08 fevereiro, 2015

ASSUMPÇÃO, Th. Lino d' - MARTYRES : paraphrase d'uma lenda christã. Coimbra, França Amado, 1902. In-8º (19cm) de [2], 153, [5] p. ; E.
1.ª edição.
Romance histórico cuja acção decorre no século IV da era cristã. Obra dedicada pelo autor "a Sua Magestade El-Rei D. Carlos".
"A luz duvidosa do crepusculo da manhã mal começava a fundir-se na claridade suavissima do plenilunio, e já os passos rijos de gente armada ressoavam nos lagedos das ruas d'Antiochia, de ordinario ainda desertas áquella hora.
Eram os soldados da antiga decima legião fretense, tisnados, robustos, espadaudos, coiraça articulada resguardando o peito, lança ao hombro, escudo no braço, saidos da caserna do palacio imperial, na ilha do bairro de Callinico, ao commando de Asclepiades, prefeito do Pretorio.
Abria a vanguarda uma columna armada de alavancas, escadas, machados, picaretas e outras ferramentas de destruição, como se se tratasse d'um trabalho de sapa, ou do ataque a uma fortaleza altamente murada. Nada faltava para que aquella marcha parecesse uma expedição de guerra, senão a turba dos escravos conduzindo bestas de carga com as bagagens, e a multidão tumultuaria  dos traficantes de toda especie de mistura com o mulherio falador; mas em seu logar seguia no coice um grupo variadamente togado."
(excerto do Cap. I, A manhã de sexta-feira da Paixão) 
Tomás Lino de Assunção (1844-1902). "Engenheiro civil e funcionário do Ministério das Obras Públicas, de nome completo Tomás Lino de Assunção, nascido a 7 de maio de 1844, em Lisboa, e falecido a 1 de novembro de 1902, em Lisboa, dedicou-se paralelamente à vida literária, tendo chegado a frequentar o Curso Superior de Letras. Viveu no Rio de Janeiro, onde fundou uma editora de obras literárias e científicas e ajudou na organização do Liceu Literário Português, e em Paris. Regressado a Portugal, colaborou com o seu amigo António Enes no jornal O Dia e na organização dos arquivos e das bibliotecas nacionais e começou a escrever para o teatro. Da sua dramaturgia, onde abundam as comédias ligeiras em um ato, destacam-se os dramas Os Lázaros e Eva, publicados conjuntamente em 1889. No decurso das suas investigações históricas, foi reunindo um vasto acervo documental sobre as histórias conventuais, de que foi dando conta em vários volumes.”
(in infopedia)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. 
Invulgar.
Indisponível

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