matinal é quebrada pelo ruído de aviões a baixa
altitude, um deles num voo tão rasante que um oficial americano,
furioso, se esforça por distinguir o número de identificação do aparelho
para apresentar queixa à sua unidade. Mas as bombas e os torpedos
começam a cair e o equívoco desfaz-se: é a primeira vaga, de 183 aviões,
de um ataque japonês. Uma hora depois, chega nova vaga, constituída por
171 aviões.
A segunda vaga não tem tarefa tão facilitada quanto a primeira: a base
está agora plenamente desperta, há nutrido fogo anti-aéreo e o fumo dos
incêndios causados pela primeira vaga dificulta a identificação dos
alvos. Mas isso não impede os aviões japoneses de continuar a semear a
destruição. Esgotadas as munições, também a segunda vaga empreende o
regresso aos seis porta-aviões de onde tinha partido, a cerca de 400 Km
de distância. Ainda não são dez da manhã."
(Fonte: http://observador.pt/especiais/pearl-harbor-o-dia-da-infamia-foi-ha-75-anos/)
"O drama de Pearl Harbor, narrado nêste livro com pormenores impressionantes, por uma testemunha que pôs no seu trabalho apenas um desejo firme de servir sinceramente a verdade, foi precedido de longas negociações diplomáticas conduzidas em Washington entre os delegados do Japão e dos Estados Unidos.
Na narrativa que a seguir publicamos, como prefácio apropriado à obra de Blake Clarck, descrevem-se, com a nitidez dos documentos autênticos sôbre os quais há de construir-se a história do nosso tempo, o que foram essas negociações, segundo uma versão americana autorizada que, como o leitor terá ocasião de apreciar, não perdeu nada do tom da imparcialidade e de independência que fez da intervenção dos Estados Unidos na guerra, depois do ataque a Pearl Harbor, um acto que teve a aprovação unânime do seu povo."
(Excerto do prefácio)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€
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