08 agosto, 2017

O CERCO DO PORTO : 3 a 7 de Fevereiro de 1927 (memorias d'um sitiado). 5 dias e 5 noites sob a metralha. Porto, Escriptorio de Publicações de J. Ferreira dos Santos, 1927. In-4.º (23cm) de 48 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com fotogravuras no texto.
Narrativa da insurreição militar de Fevereiro de 1927, no Porto, contra a Ditadura Militar contada por um membro leal ao Governo. Obra anónima; a sua autoria é atribuída pela BNP a Roberto de Sampaio e Melo.
No final do opúsculo são identificados os oficiais presos no final da revolta do Porto: um general (Sousa Dias), dois coroneis (Aníbal da Costa Pinto e Fernando Freiria), três majores, 18 capitães, 55 tenentes, seis alferes, três músicos de bandas militares, e ainda a indicação de que, até 11 de Fevereiro, tinham sido também presos 125 sargentos e 22 civis. Todos os presos foram conduzidos para Lisboa em 13 de Fevereiro. Ainda no final do folheto, está discriminada a lista de imóveis portuenses sujeitos ao impacto do fogo de artilharia e da fuzilaria.
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"A Revolta de Fevereiro de 1927, por vezes também referida como Revolução de Fevereiro de 1927, foi uma rebelião militar que ocorreu entre 3 e 9 de Fevereiro de 1927, centrada no Porto, cidade onde estava instalado o centro de comando dos insurrectos e se travaram os principais recontros. A revolta, liderada pelo general Adalberto Gastão de Sousa Dias, terminou com a rendição e prisão dos revoltosos e saldou-se em cerca de 80 mortos e 360 feridos no Porto e mais de 70 mortos e 400 feridos em Lisboa. Foi a primeira tentativa consequente de derrube da Ditadura Militar que então se consolidava em Portugal na sequência do Golpe de 28 de Maio de 1926, ocorrido nove meses antes, iniciando um conjunto de movimentos insurreccionais que ficaram conhecidos pelo Reviralhismo."
(fonte: wikipédia)
"Foi, assim, esta insurreição uma verdadeira guerra civil, que durante 5 dias e 5 noites, estabeleceu verdadeiro terror entre Porto e Gaya.
Qual a causa e fim d'este cerco?
Sabe-se que o presidente Antonio Oscar Fragoso Carmona, que em 31 de Janeiro veio assistir á commemoração da revolta republicana do Porto, de 31 de Janeiro de 1891, sendo recebido com delicadeza pelos portuenses, não tinha as sympathias dos chefes revoltosos de 3 de Fevereiro de 1927, que queriam obrigal-o a descer do alto posto.
Os motivos da revolta foram explicados no manifesto assignado por
General Adalberto Gastão de Sousa Dias;
Jayme de Moraes, chefe do Comité Militar Central;
Jayme Cortezão, capitão medico;
Capitão João Sarmento Pimentel;
João Pereira de Carvalho, tenente.
A revolta rebentou na madrugada de 3 de Fevereiro.
As forças atacaram o quartel general, prendendo o tenente Alão, commandante da força alli de guarda, e o tenente Mendonça, de cavallaria 9.
N'essa occasião foram egualmente detidas pelos revoltosos as seguintes auctoridades:
Tenente-coronel Nunes da Ponte;
Majores Sequeira e Tavares.
Respectivamente: governador civil do Porto, dito substituto, e presidente da commissão de censura á imprensa.
Foram tambem presos: 1.º e 2.º commandantes da 1.ª região militar, fieis ao governo:
General Ernesto Sampaio, e coronel Zamith.
N'esta altura encontravam-se ao lado do Governo do presidente Carmona o regimento de infanteria 18, bastante reduzido, commandado pelo coronel Raul Peres; o de cavallaria 9; e o de artilharia 5, aquartelada na Serra do Pilar, commandada pelo coronel Faria de Guimarães.
A guarda republicana limitava-se a fazer o policiamento da cidade, sob o commando do major Alves Vianna, tendo sob a s suas ordens as forças do quartel de S. Braz.
O quartel general e edificios do governo civil e dos correios e telegraphos estavam occupados pelas tropas revoltosas, que eram:
Batalhão de caçadores 9; uma fracção de infanteria 18; sapadores mineiros; e uma parte da guarda nacional republicana (pelotão da Bella Vista)."
(excerto da introdução)
Matérias:
Preâmbulo: - O cerco de 32-33. - A Patuleia : Intervenção estrangeira.
O Cerco do Porto: [Introdução]. - Disposição de forças. - As hostilidades augmentam : No dia seguinte. - Carga heroica de cavallaria 8. - Constitucionaes votam a censura á imprensa. - Mais reforços aos revoltosos. - Novos combates. - Recrudesce a acção guerreira. - Ao País [reprodução do folheto de propaganda governamental despejado no Porto por dois hidro-aviões]. - A guerra no maior auge. - O armisticio. - Intervem o Consul da republica de Uruguay. - Commandante da Guarda. - O dia 7 (5.º da revolta). - O Reforço Salvador Desembarca em Leixões. - Frente a Valbom. - Soldados de Portugal! [proclamação do Governador Militar da Cidade do Porto, Cor. João Carlos Craveiro Lopes]. Serviço de avaliação dos prejuizos causados nos predios por motivo do movimento revolucionario. - Officiaes presos. - Segundo manifesto dos revoltosos. - Principaes edificios e estabelecimentos, atingidos por granadas, estilhaços de granadas e balas. - Mortos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Dedicatória manuscrita de oferta na f. rosto do editor J. Ferreira dos Santos a José António de Magalhães.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

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