12 março, 2014

CHAGAS, João - NA BRECHA. (Pamphletos). 1893-1894. Lisboa, Agencia Universal de Publicações, 1898. In-8.º (18,5 cm) de XIV, 282, [2] p. ; [1] f. il. ; E. Bibliotheca Vermelha - N.º 1
Conjunto de crónicas anti-monárquicas publicadas pelo autor ao longo de dois anos (1893-1894), após o seu regresso do degredo, e aqui coligidas em volume.
Livro ilustrado com um retrato do autor em extratexto.
"O pamphleto quer lucta. Estes tiveram alguns processos de imprensa, que não chegaram a julgar-se e, se encontraram publico, não encontraram, todavia, inimigos, porque na realidade não os havia.
O pamphleto é uma arma de duellos e n'essa occasião não havia gente disposta a bater-se. A tyrannia do ministerio João Franco tinha um caracter muito administrativo, muito manga-de-alpaca, para que fosse possivel esperar d'ella alguma coisa mais do que decretos. [...]
Os pamphletos, publicados por mim entre os annos de 1893-1894, são reflexos da lucta travada em Portugal entre o povo e a dynastia de Bragança. Por pouco que valham, fazem parte da bibliographia revolucionaria do nosso tempo. São documentos.
Dispersos, perder-se-hiam. Colligidos em volume, mais facilmente os encontrará, de futuro, o pesquisador, curioso de conhecer em todos os seus detalhes este periodo singular da historia portugueza."
(excerto da introdução)
João Pinheiro Chagas (1863-1925). “Jornalista e panfletário, autor de vários escritos políticos e de história contemporânea. Iniciou a sua carreira jornalística em O Primeiro de Janeiro, tendo-se salientado pelo seu estilo vivo e atraente. Foi, depois, redactor de vários jornais, tanto no Porto como em Lisboa, tendo fundado o República Portuguesa, onde atacava violentamente a Monarquia. Teve uma vida muito acidentada, e foi várias vezes processado e algumas preso. Considerado cúmplice do 31 de Janeiro e condenado a degredo, conseguiu, no entanto, fugir do navio que o transportava para Moçâmedes, tendo-se refugiado em Paris. Essa odisseia é-nos por ele relatada no seu livro Trabalhos Forçados. A sua popularidade aumentava na medida em que era perseguido, acrescida pelo sucesso dos seus fogosos panfletos, enviados mesmo durante o tempo do exílio (Na Brecha, A Marselhesa, etc.). Implantada a República, foi nomeado ministro em Paris e, mais tarde, chamado para chefiar o 1º. Governo Constitucional (1911). Voltou para Paris e, depois da revolução de 1915, foi novamente escolhido para presidir ao Ministério, nunca tendo chegado a tomar posse por ter sido vítima de um atentado, durante a viagem para Lisboa. De novo em Paris, desempenhou importante papel na intervenção portuguesa na Primeira Guerra Mundial, e também na Sociedade das Nações. Republicano convicto, a sua combatividade, revelada pela sua correspondência e memórias, manteve-se em relação aos homens do novo regime, de tal modo que é muitas vezes citado pelos escritores anti-republicanos.” 
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

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