Reflexões do autor sobre o crime, as suas causas e o
cumprimento das penas. Trata-se de um importante estudo socio-antropológico sobre a população prisional e o sistema prisional.
Ilustrado com 47 desenhos e fotogravuras no texto.
Ilustrado com 47 desenhos e fotogravuras no texto.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Prof. Joaquim Fontes.
“Ninguém está livre de cometer um crime.
A dureza desta arrojada afirmativa, sob uma rápida análise,
vai, certamente, explodir como uma bomba no lar do burguês austero ou no da
dama honesta e de irrepreensível educação. Mas a esses, que nos possam olhar
com um sorriso, ao mesmo tempo compassivo e irónico, diremos que à arrogância
do seu critério, à frouxa observação do seu lorgnon,
responderá a irrefutabilidade da nossa asserção.
Volvida e revolvida a frase, ela permanecerá inflexível como
se fôra uma lei. É tão positiva e palpável a sua verdade, que escalou já os
domínios da filosofia popular, sintetizada e consagrada nes’toutra expressão de
bem mais fácil alcance: «no melhor pano cai a nódoa».
No entanto precisamos ponderar que a prática do crime é
favorecida pela oportunidade e por condições especiais, na dependência de
múltiplos e variados factores, como podem ser, entre outros, a idade, o
temperamento, a instrução, a educação, o meio, as condições económicas e
psicológicas do seu agente, etc.
Necessário será também o expor que há nítida diferença entre
um crime primário acidental ou ocasional e aquele que é perpetrado por um
delinquente habitual, onde quase sempre pode marcar-se um predomínio ou
acentuação da maldade, do cinismo, da perversidade.”
(excerto do Cap. I)
Matérias:
PRIMEIRA PARTE
O Crime: I - Crime e castigo. II - Génese do crime. III - Agentes
do crime. IV - Prática do crime: A arte de furtar; Burlões e gatunos de
expedientes; Gatunos de golpe; Gatunos de arrombamento, escalamento ou
chaves falsas.
SEGUNDA PARTE
SEGUNDA PARTE
Prisões: V - As prisões portuguesas. VI - Linguagem das prisões.
VII - Vida prisional. VIII - A tatuagem das prisões. IX - Literatura nas
prisões. X - Trabalho prisional.
Rodolfo Xavier da Silva (1877-1955). “Licenciado em 1905
pela Escola Médico-Cirúrgica, foi médico e professor no Instituto de Medicina
Legal. Co-organizou o Arquivo Geral do Registo Criminal, tendo ascendido a
Director do Instituto de Crimonologia. Ocupou o cargo de Governador Civil de
Lisboa em 1917 para, em 1919, tomar assento na Câmara de Deputados. De 30 de
Março a 28 de Junho é Ministro dos Negócios Estrangeiros, pasta que irá ocupar
de novo entre 20 e 26 de Junho de 1920. Regressou, depois de uma passagem por
Moçambique, para assumir a pasta do Trabalho, entre 6 Julho a 22 de Novembro de
1924. Ministro da Instrução, no governo de Vitorino Guimarães, de 15 de
Fevereiro a 1 de Julho de 1925.”
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas
em mau estado, com alguns rasgões e pequenas falhas de papel. Pelo interesse e raridade a justificar trabalho de restauro.
Invulgar.
Indisponível
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