LIMA, Magalhães – TERRAS SANTAS DA LIBERDADE : França
Imortal, Portugal Heroico. Paginas da Guerra. Extrato das Conferencias
realisadas no Teatro de S. Carlos e Ateneu Comercial de Lisboa, Teatro Aguia
d’Ouro e Société Amicale Franco-Portugaise do Porto. Lisboa, Sociedade
Typographica Editora, 1917. In-8º (18,5cm) de 72 p. ; B.
Raríssimo opúsculo de carácter laudatório e justificativo da entrada de
Portugal na Grande Guerra, da autoria de Magalhães Lima, figura maior da
República.
“O esforço portuguez! Que representa o esforço portuguez?
Perguntae-o ao Universo assombrado pelos feitos dos nossos
grandes navegadores. Perguntae-o ás tempestades, que recuaram espavoridas
deante das nossas caravelas. Perguntae-o ao patriotismo de Afonso de
Albuquerque, o maior de todos os portuguezes.
O esforço portuguez é a continuação da nossa historia; a
reviviscencia das nossas descobertas; é um dever moral, que se impõe a todos os
que amam a sua patria; é a defeza do nosso patrimonio colonial; é a reconquista
do nosso logar na politica internacional; é a afirmação da nossa dignidade, da
nossa independencia e do nosso futuro; é a afirmação da vitalidade da nossa
raça.”
(excerto do texto)
Matérias:
Terras Santas da Liberdade
- O que vi, o que ouvi e o que admirei. – A guerra em
Portugal. – Nas linhas de fogo. – O patriotismo francez. – Terras Santas da
Liberdade. O esforço portuguez. – Em marcha. – A hora da Vitoria.
França Imortal, Portugal Heroico
- O Centenario de Camões. – A
Revolução franceza. – O significado da guerra. – A civilização latina. – Uma
geração de idealistas.- Portugal Heroico. – França Imortal. – A moderna
Cruzada. Nota final.
Sebastião de Magalhães Lima
(1850-1928). Nasceu no Rio de Janeiro no dia 30 de Maio de 1850, tendo ido
morar para Aveiro aos cinco anos.
Em 1870, inscreveu-se no curso de
Direito da Faculdade de Coimbra, que terminou com distinção em 1875. Exerceu
advocacia, mas sempre a par com uma actividade política intensa, pois tinha
aderido ao Partido Republicano Português e à Maçonaria, organização de que viria
a tornar-se Grão-Mestre.
No período final da Monarquia foi
um jornalista infatigável, colaborou em dezenas de jornais e revistas, tendo
sido fundador do jornal O Século.
Na qualidade de dirigente do
Partido Republicano Português efectuou várias viagens a países estrangeiros –
Espanha, Itália, Bélgica e França – a fim de obter apoios para a causa
republicana. As suas qualidades pessoais e o facto de pertencer à Maçonaria
Portuguesa abriram-lhe facilmente portas, contribuindo para o êxito das muitas
funções que desempenhou.
Durante o governo de João Franco
(1906 - 1908) exilou-se em França para escapar às perseguições de que foi alvo.
Regressou depois do regicídio e, em 1910, o Congresso do Partido Republicano
Português, então reunido no Porto, encarregou-o de voltar ao estrangeiro,
acompanhado por José Relvas para efectuar conversações destinadas a conseguir
que os governos francês e inglês aceitassem a revolução que entretanto se
preparava em Portugal e que veio a rebentar a 5 de Outubro.
Nessa data Magalhães Lima ainda se
encontrava em Paris, donde regressou para participar nos festejos da vitória.
No novo regime foi deputado às
Constituintes, tendo sido o relator da comissão encarregada de redigir a
Constituição de República Portuguesa. Depois disso continuou sempre a efectuar
contactos no estrangeiro para obter a simpatia e a aceitação dos países
europeus.
Em 1915 integrou o governo como Ministro da Instrução Pública. Durante o Sidonismo foi preso e mais tarde os seus opositores chegaram a acusá-lo de cumplicidade no atentado que vitimou Sidónio Pais.
Em 1915 integrou o governo como Ministro da Instrução Pública. Durante o Sidonismo foi preso e mais tarde os seus opositores chegaram a acusá-lo de cumplicidade no atentado que vitimou Sidónio Pais.
Magalhães Lima foi também um
escritor de mérito, tendo publicado grande número de ensaios de carácter
político e social, mas também alguns romances. Morreu em Lisboa a 7 de Dezembro
1928.”
(centenariodarepublica.pt)
Excelente exemplar.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível
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