27 agosto, 2012

RATTAZZI, Maria – PORTUGAL DE RELANCE. Traducção Portugueza (auctorisada pela auctora). Volume I [e Volume II]. Lisboa, Livraria Zeferino-Editora, 1881. 2 vols in-8.º (20cm) de [6], LXXVI, 193 p. e [4], 214 p. ; E. num único tomo.
1ª edição portuguesa
Inclui a dedicatória e o novo prefácio da edição portuguesa.
“Uma curiosa perspectiva do Portugal do final do século XIX, apresentada pela pena de Maria Rattazzi (1831-1902), resultado da sua permanência e viagens pelo país. Uma obra que aquando da sua publicação foi responsável por uma verdadeira tempestade em Portugal, na qual se envolveram, entre outros, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental e Ramalho Ortigão.”
“Em 1879, há portanto 133 anos, a editora Dgorcet-Cadot de Paris publicou um livro da autoria da Princesse Ratazzi com o título Le Portugal à vol d’oiseau e o subtítulo Portugais et Portugaises. Maria Rattazzi, cujo nome de família era Maria Letizia Studolmire Wyse nasceu na Irlanda e era sobrinha-neta de Napoleão. Durante algum tempo adoptou o apelido do segundo marido, Urbano Rattazzi. Esteve em Portugal em 1876 e em 1879, onde conviveu com muitas figuras da política e da cultura. Logo em 1881 foi o seu texto publicado em Portugal, com o título Portugal de Relance, mas ainda em 1880, Antero se referiu ao texto publicado em França, em carta para João Lobo de Moura: “A Rattazzi, que passou dois Invernos a desfrutar os literatos de Lisboa, publicou agora um livro sobre Portugal, delicioso. Imagine uma parisiense descrevendo ao vivo, estes mirmidões. Não se fala noutra coisa e está tudo furioso”.
Trata-se de um magnífico retrato de Portugal e, em especial, da Lisboa deste tempo.”
“De todos os livros e relatos que se escreveram sobre o nosso país, o texto de Maria Rattazzi - Portugal de Relance - é o principal candidato ao estatuto de mais polémico. "prémio" a que não será alheio o tom, a displicência, o à-vontade e a irreverência com que a princesa tratou um tema tão caro aos portugueses, a sua própria pátria. Não é que o volume fosse apenas pródigo em falsidades - como o próprio título original parecia indiciar, um vol d'oiseau sobre Portugal - mas o que lá estava impresso provocou uma verdadeira fogueira de vaidades, com repercussão raramente vista no nosso meio cultural. A reacção negativa com que foi recebida a prosa da visitante ultrapassou em muito a habitual hospitalidade que é costume verificar-se no confronto com os regulares contributos dos estrangeiros que nos visitam. Neste caso, não existiram opiniões favoráveis, nem defensores para uma dama cujo comportamento era tido como bem leviano.”
Encadernação meia-francesa com ferros a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Apresenta manchas de humidade nas páginas do 1.º vol., algumas delas alvo de restauro, sem no entanto afectarem o texto.
Raro na sua edição original, e muito procurado.
Com interesse olisiponense e camiliano.
Indisponível

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