CRAVEIRINHA, José - CHIGUBO. Lisboa, Edição da Casa dos Estudantes do Império, 1964. In-8º (16cm) de 35, [1] p. ; B. Colecção Autores Ultramarinos, 14
Capa de José Pádua.
1.ª edição.
Rara edição original da primeira obra do autor.
"Considerado o maior poeta africano de língua portuguesa e, em
particular, um dos fundadores da literatura moçambicana. Referindo-se à
sua importância na cultura moçambicana, Mia Couto afirma que
“Craveirinha está para Moçambique como Camões está para Portugal”,
não havendo distância entre escritores contemporâneos e antigos em
Moçambique, como acontece na literatura portuguesa. Mia Couto salienta
ainda: “do ponto de vista da intensidade, da maneira como ele marcou
toda uma geração, inclusivamente os prosadores como eu, ele é uma
espécie de marco, de fundamento, é o nosso chão, é o chão da nossa
literatura."
"... Mas põe nas mãos de África o pão que te sobeja
e da fome de Moçambique dar-te-ei os restos da tua gula
e verás como também te enche o nada que te restituo
dos meus banquetes de sobras,
Que para mim
todo o pão que me dás é tudo
o que rejeitas, Europa!"
(Imprecação)
José Craveirinha (1922-2003). "Escritor moçambicano, José Craveirinha nasceu a 28 de Maio de 1922, em
Lourenço Marques (actual Maputo), e faleceu a 6 de Fevereiro de 2003, na
África do Sul. Filho de pai algarvio cuja família partira para
Moçambique em 1908 em busca de fortuna, estudou na escola "Primeiro de
Janeiro", pertencente à Maçonaria. Ainda adolescente, começou a
frequentar a Associação Africana. Colaborou n'O Brado Africano ,
que tratava de assuntos de carácter local e que dissessem principalmente
respeito à faixa da população mais desprotegida. Fez campanha contra o
racismo no Notícias , onde trabalhava, tendo sido o primeiro jornalista
oficialmente sindicalizado. Em 1958, começou a trabalhar também na
Imprensa Nacional. Continuou no Notícias até à fundação do jornal A Tribuna
, em 1962. Entre 1964 e 1968 esteve preso, em virtude da sua ligação à
FRELIMO, mas teve a oportunidade de conhecer na prisão o pintor
Malangatana. Começou a escrever cedo, mas a sua poesia demorou a ser publicada. Em Lisboa, a primeira obra a surgir foi Xigubo, em 1964, através da Casa dos Estudantes do Império. A partir de
determinada altura, a consciência política do autor passou a
reflectir-se em obras como O Grito e O Tambor. Apesar de a sua obra reflectir a influência dos surrealistas, é
fortemente marcada por todo um carácter popular e tipicamente
moçambicano. A sua poesia possui um carácter social que radica nas
camadas mais profundas do povo moçambicano. Escritor de ligações afectivas com Portugal, foi-lhe atribuído o Prémio
Camões em 1991 e recebeu condecorações dos presidentes de Portugal e de
Moçambique, Jorge Sampaio e Joaquim Chissano respectivamente. Vice-presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, escritor
galardoado com o prémio "Vida Literária" da Associação de Escritores
Moçambicanos, foi homenageado no dia 28 de Maio de 2002, na sequência da
iniciativa do governo moçambicano em consagrar o ano de 2002 a José
Craveirinha."
(in http://www.wook.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível
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