30 setembro, 2022

CASTRO, Alberto Domingos Pinto de - PROBLEMAS DEONTOLÓGICOS DA MEDICINA ESPACIAL. Dissertação para o acto de licenciatura apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
. [S.l.], [s.n. - Composto e impresso na Tipografia Rocha - Vila Nova de Gaia], 1961. In-4.º (24,5x20 cm) de [12], 56, [17] p. ; C.
1.ª edição. 
"Trabalho realizado nos Serviços de Deontologia Médica sob orientação do Ex.mo Senhor Professor Doutor Luís de Pina".
Interessantíssimo ensaio sobre os aspectos deontológicos a considerar na nova área médica que desponta - a Medicina Espacial.
Estudo publicado em 1961, durante a Guerra Fria, numa época de armamento e competição feroz entre as duas super-potências - EUA e URSS - pela conquista do espaço.
Releve-se, a título de curiosidade, que a presente tese foi submetida a provas no ano em que Yuri Gagarin - o primeiro homem no espaço - efectuou o seu voo inaugural a bordo da nave Vostok, em 12 de Abril de 1961.
Obra rara e muito curiosa, pelo tema em questão e timing da sua apresentação, e pelo facto de tal assunto ter sido desenvolvido por um cidadão nacional, circunstância altamente improvável por não ser Portugal um país com tradições aeroespaciais, muito menos na época. Nada foi possível apurar acerca do livro ou do seu autor por falta de referências, incluindo a Biblioteca Nacional, a não ser a menção da apresentação da tese no Anuário da Universidade do Porto, XV, 1960-61.
Livro impresso em papel encorpado, concebido com esmero e apuro gráfico.
"- Na ânsia, sempre insatisfeita, de desvendar, perante os seus olhos mortais, toda a grandeza da obra da Criação, tem a humanidade dedicado à exploração do Universo, o melhor de séculos de esforço constante. [...]
O progresso científico, tornando cada vez mais próxima a hora em que seres humanos poderão poderão evadir-se da velha Terra, põe à humanidade uma terrível pergunta: qual o comportamento dos primeiros astronautas a como resistirão aos choques emocionais a que têm de ser submetidos? As experiências que, em todo o mundo, estão a ser praticadas e a sua possível contestação trouxeram-nos à lembrança o tema que nos propomos tratar. [...]
O homem na sua constante ânsia de saber, lança-se à conquista do espaço, convencido de que isso o ajudará a viver mais e melhor, fazendo, para isso, estudos profundos e experiências arrojadas sobre o corpo humano, para conhecer as condições de vida que lhe serão impostas, a sua capacidade de adaptação a novos meios, enfim, submete o seu semelhante a tudo o que o seu génio imagina para levar a bom termo o seu grande sonho.
Como diz Toscano Rico: - "Não pode duvidar-se hoje da necessidade imprescindível de uma experimentação racional, como factor decisivo do progresso dos conhecimentos médicos", e neste caso dos conhecimentos gerais do homem. Mas, continua o mesmo autor, " a ânsia da descoberta ou o interesse especulativo da investigação, podem às vezes arrastar a experimentação numa correria desenfreada e torna-se lícito perguntar se não existem limites deontológicos que devam condicioná-la".
Serão exactamente esses limites, aplicados ao caso particular da exploração do espaço, a essência do tema que escolhemos para a nossa dissertação de Licenciatura."
(Excerto da Introdução)
Sumário:
I - Introdução. II - Um velho sonho. III - O Homem e o Espaço. IV - Conclusão. | Bibliografia.
Encadernação cartonada com letras gravadas a negro na pasta anterior.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
75€

29 setembro, 2022

LAVRADOR, José - A REVOLUÇÃO NA ILHA DA MADEIRA.
Depoimento para a historia da politica portugueza
. Rio de Janeiro, Editorial "Alba" Limitada, [193-]. In-8.º (19 cm) de 173, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Monografia sobre a Revolta da Madeira da autoria de José Lavrador, cônsul do Brasil, espectador atento dos acontecimentos que tiveram início na madrugada de 4 de Abril de 1931, e que teve participação de uma força naval ingleza em apoio das forças governamentais.
"Tratou-se de uma revolta popular e militar contra o regime da Ditadura Nacional, em resposta à política económica restritiva imposta por António de Oliveira Salazar, à época desempenhando as funções de Ministro das Finanças. Este é um depoimento que narra os acontecimentos ocorridos na vila de Machico, entre fevereiro e abril de 1931. Dividida em três partes a obra relata os “Acontecimentos”, os “Actos e factos”, e um conjunto de reproduções fotográficas."
(Fonte: https://abm.madeira.gov.pt/revolta/)
Livro ilustrado com um mapa da Madeira e, no final, com 24 fotogravuras relacionadas com os movimentos militares distribuídas por 22 páginas.
"Tendo certa imprensa extrangeira, a proposito dos acontecimentos madeirenses de 1931, avançado então "ligeiro" conceito e "açodada" conclusão, foi pedido o meu depoimento na seguinte carta:
- "Funchal, 20 de Maio de 1931.
Exmo. Senhor Consul do Brasil:
Para prestigio do nome portuguez e mesmo para honra de vencidos e vencedores pedia a V. Excia. me fornecesse os esclarecimentos que se seguem.
Dirijo-me á V. Excia. porque se trata duma pessoa possuidora das mais altas qualidades de espirito, de caracter, de saber e de independencia, pessoa respeitada por vencidos e vencedores, amada por todos e representando uma Nação, que não consideramos extranha, mas sim nossa irmã.
1.º - Os combates que se deram durante o ultimo movimento a que distancia foram do Funchal?
2.º - Foram ou não esses combates que resolveram a rendição?
3.º - Onde desenbarcaram as forças inglezas?
4.º - Qual o fim do referido desembarque?
Creia-me com alto respeito e alta estima, etc.
Alexandre da Cunha Telles, Presidente da Sociedade Portugueza da Cruz Vermelha no Funchal"
(Excerto de Uma Explicação)
Indice:
Uma Explicação. | Primeira Parte: Os Acontecimentos. I - Prodromo do movimento revolucionario. II -  
O levante militar. III - Repercussão. IV - Adhesão e insucesso dos Açores. V - Mediação do Bispo do Funchal. VI - A lucta. Segunda Parte: Actos e factos. (Annexos). [I -V]. Terceira Parte: Documentos historicos. (Annexos). [24 fotogravuras, sendo duas em página inteira].
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Interior correcto. Capas e lombada apresentam restauros com fita gomada.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

28 setembro, 2022

NEGRÃO, Albano – O CARNAVAL DA MORTE: n
ovela. Drama da Guerra 1914-18. Prefácio de Dr. Ramada Curto
. Lisboa, Livraria Minerva, 1933. In-8.º (20 cm) de 281, [7] p. ; C.
1.ª edição.
Capa de Quim, datada de "33".
Romance histórico "contra a guerra" tendo como pano de fundo a Primeira Guerra Mundial, palco que o autor conheceu enquanto combatente do C.E.P., tendo sido aliás, durante o período de serviço, alvo de diversas punições.
Pelo seu carácter antiguerrista, o livro foi proibido de circular pela censura do Estado Novo.
"Aos martires da Grande Guerra, vencedôres e vencidos, à geração de ontem, sacrificada à sanha cruel dos outros homens, a minha homenagem sincera, a solidariedade mais estreita no protesto contra a guerra…"
(Excerto de Aos martires da Grande Guerra)
"Relembrar os mortos e saudar os vivos.
Nove de Abril, heroico e solene, eu te saúdo!
São volvidos quinze anos após aquêle dia em que o meu coração de português sofreu a suprema dôr humana, vendo a sua bandeira-rubra espesinhada pelo inimigo; após aquêle dia que foi, também, o de maior orgulho para a minha alma de combatente, admirando a maneira valorosa como êsse punhado de soldados lusitanos soube encarar o adversario, heroico na derrota, sublime no martirio e grande nêsse Calvario [...]
Nove de Abril! Nove de Abril! És sinónimo de bravura e de morte! Quanta mocidade ardente, quantos corações sonhadores tu deixaste, para sempre, perdidos em terras de França!
Ó sombras! Sombras distantes! Espectros macabros, de dantescos sofrimentos!
Como eu vos recordo!"
(Excerto de Saudação. Aos antigos combatentes da Grande Guerra)
Índice:
[Às mães]. | [Aos martires da Grande Guerra]. | [Saudação. Aos antigos combatentes da Grande Guerra]. | [Prefácio]. | Romance: - As Tragedias do Lar. - O Silêncio da Lei. - Dos Fracos não Reza a História. - Saibam Quantos... - Almas de Lôdo. - S. O. S. - Crimes de Alta Traição. |
Encadernação cartonada do editor policromada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Mancha de humidade discreta junto ao festo, sem prejuízo do texto; carimbo e assinatura de posse na f. rosto e 1ª p. texto.
Raro.
Indisponível

27 setembro, 2022

A REDEMPÇÃO, POEMA EPICO EM SEIS CANTOS, por Um Ecclesiastico do Bispado de Leiria
. Lisboa: Typ. da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, 1842. In-8.º (18 cm) de VII, [1] 161, [7] P. ; B.
1.ª edição.
Poema de índole religiosa publicado anónimo; de acordo com Inocêncio, o seu autor foi o Padre António dos Santos Rino, presbítero secular, natural da Batalha - Leiria.
"Tendo eu feito, já h tempo, este pequeno Poema, e não me atrevendo a publica-lo, por não confiar em mim; por um amigo consegui, que o visse, e examinasse um sabio, cujo voto para mim he de tanto peso, e tão decisivo, que não posso resistir ás expressões, que faz no Parecer, que vai junto; porque conheço o seu caracter nobre, honrado, e incapaz de adular, principalmente não assignando elle o mesmo Parecer, e talvez ignorando, que eu sei de quem he..."
(Excerto da Advertencia)
"Pela segunda vez seja dada opinião sobre materia, que transcende meus apoucados conhecimentos; seja assim, já que tanto de mim se exige.
O Poema = A Redempção = que por esta vez tornei a ler, corrigido, e retocado pelo seu A., excitou em mim mui vivo prazer, por ver uma Peça Epica, a qual se pode dizer, que as feições mais prominentes de tal genero de litteratura se acham alli bem desempenhadas. Seu A. modestamente lhe pretende negar o titulo de épico, pelas razões expendidas na sua Prefação.; porém he nimio encolhimento faltar a um adjectivo, que exprime a cousa em toda a sua inteireza. [...]
He necessrio depôr uma consciencia timorata, e todos os respeitos puramente humanos, quando motivos incomparavelmente superiores nos clamam do fundo d'alma a pratica de uma incontestavel virtude. O Poema = A Redempção = serrá, dado á luz, um conforto, uma consolação em o nosso seculo de vicios e loucuras; deverá fazer aviventar em almas ainda não de todo damnadas, a pratica de virtudes religiosas, e com ellas, a reconstrucção da sociedade, que vai perdida, se Deus não lhe acode!"
(Excerto do Parecer)

"Do estado da innocencia decahido
Adão com toda a estirpe he condemnado:
He por isso o Messias promettido,
Por quem o mundo seja resgatado.
Tem seculos quarenta decorrido,
Sem que inda apparecesse o Desejado:
Ateque findo o praso ás profecias,
Da Virgem de Judá nasce o Messias."

(Canto Primeiro - Argumento)

P. Antonio dos Sanctos Rino (1779-1849)."Presbytero secular, n. em Março em 1779 na Rebolaria, aldêa nas visinhanças da villa da Batalha, districto de Leiria. Foram seus paes Antonio Ferreira, e Maria Ignacia Rino. Provido em 1805 na cadeira de Professor de Grammatica Latina da villa da Batalha, que regeu até o mez de Janeiro de 1834, em que foi suspenso do seu exercicio, sendo a mesma cadeira extincta pouco depois. Este, e outros desgostos provenientes das vicissitudes politicas, o lançaram nos ultimos annos em um estado de melancolia, e abatimento, que progressivamente se aggravaram, até que faleceu em 8 de Março de 1849, deixando aos seus amigos gratas recordações de seu saber e probidade.
A Redempção; Poema epico em seis cantos. Por um Ecclesiastico do Bispado de Leiria. Lisboa na Typ. da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis 1842. 12.º de 161 pag. - Copnsta de seis cantos em outava rima. - Este poema, escripto por seu auctor, segundo parece já depois de 1834, e fructo do ocio forçado a que o reduziram, resente-se talvez d'essa circumnstancia, e não admira que a par de algumas bellezas apresente tambem graves defeitos, de composição e execução; defeitos alias desculpaveis, se attendermos ao estado do seu espirito, que poucas forças lhe deixava para tractar com a dignidade e alteza que era mister, um assumpto de tal transcendencia, para que apenas bastou o genio immortal de um Klopstock. Todavia consta que, docil ás advertencias e reparos que se lhe fizeram, elle tractava de corrigir e limar esta sua obra, tendo já feito bons avanços para a reimpressão que se propunha fazer, e que a morte o impossibilitou de realisar."
(Inocêncio, V. 1 - p. 266)
Exemplar desencadernado, em razoável estado de conservação. Mancha de humidade desvanecida transversal a toda a obra. F. rosto apresenta pequena falha de papel no canto sup. esquerdo. Sem capas. Deve ser encadernado.
Raro.
45€

26 setembro, 2022

ESBOCETO HISTORICO DA VENERANDA IMAGEM DO SENHOR JESUS DOS PASSOS DA GRAÇA E TEMPLO DA MESMA INVOCAÇÃO.
Acompanhado das inscripções dos quadros existentes na parte inferior da capella em que a mesma imagem se venera, e que por grande numero de fieis lhe foram offerecidos, commemorando mercês recebidas, bem como a descripção de alfaias, paramentos, ceremonias, origem da irmandade, etc. [Acompanhado de um parecer do Illm.º e Exm.º Sr. D. José de Lacerda, Dignissimo Deão da Sé Patriarchal de Lisboa, etc., e de um certificado do Reverendo Prior da Graça, o Illm.º sr. João Augusto Baptista Machado]
. Lisboa, Typographia Lisbonnense, 1874. In-8.º (18 cm) de 94, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Interessante subsídio para a história da veneração do povo de Lisboa à imagem do Senhor Jesus dos Passos, a respectiva procissão organizada pela Real Irmandade do Senhor dos Passos da Graça, com sede na Igreja de Graça, em Lisboa (desde 1586), e tudo o que está relacionado com o culto.
Livro ilustrado extra-texto com uma estampa: "Verdadeiro retrato da Veneranda Imagem do Senhor Jesus dos Passos da Graça".
"A muita devoção do povo de Lisboa para com a Sacrosanta e Veneranda Imagem do Senhor Jesus dos Passos da Graça, levou-nos a colligir tudo quanto houvesse de mais notavel na tradicção escripta e oral. [...]
Cremos fazer um serviço á piedade dos fieis, e á Irmandade, que dirige com tanto afan e cuidado o culto de tão digna Imagem, afervorando d'este modo uma tão justa evoção."
(Excerto de Aos Leitores, pel'Os Editores)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas cansadas, com manchas, pequenos defeitos e falhas de papel marginais. Interior correcto.
Invulgar.
Com interesse histórico e religioso.
15€

25 setembro, 2022

HIRE, Jean de la - O HOMEM-PEIXE.
Grande romance inedito d'aventuras e d'amor. Versão de João d'Oliveira. Volume I [Volume II]
. Paris : Lisboa, Livraria Aillaud e Bertrand : Aillaud, Alves & C.ª - Rio de Janeiro : S. Paulo : Belo Horizonte, Livraria Francisco Alves, [190-]. 2 vols in-8.º (20,5 cm) de 201, [1] p. (I) e 188 p. (II) ; B.
1.ª edição.
Capa de Moraes. (Alfredo de Morais (1872-1971)).
Curioso romance de ficção científica, sem data, publicado em Lisboa no início do século XX.
"Estamos na parte occidental do Mediterraneo, na pequena ilha de Cabrera, pertencente ao archipelago das Baleares.
São sete horas d'uma tarde de dezembro.
A custo se distingue o vulto esbranquiçado d'uma casa, de cujas duas janellas saem jactos de luz que rasgam as trevas já densas. As vagas alterosas assaltam com furia o rochedo em que assenta aquella casa. A ventania silva lugubremente nas anfractuosidades da penedia...
Em torno da casa, pela ilhota fragosa e selvagem, estendia-se o deserto no meio d'esse outro deserto ainda mais horivel, o mar revolvido pela borasca.
De subito, por entre o estrondear dos vagalhões e do vento, ouviu-se um tiro.
E no mesmo instante um homem, tendo na mão um revolver fumegante, saiu da escuridão mysteriosa e parou defronte da casa, banhado pela facha luminosa que irrompia d'uma das janellas.
Cobria-o uma capa negra e tinha o rosto completamente escondido n'um capuz."
(Excerto do Prologo - Moysetta e a criança sem nome)
"[...] - Precisamos d'um rapaz! Era eu então parocho d'uma pequena aldeia do sul da França. Entre as penitentes que se ajoelhavam deante do meu coneffionario havia uma menina que fôra vergonhosamente seduzida por um estudante da visinha cidade de quem jàmais soube o nome e que desapparecera. A miseria, que pertencia a uma rica familia burguesa, temi a deshonra. Prometti salval-a com a condição de me ceder a criança á nascença, e de nunca mais pensar n'ella... Não era ainda mãe; d'ahi o seu consentimento. Empregando razões d'ordem religiosa convenci os paes d'essa menina a internal-a por cinco mezes n'um convento, cuja superiora me era dedicada. Deu á luz um rapaz e voltou para a familia com a honra salva... Enlouquecendo em seguida desappareceu... Levei a criança e entreguei-a a Oxus.
Severac estremeceu e deitou a Oxus um olhar e admirativo espanto; mas o sabio com os olhos sempre cerrados, tinha a pallidez, a impassibilidade, a immobilidade do marmore. E de novo se ouviu a voz de Fulbert.
- Oxus recebeu o rapaz. Por processos por elle inventados, fel-o cair em catalepsia, abriu-lhe o corpo, adaptou-lhe as guelras e todo o apparelho respiratorio d'um pequeno tubarão vivo e durante dois compridos annos, minuto a minuto, seguiu a progressão d'aquelle enxerto homo-animal... Aos dois annos e um mez reconheceu-se que a criança modificada, a criança-peixe o Hictaner, podia indifferentemente viver na agua e em terra, esde que a estada fóra do elemento liquido não excedesse uma duração continua no maximo de quarenta e oito horas. Assim, era mais aquatico que terrestre... Tinhamos o que necessitavamos..."
(Excerto do Cap. II - O Desconhecido e Moysetta)
Jean de La Hire (pseud. do Conde Adolphe d'Espie) (1878-1956). Foi um prolífico escritor francês. Autor de romances de aventuras, dedicou-se sobretudo ao género fantástico e à ficção científica.
Exemplares brochados em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos marginais.
Raro conjunto.
50€

24 setembro, 2022

VASCONCELLOS
(Mariotte), Amadeu de - A AEROSTAÇÃO. Actualidades Scientificas - III
. Porto, Editado pela Livraria Portuense de Lopes & C.ª - Successor, 1908. In-8.º (18 cm) de 146, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante contributo científico - para a época - da conquista do ar.
Livro ilustrado com 47 gravuras ao longo do livro, composto por alguns (poucos) desenhos, mapas e fotogravuras de balões e dirigíveis, sendo algumas delas em página inteira.
"O homem não se contenta com ser elevado ás altas regiões da atmosphera com fins scientificos ou meramente sportivos. Apenas conseguiu devassar os ares, logo reconheceu que a sua conquista não seria absoluta emquanto não deixasse de ser um joguete dos ventos entro do oceano aereo e não podesse atravessa-lo em todas as direcções desejadas. É por isso que o problema da dirigibilidade dos aerostatos é tão antigo como os proprios balões."
(Excerto do Cap. V - Balões dirigiveis)
Matérias:
I - Os primordios da aerostação. II - Balões esphericos. III - Aerostação militar e aerostação scientifica. IV - Navegação aero-maritima e sport aerostatico. V - Balões dirigiveis.
Amadeu de Vasconcelos (pseud. Mariotte) (1879-1952). "Numa época em que ainda persistia a ideia da incompatibilidade entre a religião e a ciência, o padre portuense Amadeu Cerqueira de Vasconcelos (1878-1952) foi capaz de conciliar as actividades de divulgador científico com as de apologista do catolicismo, lutando assim contra “a apregoada antinomia entre a sciencia e a fé”.
Amadeu de Vasconcelos viveu longos períodos da sua vida em Paris e aí escreveu e publicou vários dos seus livros e artigos - em Português e Francês - em prol da ciência, contra a maçonaria e a favor do catolicismo e de um nacionalismo original. Para além de um escritor prolífico, O padre Amadeu de Vasconcelos foi crítico severo da sociedade civil e eclesiástica do seu tempo.
No Porto, teve acesas polémicas com as autoridades episcopais, os professores do seminário, o secretário do bispo e o próprio bispo. As agressões verbais e escritas chegaram a tal ponto que o secretário episcopal o padre Manuel Pereira Lopes ─ um jovem arrogante e pedante, acabado de regressar de Roma com um doutoramento em Teologia - prometeu ajustar contas com o incómodo padre ameaçando “partir-lhe a cara em plena rua”. A ameaça, prometida e muito anunciada, concretizou-se no dia 2 de Julho de 1907. O próprio bispo D. António Barroso rematou a agressão física com uma agressão moral: “uma pena de suspensão de 30 dias”, que foi muito criticada nos jornais da época e que reforçou o sentimento anti-clerical que então existia no Porto e em quase todo o país. O padre Amadeu de Vasconcelos não se resignou com tais humilhações, como o demonstram os vários artigos, que publicou na imprensa, e os manuscritos, que tencionava publicar em 1908 e nos quais revela dramaticamente a sua revolta contra o “cynismo” do bispo e o “pedantismo” do seu secretário “bruta-montes”.
Muitos foram os assuntos que abordou na sua extensa obra escrita. Publicou livros de crítica social, política, filosófica e religiosa."
(Fonte: http://oholoscopio.blogspot.com/2007/08/o-padre-amadeu-de-vasconcelos-mariotte.html)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, manchadas, com defeitos e pequenas falhas de papel. Com falta última página de texto.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e aeronáutico.
Indisponível

23 setembro, 2022

PINA, Luís da Câmara - DEVER DE PORTUGAL PARA COM AS COMUNIDADES LUSÍADAS DA AMÉRICA DO NORTE. Lisboa, [s.n. - imp. Atelieres Gráficos Bertrand (Irmãos), L.da, Lisboa], 1945. In-4.º (24 cm) de 73, [5] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Com uma carta-prefácio de Sua Eminência o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa.
Obra ilustrada com quadros e tabelas ao longo do texto.
"Sem estudar o pormenor da instalação dos primeiros portugueses na América do Norte e sem remontar aos grande navegadores, aos soldados e marinheiros da época dos Descobrimentos, é ponto assente que em 1654 já existiam núcleos lusíadas em New Amsterdam - hoje chamada New York.
Poucos a princípio, atraídos pela aventura ou pela riqueza, foram aumentando durante os séculos XVII e XVIII com pescadores que os azares da pesca afastavam das ilhas do Atlântico, principalmente dos Açores e da Madeira, e a perspectiva de vida melhor fixava na costa ocidental do continente americano."
(Excerto do Cap. I... Valor demográfico)
Índice:
I - Valor das Comunidades Lusíadas da América do Norte: 1) Valor demográfico; 2) Valor económico; 3) Valor religioso. II - Missão das Comunidades Lusíadas da América do Norte: 1) Conservação do Sentimento Português; 2) Expansão da Língua Portuguesa. III - Dever de Portugal. IV - Conclusões.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
10€

22 setembro, 2022

FERREIRA, I. Emerson - O VALOR DAS NAÇÕES
. Paris-Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand, 1918. In-8.º (19,5 cm) de 110, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Projecto de estudo sobre as nações envolvidas na Grande Guerra, sob o ponto de vista histórico e da organização económica e social, administrativa, política e legislativa. Publicado durante o conflito, apenas este volume - dedicado aos EUA e à Alemanha - veio a lume.
Livro ilustrado com quadros e tabelas estatísticas.
"Esta pequena serie de Resumos Historicos ou antes Estatisticos, dados em quatro pequenos volumes, de dois ou trez paizes em cada um, é escripta sem pretensões litterarias, e são publicados por que estamos convencidos de que serão uteis como notas estatisticas, a todos que escrevem para o publico. A guerra, que, ha quasi quatro annos, tem envolvido e victimado a maior parte das nações do mundo, tem despertado, em muita gente que, antes, com o resto do mundo pouco se importava, o desejo de colher informações sobre as nações tanto de um lado como do outro do conflicto."
(Excerto de Uma introducção para o publico)
Camillo Castello Branco, ao escrever o Discurso preliminar ás suas «Memorias do carcere», principia por pedir ao leitor que o não julgue immodesto em querer ligar ao seu trabalho grande importancia - com um introito empavezado. Este prefacio é só e simplesmente uma pequena exposição das razões que teve o auctor para dar no seu modesto trabalho estatistico: Valor das Nações, o primeiro logar aos Estados Unidos da America, nada mais.
Nenhum paiz no mundo é tão pouco conhecido e tão mal comprehendido na Europa e especialmente em Portugal como a grande confederação norte-americana. [...]
Até certo ponto entende-se a razão d'esta ignorancia; antes de 1912, pouca gente europeia se lembrava de ir viajar para a America."
(Excerto de Um pequeno prefacio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse para a bibliografia WW1.
25€
Reservado

21 setembro, 2022

DARBOY - VIDA DA VIRGEM MARIA.
Por... Arcebispo de Paris. Traducção de João de Deus. Nova edição. Correcta e acrescentada
. Lisboa : Porto, Livraria Catholica, MDCCCLXXV [1875]. In-8.º (15 cm) de 101, [3] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição popular.
Interessante biografia mariana traduzida pelo poeta João de Deus.
Ilustrada com uma gravura muito bela da Virgem em extra-texto.
"A Vida da Virgem Maria é a corôa de uma serie de quadros historicos, onde o sabio e virtuoso Barboy, arcebispo de Paris e martir da Communa, desenhou admiravelmente as heroinas da Biblia. [...]
A nossa traducção foi primeiro luxuosamente editada pela casa Rolland: mas a naturesa da obra, e o bom acolhimento que alcançou estava pedindo uma edição poplular, que a Livraria Catholica, no espirito da sua instituição, se incumbiu de fazer."
(Excerto do Prologo)
Indice:
Prologo. | I - Oração de Margarida. II - Pensamento d'um protestante. III - Virgem Mãe. IV - Mãe do Céo. V - A Conceição de Maria. VI - Essa é a Virgem Mãe. VII - Stabat Mater, VIII - A Mulher mais celebre. | Virgem Maria.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Cansado. Capas frágeis, algo sujas, com falha de papel no canto inferior direito da contracapa.
Raro.
Indisponível

20 setembro, 2022

GORDON, Dan - WYATT EARP. Romance de… Baseado no argumento de Dan Gordon e Lawrence Kasdan. Lisboa, Temas da Actualidade, [1994]. In-8.º (22 cm) de [10], 243, [3] p. ; B. Col. Romance Contemporâneo Planeta, 2
1.ª edição.
Fotografia da capa: Ben Glass.
Biografia de Wyatt Earp, mítico xerife do wild west americano.
"Nos anos oitenta do século passado, um vasto território começava a abrir-se a Oeste da América para os homens e mulheres com vontade de o reclamar para si. Wyatt Earp e os seus irmãos eram a essência desses corajosos pioneiros apostados em fazer fortuna numa terra jovem e sem lei. Mas algures ao longo do caminho, a vida transformou-os: os seus desejos e os seus princípios tornaram-se diferentes. E Wyatt Earp, um homem de lei que conseguira ganhar respeito num raio de muitos quilómetros, tornou-se um homem cujo nome inspirava medo e ódio.
Era um herói ou um homem obcecado pela vingança? Wyatt Earp tornou o Oeste mais seguro para todos os que vieram a seguir, ou estava apenas a cumprir a sua própria vingança a coberto da lei? A história de Earp tornou-se lenda – mas por detrás da longa sombra da lenda estava um homem… um homem cuja vida acompanhou lado a lado as mudanças de uma nação inteira e o fim de um modo de vida. Durante os anos de vida de Earp, o Oeste americano nasceu, cresceu e lutou para se tornar parte da grande nação americana. E um rapazinho tornou-se um homem inesquecível…"
(Apresentação)
Índice:
I – Dodge City. II – Tombstone. III – Deserto. | Post-scriptum.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

18 setembro, 2022

SEIA : Santuários do Concelho
. [S.l.], Município de Seia, [2006?]. In-8.º (20 cm) de 24 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Capa: Júlio Saraiva.
Curioso roteiro nos monumentos religiosos mais representativos do concelho de Seia - Serra da Estrela.
Livro muitíssimo ilustrado com fotografias a cores dos Santuários, bem como da arte sacra relevante - pintura e escultura - que integra o espólio dos monumentos em causa.
Tiragem limitada a 500 exemplares.
"Os Santuários, locais onde se verificavam manifestações divinas, foram recolhendo, ao longo dos anos, inúmeras obras, sendo umas de cariz popular e outras, obras primas da arte sacra. Os habitantes das localidades onde esses templos estão localizados guardaram-nas religiosamente, tendo-se transformado alguns em autênticos museus. [...]
Recolheram-se lendas, ouviram-se pessoas que rebuscaram no fundo da sua memória histórias que nos ajudaram a compreender o quanto os Santuários são importantes na vida das populações."
(Excerto do texto)
Santuários:
Santa Eufêmia - Paranhos da Beira. | Nossa Senhora de Fátima - Vodra. | Santa Eufêmia - Sazes da Beira. | São Sebastião - Santa Marinha. | Nossa Senhora da Ribeira - Folhadosa. | Nossa Senhora do Desterro - São Romão. | Santa Eufêmia - São Martinho. | Nossa Senhora da Lomba - Pinhanços. | Nossa Senhora do Espinheiro - Póvoa Velha. | Nossa Senhora da Saúde - Valezim. | Nossa Senhora da Guia - Loriga.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Sem registo na BNP.
Indisponível

17 setembro, 2022

ANTUNES, João - AS ORIGENS DO CHRISTIANISMO E O RACIONALISMO CONTEMPORANEO.
(Esboço de crítica positiva. Notas e commentarios)
. Porto, Typ. da Emprêsa Litteraria e Typographica, 1911. In-8.º (19 cm) de 127, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante ensaio filosófico, sendo esta a primeira obra do autor.
"Hoje, como sempre, os conflictos de tendencias inttelectuaes affirmam-se com uma pujança intensa. As religiões cáem. Ouve-se o ruido confuso do bloco demolidor da critica e as constricções violentas dos systemas theogonicos, que o homem fez. A crise mental penetrou e corroe todo o corpo de doutrina. As vagas alterosas da descrença, em procella forte, conclamam em grita que «os deuses se vão.»
Esta affirmação concretisa um facto. As gerações primevas da humanidade tinham uma fé suave, tranquila e forte. Desdobraram-se as gerações e povoaram o orbe. Esse germe fecundo, que no povo judaico, segundo a Revelação christã, se encorporou, tendo por directriz psychica os elementos dynamicos da Inspiração, nas outras raças que impellidas por motivos mesologicos foram para longes terras, deturpou-se através dos tempos e através da consciencia. A consciencia, porém, não reagiu; esses corpos de doutrina formavam-se autonomamente."
(Excerto do Cap. I - Conflicto de tendencias)
Indice:
I - Conflicto de tendencias. II - Historicidade das origens do Christianismo. III - Jesus-Christo na Historia. IV - A Divindade de Christo. V - Os Evangelhos. VI - A primitividade christã (synchronismos). VII - A primitividade christã (continuação). VIII - Tres seculos de Christianismo nascente (synthese historica). IX - A Historia atravez da Historia. X - Reivindicações. XI - Prismas philosophicos. XII - A obra social do Christianismo. XIII - O Modernismo (conclusão.).
João Antunes (1885-1956). "Escreveu com rara inteligência, um conjunto apreciável de artigos (em revistas) e livros, sobre "conhecimentos que pela sua natureza se não devem vulgarizar". Trata-se, evidentemente, de temas ligados ao ocultismo (na sua versão primitiva, via Papus), cabalismo, esoterismo, teosofia, martinismo, teurgia, templarismo, maçonaria, carbonarismo, etc. Mas foi, particularmente, um grande mentor do pensamento teosófico, quando este estava ainda (por cá) no seu começo, tendo sido um dos fundadores (e primeiro presidente: até 1924?) da Sociedade Teosófica de Portugal [STP], nascida em 1921 [juntamente com Silva Júnior (secretário-geral e presidente a partir de 1924?), Oscar Garção, Berta Garção, Francisco Esteves da Fonseca, Artur Nascimento Nunes, Domingos Costa, Maria O'Neill].
João Antunes conhece, estuda e divulga os grandes iniciados, de Hermes Trismegisto aos pitagóricos e mestres gnósticos, passando por Besant, Elifas Levi, Blavatsky, Guaita, Leadbeater, Peladan, Huissmans, G. Encausse (ou Papus, grão-mestre martinista), Saint-Martin, recorre até a Filon, Dante, Leonardo, Goethe. Conhece, portanto, a melhor (e, surpreendentemente, também a mais restrita) da bibliografia iniciática do seu tempo. Ao mesmo tempo convoca para as "ciências malditas" alguns autores ou adeptos lusos, incorporando-os na tradição iniciática portuguesa. Refira-se aos trabalhos feitos (ou às notas expostas) sobre Gil Eanes (ou Rodrigues) de Valadares, Colombo (vários artigos), Camões, D. Francisco Manuel de Melo, Pascoal Martins (ou Martinez de Pasqualys, reorg. do cabalismo maçónico), Padre António Vieira, Visconde Figanière e Morão [um dos primeiros membros da S. Teosófica de Blavatsky e pouco estudado por cá], Leonardo Coimbra, José Teixeira Rego, Ângelo Jorge (da O. Martinista), Sampaio Bruno, Alphum Sair (pseud. de um sócio do Instituto de Coimbra).
Alguma Bibliografia: As origens historicas do Christianismo e o racionalismo contemporâneo, s.d. / O Hipnotismo e a Sugestão, 1912 / Hipnologia Transcendental, 1913 / Oedipus: As Sciencias Malditas, 1914 / O Espiritismo, 1914 / A Teosofia: estudo da filosofia sincrotista, 1915 / A História e a Filosofia do Hermetismo, 1917 / A Maçonaria Iniciática, 1918 / O Livro que mata a morte [de Mário Roso de Luna, em versão port. de J. A.], Ed. Isis, 1921 / O Ocultismo e a Sciencia Contemporânea, 1922."
(Martins, José Manuel - João Antunes : notas e bibliografia, in http://almocrevedaspetas.blogspot.com/2007/02/o-dr.html~)
Exemplar brochado, parcialmente por abrir, em bom estado geral de conservação. Capa algo manchada, com pequena falha de papel no canto inferior dto.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

16 setembro, 2022

CARMO, Dr. Cardoso do - CONTRA A TUBERCULOSE.
(Com 10 gravuras). Prefácio do Prof. Alfredo de Magalhães
. 2.ª Edição : 3.º e 4.º Milhares. Porto, Companhia Portuguesa Editora, L.da, 1927. In-8.º (19 cm) de 100, [2] p. ; [5] f. il. ; [1] f. desdob. ; il. ; B.
Capa de Luís de Pina.
Obra de profilaxia e propaganda anti-tuberculose publicada em época de grande incidência da doença entre nós, e no combate intenso que lhe foi movido.
Ilustrada com desenhos no texto e 6 estampas em separado, sendo uma delas em folha desdobrável.
"Tem por objecto êste opúsculo, tão útil e substancial, como simpaticamente despretensioso, difundir em prosa muito chã e correntia, preceitos, regras e sugestões, que nem por serem extremamente familiares aos profissionais da medicina, deixam de constituir sã doutrina, essencial à educação e à higiene de toda a gente que préza a própria saúde e tem alguma consideração pela saúde pública."
(Excerto do Prefácio)
"Este livro tem a sua razão de ser no verdadeiro flagélo que está sendo a tuberculose entre nós.
A quantidade de doentes tuberculosos e a mortalidade actual são muito elevadas. Segundo os boletins de estatística demográfico-sanitária da cidade do Pôrto, temos, para cada um dos últimos anos, a cifra aproximada de 1.000 falecimentos por tuberculose (pulmonar e outras tuberculoses). Esta cifra, que por várias razões fáceis de compreender não representa senão de longe a grande mortalidade no Pôrto, (sobretudo com o nome de bronquite, congestão pulmonar, pneumonia, bronco-pneumonia, meningite, etc. oculta-se a verdadeira cauda de morte, que póde ser, e é muitas vezes a tuberculose), corresponde à perda de 84 criaturas por cada mês, ou seja aproximadamente 3 pessoas por dia, ou ainda: que de oito em oito horas morre 1 portuense, vítima desta enfermidade, depois de ter semeado à volta dele a miséria e a morte."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Prefácio. | Introdução. | O que é a tuberculose. | Contágio. | A tuberculose é uma doença da infância. | Outras causas. | Predisposição. | Sintômas de início. | Tuberculofobia. | Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos marginais.
Invulgar.
10€

15 setembro, 2022

LIMA, Archer de - PAIXÃO E MORTE DE CAMILLO CASTELLO BRANCO. Romance. Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira : Livraria Editora, 1917. In-8.º (18,5 cm) de 208 p. ; E.
1.ª edição.
Romance sobre o último período da vida de Camilo, ou, nas palavras do autor na homenagem prestada a Silva Pinto - insígne camilianista - que precede o texto, "o romance do romancista da hora tragica da cegueira até ao seu lamentavel fim; encontrando-se com a natureza, com a sua obra e com o amor e a morte, sob a paixão cruciante da Luz".
"- Ana! Ana!
- Que é?! Diz?!... Que tens tu?!... Fala-me!...
- Dá-me luz!
- Mas, meu filho, não vês que é dia. Estás sempre semelhando ter-se apagado o fulgor desses olhos! Para que é isso?... Não queres responder?!... Queres que te leia algum livro?!...
- Não!...
- Porque é esse dessasocego agora?!
E D. Ana Placido tomou a cabeça tragica de Camillo e encostou-a ao peito com meiguice, tendo a sua mão delicada uma fina caricia para esses cabelos que branqueavam, como relatando, historiando, todo um estranho poema de vida que se sumia nas trevas..."
(Excerto do Cap. I)
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
20€

14 setembro, 2022

MAGOS, ASTRÓLOGOS E CABALISTAS. Os livros dos ensinamentos ocultos da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra
. [S.l.], Palácio Nacional de Mafra, 2007. In-8.º (21 cm) de 105, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso catálogo da notável colecção da Biblioteca do Palácio de Mafra, contendo as obras consideradas proibidas, ou relacionadas com Magia, Astrologia e Cabala. Livro com indubitável interesse histórico e bibliográfico.
Obra ilustrada com inúmeras portadas de livros em página inteira.
"A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, situada na ala nascente do Monumento, ao nível do quarto piso, a Livraria ocupa a mais vasta e nobre de todas as alas do edifício com cerca de 85m de comprimento e 9,5m de largura. [...]
A primeira tentativa de sistematização e arrumação deve-se à iniciativa de Frei Joaquim da Conceição, Padre Mestre Bibliotecário, em finais do século XVIII, cuja morte interrompeu a organização da Livraria, só retomada após as invasões francesas em 1809 por Frei João de Sant'Ana. [...]
A diversidade e quantidade de livros é imensa, mas o que nos surpreende ainda hoje é a metodologia, a arrumação sistemática, como que a transposição de um grande espaço para uma enciclopédia."
(Excerto de A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra)
"Fernando Pessoa escreveu que "Império é domínio e pode ser domínio material, domínio intelectual e domínio espiritual. A fórmula profética do Quinto Império é pois aplicável a estes três planos e em cada plano se revelará da mesma maneira."
Esta terá sido a motivação para que D. João V, para que se cumprisse a Profecia de Ezequiel, como se lê no «Oráculo Profético» escrito em 1733 por Anselmo Caetano Castelo Branco, tenha mandado construir o Real Edifício de Mafra "para Corte do Quinto Império de Cristo". Esta nova Cidade de Deus, concebida por João Frederico Ludovice, aluno e protegido da Companhia de Jesus, seria a concretização da implantação de um vasto plano de ensino que permitiria a construção de um Mundo Novo, como anunciara o Padre António Vieira."
(Excerto de Os livros dos ensinamentos ocultos na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra - A Biblioteca)
Índice Geral:
A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra. | Os livros dos ensinamentos ocultos na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra. | Abreviaturas. | Catálogo das Obras. | Índice dos Autores. | Índice de Títulos. | Índice Cronológico. | Índice de Locais de Impressão.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Indisponível

12 setembro, 2022

PEREIRA, Alfredo - OPERAÇÕES E PREPARAÇÕES PHARMACEUTICAS. (Apontamentos para uso dos estudantes de pharmacia). Por... Pharmaceutico pela Escola Medico-Cirurgica do Porto..., etc.
Porto, Typographia Occidental, 1899. In-8.º (21,5 cm) de 144 p. ; B.
1.ª edição.
Interessante manual farmacêutico para elaboração das mais variadas drogas e medicamentos. Nada foi possível apurar acerca do autor desta curiosa obra, para além da informação impressa no frontispício, uma vez que não existem referências ao livro, incluindo na Biblioteca Nacional.
Livro ilustrado com 23 desenhos ao longo do texto.
"A Technica das manipulações pharmaceuticas, por mais que sobre ellas se escreva e diga, só ao laboratorio pertence, isto é, ao laboratorio em que os utensilios e apparelhos necessarios existam e no qual o pharmaceutico em vez de patrão seja professor.
Theoricamente pouco ha, sobre ellas, que dizer. Apenas definições, modo de corrigir as alterações e modo de conservação, as ultimas duas coisas, que em vista das incessantes descobertas da sciencia, unicamente podem utilisar-se. O que á pratica pertence não ha que tirar-lh-o.
Resumindo, pois, n'este pequeno volume o que sobre as preparações pharmaceuticas, mais importantes por generalisadas, de essencial convém conhecer tenho simplesmente em vista auxiliar os praticantes ou ajudantes de pharmacia na comprehensão de que a technica, de per si, não póde ensinar-lhes e ao mesmo tempo preparal-os para o estudo da pharmacia galenica, parte importante do seu exame final.
A inscripção das fórmulas, comprehendidas, por cada manipulação na Pharmacopêa Portugueza, considero-a vantajosa, visto que assim essas formulas se rememoram e mais facilmente se especificam."
(Preâmbulo)
"A pharmacia divide-se em pharmacotechnia e em pharmacologia. A primeira comprehende o estudo das manipulações pharmaceuticas; a segunda o estudo das substancias que entram n'essas manipulações. Arte pela primeira a pharmacia é sciencia pela segunda.
De um modo geral, pois, pharmacia pode dizer-se a arte que ensina a preparar os medicamentos, tendo-se préviamente conhecimento scientifico indispensavel dos simplices que os constituem."
(Excerto de Preliminares)
Exemplar em brochura, revestido por capas simples, lisas, em bom estado de conservação. Carimbo oleográfico e assinatura de posse na f. rosto.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

11 setembro, 2022

BOXER, Major C. R. - ANTONIO COELHO GUERREIRO E AS RELAÇÕES ENTRE MACAU E TIMOR NO COMÊÇO DO SÉCULO XVIII
. [Macau], Escola Tipográfica do Orfanato da Imaculada Conceição de Macau, 1940. In-4.º (26 cm) de [4], 49, [1] p. ; [3] f. il. ; [1] planta desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história de duas antigas províncias orientais portuguesas - Macau e Timor - tendo como denominador comum o governador de Timor António Coelho Guerreiro.
Livro ilustrado com 4 folhas separadas do texto: um fac-símile de um manuscrito autógrafo de António Coelho Guerreiro; duas plantas: Planta da fortaleza da praya de Liphao e Planta da praia de Limpao; uma folha desdobrável (25,5x39 cm) - Planta da costa da China nas vizinhanças de Macau.
No final, em Documentos, vem reproduzida correspondência relevante sobre o assunto.
"Em 1702, António Coelho Guerreiro foi o primeiro governador e capitão geral das ilhas de Timor e Solor que logrou ser empossado e desempenhar as suas funções, na sequência de outros esforços que, desde meados do Século XVII, o Estado da Índia vinha desenvolvendo com o intuito de impor a sua autoridade e controlo nesses domínios. Coelho Guerreiro lançou as bases da administração portuguesa que se manteve sedeada em Lifau até 1769, ano em que, sob a continuada pressão de forças rebeladas, o então governador António José Teles de Meneses decidiu transferir a sede do governo para Dili."
(Fonte: https://run.unl.pt/handle/10362/20751?locale=en)
"Quando da sua nomeação para Governador de Timor, apresentou António Coelho Guerreiro um orçamento mostrando a guarnição e oficialidade, operários mecânicos e outros que considerou serem necessários, juntamente com o cômputo dos seus soldos e ordenados anuais. Pedia naquela ocasião uma tropa com onze Capitães, doze Alferes, 4 Ajudantes, 12 Sargentos, 560 soldados e 60 artilheiros afora pagens e tambores; mas só conseguiu levar consigo, de Goa, uma diminuta companhia de 50 soldados rasos que nem todos passaram além de Macau, onde pôde alistar, com grande trabalho seu, mais 32 homens! A tal estado de penúria e míngua de fôrças tinha chegado o outrora tão rico e populoso Estado da Índia.
A viagem de Coelho Guerreiro de Goa até Macau vem bem descrita na sua carta dando conta dela ao Visorei, e que adiante publicamos. Na mesma carta descreve António Coelho Guerreiro os acontecimento ocorridos durante a sua estada em Macau desde fins de Julho de 1701 até Janeiro de 1702. Descreve como negociou dous barcos para a viagem de Timor (porque a fragata Nª. Sra. das Neves em que passou àquela cidade teve que voltar a Goa), e como preparou munições e mantimentos, mandando fazer arcabuzes, enxadas, machados, marrões, cunhas, serras e "todo o mais aviamento para o oficio de carpinteiros", e almofarizes para limpar salitre e enxofre e fazer pólvora; não se esquecendo também de arranjar 200 picos de arroz "para levar consigo por não entrar logo naquelas ilhas pedindo esmola em tempo que se achão faltas desse mantimento"."
(Excerto do estudo)
Charles Ralph Boxer (Sandown, ilha de Wight, 1904 - St. Albans, Hertfordshire, 2000). "Foi um historiador britânico, notável conhecedor da história colonial portuguesa e holandesa.
Filho do coronel Hugh Boxer e de sua esposa Jane Patterson, Charles Boxer foi educado no Wellington College e no Royal Military College, em Sandhurst. Tenente no Regimento do Lincolnshire em 1923, serviu naquele regimento durante 24 anos, até 1947. Foi destacado para a Irlanda do Norte e, de 1930 a 1933, tradutor no Japão alocado ao Regimento de Infantaria n.º 38, com base em Nara. Em 1933, formou-se como intérprete oficial da língua japonesa. Enviado para Hong Kong em 1936, serviu como oficial nas tropas britânicas na China em Hong Kong, em serviços de inteligência. Em 1940, foi promovido. Ferido em ação durante o ataque japonês a Hong Kong em 8 de dezembro de 1941, foi levado pelos japoneses como prisioneiro de guerra e mantido no cativeiro até 1945. Solto, voltou ao Japão como membro da Comissão Britânica no Extremo Oriente em 1946-1947. Durante sua carreira militar, publicou cerca de 86 livros e opúsculos sobre a história do Oriente, sobretudo dos séculos XVI e XVII.
Como major no Exército, aposentou-se em 1947, quando o King's College, em Londres, lhe ofereceu sua Cadeira Camões de Português, cargo que deteve por vinte anos até 1967. Em tal período, a Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres o nomeou seu primeiro Professor de História do Extremo Oriente, servindo no cargo por dois anos, de 1951 a 1953.
Aposentando-se em 1967 da Universidade de Londres, Boxer aceitou o posto de professor visitante na Universidade de Indiana, onde serviu ainda como conselheiro para a Biblioteca Lilly, ou Lilly Library, em seu campus em Bloomington, Indiana. De 1969 a 1972, teve uma cadeira de história da Expansão Europeia no Ultramar na Universidade de Yale."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam pequenas falhas de papel marginais.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

10 setembro, 2022

SILVA, Luciano - A MORTE DOS TOUROS :  A MORTE DAS TOURADAS.
Compilação de interessantes artigos de ilustres escritores e jornalistas. Por... Questão Moral Oportuna Nacional
. Lisboa, Agencia do Livro e do Jornal, [1927?]. In-4.º (25x16 cm) de 16 p. (inc.capas) ; B.
1.ª edição.
Folheto de propaganda anti-Festa Brava, composto por crónicas e artigos de personalidades de vários quadrantes a vida pública nacional.
"A leitura do oportuno manifesto da Sociedade Protectora dos Animais, com toda a proficiencia elaborado pelo seu activo e respeitavel vice-presidente e nosso particular amigo sr. dr. Julio Eduardo dos Santos, sinceramente empenhado, como nós, na extinção da vergonha nacional que é a tourada, sugeriu-nos a selecção de alguns recentes artigos mais expressivos ao nosso «dossier» anti-taurista cuja reprodução deu a presente brochura. [...]
Este folheto, com o duplo fim de propaganda e receita, é o arauto que toca a reunir. Maior venda equivalerá a um aumento de munições.  Combateremos o inimigo com a mesma arme de que se orgulha ter-nos vencido, quando na realidade a nossa aparente derrota constitui a base de uma mais proxima vitoria. O dinheiro, força malefica nas suas mãos, tenha uma feição construtiva nas nossas. Fará obra meritoria quem o adquirir e propagar.
Sob palavra de honra garantimos positivamente que vamos acabar com as corridas de touros e se alguns de nós forem vitimas da sorte da morte em que os «matadores» são «maestros», muitos mais ficarão persistentes na lide até decisivo sucesso final.
E então, os bois irão para as campinas e os toureiros e aficionados que se ponham a cavar... batatas, mister bem mais digno e util que poderão empregar toda a sua «coragem» a não ser que a opinião publica, considerando-os réus de malvadez, desrespeitadores da lei, selvagens em cujas florestas possa mostrar como são «valentes» defrontando-se desarmados, com o rei dos animais ou, na «alternativa» enviados para a secção de «féras» do Jardim Zoológico ou ainda, que em espectaculo de beneficiencia sejam corridos, sofrendo o «castigo» das varas, ao rojão, das farpas e arranque da mesmas e, sendo martirizados com varios «pinchazos» até cairem... em si!"
(Excerto de Abaixo as touradas!)
Artigos:
Abaixo as touradas!, por L. S. | As touradas : diálogo entre mãe e filha, por Adelaide Cabette (Médica). | As touradas têm de acabar. Para os feridos da Guerra! (A filosofia de Marino, [o touro]), por Martins do Rego (Jornalista). | A morte do touro, por Ferreira de Castro (Escritor). | O prazer da morte, por Dr. Mayer Garção (Escritor e jornalista). | Touradas - Escola de imoralidade e crime. O proletariado defendendo sãos principios, por Carvalhão Duarte (Professor primário). | Optimistas, mesmo assim!, por José A. Fernandes (Redactor do Portugal Evangelico). | Touradas e imprensa, por Luís Leitão. | Apêlo da Liga Nacional contra as Touradas - Às pessoas de bem, por A Comissão Organizadora. | [Apelo] Aos individuos cultos; Á agremiações de qualquer género; Aos jornais do país.
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado geral de conservação, com excepção da margem superior que apresenta cortes e pequenas falhas de papel. Deve ser aparado e encadernado.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível