BESSA, Coronel Carlos Gomes – RASGANDO OS SERTÕES
BRASILEIROS : o começo da aventura. Lisboa, [s.n. – Comp. e imp. nos Serv.
Gráf. da Liga dos Combatentes], 1984. In-4.º (23,5cm) de 28, [4] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela extensa dedicatória autógrafa do autor ao
Dr. Silva Tavares.
Ilustrada com 3 mapas em página inteira: - A baía de Todos
os Santos e a cidade de Salvador; - S. Vicente, Santos e Santo Amaro; - Mapa do
Brasil (todos reproduzidos de códices quinhentistas existentes na Biblioteca da
Ajuda, Lisboa).
“O panorama que se deparou aos portugueses no Brasil era
muito diferente mesmo daquele que, pelas suas riquezas e adiantadas
civilizações, os espanhóis encontraram na América Central e Andina.
Nessa ocasião Portugal estava voltado para a Índia que,
insaciável, lhe consumia vidas e capital. Do Brasil nos primeiros anos, a bem
dizer, só vinha o pau-brasil, pelo que não oferecia condições atractivas. Elas
eram até bem inferiores às da Guiné, do outro lado fronteiro no Atlântico.
Por isso a Coroa evitava grandes investimentos ali. Segundo
alguns historiadores, este é o principal motivo do silêncio dos cronistas e da
falta de divulgação das viagens feitas pelos portugueses, que se admite terem
começado por volta de 1491. […]
Em consequência de todas estas viagens alguns portugueses
foram atirados a esmo para as terras do Brasil. Eram náufragos, desertores das
armadas, ou degredados de delito comum e judeus ali deixados. Para
sobreviverem, os que se fixavam naquelas terras tiveram de fazer seus os
hábitos dos indígenas. Também eles passaram a viver, nus ou semi-nus, da
agricultura rudimentar, alimentando-se sobretudo de mandioca, dormindo em redes
e evitando as doenças em que o ambiente era fértil, recorrendo, quer a ervas e
plantas tropicais, que a unguentos para lhes protegerem a pele. Não poucas
vezes também eles praticaram a antropofagia.
Foi muito dura a luta destes portugueses pela sobrevivência.
Perante a hostilidade do sertão e do gentio selvagem, uma arma a muitos serviu
de antídoto e de salvatério – o amoroso acolhimento recebido de algumas
mulheres locais.
Assim começou no Brasil o que Gilberto Freyre chamou a
aventura da miscigenação…”
(Excerto do texto)
Matérias: O Começo da Aventura. - Primeiros contacto e a aventura da miscigenação. –
Capitanias do mar e Capitanias de terra. – O Caramurú. – S. Vicente e João
Ramalho. – As donatarias e o Governo-Geral. – Considerações finais.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível
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