BOXER, Major C. R. - ANTONIO COELHO GUERREIRO E AS RELAÇÕES ENTRE MACAU E TIMOR NO COMÊÇO DO SÉCULO XVIII. [Macau], Escola Tipográfica do Orfanato da Imaculada Conceição de Macau, 1940. In-4.º (26 cm) de [4], 49, [1] p. ; [3] f. il. ; [1] planta desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história de duas antigas províncias orientais portuguesas - Macau e Timor - tendo como denominador comum o governador de Timor António Coelho Guerreiro.
Livro ilustrado com 4 folhas separadas do texto: um fac-símile de um manuscrito autógrafo de António Coelho Guerreiro; duas plantas: Planta da fortaleza da praya de Liphao e Planta da praia de Limpao; uma folha desdobrável (25,5x39 cm) - Planta da costa da China nas vizinhanças de Macau.
No final, em Documentos, vem reproduzida correspondência relevante sobre o assunto.
"Em 1702, António Coelho Guerreiro foi o primeiro governador e capitão geral das ilhas de Timor e Solor que logrou ser empossado e desempenhar as suas funções, na sequência de outros esforços que, desde meados do Século XVII, o Estado da Índia vinha desenvolvendo com o intuito de impor a sua autoridade e controlo nesses domínios. Coelho Guerreiro lançou as bases da administração portuguesa que se manteve sedeada em Lifau até 1769, ano em que, sob a continuada pressão de forças rebeladas, o então governador António José Teles de Meneses decidiu transferir a sede do governo para Dili."(Fonte: https://run.unl.pt/handle/10362/20751?locale=en)
"Quando da sua nomeação para Governador de Timor, apresentou António Coelho Guerreiro um orçamento mostrando a guarnição e oficialidade, operários mecânicos e outros que considerou serem necessários, juntamente com o cômputo dos seus soldos e ordenados anuais. Pedia naquela ocasião uma tropa com onze Capitães, doze Alferes, 4 Ajudantes, 12 Sargentos, 560 soldados e 60 artilheiros afora pagens e tambores; mas só conseguiu levar consigo, de Goa, uma diminuta companhia de 50 soldados rasos que nem todos passaram além de Macau, onde pôde alistar, com grande trabalho seu, mais 32 homens! A tal estado de penúria e míngua de fôrças tinha chegado o outrora tão rico e populoso Estado da Índia.
A viagem de Coelho Guerreiro de Goa até Macau vem bem descrita na sua carta dando conta dela ao Visorei, e que adiante publicamos. Na mesma carta descreve António Coelho Guerreiro os acontecimento ocorridos durante a sua estada em Macau desde fins de Julho de 1701 até Janeiro de 1702. Descreve como negociou dous barcos para a viagem de Timor (porque a fragata Nª. Sra. das Neves em que passou àquela cidade teve que voltar a Goa), e como preparou munições e mantimentos, mandando fazer arcabuzes, enxadas, machados, marrões, cunhas, serras e "todo o mais aviamento para o oficio de carpinteiros", e almofarizes para limpar salitre e enxofre e fazer pólvora; não se esquecendo também de arranjar 200 picos de arroz "para levar consigo por não entrar logo naquelas ilhas pedindo esmola em tempo que se achão faltas desse mantimento"."
(Excerto do estudo)
Charles Ralph Boxer
(Sandown, ilha de Wight, 1904 - St. Albans, Hertfordshire, 2000). "Foi
um historiador britânico, notável conhecedor da história colonial
portuguesa e holandesa.
Filho
do coronel Hugh Boxer e de sua esposa Jane Patterson, Charles
Boxer foi educado no Wellington College e no Royal Military College, em
Sandhurst. Tenente no Regimento do Lincolnshire em 1923, serviu naquele
regimento durante 24 anos, até 1947. Foi destacado para a Irlanda do
Norte e, de 1930 a 1933,
tradutor no Japão alocado ao Regimento de Infantaria n.º 38, com base em
Nara. Em 1933, formou-se como intérprete oficial da língua japonesa.
Enviado para Hong Kong em 1936, serviu como oficial nas tropas
britânicas na China em Hong Kong, em serviços de inteligência. Em 1940,
foi promovido. Ferido em ação durante o ataque japonês a Hong Kong em 8
de dezembro de 1941,
foi levado pelos japoneses como prisioneiro de guerra e mantido no
cativeiro até 1945. Solto, voltou ao Japão como membro da Comissão
Britânica no Extremo Oriente em 1946-1947. Durante sua carreira militar,
publicou cerca de 86 livros e opúsculos sobre a história do Oriente,
sobretudo dos séculos XVI e XVII.
Como
major no Exército, aposentou-se em 1947, quando o King's College, em
Londres, lhe ofereceu sua Cadeira Camões de Português, cargo que deteve
por vinte anos até 1967.
Em tal período, a Escola de Estudos Orientais e Africanos da
Universidade de Londres o nomeou seu primeiro Professor de História do
Extremo Oriente, servindo no cargo por dois anos, de 1951 a 1953.
Aposentando-se em 1967
da Universidade de Londres, Boxer aceitou o posto de professor
visitante na Universidade de Indiana, onde serviu ainda como conselheiro
para a Biblioteca Lilly, ou Lilly Library, em seu campus em
Bloomington, Indiana. De 1969 a 1972, teve uma cadeira de história da
Expansão Europeia no Ultramar na Universidade de Yale."
(Fonte: Wikipédia)Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam pequenas falhas de papel marginais.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
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