31 agosto, 2017

MORÃO, Joaquim César de Figaniére e - DESCRIPÇÃO DE SERRA-LEÔA E SEUS CONTORNOS. ESCRIPTA EM DOZE CARTAS. Á QUAL SE AJUNTÃO OS TRABALHOS DA COMMISSÃO-MIXTA PORTUGUEZA E INGLEZA, ESTABELECIDA NAQUELLA COLONIA. O. C. D. Á SOCIEDADE LITTERARIA PATRIOTICA O CIDADÃO... Membro da mesma Sociedade e Ex-Commissario Arbitro de S. M. F. em Serra-Leôa. LISBOA: NA IMPRESSÃO DE JOÃO BAPTISTA MORANDO. ANNO 1822. In-8.º (19cm) de 97, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Importante contributo para a história do tráfico negreiro. Na época em a presente obra foi publicada, o comércio de escravos caminhava para o seu ocaso, fruto das pressões exercidas pela coroa inglesa sobre Portugal e dos tratados celebrados entre os dois países que, a pouco e pouco, apontavam para a abolição geral. Muito interessante pelas descrições geográficas do território colonial, as impressões transmitidas pelo autor do seu dia a dia em Freetown ao longo do tempo que aí permaneceu como representante português na Comissão Mista e pela particularmente curiosa abordagem etno-antropológica dos indígenas que Figaniére descreve com algum pormenor.

Em 1815, foi celebrado um Tratado entre os dois países “para a abolição do tráfico de escravos em todos os lugares da Costa da África ao norte do Equador”. Além dessa medida, o texto bilateral assinala que D. João VI resolvera adoptar ”em seus domínios, uma gradual abolição do comércio de escravos”. Em 1817, não sendo ainda possível ao governo inglês atingir o seu maior objetivo, alcançara pela Convenção que tem por fim “impedir qualquer comércio ilícito de escravatura”, o famoso “direito de visita e busca” nas embarcações suspeitas de tráfico, e a criação de “comissões mistas” para julgarem os navios negreiros apresados, que passaram a funcionar em Serra Leoa e no Rio de Janeiro.
                                             ....................
"Quando tive a honra de ser nomeado, por Sua Magestade Fidelissima, Membro da Commissão-Mixta em Serra-Leôa (Africa) hum meu íntimo Amigo ordenou-me que lhe desse d'aquelle Paiz noticias que interessassem, o que cumprí misturando-as com outras familiares. Tive a fortuna de escapar aos horriveis males daquella terra e cheguei felizmente à minha. Aqui tendo a ventura de encontrar o meu fiel Amigo, e outras pessoas da minha amizade, aconselhárão-me que redigisse das Cartas as noticias Africanas, e que as aprezentasse ao Público, por julgalas dignas d'Elle, visto que podem dar alguma instrucção. Movido, pois, de suas instancias, cumpro com seus dezejos, e accrescento (visto a opportunidade) os trabalhos daquella Commissão em quanto eu tive a honra de lhe pertencer."
(excerto do prólogo)
Joaquim Cesar de Figaniére e Morão (Lisboa, 1798- Brooklin, New York, EUA, 1866). “Filho de Cesar Henrique de la Figaniere, Capitão de mar e guerra que foi da armada real portuguesa e de D. Violante Rosa de Mourão. Foi ministro plenipotenciário de Portugal nos Estados Unidos. Inicialmente, exerceu as funções de cônsul-geral em Norfolk e adido da Legação portuguesa em Washington D.C. até 1823. Posteriormente, passou a ser cônsul-geral em Nova Iorque, entre 1824 e 1829. Ligado à causa liberal, foi nomeado agente da Regência Liberal e em 1834 foi designado encarregado de negócios nos Estados Unidos, cargo que ocupou até 1838. Nesse ano mudou-se para o Rio de Janeiro, igualmente como encarregado de negócios. O regresso à América aconteceu em 1840, quando foi designado ministro residente. Foi promovido a ministro plenipotenciário em 1854, tendo permanecido neste posto até à sua morte em 1866.”
(fonte: SÁ, Tiago Moreira de, História das Relações Portugal EUA (1776-2015), Lisboa, 2016)
Encadernação coeva em meia de pele com cantos, e com rótulo carmim e ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
120€

30 agosto, 2017

BRANDÃO, Raúl - O AVEJÃO : episódio dramático. Lisboa, Edição da Seara Nova, 1929. In-8.º (19cm) de 32 p. ; B.
1.ª edição.
Edição original de uma das mais apreciadas peças da curta obra dramatúrgica do autor. 
Sinopse: "Uma moribunda é confrontada com a inutilidade da sua vida, presa por valores que a própria acaba por pensar serem falsos. O Avejão saído da sombra (é afinal a voz que no seu íntimo sufocou) mostra-lhe a inutilidade da sua existência, que já não é possível emendar ou repetir."Eu não vivi!" grita ela, na sua terível agonia."
Raúl Brandão (1867-1930). "Nasceu na Foz do Douro em 12 de Março de 1867. Celebram-se este ano os seus 150 anos. Militar, jornalista, prosador, historiador, é autor de extensa obra literária e jornalística. reinventor do Romance com a obra-prima Húmus, publicada em 1917, é também um grande nome na renovação da Historiagrafia (com El-Rei Junot) e na diarística. Dedicou desde novo muita atenção ao teatro quer como crítico quer como autor, sendo autor de O Gebo e a Sombra (1923), O Doido e a Morte (1921), Jesus Cristo em Lisboa (1927) e alguns actos únicos. O Avejão (1929) é a sua derradeira obra teatral, e foi publicado na "Seara Nova".
(fonte: www.rtp.pt/antena2)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse rasurada na f. anterrosto.
Raro.
25€

29 agosto, 2017

REGULAMENTO GERAL DO SERVIÇO DO EXÉRCITO. Aprovado dor decreto de 6 de Junho de 1914 - SECRETARIA DA GUERRA : Repartição do Gabinete. Lisboa, Imprensa Nacional de Lisboa, 1914 [capa, 1915]. In-4.º (24cm) de 406 p. ; il. ; B.
1.ª  edição.
Regulamento do Exército, aprovado e publicado pouco antes do deflagrar da 1.ª Guerra Mundial.
Ilustrado com inúmeros quadros em folhas desdobráveis.
"Usando da faculdade que me confere o artigo 47.º da Constituição Política da Republica Portuguesa: hei por bem, sob proposta do Ministro da Guerra, aprovar e mandar pôr em execução a partir de 1 de Agosto próximo futuro o Regulamento geral do serviço do exército, cujas diferentes partes serão sucessivamente publicadas, e compreenderão os seguintes assuntos:
Primeira parte. - Missão, composição e fraccionamento do exército metropolitano. Segunda parte. - Serviço interno das unidades. Terceira parte. - Serviço exterior e guardas de polícia. Quarta parte. - Organização das secretarias e arquivos; escrituração regimental. Quinta parte. - Continências e honras militares. Sexta parte. - Encorporação dos recrutas; licenciamento e convocação de militares; atribuições e deveres das autoridades civis. Sétima parte. - Sinais e toques de clarim e cornetas.
[...]
O Ministro da Guerra assim o tenha entendido e faça executar. Paços do Govêrno da República, em 6 de Junho de 1914 = Manuel de Arriaga = António Júlio da Costa Pereira de Eça."
(excerto do Decreto)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas em mau estado, bem como as primeiras e derradeiras folhas do livro, que se encontram soltas e com falhas de papel. Pelo interesse e raridade a justificar restauro.
Raro.
Indisponível

28 agosto, 2017

TAVARES, Rubem - DRAMA EM TRES ACTOS. Genova, Stabilimento Tipo-Litografico Pietro Pellas FU L., 1902. In-8.º (11,5x19,5cm) de 161, [3] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Curioso drama histórico dos tempos bíblicos.
Bonita edição, impressa em papel de superior qualidade, com um retrato do autor em extratexto.
Livro valorizado pela sua dedicatória manuscrita ao Dr. Sousa Viterbo.
Sobre Rubem Tavares, pouco foi possível apurar, a não ser que tem listado na Biblioteca Nacional uma outra obra: Pelo theatro : ensaios e cronicas, de 1899, igualmente publicado em Génova, pela mesma casa editora.
"«Sou o primeiro que não sei classificar este livro, nem isso me afflige demasiado». O grande vulto das lettras  portuguezas, Alexandre Herculano, o disse nas «Notas» ao seu immorredoiro Eurico. [...]
Não pretendi escrever um drama religioso-historico. Com a imaginação, sem disvirtuar, de accordo com algumas autoridades no assumpto, preferi os traços geraes que se condensassem entre si para tirar proveito e lições á moderna sociedade. Assim explico que, apezar das personagens, a acção reflecte os ideaes dos tempos modernos. [...]
É por isso que não dei cunho religioso ao meu drama; todavia tive a cáutela de collocar o personagem, heróe, em linha superior aos demais."
(excerto das Considerações)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.
20€

27 agosto, 2017

AMZALAK, Moses Bensabat - O BANCO DE LISBOA. Lisboa, Instituto Superior de Comércio de Lisboa : Museu Comercial - Oficinas da secção de publicidade, 1919. In-8.º (22,5cm) de 58, [2] p. ; [2] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Monografia histórica sobre o Banco de Lisboa, primeira instituição bancária em Portugal, que daria origem ao Banco de Portugal.
Impressa em papel de superior qualidade, e ilustrada no texto com tabelas e quadros, e em separado, com duas folhas desdobráveis.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"O Banco de Lisboa (1821-1846) foi instituído por Carta de Lei de 31 de Dezembro de 1821, como banco comercial e banco emissor, gozando do privilégio de exclusividade, durante 20 anos, da faculdade de emissão de notas. Este privilégio foi confirmado por Carta de Lei de 7 de Junho de 1824. Estava autorizado a fazer as seguintes operações: descontar letras de câmbio e outros papéis de crédito; emprestar sobre penhores e hipotecas; comprar e vender papel-moeda, outros papéis de crédito, ouro e prata; aceitar depósitos, à ordem ou a prazo, de dinheiro de particulares.
Durante o ano de 1822 foram publicados o Regulamento do Banco de Lisboa (25 de Junho) e o regulamento interno (21 de Dezembro).

Nas suas funções emissoras de papel-moeda, o Banco de Lisboa produziu algumas das primeiras notas que circularam em Portugal. As notas, de grande valor estético, foram desenhadas pelo pintor Domingos Sequeira, que era accionista do Banco, e impressas em papel fornecido pela Fábrica de Alenquer, passando depois a ser comprado em Inglaterra.
No ano de 1825 foi aberta uma filial na cidade do Porto.
Por Decreto de 19 de Novembro de 1846 a Companhia Confiança Nacional foi integrada no Banco de Lisboa, passando este a designar-se Banco de Portugal."

(fonte: www.aatt.org)
Índice:
I - Os antecedentes. II - A fundação do Banco. III - A sua organização. IV - 1822-1840. V - Bibliografia.
Moses Bensabat Amzalak (1892-1978). "Professor de Economia e Reitor da Universidade Técnica de Lisboa. Publicou mais de trezentos trabalhos. Presidente da Academia das Ciências de Lisboa e da Associação Comercial de Lisboa. Administrador do jornal O Século e da SACOR. Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa (1927-78). Recebeu a Legião de Honra francesa e também a Ordem do Império Britânico."
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas escurecidas.
Raro.
Indisponível

26 agosto, 2017

SOARES, José Pinheiro de Freitas - MEMORIA SOBRE A PREFERENCIA DO LEITE DE VACCAS AO LEITE DE CABRAS PARA O SUSTENTO DAS CRIANÇAS, principalmente nas Grandes Casas dos Expostos; e sobre algumas outras materias, que dizem respeito á criação delles. Por... Correspondente do Numero da Academia Real das Sciencias; e publicada de ordem da mesma Academia. Lisboa, Na Typographia da Academia, 1812. Com licença de S. A. R. In-8.º (21,5cm) de 63, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso trabalho sobre as Casas de Expostos, e a necessidade de introduzir o leite de vaca na alimentação das crianças.
"Como no Congresso dos Professores de Medicina, que a Excellentissima Meza da Misericordia desta Cidade de Lisboa fez convocar em 22 de Junho do corrente anno de 1812, se procedesse a Votos sobre os differentes Quesitos, que a mesma Excellentissima Meza então propôz, a fim de se evitar o excessivo número de mortes dos Recem-nascidos, que são conduzidos á Casa dos Expostos: e como hum dos Quesitos versasse ácerca da substituição alimentaria, que se podesse fazer ao Leite de peito, sem algum prejuizo da saude destas desgraçadas victimas, visto não haver hum sufficiente numero de Amas para os amammentar; e sobre este objecto me agradasse preferir o Leite de vaccas ao Leite de cabras, que já estava em uso: julguei faria hum serviço á Humanidade, em publicar os fundamentos, que esclarecem esta minha opinião; reduzindo-os a hum plano de Educação Fysica, para se poder usar nas Casas de Expostos, em quanto se não tomem medidas mais vantajosas para a segurança da vida destes infelices filhos da Patria, como vão lembradas no ultimo Artigo desta Memoria."
(Advertência)
José Pinheiro de Freitas Soares (1769-1831). Foi um médico português com obra publicada no domínio da saúde pública.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas da época, cansadas, com defeitos; lombada com falhas de papel. Parte das páginas apresentam carimbo de "40 reis" com o escudo de Portugal encimado por coroa real e a divisa "Cauza Publica".
Raro.
45€

23 agosto, 2017

PIMENTEL, Alberto – PHOTOGRAPHIAS DE LISBOA. Porto, Livraria Universal de Magalhães & Moniz, 1874. In-8.º (18,5 cm) de 120 p. ; B.
1.ª edição.
Interessantes quadros da vida lisboeta pela pena inconfundível de Alberto Pimentel.
“Estava finalmente deante do Tejo.
Não é preciso espraiar por muito tempo o olhar na vastidão magestosa das suas aguas para saudar enthusiasticamente o primeiro rio de Portugal. Os arvoredos da Outra-banda esbatem-se n’aquella grande distancia como no fundo d’um quadro. O céo de Lisboa é de tal modo lucido, que permite á corrente o azulejar-se com igual beleza. Isto faz com que o Tejo não só supplante o Douro pelas dimensões do seu vasto leito como pela festiva alegria das margens, da agua, do céo.”
(excerto do capítulo III, O Tejo)
Matérias:
I - Do Douro ao Tejo. II – Divagações. III – O Tejo. IV – Pregões e pregoeiros. V – Barjona de Freitas. VI – Photographia… da verdade. VII – José Carlos dos Santos. VIII – Os burgaus. IX – Caracteres. X – Um ridiculo applicado á politica. XI – A guitarra. XII – Da rua dos Capellistas ao passeio da Estrella. XIII – Mais caracteres. XIV – A proposito do jornalismo lisbonense. XV – Os domingos de Lisboa. XVI – Madame Burocracia e seus filhos. XVII – Dois talentos populares. XVIII – O Natal em Lisboa. XIX – Epidemia em Lisboa. XX – Epilogo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas algo oxidadas. Ténue mancha de humidade junto ao corte superior, visível apenas nas primeiras folhas.
Invulgar.
Indisponível

22 agosto, 2017

SILVA, António Marques da - UM PEQUENO HERÓI. O Dóri dos Bancos : Bote dos Bacalhoeiros. [Pelo]... Capitão da Marinha Mercante. [Prefácio de Ferdinando Oliveira Martins, Capitão de Fragata, Ref.]. Lisboa, Comissão Cultural da Marinha : Edições Culturais da Marinha, 2004. In-4.º (24 cm) de 202, [2] p. ; [1] f. desd. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Tiragem: 1000 exemplares.
Monografia bilíngue (português/inglês) do pequeno barco, fiel companheiro dos pescadores de bacalhau à linha nos longínquos bancos do Atlântico Norte.
Muito ilustrada no texto com desenhos e fotografias a p. b. e a cores, e em separado, com um desdobrável contendo o desenho de um dory, escala 1/10.
"O autor apresenta-nos o dóri como o herói desde a sua "nascença", mas que ao longo das páginas deste livro se vai "humanizando" desde a entrada a bordo e, principalmente, depois do sorteio a partir do qual se forma um "sistema" homem-dóri, conjunto que se mantém para toda a campanha. [...]
O capítulo III, "Um Modelo do Dóri dos Bancos", é um tratado de modelismo. Não só pela descrição de como é feito, como pelo rigor de execução e pela finura dos acabamentos."
(Excerto do prefácio)
Matérias:
I - A Construção dos dóris dos bancos. II - Utilização dos dóris a bordo. III - Um modelo de dóri dos bancos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Esgotado.
Indisponível

21 agosto, 2017

PERES, João Manuel & SILVA, Marco - HARD CORE : para além do 1º escalão. O SENÁCULO : Praxis Minerva. Ano II Tomo II N.º 1 Março 90. Ilustrações: Fernando Correia; Eduardo. Colaborações: Pedro Bernardes; Ricardo Mendes; Rui Miguel Moreira; Pimenta Nunes; Carlos Silva; e outros. [S.l.], Associação do Senáculo, 1990. In-8.º (20,5cm) de 109, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Publicação irreverente, com origem na Associação Académica de Coimbra, elaborada em tom satírico e apimentada q.b. com dixotes e graçolas, e ilustrações a preceito a acompanhar os textos.
Muito ilustrada nas páginas do texto com sugestivos desenhos.
Tiragem: 500 exemplares.
"Continuando o nosso projecto de divulgação do património cultural académico, entramos no nosso Segundo Tomo.
Galvanizados com a aceitação das publicações anteriores e sentindo o apoio da academia para as nossas actividades, publica-se este n.º 1.
"HARD-CORE" inserido na colecção Recolha continua a linha irreverente de tão agrado dos estudantes. Por ser um tema de agrado e devido à grande expectativa criada à volta desta publicação achamos que aquela não sairá defraudada."
(excerto da apresentação)
"HARDE-CORE" continua a irreverência do "Coltura Pra-Pular Pré-Tuguesa", mas com outras características. Ao contrário,  daquele partimos para um tema inicial: "HARD-CORE", mas no entanto, face à escassez de textos tivemos de inserir alguns que não foram incluídos no "Coltura".
Além de recolhas, temos também alguns textos que foram elaborados por colegas nossos para assim complementar a ideia original.
Com o mesmo propósito se achou por bem ilustrar alguns capítulos, ilustrações estas feitas exclusivamente para este livro."
(excerto de Introduções)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
30€

19 agosto, 2017

DESENHOS DE RAEMAEKERS : o celebre artista hollandez. Londres, National Press Agency Limited, 1916. In-4.º (24,5cm) de 40 p. il. ; B.
1.ª edição.
Livro publicado em Londres, completamente ilustrado com desenhos alusivos à Grande Guerra por Louis Raemaekers, conhecido pintor holandês, cartoonista do jornal De Telegraaf durante o conflito.
Louis Raemaekers (1869-1956). Pintor e cartoonista holandês. Após os alemães invadirem a Bélgica, Raemaekers tornou-se numa voz incómoda e acérrimo crítico do belicismo alemão. Incentivou as autoridades holandesas a abandonar a neutralidade e a tomar partido na guerra ao lado dos Aliados. Os seus desenhos e cartoons ridicularizavam o Kaiser, comparando-o a Satanás, e mostraram a brutalidade alemã na Bélgica, tendo o seu trabalho sido censurado pelo governo holandês por pressão das autoridades alemãs.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
Indisponível

18 agosto, 2017

MARIA, F.ᴿ Theobaldo de Jesu - AGRICULTOR // INSTRUIDO // COM AS PREVENC,OENS // necessarias para os annos futuros, // RECUPILADO DE GRAVES AUTORES, // E dividido em tres partes, na primeira se tra- // ta das sementeiras, virtudes das sementes, e // de como se prezervaraõ da corrupaçaõ; na se- // gunda dos arvoredos, e vinhas; Breve Tra- // tado da Cultura dos Jardins; na terceira // de todo o gado maior, e menor, e mais ani- // maes domesticos, suas virtudes, e cura de // suas infirmidades, e das colmeas. Etc. // PELO P. M. ... LISBOA. // Na Offic. de LINO DA SILVA GODINHO. // ANNO M. DCC. LXXXX. [1790] // Com licença da Real Mesa da Commissaõ Geral // sobre o Exame, e Censura dos Livros. // Foi taixado este Livro em Papel a du- // zentos réis. Meza 4 de Novembro de 1790. // Com tres rubricas. In-8.º (15cm) de 171, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Curioso manual agrícola setecentista. Inclui um interessante "Breve Tratado da cultura dos jardins, em que se trata da variedade das Flores, com que se ornaõ os Jardins, e Quintaes", e um capítulo dedicado à apicultura.
"He a terra, segundo todos os Naturaes, hum dos quatro Elementos, á qual pelos grandes, e continuos beneficios, que della recebemos, chamamos mãi; ella de sua natureza he fria, e secca; e se algumas vezes naõ está assim, he por causa de algum accidente, que a muda.
As terras, ou saõ fortes, grossas, e muito boas; ou saõ de todo estéreis, e infructiferas: os saõ medianamente boas, ou más: ou saõ muito quentes, ou frias por participaçaõ do ar, ou temperadas por participarem de ares temperados.
As terras, que saõ em extremo seccas, ou húmidas, cálidas, ou frias; saõ inuteis para a producçaõ dos fructos, e sementeiras, e o cultivallas será trabalho perdido: como o he os Medicos o curarem enfermidades incuraveis."
(LIVRO PRIMEIRO, Cap. I, Da eleiçaõ das terras para as sementes fructificarem bem)
Encadernação inteira de carneira com dourados na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Trabalho de traça, a partir do último terço do livro, no pé e à cabeça; por vezes, afectando as duas últimas linhas, com pouca expressão no entanto.
Raro.
Indisponível

16 agosto, 2017

SCOTT, Sir Walter - KENILWORTH. Novella de..., traduzida Por A. J. Ramalho e Sousa. Tomo I [II; III; IV]. Lisboa, Typographia da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, 1841-1842. 4 vols In-8.º (15cm) de XIX, [3], 239, [3] p. (I), 316, [4] p. (II), 298, [4] p. (III) e 269, [13] (IV). ; E.
1.ª edição.
Romance histórico cuja acção se desenrola no século XVI, durante o reinado de Isabel I de Inglaterra, que descreve a trama que levou à morte Amy Robsart às mãos dos esbirros do marido, Robert Dudley - 1.º Conde de Leicester -, o favorito da rainha.
O primeiro volume apresenta um prefácio preliminar que ocupa as 13 primeiras páginas com dados históricos recolhidos pelo autor, importante manancial para a elaboração do romance.
"Roberto Dudley, conde de Leicester, homem de bello parecer, e de mui distincta presença, era grande valido da rainha Izabel: pensava-se, e geralmente se dizia que se fosse solteiro ou viuvo, a rainha o tomaria por marido. Com este intento, e para se livrar de todos os obstaculos, Dudley ordenou, ou talvez, com lisongeiras supplicas, resolveu sua mulher a que se retirasse para casa de Antonio Foster, que então vivia na sobredita mansão, [casa anexa a um convento anteriormente pertença dos monges de Abington]. Insinuou igualmente a sir Ricardo Varney, (primeiro motor d'este designio) que apenas elle Varney chegasse a esta aldeia, buscasse avenerar a condessa [sua mulher], e que se o veneno não produzisse effeito, cumpriria lançar mão de outro meio para acabar com ella. Este facto foi provado, segundo parece, pela exposição do doutor Walter Bayly - algum tempo membro do Collegio Novo - então residente em Oxford, e professor de medicina n'esta universidade; o qual, por não ter querido consentir no avenenamento da condessa, foi objecto das perseguições do conde de Leicester, que buscou indispô-lo na corte."
(excerto da introdução)
"Aos novelleiros coube o privilegio de encetar a sua historia por uma estalagem, paradeiro commum de todos os viandantes, em que o humor de cada qual sem ceremonia se dá largas. Onde melhor veniaga faz tal privilegio, é quando a scena acerta de se passar nas antigas eras da jovial Inglaterra, epoca em que os viandantes eram, de alguma sorte, não só os inquilinos, mas tambem os comensaes e companheiros temporarios do estalajadeiro; personagem de ordinario dotada de franqueza pouco vulgar, de acolhimento affavel e de genio prasenteiro. [...]
No decimo oitavo anno do reinado de Izabel d'Inglaterra, a aldêa de Cummor, arredada quatro milhas de Oxford, blazonava de possuir uma estalagem ao modo antigo, administrada ou antes governada por Gil Gosling, homem de aspecto galhofeiro, barriga um pouco arredondada, de cincoenta e tantos de idade... [...]
Foi na casa administrada por este modêlo dos estalajedeiros, que ao cerrar da noite se apeou um caminhante, entregou ao moço da cavalhariça o cavallo, que parecia ter feito grande jornada, e travou o colloquio seguinte com o moço do bello Urso Negro.
«Olá, John Tapster!»
«Prompto, Will Hostler,» respondeu o homem do espicho, mostrando-e em colete desabotoado, calções de brin e avental verde, com ametade do corpo fóra e outra ametade dentro de uma porta que parecia ir dar a uma adega exterior.
«Está aqui um cavalleiro, que perguntou se tens boa cerveja,» e continuou o moço da estrebaria.
Mal por mim se assim não fôra,» replicou o tapster; «porque d'aqui a Oxford são apenas quatro milhas." [...]
A chegada do passageiro fez com que os circunstantes o observassem com a especie de attenção costumada em taes occasiões: e o que de si deu a observação, ei-lo aqui: - o caminhante era um d'aquelles homens dotados de boa presença, e de feições em que nada se enxêrga desagradavel, mas que entretanto apresentam o que quer que seja que, ou pela expressão da fisionomia, ou pelo metal da voz, ou, em fim, pelos ademanes e garbo, faz que hajâmos nossa repugnancia em tratar com elles. Inculcava no aspecto audacia, mas não franqueza; e parecia desde logo demandar acatamento e respeito, como se temesse que a isso lhe faltassem, se immediatamente o não exigisse como obrigação. Estava coberto com um capote de jornada, debaixo do qual se via um bello gibão cheio de passamanes, e apertado com um cinto de pelle de bufalo, donde pendia uma espada e um par de pistolas."
(excerto do Cap. I)
Exemplares em bom estado de conservação. Encadernações coevas em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada, apresentando nos volumes I e II parte da charneira aberta, mantendo-se no entanto muito sólidas. Rubrica de posse antiga na f. rosto dos 4 vols.
Obra rara.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
30€