31 agosto, 2011

PENELLA, Fr. Manoel da S. das Dores - MODO DE CAMINHAR PARA O CEO, No qual se contém sete Preparações, com que toda, e qualquer pessoa, de qualquer estado ou condição se deve prevenir para ser feliz sua jornada: Que tendo sido ordenado, e composto pelo muito Reverendo Padre Mestre..., Religioso Menor da Santa Provincia d' Arrabida, Leitor de Theologia, e Examinador das Tres Ordens Militares, etc. He mandado imprimir por... Pela grande devoção, que de sua leitura lhe tem resultado, e para que a todos se facilite este grande socorro, Para cada hum dirigir sua vida espiritual. OFFERECIDO ÁS SETE DORES DE MARIA SANTISSIMA. Eu puz as minhas palavras na tua boca, e eu te protegi debaixo da sombra da minha mão, a fim de que plantes... Isai. c. 51. v. 16. Lisboa, Na Impressão Régia. Anno 1812. Com licença da Mesa do Desembargo do Paço. In-16.º (12,5cm) de 256 p. ; E.
1.ª edição.
Encadernação inteira de pele com ferros a ouro nas pastas e lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação; encadernação sólida, algo cansada; vestígios de traça na base da lombada; miolo fime; páginas oxidadas, sobretudo na primeira parte do livro.
Raro.
Sem indicação de registo na BNP (Biblioteca Nacional).
Indisponível

30 agosto, 2011

ZOLA, Émile - LA DÉBACLE : Par... Paris, Bibliothèque-Charpentier, G. Charpentier et E. Fasquelle, 1892. In-8º (19cm) de [2], 636 p. ; E. Les Rougon-Macquart, Histoire Naturelle et Sociale d'une Famille sous Le Second Empire.
1ª Edição (s/ indicação de milhar).
La Débacle é o 19º romance e penúltimo da série Les Rougon-Macquart, obra maior de Zola, e de referência da literatura universal.
Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola (1840-1902) foi o fundador e o principal representante do movimento literário naturalista.
Les Rougon-Macquart é uma série de vinte romances publicados entre 1871 e 1893 e conta a história de uma família durante o Segundo Império (França - 1852-1870). Inspirado por A Comédia Humana de Balzac, a obra tem o propósito de estudar a influência do ambiente  e da hereditariedade sobre o homem
Meia-encadernação com lombada em pele e ferros a ouro; preserva as guardas de brochura; corte superior das folhas dourado.
Bom exemplar; a endernação está ligeiramente cansada na união das pastas ao lombo.
Invulgar, na sua edição original (francesa).
125€
AMEAL, João - HISTÓRIA DE PORTUGAL. Pôrto, Livraria Tavares Martins, 1940. In-8.º (20,5 cm) de XVI, 867 p. ; il. ; B.
1.ª Edição.
Edição original desta conhecida obra do autor, uma das mais estimadas da sua extensa bibliografia. Com desdobráveis e ilustrações extra-texto.
João Ameal (1902-1982). "Historiador, escritor e político, João Francisco de Sande Barbosa de Azevedo e Bourbon Aires de Campos (2.º Visconde e 3.º Conde do Ameal), mais conhecido pelo pseudónimo literário de João Ameal, nasceu a 23 de agosto de 1902, em Coimbra. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, João Ameal consagrou-se como historiador, escritor e político. Nesta última faceta, cedo se revelou como um militante monárquico tradicionalista juntando-se, em 1923, ao chamado "Grupo dos Cinco" que, não seguindo a rutura do Integralismo com D. Manuel II, criou a Ação Realista Portuguesa. [...] A partir da década de 40 dedica-se sobretudo ao ensino universitário, à Literatura e à investigação nos domínios da Filosofia e da História, onde legou obra assinalável. Em 1941 obteve o Prémio Alexandre Herculano pela sua História de Portugal, compilação em que o autor revela a sua conceção da História como ética e arte." (Fonte: infopédia)
Bom exemplar.
Invulgar.
Indisponível
LIVROS IMPRESSOS NO SÉCULO XVI EXISTENTES NA BIBLIOTECA PÚBLICA E ARQUIVO DISTRITAL DE ÉVORA. II. Tipografia Espanhola. [S.l.], [Publicações da Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora - etiq.], [s.d.]. In-4.º (24,5cm) de [2], 176 p. ; il. ; B. Separata de «A Cidade de Évora» 1955-56.
1.ª edição.
Muito ilustrada com reproduções de portadas de obras impressas na Espanha Peninsular.
Bom exemplar.
Invulgar.
15€

29 agosto, 2011

GAYO, Manuel da Silva - A DAMA DE RIBADALVA : Por... Lisboa, Viuva Tavares Cardoso, 1903 [na capa 1904]. In-8º (19cm) de 195, [2] p. ; B. Col. Romances Nacionaes, V.
1ª Edição.
Manuel da Silva Gaio (1860-1934) foi um poeta, jornalista e ensaísta português. "Licenciado em Direito, secretariou a Revista de Portugal, fundada em 1889 por Eça de Queirós; fundou e dirigiu, com Eugénio de Castro - cujos volumes de poesia Horas e Poesias Escolhidas prefaciou -, a revista Arte. Autor situado na convergência das tendências neorromântica e simbolista, a poesia de Manuel da Silva Gaio colhe o misticismo de Junqueiro ou de Antero, preferindo o verso inflamado e as estruturas de rasgo épico na abordagem de temáticas religiosas, míticas ou de cunho histórico-nacional." (infopedia.pt)
Bom exemplar. 
Indisponível

28 agosto, 2011

CONCORDATA e Acôrdo Missionário de 7 de Maio de 1940. [Lisboa], Edição do Secretariado da Propaganda Nacional, MCMXLIII (1943). In-8º grd. (24cm) de 121, [2] p. ; B.
"Assinado em 1940 entre o regime do Estado Novo e a Santa Sé, este acordo estabeleceu as regras do relacionamento do Estado português com a Igreja Católica. Consagrou a liberdade religiosa e a separação entre o poder laico e o religioso. Assegurou à Igreja a restituição de parte do património que perdera em momentos históricos anteriores, bem como uma série de prerrogativas, tais como a liberdade de organização e certas isenções fiscais. A Concordata foi assinada a 7 de maio de 1940 por representantes de Portugal e da Santa Sé, nomeadamente António de Oliveira Salazar e o Núncio Apostólico. Em contraste com o conflito entre o Estado e a Igreja que predominou ao longo da Primeira República (muitos de cujos altos responsáveis eram anticlericalistas confessos), o documento veio firmar uma aliança que é fundamental para a caracterização do Estado Novo." (infopedia.pt)
Bom exemplar.
Invulgar.
25€

26 agosto, 2011

[JACOBI, Johannes] - REGIMENTO PROUEITOSO CONTRA HA PESTENENÇA. [Trad. Fr. Luís de Ras]. Porto, Livraria Civilização, 1962. In-8º grd (26cm) de [14] f. ; il. ; B.
"Desta edição fez-se uma tiragem de 500 exemplares numerados e rubricados : Nº 410".
"Incunábulo português impresso em Lisboa pelo Alemão Valentim Fernandes da Morávia, entre os anos de 1496 e 1500. Atribui-se a autoria desta obra a Johannes Jacobi, talvez catalão. A tradução portuguesa pertence a Frei Luís de Ras, provincial dos Claustrais." (da nota bibliográfica)
Bom exemplar.
Invulgar.
25€

25 agosto, 2011

WALLRAFF, Günter - A DESCOBERTA DE UMA CONSPIRAÇÃO. A Acção Spínola. Colaboração de Hella Schulemberger. Tradução de R. M. Peixoto. Amadora, Livraria Bertrand, S.A.R.L., [1976]. In-8.º (21,5cm) de 244 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
A Descoberta de Uma Conspiração "não se trata de uma obra de ficção, embora tudo isto pareça incrível. É uma obra documental - como quase toda a obra de Wallraff - mostrando até que ponto a direita reaccionária não hesita nos meios para atingir os seus fins. A pessoa humana não conta."
(Apresentação do editor)
Hans-Günter Wallraff (n. 1942) é um jornalista de investigação alemão.
Invulgar.
Excelente exemplar.
10€
Reservado

24 agosto, 2011

MARÇAL, Rafael - SOMBRAS DO PASSADO (Narrativas Históricas). Lisboa, [s.n. Dep. Portugália Editora], 1946. In-8º (21cm) de 319, [8] p. ; il. ; B.
Capa e desenhos do artista Borges Correia (Zeco).
Ilustrado com belíssimos desenhos de página inteira.
Obra de cariz histórico-patriótico contém, na sua maior parte, quadros da História de Portugal, incluindo pequenas biografias de alguns dos nossos monarcas.
Bom exemplar.
Curioso.
15€
MORAZÉ, Charles - OS BURGUESES À CONQUISTA DO MUNDO : 1780-1895. Cartografia de Jacques Bertin ; Tradução de Maria Antonieta Magalhães Godinho ; [Prefácio por Fernand Braudel]. Lisboa-Rio de Janeiro, Edições Cosmos, 1965. In-8º grd. (24cm) de 574, [1], [40] p. il. ; E. Col. Rumos do Mundo, XII.
"Ilustram esta obra 8 extra-textos a cores e 32 a dois tons, além de 42 mapas. A bibliografia, os Quadros cronológicos, um Glossário (acrescentado na edição portuguesa) e Índices remissivos transformam em eficiente ferramenta de trabalho este livro aliciante pela sua ambição intelectual, pela vivacidade de estilo, pela penetrante inteligência aberta à inquietações fundamentais do homem.
Num esquema original de cortes em vários momentos desse prodigioso século XIX, tão vasta e profundamente criador, Morazé apresenta-nos a instalação da burguesia ao leme dos rumos da humanidade e a marca de civilização burguesa sobre o globo inteiro." (da apresentação da obra pelos editores)
Encadernação editorial inteira de percalina vermelha com dourados e sobrecapa policromada.
Bom exemplar.
20€

23 agosto, 2011

VAZ, Fernando Henriques - A NATALIDADE COIMBRÃ DE D. AFONSO HENRIQUES. 2ª Edição. Conferência (realizada na «Sociedade de Geeografia de Lisboa» a 2-VI-1952 e repetida no Salão Nobre da «União de Grémios de Lojistas de Coimbra», a 17-I-1954 a convite e expensas de «António de Coimbra» e «Casa do Distrito de Coimbra», sempre com o patrocínio superior da «Casa das Beiras»). [S.l.], [s.n. - imp. Imprensa Artística, Lda-Lisboa], 1962. In-8º (19,5cm) de 74, [2] p. ; B.
Valorizado por dedicatória autógrafa do autor.
Interessante estudo sobre a naturalidade do nosso 1º rei - D. Afonso Henriques - que contraria a versão históricamente aceite que a atribui a Guimarães.
Exemplar brochado com badanas; apresenta rasgão na capa anterior sem perda de papel; inscrições a esferográfica na página que apresenta as outras obras do autor.
Apreciado.
10€
PINTO, Silva - O RISO AMARELLO : POLITICOS, IMPOLITICOS E OUTROS. Lisboa, Livraria de A. M. Pereira-Editor, 1897- In-8 peq. (12,5cm) de [10], 413, [4] p. ; E.
1ª [e única] edição.
Curioso conjunto de crónicas da vida pública portuguesa - social e política - do final do século XIX.
António José da Silva Pinto (1848-1911) "Foi um crítico literário, ensaísta, dramaturgo e romancista português, da segunda metade do século XIX. Foi um dos principais doutrinadores do Realismo-Naturalismo, privilegiando a estética de Balzac, de cuja obra foi tradutor e grande admirador, e a crítica de Gustavo Planche. Depois de uma passagem pelo colégio de jesuítas de Campolide, começa a trabalhar como ajudante de despachante de alfândega. A partir de 1872, dedica-se ao jornalismo, estreando-se como colaborador no jornal O Trabalho e fundando, juntamente com Magalhães Lima, Gomes Leal, Guilherme de Azevedo e Luciano Cordeiro, a revista literária O Espetro de Juvenal. Ao longo da sua vida, deixará uma imensa colaboração dispersa por periódicos como O Ocidente, Jornal da Tarde, A Atualidade, A Voz do Povo, Revista do Norte e Revista Literária, parte da qual foi posteriormente recolhida nos três volumes dos Combates e Críticas. Em Espanha, combate ao lado dos republicanos contra os carlistas. Depois de uma estada de dois anos no Brasil, regressa a Portugal." (in infopedia)
Encadernação em meia de pele com ferros a ouro na lombada em bom estado de conservação; apresenta algum desgaste superficial na cartonagem, nos cantos e no topo e base da lombada; conserva as guardas originais.
Bom exemplar.
Raro.
35€
Reservado

22 agosto, 2011

MARTINS, J. P. Oliveira - CAMÕES, OS LUSIADAS E A RENASCENÇA EM PORTUGAL. Por... Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron, 1891. In-8.º (18,5cm) de XII, 324 p. ; E.
1.ª edição.
Apreciada edição original de um dos mais importantes estudos de Oliveira Martins.
"N'este acabar de seculo, repito, por tantos lados similhante ao fim funebre do seculo XVI, quando morreram Camões e Portugal, o vivo desejo da minha alma é que, se effectivamente está morta a esperança inteira e temos da abandonar a idéa de voltarmos a ser alguem digno de nome vivo sobre a terra, este livro seja como um ramo de goivos deposto no altar do poeta que, morrendo com a patria, lhe cantou o glorioso passado, legando-nos o testamento de um futuro não cumprido."
(excerto do prólogo)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Trabalho de traça junto à lombada; discreta assinatura de posse coeva nas f. rosto e anterrosto.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível
PEREIRA, Pedro Theotonio - MEMÓRIAS. Postos em que servi e algumas recordações pessoais. Volume I [Volume II. Prefácio de Marcello Caetano]. [S.l.], Verbo, 1972-1973. 2 vols in-8.º (21 cm) de 345, [2] p. e 234, [1] ; il. ; E.
1.ª edição.
Ilustrada com fotografias intercaladas no texto.
Pedro Teotónio Pereira (1902-1972). "Destacado político e diplomata do Estado Novo, foi dos grandes obreiros das estruturas do regime, ocupando logo em 1933 a pasta das Corporações e Previdência Social, que deixou em 1936 para assumir o cargo de ministro do Comércio e Indústria. Foi ainda ministro da Presidência de 1958 a 1961. Desempenhou missões diplomáticas de grande importância, tendo um papel de relevo na negociação do Pacto Ibérico e sendo embaixador, entre 1938 e 1963, em Espanha, no Brasil, nos Estados Unidos da América e no Reino Unido. Foi também administrador da Fundação Calouste Gulbenkian."
(Fonte: Infopédia)
No desempenho das suas funções diplomáticas nos EUA foi o responsável pela contratação de Alan Villiers - homem do mar e respeitado jornalista -, para escrever sobre a pesca portuguesa do bacalhau. A Campanha do Argus (em livro e em filme) foi o resultado dessa colaboração, e uma das mais bem conseguidas acções propagandísticas do regime.
Encadernações editoriais em tela com ferros gravados a ouro na lombada.
Excelentes exemplares.
Obra invulgar e apreciada.
50€
TORGA, Miguel - CÂNTICO DO HOMEM : Poesia. Coimbra, [Coimbra Editora, L.da], 1950. In-8º (19cm) de 86,[1] p. ; B.
1ª Edição.
"Cântico do Homem corresponde, no conjunto da obra poética de Miguel Torga, a uma das coletâneas onde mais nítida se ouve a razão histórica que dita a revolta de um autor que, inflexível na resistência contra tudo o que representasse cerceamento da liberdade humana, vinha sofrendo, sobretudo desde a segunda metade da década de 40, sucessivas repressões à sua liberdade pessoal, profissional e literária" (infopedia.pt)
Bom exemplar; Capas apresentam manchas de acidez.
Invulgar.
35€

21 agosto, 2011

LO GATTO, Etttore - HISTÓRIA DA LITERATURA RUSSA. Tradução, Prefácio e Notas de João Pedro de Andrade. Lisboa, Editorial Estúdios Cor, Lda, 1959. In-8º grd. (25cm) de 453, [10] p. ; [71] p. il. ; il. ; E.  Col. História Ilustrada das Grandes Literaturas, V.
Vinhetas desenhadas por Fernando Azevedo; Orientação Gráfica de Manuel Correia.
Ilustrada com 71 gravuras a p.b. e cores intercaladas no texto.
1ª Edição.
Obra muito completa, abrange todos os períodos da literatura russa, desde a Literatura Antiga e Medieval ao Neo-Realismo, contendo biografias dos grandes vultos da literatura russa, entre outros: Pushkine, Lermontov, Gogol, Turguenev, Dostoiévski, Tolstoi, Tchekov, Gorky.
Belíssima edição de grande qualidade gráfica muito ilustrada no texto e em extratexto.
Encadernação em sintético com lombada e cantos em pele com título e autor a ouro sobre rótulo negro; s/ guardas de brochura.
Bom exemplar.
Invulgar.
35€

PRAZERES, Fr. Affonso dos – CONSULTAS // ESPIRITUAES, // EM QUE, CONFORME A VERDADEIRA // Theologia Mystica, e Moral, se responde às mais // frequentes duvidas, que ocorrem na // vida do espirito. // OFFERECIDAS A // CHRISTO // CRUCIFICADO // POR // Fr. AFFONSO //   DOS PRAZERES, // Indigno Missionario Apostolico do Seminario de // Varatojo //. LISBOA. Na Officina de MIGUEL MANESCAL DA COSTA, Impressor do Santo Officio. Anno de M.DCC.XLV. Com todas as licenças necessárias. In-8º (20cm) de [18], 452 p. ; E.
Edição original [e única publicada].
Obra fundamental do barroco religioso português.
“Nas Consultas Espirituaes, o discurso visa atingir objectivos semelhantes aos que Aristóteles apontava para o discurso retórico, mas os meios de que se serve para os atingir estão mais de acordo com o domínio da Poética. Como «missionário apostólico», o franciscano Varatojo [Fr. Afonso dos Prazeres] organiza o seu texto em função de uma eficácia que se exerça sobre o leitor (e, ficticiamente, sobre o interlocutor, uma vez que a estrutura da obra é a de Pergunta-Resposta), e que se traduza em comportamentos imediatos de adesão a uma «Verdade» que Fr. Afonso apresenta como única. Esta adesão, contudo, não é de ordem intelectual, mas antes afectiva e emocional. […] Vulnerável face às autoridades profusamente citadas [S. João Clímaco, «mais de vinte Santos Padres», o Padre Alamin e o Padre Taulero], manietado pelo terror da ira divina, o interlocutor das Consultas Espirituaes é ainda colocado perante o quadro horrendo de certos «exempla» que pretendem visualizar a situação dos que resistem à doutrina com que Fr. Afonso lhe quer «penetrar os corações». […] Para inculcar nos seus leitores o medo de, eventualmente, virem a aceitar, credulamente, como divinas, manifestações que mais tarde, virão a revelar-se demoníacas, o autor não hesita em lançar mão de imagens e palavras que suscitam uma imediata repugnância física, garantido, assim, uma adesão imediata e incondicional à sua mensagem. […] Fr. Afonso constrói o seu discurso em torno de uma visão dicotómica do universo em que os princípios inimigos do Bem e do Mal – Deus e o Demónio – se digladiam incessantemente, ocupando a totalidade do espaço existencial do Homem. Esta pequena narrativa poderia servir-nos, ainda, para ilustrar o modo como, nas Consultas Espirituaes, a luta entre Deus e o Demónio é globalizante, obrigando o leitor a optar por um dos campos […] A esta estratégia discursiva posta em prática nas Consultas Espirituaes, chamámos nós uma retórica dos sentidos. […] De qualquer modo, pensamos ter mostrado, com a nossa breve exposição, como este discurso está construído de uma forma que hoje caracterizaríamos como propagandística, na medida em que cerceia a capacidade intelectual do interlocutor e lhe impõe a adesão à mensagem através da exploração de mecanismos irracionais que não lhe dão hipótese de defesa. Mas, mais importante do que estes aspectos, pensamos que o texto de Fr. Afonso dos Prazeres se apresenta como um documento interessante, na medida em que nele se manifesta, ao nível da linguagem e da sua utilização prática, uma concepção do mundo assente na tensão permanente entre elementos opostos, que nos parece ser o aspecto mais característico do período barroco.”
(LUÍS F. DE SÁ FARDILHA, “Uma Retórica dos Sentidos: As Consultas Espirituaes de Fr. Afonso dos Prazeres”, in Actas do I Congresso Internacional do Barroco, Porto, 1991, 303-310)
Encadernação em meia de pele com ferros a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação; apresenta ligeiro desgaste nas margens das pastas e pequena falha de pele na base da lombada; miolo firme; contém páginas atingidas marginalmente por traça no pé da página e à cabeça; assinatura de posse coeva no rosto e outra(?) rasurada.
Raro.
125€

20 agosto, 2011

PIMENTA, Alfredo - A FAÇANHA DE MARTIM MONIZ. Por... Académico titular fundador da Academia Portuguesa de História. Lisboa, Livraria Portugália, 1940. In-8º (22cm) de 21 p. ; B.  Col. Estudos Históricos, XV.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
Interessante opúsculo onde o autor, conhecido historiador e polemista, confirma o feito histórico de Martim Moniz, contrariando (uma vez mais) Alexandre Herculano.
"Tôda a gente sabe que, para Alexandre Herculano, a célebre façanha de Martim Moniz, por ocasião da tomada de Lisboa por D. Afonso I, não passa de leitura infantil" (excerto do 1º parágrafo do texto)
Bom exemplar; capas com manchas de acidez.
Invulgar.
15€
BARRENTO, António Eduardo Queirós Martins - D. AFONSO HENRIQUES : a guerra e os objectivos nacionais. [S.l.], Estado-Maior do Exército : Direcção do Serviço Historico-Militar, 1983. In-8.º (21cm) de 89, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Livro ilustrado no texto com fotogravuras e mapas.
"O tema será tratado em três passos principais: no primeiro esboçaremos o quadro ambiental da época, no que se refere à Penísula, às regiões que a envolvem e à caracterização da guerra; o segundo será uma súmula histórica dos principais acontecimentos do tempo de D. Afonso Henriques, que termina deliberadamente no acto de «formalização» da maioridade do seu sucessor; o terceiro compreende algumas reflexões de carácter estratégico. Além destes três passos, assim como abrimos com estas considerações preliminares do prefácio, fecharemos com umas considerações, onde procuraremos  descrever como evoluíram até ao presente os objectivos nacionais."
(Excerto do do prefácio)
Bom exemplar.
Invulgar.
Indisponível
AS GRANDES POLÉMICAS PORTUGUESAS. [Direcção Literária de Artur Anselmo ; Direcção Artística de Sebastião Rodrigues ; Prefácio de Vitorino Nemésio]. Lisboa, Editorial Verbo, 1964-1967. 2 vol. in-4º (27cm) de XIX, 429, [18] p. e 460, [18] p. ; mto il. ; E.
As Grandes Polémicas Portuguesas do séc. XII ao séc. XX, integram textos de autores de nomeada: Hernãni Cidade, José Vitorino de Pina Martins, Joaquim Veríssimo Serrão, David Mourão-Fereira, João Ameal, Tomás de Figueiredo, Jacinto do Prado Coelho, Moreira das Neves, João Bigotte Chorão, Jaime Nogueira Pinto, entre outros.
Belíssima edição de grande esmero e apuro gráfico impressa em papel de qualidade superior profusamente ilustrada a p.b. e a cores no texto e em colagens.
"O português gosta de ver um bravo, ou mesmo um louco, ao parapeito. A solidão moral de um Eurico, vítima sentimental de uma sociedade em crise de decomposição e seu objector de consciência, fez escola. O próprio Herculano, autor desta ficção, se encarregara de passá-la a situações reais e concretas da polémica. «Profeta» e «presbítero» vestiam a pele do panfletário. Assim, os seus sucessores na polémica civil e pessoal da literatura portuguesa não fizeram mais que carregar os traços e as cores de um tipo linguístico de combate por assim dizer congénito com o modo de ser nacional, que, em tensão pendular entre o lirismo e o sarcasmo, disfarça ou vela uma espécie de amor vital de ingenuidade inumana." (do prefácio)
Encadernações inteiras de pele com ferros a ouro nas pastas anteriores e nas lombadas em excelente estado de conservação.
Bons exemplares.
Edição apreciada e muito procurada.
Indisponível
SIMÕES, João Gaspar - GARRETT : Homenagem do Ateneu Comercial do Porto. Porto, Edição Comemorativa do Primeiro Centenário da Morte do Escritor, 1954. In-8º (20cm) de 270, [2] p. ; B.
Com um fotografia do busto de Garrett existente no átrio da Biblioteca do Ateneu da autoria do escultor Lagoa Henriques.
Conferências proferidas no salão nobre do Ateneu Comercial do Porto nas noites de 1, 4, 7 e 9 de Junho, no ano centenário da morte de Garrett.
Garrett : Quatro Aspectos da sua Personalidade: O Homem Público; O Poeta; O Dramaturgo; O Romancista.
Contém em Apêndice uma resenha, compilação e notas de António Macedo. 
Desta edição tiraram-se mil e duzentos exemplares, que se apresentam numerados de 1 a 1.200 (Nº 292).
Exemplar oferecido pelo Ateneu, assinado por um membro da Direcção e muito valorizado pela assinatura de João Gaspar Simões.
Exemplar brochado; capa de belo efeito com relevo de Garrett ao centro.
Excelente exemplar.
Invulgar.
40€