1.ª edição.
"É em Festa Redonda, Décimas e Cantigas de Terreiro oferecidas ao Povo da Ilha Terceira [...] (1950) que Vitorino Nemésio melhor evoca, em poesia ao gosto popular, um mundo de referências, linguagens, cultos e costumes; contem evocações tão importantes que confessa mesmo (em dáctilo escrito contido no Espólio da Biblioteca Nacional (E11, cx. 58) que «é o [seu] livro mais fundamente autobiográfico. Lá met[eu] infância e adolescência e é para [ele] como ouvir o mar num búzio».
(Fonte: http://literaturaacoriana.com.sapo.pt)
"Na caixa da minha viola
Há um letreiro que diz:
V. DA SILVA, VIOLEIRO,
ILHA TERCEIRA - PARIS.
Mas um tolo, um engraçado ,
Colou com cusppo uns tarjões:
SILVA, CANGALHEIRO DE ALMAS,
FAZ VIOLAS E CAIXÕES.
Meu amor, deixa falar!
Dorme, não percas a esperança!
Morta, na minha viola,
Serás como uma criança. [...]"
(Excerto de Cantigas à minha viola)
Índice:
Inscriptio. | Cantigas à minha viola. | Cantigas à Ilha Terceira, à cidade, à Praia e aos montes. | Cantigas aos cantadores, aos mestres da viola, e às bailadeiras. | Cantigas de Terreiro (I; II; III; IV; V). | Cantigas ao Campo das Lajes. | Décima do Pastor da Rapa. | Cantigas à porta da botica. | Cantigas aos meus. | Cantigas por alma de meu Pai.. | Décima da Música da Praia. | Décima de Genuína quando foi para a América. | Décima do João Charamba. | Décima a um parente meu. | Cantigas às minhas primas. | Minha tia Marianina. | Décima de Sílvio e Silvana. | Décima do tio Padre Luís Gomes. | Décima do Penitente. | Avé, Maria! (Loas a Nossa Senhora). Vitorino Nemésio (1901-1978). “Poeta, contista, romancista, cronista, ensaísta, conferencista, colaborador assíduo de revistas e jornais, comunicador de rádio e televisão, Nemésio foi Professor Catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, onde lecionou várias cadeiras (Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira, História da Cultura Portuguesa). Foi jornalista em Lisboa, no começo da sua carreira, professor no estrangeiro (Bruxelas, Montpellier, Bahia). A sua experiência cultural europeia valeu-lhe, em 1974, o Prémio Montaigne. A sua obra e a sua vida apresentam profundas marcas das vivências literárias, sociais, científicas e bélicas do século XX. Assistiu às duas grandes guerras, a segunda das quais transformaria a sua ilha Terceira num porta-aviões (Base das Lajes). Essas transformações e aspetos do mundo da sua infância emergem das páginas de Corsário das Ilhas (1956), livro de crónica de viagens indispensável para conhecer bem os Açores e o homem Nemésio. A projecção da sua obra e da sua personalidade permite concluir que é um dos escritores mais significativos do século XX, estudado no seu país e no estrangeiro, em numerosas teses de mestrado e doutoramento. Ficou conhecido do grande público por apresentar na RTP um programa de conversa informal com o título “Se bem me lembro…”
Encadernação cartonada com ferros gravados a ouro na pasta frontal e na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Aparado.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível
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