CHAGAS, João - NA BRECHA. (Pamphletos). 1893-1894. Lisboa, Agencia Universal de Publicações, 1898. In-8.º (18,5 cm) de XIV, 282, [2] p. ; [1] f. il. ; E. Bibliotheca Vermelha - N.º 1
Conjunto de crónicas anti-monárquicas publicadas pelo autor ao longo de dois anos (1893-1894), após o seu regresso do degredo, e aqui coligidas em volume.
Livro ilustrado com um retrato do autor em extratexto.
Livro ilustrado com um retrato do autor em extratexto.
"O pamphleto quer lucta. Estes tiveram alguns processos de imprensa, que não chegaram a julgar-se e, se encontraram publico, não encontraram, todavia, inimigos, porque na realidade não os havia.
O pamphleto é uma arma de duellos e n'essa occasião não havia gente disposta a bater-se. A tyrannia do ministerio João Franco tinha um caracter muito administrativo, muito manga-de-alpaca, para que fosse possivel esperar d'ella alguma coisa mais do que decretos. [...]
Os pamphletos, publicados por mim entre os annos de 1893-1894, são reflexos da lucta travada em Portugal entre o povo e a dynastia de Bragança. Por pouco que valham, fazem parte da bibliographia revolucionaria do nosso tempo. São documentos.
Dispersos, perder-se-hiam. Colligidos em volume, mais facilmente os encontrará, de futuro, o pesquisador, curioso de conhecer em todos os seus detalhes este periodo singular da historia portugueza."
(excerto da introdução)
João Pinheiro Chagas (1863-1925). “Jornalista e panfletário, autor de vários escritos políticos e de história contemporânea. Iniciou a sua carreira jornalística em O Primeiro de Janeiro, tendo-se salientado pelo seu estilo vivo e atraente. Foi, depois, redactor de vários jornais, tanto no Porto como em Lisboa, tendo fundado o República Portuguesa, onde atacava violentamente a Monarquia. Teve uma vida muito acidentada, e foi várias vezes processado e algumas preso. Considerado cúmplice do 31 de Janeiro e condenado a degredo, conseguiu, no entanto, fugir do navio que o transportava para Moçâmedes, tendo-se refugiado em Paris. Essa odisseia é-nos por ele relatada no seu livro Trabalhos Forçados. A sua popularidade aumentava na medida em que era perseguido, acrescida pelo sucesso dos seus fogosos panfletos, enviados mesmo durante o tempo do exílio (Na Brecha, A Marselhesa, etc.). Implantada a República, foi nomeado ministro em Paris e, mais tarde, chamado para chefiar o 1º. Governo Constitucional (1911). Voltou para Paris e, depois da revolução de 1915, foi novamente escolhido para presidir ao Ministério, nunca tendo chegado a tomar posse por ter sido vítima de um atentado, durante a viagem para Lisboa. De novo em Paris, desempenhou importante papel na intervenção portuguesa na Primeira Guerra Mundial, e também na Sociedade das Nações. Republicano convicto, a sua combatividade, revelada pela sua correspondência e memórias, manteve-se em relação aos homens do novo regime, de tal modo que é muitas vezes citado pelos escritores anti-republicanos.”
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
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