30 junho, 2019

LUCAS, Prof. João de Almeida - POETAS LÍRICOS DO SÉCULO XVI. Sá de Miranda; Bernardim Ribeiro; Cristovão Falcão; Luís de Camões; António Ferreira; Diogo Bernardes. Prefácio, compilação e notas do... Vice-Reitor do Liceu de D. João de Castro. Lisboa, Livraria Popular de Francisco Franco, 1960. In-8.º (21cm) de 375, [1] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Antologia de composições líricas dos nossos principais poetas quinhentistas, que inclui uma breve biografia de cada um em jeito de apresentação. Ilustrada no texto com bonitos retratos desenhados dos biografados.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"O presente volume que agora se edita pela primeira vez destina-se principalmente ao ensino da Literatura Portuguesa nos nossos liceus. Consiste ele na compilação muito cuidada não só dos textos que os programas expressamente indicam para o estudo de parta da matéria do 6.º ano, mas também de outras composições que nos pareceram necessárias a um mais amplo e melhor conhecimento do fenómeno literário na nossa lírica quinhentista.
Cremos não trazer novidade alguma com a afirmação de que uma literatura deverá ser estudada quase sòmente, se não exclusivamente, pela leitura e pela análise crítica pormenorizada dos textos. Tudo o que assim não seja representará um lamentável falseamento de finalidades. [...]
Foi dentro deste espírito que lançámos mão à tarefa de organizar e anotar esta nossa antologia. Tarefa melindrosa que exigiu um rigor extremo na fixação e na modernização sempre delicada, dos textos, e no cuidado posto nas anotações, que deverão dar ao aluno um conhecimento seguro dos significados mais correctos e apropriados de vocábulos e expressões do século XVI, tantas vezes controversos."
(Excerto do Prefácio)
Encadernação editorial com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

29 junho, 2019

PEREIRA, Abel da Silva - SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DA MASSA DO PÃO DE MILHO. Evolução dos açúcares redutores, da acidez e do pH durante a sua preparação e levedação. Separata da «Revista de Química Pura e Aplicada». Pôrto, Enciclopédia Portuguêsa, L.da, 1938. In-4.º (23,5cm) de 20 p. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante trabalho sobre o pão de milho.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"O pão, alimento essencial das nossas populações rurais, continúa a merecer-nos tôda a atenção, no sentido de contribuirmos com o nosso esfôrço para um melhor conhecimento das operações de panificação.
Dada a sua categoria de alimento de primeira necessidade e que se pode considerar indispensável à alimentação das massas populares, o pão, quer como alimento  hidrocarbonado ou energético, quer como alimento azotado ou reparador é, na verdade, uma fonte de energias acumuladas durante a levedação da massa. [...]
É pois da panificação doméstica que vamos tratar e não da panificação industrial."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Mancha de humidade junto da lombada, ao longo do livro.
Invulgar.
Sem registo na BNP.
Indisponível

28 junho, 2019

SILVA JUNIOR, Frederico Pereira da - DO CALVARIO AO APOCALYPSE. Trabalho spirita dictado por Francisco Leite Bittencourt Sampaio, servindo de medium Frederico Pereira da Silva Junior, tomado o dictado e publicado por Pedro Luiz de Oliveira Sayão. Rio de Janeiro, Typ. Besnard Freres, 1907. In-4.º (23cm) de IX, [1], 294 p. ; E.
1.ª edição.
"Esta é uma obra em que o Autor espiritual retransmite ensinamentos à luz do Cristianismo Redivivo, com o intuito de trazer conforto e estímulo aos sofredores da Terra em suas atribulações. Comenta os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse, desenvolvendo temas evangélicos da mais alta relevância para o conhecimento humano. É um livro que dignifica e recomenda o esforço de auto-iluminação na senda do trabalho com Jesus.
Francisco Leite de Bittencourt Sampaio (1834-1895). "Filho de um negociante do mesmo nome e de D. Maria de Sant’Ana Leite Sampaio, nasceu em Laranjeiras, localidade da então Província de Sergipe, no dia 1.º de Fevereiro de 1834, e desencarnou no Rio de Janeiro a 10 de outubro de 1895. Foi Jurisconsulto, Magistrado, político, alto funcionário público, jornalista, literato, renomado poeta lírico e excelente médium espírita. […] Não se sabe quando ele entrou para o Espiritismo, mas em 2 de agosto de 1873 já fazia parte da Diretoria do “Grupo Confúcio”, primeira sociedade espírita surgida em terras cariocas. Lá desenvolveu sua mediunidade receitista, curando muitos doentes com remédios homeopatas. […]
O respeitável vulto do Espiritismo cristão no Brasil, Dr. Antônio Luís Saião, que se convertera graças à mediunidade curadora de Bittencourt Sampaio, reúne então os médiuns da referida Sociedade no “Grupo Ismael”, por ele criado e até hoje existente, e ali Bittencourt Sampaio se constituiu num dos intermediários de belas e instrutivas mensagens de Espíritos Superiores. Depois de sua desencarnação, seu espírito escreveu, pelo médium Frederico Júnior, as seguintes obras: Jesus Perante a Cristandade, De Jesus para as Crianças e Do Calvário ao Apocalipse.”
(Fonte: http://www.annesullivan.com.br/pdf/Bitencourt.pdf)
Encadernação em meia de percalina com róulo na lombada (com falhas).
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
25€

27 junho, 2019

VILLALBA, Z. – MADRID EM CHAMAS (Impressões vividas em Espanha)Tradução livre de Eduardo de Castro e Almeida. [Prefácio de Marcelo Caetano]. Lisboa, [s.n. – Composto e impresso na secção de «Linotypes» de O Jornal do Comércio e das Colónias], 1936. In-8.º (19cm) de 163, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Narrativa da Guerra Civil de Espanha.
“O autor deste livro é um homem de leis, figura eminente do fôro madrileno, habituado à disciplina dos factos e das normas, e profissionalmente avêsso à deformação literária da realidade. Por isso, o depoimento que vai ler-se merece o crédito que porventura se hesitaria em conceder à obra tocada pela imaginação de um artista. O que às suas páginas falta de literatura sobra-lhes em sinceridade e em emoção: Sente-se a indizível impressão que as ditou. Assim, a verdade do livro concerte-se em interesse do leitor, breve mudado em angústia e comoção. Todo um cenário de inferno se compõe no seu espírito, em que se destacam os monstros da revolução pseudo-proletária: e surgem os retratos sóbrios, mas exactos, dos frios algozes comunistas, executores de ódios e de velhas invejas recalcadas; a vil escumalha em tumulto, livre para dar expansão aos piores instintos humanos; os chefes que pregavam altruísmo, e precipitadamente ocupam as posições mais cobiçadas pela sua ânsia de domínio e gozo; o jornalismo prevertido, os clubes judiciários, a tortura dos oprimidos e, a pôr uma nota clara nesta lúgubre, mas verídica narração, a alegria do ressurgimento, pois ressurgido se pode dizer o que sobreviveu à tragédia imensa de Madrid em chamas.”
(Excerto do Prefácio)
Matérias:
- O princípio. - O movimento em Madrid. - As confiscações. - A imprensa sob o comunismo. - O Tribunal da Salvação Pública. - A Brigada da Madrugada. - A mulher no regime marxista. - A prisão vermelha. - O apogeu. - O incêndio do Carcere Modêlo. - A guerra. - Os que não vão à guerra. - A fuga. - A bordo do «Maine». - O cubano Pozuelo. - Terras de Paz. - Os que ficaram. - O princípio do fim. - Conclusão.
Encadernação em meia de sintético. Conserva a capa de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas cansadas, com falta f. anterrosto.
Invulgar.
Com interesse histórico.
10€

26 junho, 2019

SAGUER, Teophilo - A RADIOTELEFONIA. Sua organização artística em Portugal. Lisboa, Imprensa Lucas & C.ª, 1933. In-8.º (21,5cm) de 45, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Colecção de artigos sobre "Radiotelefonia" publicados no Diário da Noite e aqui reunidos em livro, numa época em que a rádio dava os primeiros passos entre nós.
"A telefonia é um dos mais maravilhosos descobrimentos da sciencia moderna.
Dizemos maravilhosos - porque ha descobrimentos bons e descobrimentos maus.
Por bons entendem-se todos aqueles que servem o Bem, a arte a sciencia, a instrução, tudo que concorre para o aperfeiçoamento do bem-estar da humanidade em todos os campos.
Por maus, todos aqueles que podem aniquilar, destruindo os beneficios alcançados por aqueles.
A noção do Bem e do Mal é muito antiga, nasceu com o homem.
O que se torna necessario, e para isso se deve trabalhar, é aumentar o poder da força do Bem, para subjugar a força do Mal.
A telefonia é um elemento de enorme poder para essa grande batalha universal do espirito humano, tão diferente por esse mundo fora, e que a T. S. F. une como uma só alma.
As antigas fronteiras que isolavam os povos do convivio necessario á grande troca de ideias precisas ao desenvolvimento dos povos; a mercadoria precisa ao alimento da vida, que rareava nuns países e era abundante noutros; o isolamento que tornava os homens inimigos de país para país, e até de terra para terra; a presença de um desconhecido, que equivalia a uma especie de fera sujeita a todo o insulto e escarneo, foram destruidas em parte pelas linhas de caminho de ferro, pelo vapor, pelo telegrafo.
Foi um novo mensageiro que, sem credenciais, se apresentou para a conquista de melhores dias.
Porém, mais rápido, mais poderoso, mais intimo, mais eloquente e mais expressivo, se apresenta agora a T. S. F., que em Portugal o Estado está organizando para satifazer ás exigencias de um Portugal Maior."
(Excerto de A Radiotelefonia : Sua organização artistica em Portugal)
Índice:
- Introdução. - A Radiotelefonia : Sua organização artistica em Portugal. - A nacionalização da radiotelefonia. - A etiqueta estrangeira consagra e impõe se ao artigo nacional, por muito bom que ele seja. - A orquestra sinfónica ao serviço da Emissora e a crise dos artistas musicos. - O valor do diploma do Conservatório. - A orquestra sinfónica ao serviço da Emissora, será um novo valor astistico social patriótico. - A orquestra sinfónica ao serviço da Emissora,pode facilitar a adjudicação do teatro de S. Carlos. - Taxas a pagar para fazer face á criação da orquestra da Emissora. - Orquestras a menos e bandas a mais. - O congresso da Radiotelefonia. - A iniciativa particular e as funções do Estado.
Teófilo Saguer (1880-1954). "Filho de João Saguer Carbonell, natural de Peratallada, província de Girona (Catalunha) e de Francisca Antónia, filha ilegítima de João Alexandre Guerreiro Barradas, nasceu em Grândola em 1 de dezembro de 1880. Demonstrando, desde cedo, dotes musicais, assentou praça em Caçadores 5 e matriculou-se no Conservatório Nacional. Integrou a banda da Guarda Nacional, ingressou nas orquestras dos Teatros de São Carlos e da Trindade e, mais tarde, como trompista, nas orquestras sinfónicas de Lambertini, Blanch, Cardona e David de Sousa. Em 1912, casou com a violoncelista Adelaide Guerreiro Saguer e, nas palavras da filha Albertina Saguer, com ela viveu uma vida de perfeita comunhão de ideais, a par tocando, ensinando e escrevendo. 4 Em março de 1915 estreou-se como compositor no Teatro Politeama com o poema sinfónico Ode à Bélgica e, no mesmo ano, apresentou e dirigiu em São Carlos a Abertura Sinfónica. Quatro anos depois, tornou-se professor de Composição no Conservatório onde regeu as cadeiras de Ciências Musicais, Piano e Instrumentos de Sopro e Metal, atingindo o grau de professor de Alta-Composição. Dedicou-se ao estudo da musicologia e exerceu crítica musical publicando artigos em diversos jornais. Foi autor das seguintes obras: Monárquicos e Republicanos, Falemos da Guerra, A Entoação, A Anarquia dos Sons, Pedagogia Musical e A Radiotelefonia, para além de outras que deixou inéditas. Segundo sua filha, quando a doença o acometeu, veio despedir-se de Grândola, que entre todos os lugares da terra, ele, Teófilo, a conservou sempre no lugar que lhe cabia, e que para ele, seu filho distante e sempre presente, foi sempre o primeiro. Faleceu em Lisboa, em 1 de dezembro de 1954."
(Fonte: http://arquivo.cm-grandola.pt/_docs/Os%20Guerreiro%20Barradas%20e%20a%20M%C3%BAsica.pdf)

Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse para a história da Rádio em Portugal.
Indisponível

25 junho, 2019

CABRAL, Guilherme Read - GLORIAS E PRIMORES DE PORTUGAL. [Por]... Commendador da Ordem de Christo e Cavalleiro da Torre e Espada. Porto, Typ. da Casa Editora Alcino Aranha & C.ª, [1889]. In-8.º (22,5cm) de 292, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Obra rara e muito curiosa. É composta por uma parte poética - Glorias de Portugal - que inclui três pequenos poemas históricos ocupando apenas as primeiras 50 páginas do livro, e por outra parte em prosa - Primores de Portugal -, que descreve algumas vilas e cidades do continente e todas as ilhas dos Açores e a Madeira.
"Escrevi essa epopeia que occupa as primeiras paginas d'este livro: adicionei-lhe o - Infante D. Henrique impresso em Dezembro de 1887 e que se limitára a poucos exemplares distribuidos a alguns amigos, a que accrescentei a Visão de Camões que publiquei no Correio da Manhã de 9 d'Abril de 1888, por ser aquelle grande poeta uma das glorias legendarias do paiz.
Mas eu tinha ficado maravilhado com a grandeza e bellezas do Porto: vira Villa do Conde e Vianna do Castello: chegára a Valença e visitára Aveiro: tinha corrido em todo o seu littoral as nove ilhas dos Açores n'uma dupla commissão do Governo; demorara-me em cada uma d'ellas mais tempo do que ninguem; conhecia a de S. Miguel palmo a palmo desde a minha infancia, e pareceu-me que a descripção d'estas pérolas do atlantico seria uma novidade para continentaes, assim como a do Porto e outras cidades do norte do paiz o devia ser para insulanos que, só por excepção, passam da capiital.
Não podia exceptuar a Madeira que assenta em primeira plana no soberbo quadro insular, mas apenas posso apresentar um esboço muito incompleto d'esta formosa ilha por isso que só a conheço de passagem nas poucas horas em que o vapor da carreira ahi se demora."
(Excerto do Prologo)
Indice:
Glorias de Portugal: - Soldado e rei - (epopeia, seguida de epilogo e nota). - O infante D. Henrique (poemeto). - A visão de Camões. Primores de Portugal: Prologo. - O Porto; - Villa da Conde; - Vianna do Castello; - Aveiro; - Ilha de S. Miguel; - Ilha Terceira. - Nota. - Ilha do Faial; - Ilha do Pico; - Ilha das Flores; - Ilha do Corvo; - Ilha de S. Jorge; - Ilha Graciosa; - Ilha de Santa Maria; - Ilha da Madeira (em viagem de Lisboa); - Ilha da Madeira (em viagem dos Açôres).
Guilherme Read Cabral (1821?-1897). "[N. Portsmouth, Inglaterra, 1821 ? m. Ponta Delgada, 18.6.1897]. Veio menino para Ponta Delgada na companhia do pai, irmão do cônsul inglês, William Harding Read com quem foi educado devido à morte daquele. Estudou em S. Miguel e tornou-se cidadão português adoptando mesmo o apelido Cabral de seu cunhado, António Bernardo da Costa Cabral, futuro Marquês de Tomar. Fez uma carreira burocrática nas Alfândegas, tendo sido director das Alfândegas do Funchal, Horta e Ponta Delgada, tornando-se um especialista em matéria alfandegária, sobre a qual escreveu várias obras. Foi governador civil do distrito da Horta, entre 14.9.1893 e 4.1.1894, numa época difícil no referente a abastecimento de cereais, o que o levou a publicar uma proclamação justificativa. Comendador da Ordem de Cristo e Cavaleiro da Torre-Espada. No campo literário, fez parte da geração romântica de Ponta Delgada, que se desenvolveu na roda de Castilho, quando este habitou a cidade. Colaborou assiduamente no órgão do grupo, Revista dos Açores, principalmente como poeta. Foi, porém, poeta menor e como romancista também não saiu da mediocridade. Foi ainda tradutor. J. G. Reis Leite (Jan.2001). Obras Principais: (1870), Breves considerações sobre a simplificação do serviço das Alfândegas, seu pessoal e protecção ao comércio do distrito de Ponta Delgada. Ponta Delgada, Tip. Manuel Corrêa Botelho. (1890), Compêndio de Legislação fiscal. Ponta Delgada, Tip. Manuel Corrêa Botelho. (1893), Proclamação aos habitantes do distrito da Horta, Horta, Tip. Hortense. (s.d.), Glórias e primores de Portugal, Lisboa, Tip. Ed. Alcino Aranha. (1897), No interior da terra e nas profundezas do mar, Ponta Delgada, Tip. Elzeveriana."

(Fonte: http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=431)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capa com rasgão (sem perda de papel) e aparada no pé ficando mais curta relativamente ao miolo do livro. Contracapa apresenta pequenas falhas de papel no canto superior direito. Lombada fendida. Deve ser recuperado e encadernado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

24 junho, 2019

VILLAS, Coronel Gaspar do Couto Ribeiro - HISTÓRIA COLONIAL. [Volume I e Volume II]. [Pelo]... Professor da Escola Superior Colonial. Vila Nova de Famalicão, Grandes Atelieres Gráficos «Minerva», de Gaspar Pinto de Sousa & Irmão, 1937-1938. 2 vols in-4.º (23,5cm) de 308 p. (Vol. I) e 428, [4] p. (Vol. II) ; B.
1.ª edição.
Obra em 2 volumes (completa).
"O presente volume - História Colonial - destina-se a apreciar, em síntese de vulgarização os factos essenciais, fundamentais, que assinalam, definem e explicam a marcha de acontecimentos vinda de longe e alcançando os nossos dias, acabando por constituir o Movimento de Expansão, que, no limite, criou o Problema Colonial no seu aspecto de hoje, de tam alto alcance na vida social moderna. [...]
Encarando agora o tema da História Colonial - o Movimento de Expansão referido - êle próprio nos diz como homens vindos de terra incerta se estabeleceram em terra estranha para a trabalharem e fazerem progredir tornando-a um valor, integrando-a em vida social mais perfeita. [...]
... Nós os portugueses podemos libertar-nos de preconceitos, pois se na parte Descobrimentos pode ser gasta tinta da discussão de certas passagens, a Obra Colonial, essa - representada, por exemplo, pela Madeira - primeira manifestação logo no século XV - pelo Brasil, e pela ligação espiritual dos filhos do Oriente ainda com o Portugal de hoje -, é tam expressiva, que basta apresentar o facto, mesmo despido da sua análise, para êle falar alto e claro por si e pelo esfôrço de Portugal.
Com esta garantia de verdade se escreveu êste livro, de maneira ao Feito Colonial aparecer no seu lugar dentro da História, embora formando um todo: não como aconteecimento quási inexplicável, com carácter miraculoso em si e nos seus grandes vultos realizadores da idea, mas como um aspecto, embora particular mas normal e lógico, da marcha da Humanidade assinalada pela História."
(Excerto da Introdução)
Exemplares brochados em bom estado de conservação. Capas levemente oxidadas, com desgaste marginal.
Invulgar.
Com interesse histórico.
25€

23 junho, 2019

ALBUQUERQUE, D. Mécia Mousinho de - AVENTURAS DE TOMYRIS. [Prefácio de D. Alberto Bramão]. [Lisboa], Edição da Autora, 1943. In-8.º (19 cm) de 134, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra constituída por 6 pequenas novelas, sendo duas delas - as principais - novelas históricas: Aventuras de Tomyris e O Saltimbanco.
"Numerosos prodígios haviam assinalado o nascimento de Próspero.
Presságios, oráculos, visões maravilhosas anunciaram a sua Mãe a glória e a fortuna da criança que ia dar à luz.
Por isso, mais esplêndidas foram as festas e as prodigalidades que solenizaram a chegada ao mundo do Procônsul Marcellus. Durante oito dias, a cidade de Nimes foi o teatro de jogos magníficos, pantomimas e espectáculos de gladiadores, que poderiam rivalizar, em aparato, com as do próprio Coliseu de Roma.
Quarenta escravos e outras tantas escravas receberam a liberdade, e doze crianças, nascidas naquele mesmo mês, foram generosamente premiadas, pelo acaso que as fizera entrar na vida, sob os auspícios do primogénito de Marcellus.
Dentre estas últimas, Tomyris, nascida no mesmo dia que Próspero, duma escrava Partha, por nome Ariana, morta ao dar-lhe o ser, foi recolhida e criada no próprio palácio do Procônsul."
(Excerto de Aventuras de Tomyris)
Índice:
Algumas palavras [Prefácio]. - Aventuras de Tomyris. - O Saltimbanco. - Amores que matam. - Ideal desfeito. - Episódio. - História de Alberto e de Graziela.
Mécia Mouzinho de Albuquerque (Leiria, 1870 - Lisboa, 1961). "Natural de Leiria, cidade na qual, segundo Agostinho Gomes Tinoco, nasceu a 2 de Dezembro de 1870, veio a falecer em Lisboa a 10 de Fevereiro de 1961. É nesta última cidade que parece ter desenvolvido grande parte da sua actividade no âmbito das Letras, já que não se conhece informação precisa acerca da sua participação na vida cultural da cidade de Leiria. Com textos que por vezes assina com o nome de Mência ou o pseudónimo de Zoleica, teve vasta participação na imprensa da época, na qual divulgou alguns dos seus textos poéticos e contos, nomeadamente na Mala da Europa, Ocidente, Jornal das Senhoras, Tarde e Novidades. Com uma produção literária que inclui os livros de contos A Sonâmbula (1918), no ano seguinte publicado em Madrid e mais tarde traduzido para o francês, e Aventura de Tomyris (1943), foi ao género poético que Mécia Mouzinho de Albuquerque mais se dedicou, publicando A Tecedeira (1914), Fragmentos Históricos (1917), Rainha e mártir (1920), Pela vida fora (1930), À guitarra (1932), Quinze anos depois (1937) e À luz do sol poente (1949). A esta autora são também atribuídas várias obras que ficaram inéditas, possivelmente produzidas nos últimos anos da sua vida, como Ao fim da estrada, Musa das prisões e Versos e Farpinhas, ou ainda Aventuras de Rudeguna.
Além dessa actividade literária, que inclui a tradução de obras do romancista Charles Oulmont, assim como do contista Edgar Allan Poe, e pela qual foi medalhada pelas sociedades “Gens de Lettres de France” e “Arts, Sciences et Lettres”, Mécia Mouzinho de Albuquerque destacou-se ainda pela sua ligação a obras de carácter social, como fundadora da Comissão Central de Subsídios e Rendas de Casa a Prisioneiros e Emigrados Monárquicos, em 1915, e da Iniciativa Particular da Luta contra o Cancro, em 1931."
(Fonte: http://vcp.ul.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=40&Itemid=122)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

22 junho, 2019

IZQUIERDO, Sebastiam - CONSIDERAÇOENS // DOS QUATRO // NOVISSIMOS // DO HOMEM // Morte, Juizo, Inferno, e Gloria, // Compostas pelo M. R. Padre Mestre // SEBASTIAM IZQUIERDO // da Companhia de JESUS: // TRADUZIDAS DE CASTELHANO EM // Portuguez, divididas de seus Pontos em Para- // graphos com seus novos Titulos, e Argumentos; // addicionadas com hum Appendix de Instruc- // çaõ, e Methodos de ter o santo exercicio da // Oraçaõ Mental, e de tomar a Diciplina; // E OFFERECIDAS // Á Bemaventurada V. MARIA N. Senhora // em o seu especial Titulo // DE SENHORA // DO BOM SUCCESSO, // TITULAR DA CAPELLA, // E por maõs do Senhor // JOAQUIM MIGUEL // LOPES DE LAVRE, // Fidalgo da Caza de Sua Magestade, Commendador // das Cõmendas de Santa Margarida da Mata, e de // Lagoalva, Alcaide Mór de Solorico da Beyra, // Senhor Donatario do Reguendo da Carvoei- // ra, e Secretario do Concelho Ultramarino, // Pelo seu Capellaõ // O P. MANOEL MARTINS DE ANCIAENS, // Presbytero Secular, Lamecense. // LISBOA: ANNO DE MDCCLVIII. // Na Offic. de FRANCISCO BORGES DE SOUSA // Com todas as licenças necessarias. In-12.º (15cm) de [40], 430, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Obra interessantíssima, reflexo de uma época, publicada pouco tempo após o terramoto de 1755, e que o tradutor se encarregou de alterar e acomodar à 'meditação' dos fieis portugueses.
Ilustrada com bonitos cabeções e florões de remate xiologravados, assinalando, respectivamente, o início e final de cada um dos "Novíssimos" e do Appendix.
O que são os Novíssimos?
"Nos Livros Santos chama-se Novíssimos às coisas que sucederão ao homem no final da sua vida, a morte, o juízo, o destino eterno: o céu ou o inferno
O que há depois da morte? Deus julga cada pessoa pela sua vida? O Catecismo da Igreja católica ensina que «a morte põe termo à vida do homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou recusa da graça divina manifestada em Cristo».
«Cada homem, depois de morrer, recebe na sua alma imortal a retribuição eterna, num juízo particular que põe a sua vida em referência a Cristo, quer através duma purificação, quer para entrar imediatamente na bem-aventurança do céu, quer para se condenar imediatamente para sempre»."
(Fonte: https://opusdei.org/pt-pt/article/o-ceu-a-morte-o-purgatorio-o-que-sao-os-novissimos-2/)
"Naõ faço este Prologo, Leytor devoto, para nelle te dizer o como te hás de portar com este Livro; pois para isso acharás os devidos, e necessarios documentos no Prologo do Author, que logo depois deste te offereço, e ao qual te rogo que encarecidamente que attento leas, e ponderes. Este Livro fou parto do fecundissimo engenho do M. R. P. Mestre Sebastiaõ Izquierdo da Sagrada Companhia de Jesus, Varaõ insigne em virtudes, e letras, como bem se manifesta de suas Obras, álèm da fama de seu nome. [...] Na Traducçaõ delle, ainda que dezejava accomodar-me em a Author taõ grave, eo fiz, quanto me foy possivel, no tocante á sua fraze; naõ me pude com tudo accomodar á extensão de seus Pontos pelas muitas, varias, e diversas cousas, que continhaõ, e por serem assim menos claras, e menos aptas para a Meditaçaõ, fim, a que eu summamente dezejava accomodar esta Traducçaõ, as suas Doutrinas. Para maior clareza pois, e para mayor commodidade de quem houvesse de meditar sua materia, determinei-me a dar ao Livro nova fórma. Isto fiz, dividindo-lhe, aonde me pareceo mais apto ao dito fim da Meditaçaõ, os Pontos em Paragraphos; formando a estes seus novos Titulos, e Argumentos; fazendo o mesmo aos Pontos; e pondo no fim das paginas os lugares das Authoridades, tirando-os do corpo do Livro, aonde os tinha, por ver que ficava assim a sua leitura mais desembaraçada. Mas, como julgasse que ainda assim naõ ficava o Livro totalmente accomodado, para que qualquer pessoa pudesse usar delle nas Meditaçoens, por lhe faltar instrucçaõ para ellas; adicionei-lhe hum pequeno Appendiz, que contêm huma breve (mas a necessaria) Instrucçaõ da Oraçaõ Mental, e o Methodo, com que se deve taõ santo exercicio, (cousas, em que o Author naõ tocou, o que me persuado fez por intentar escrever para os já exercitados nella) e ultimamente o Methodo, com que se deve tomar a Disciplina. Com esta Versaõ, com esta fórma, e com o Appendiz, que lhe addicionei, fica este Livro taõ accomodado, e taõ perceptivel, que qualquer pessoa póde usar delle, a aproveitar-se muito em virtudes, naõ só meditando-o, mas ainda lendoõ com attençaõ."
(Excerto do Prologo [do tradutor], Ao leitor)
"Huma das cousas mais prodigiosas, que há no mundo, he, que saibaõ, e creaõ os Christaõs com tanta certeza que dentro breve tempo haõ de morrer; e que na hora da Morte haõ de ser julgados por Deos, e sentenciados com huma sentença irrevogavel, ou a gozar de infinitos bens com os Anjos no Ceo, ou a padecer infinitos males com os Demonios no Inferno; e isto por huma eternidade sem fim: e que com tudo isto os mais delles vivaõ (como com effeito vivem) taõ descuidados destes Novissimos, e taõ sem temor da horrenda contigencia,, em que estaõ, em quanto vivem, ou de salvaçaõ eterna, ou de condemnaçaõ eterna. Cousa por certo prodigiosa! Do qual prodigio a causa he a falta de consideraçaõ dos mesmos Novissimos. Porque as cousas futuras, por horriveis que sejaõ, em quanto se naõ consideraõ naõ podem mover a seu temos mais, do que se, real, e verdadeiramente, nunca houvessem de succeder. E a causa desta incõsideraçaõ perniciosa he o continuo divertimento, com que os mais, ainda dos Christaõs, vivem, occupadas todas as suas potencias, e sentidos nos bens deste mundo, hontas, riquezas e deleites. Donde nasce que, esquecidos, e sem temor das penas futuras, com facilidade se entregaõ ás culpas presentes (que de ordinario á tal occupaçaõ acompanhaõ) e vivem enredados nellas até que, apanhando-os a Morte desapercebidos, cahem suas almas precipitadas no Inferno."
(Excerto do Prologo do Author, Ao Leytor Christaõ)
Sebastián Izquierdo (Alcaraz, Albacete, Espanha, 1601 - Roma, 1681). "Foi um matemático, lógico e filósofo espanhol. Estudou com os jesuítas, que se estabeleceram na sua cidade natal em 1617, e formou-se em Artes, em Alcalá. Em 1623, ingressou na Companhia de Jesus tendo ensinado teologia e filosofia nos colégios da Companhia em Espanha (de 1641 a 1661 em Alcalá de Henares, Múrcia e Madrid); nesta última cidade foi nomeado Censor da Inquisição. Com sessenta anos mudou-se para Itália como assistente de sua ordem, e em 1661 foi eleito Assistente Geral da Presidência como representante das províncias jesuítas da Espanha, tendo residido desde então em Roma, onde morreu em 1681."
(Fonte: wikipédia)
Encadernação coeva inteira de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado, com vestígios marginais de humidade no pé, ao longo do livro, sem afectar a mancha tipográfica.
Raro.
Indisponível

21 junho, 2019

BESSA LUÍS, Agustina - O SUSTO : romance. Lisboa, Guimarães Editores, 1958. In-8.º de 330, [1] p. ; B.
Capa de Ribeiro.
1.ª edição.
"Uma das obras mais notáveis de Agustina Bessa-Luís, O Susto é um roman à clef, um romance cujas personagens são modeladas em pessoas reais. O protagonista, José Midões, é o poeta Teixeira de Pascoaes. Agustina Bessa-Luís descreve-o como uma figura excepcional, acima de todos os contemporâneos, e não esconde o fascínio que Pascoaes lhe inspira. [...] Se todos os livros têm o seu destino, o deste romance é duplo: a sua recepção por leitores e pares, e as consequências dessa acidentada recepção, tiveram efeitos consideráveis na carreira da autora, que merecem ser descritos.
Quanto ao romance em si mesmo, a descrição que nele é feita da relação entre Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa, crucial para ambos, em particular para o segundo, que aparece no romance como personagem nada fugaz (Álvaro Carmo), parece ter passado inapercebida pela generalidade da crítica, não obstante ser a mais arguta análise dessa relação alguma vez publicada."
(Excerto do Prefácio de António Feijó)

Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível

20 junho, 2019

MIRANDA, J. - A GUERRA!... Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Imprensa Lucas & C.ª, Lisboa], 1828. In-8.º (16,5cm) de 20, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo anti-militarista publicado poucos anos após a conclusão da 1.ª Guerra Mundial.
"A guerra!...
Palavra que a todos faz estremecer de horror, quando nela nos falam.
A guerra!... é aquela tempestade terrestre, que leva os campos, as casas, as vilas, as cidades e muitas vezes uma Patria.
A guerra!... bater-se! degolar-se! massacrar! assassinar milhares de homens, e inundar a terra de sangue, os rios de cadaveres, a encher o mundo de viuvas e orfãos."
(Excerto do texto)
Exemplar em bom estado de conservação. Com falta da folha de guarda (em branco) que precede o anterrosto.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar registado no seu acervo.
Indisponível

19 junho, 2019

CORVO, João de Andrade & MÁRTENS, João Baptista da Silva Ferrão de Carvalho & MELLO, Antonio Maria Fontes Pereira de - PROVIDENCIAS PARA O DESECCAMENTO DOS PANTANOS E EXTINCÇÃO DOS ARROZAES. Lisboa, Typographia Universal, 1868. In-8.º (22cm) de 16 p.
1.ª edição.
Lei que autoriza o Governo a proceder à secagem dos pântanos e arrozais, e que prevê as obras de encanamento do rio Mondego e seus afluentes para o melhoramento dos campos de Coimbra. Inclui a Circular do Ministerio das Obras Publicas Commercio e Industria, subscrita por Andrade Corvo, que sobre o mesmo tema se fez imprimir nas duas últimas páginas deste opúsculo.
"Em 1859, Andrade Corvo foi incumbido de uma missão oficial por Fontes Pereira de Melo, que ocupava então o cargo de ministro do reino no seguimento da formação de um governo dominado por elementos do Partido Regenerador. Tratava-se de um problema relativo ao ordenamento do território agrícola que se arrastava há décadas. A plantação de arrozais na proximidade de algumas povoações levara ao descontentamento dos seus habitantes, que protestavam ser esta a causa da maior incidência de doenças características de zonas paludosas. De facto, a necessidade de grandes quantidades de água para o cultivo do arroz, combinada com a ausência de mecanismos que permitissem a sua renovação frequente, transformava os campos em charcos de água estagnada."
(Fonte: https://run.unl.pt/bitstream/10362/14779/1/Marques_2015.pdf)
"A extincção dos pantanos e arrozaes ha de trazer tantas e tão notaveis vantagens á saude publica e á agricultura, que a administração publica deve empenhar desde já toda a sua actividade e zêlo em cumprir as prescripções da lei de 1 de julho de 1867."
(Excerto da Circular)
Exemplar desencadernado em bom estado geral de conservação. Apresenta manchas de oxidação. Aparado à cabeça.
Raro.
Indisponível

18 junho, 2019

ANTIGUIDADES CURIOSAS. Colligidas por Antonio Luiz Monteiro e publicadas por seu filho Abilio Monteiro. Porto, Nova Typ. de Silva & Valbom, 1870. In-8.º (18,5 cm) de 287, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Curioso conjunto de transcrições (53) comentadas pelo autor - verdadeiras antiguidades curiosas - onde se contam documentos de vária ordem, tais como, alvarás, proclamações, decretos, cartas, tratados, forais, etc.
Alguns documentos reproduzidos: «Juramento d'el-rei D. Affonso Henriques, pelo qual confirma a apparição de Jesus Christo, acontecida ao mesmo soberano»; «Castigo imposto por D. João 1.º, á villa de Barcellos»; «Artigos 7.º e 8.º das côrtes de Lamego, que prohibem ás princezas herdeiras casar fóra do reino»; Leis promordiaes da nobreza Lusitana»; «Doação que Theodomiro, rei Suevo, fez ao Mosteiro de Cedofeita»; «Alvara que veda a entrada de certos clerigos em Villa do Conde»; «Convenção secreta entre o imperador dos francezes, e o rei d'Hespanha, pela qual se regula todo o relativo á occupação de Portugal [e á sorte futura de Portugal]»; «Baliagem de Leça»; «Foral do Porto».
Encadernação cartonada com ferros gravados a seco e a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura original.
Exemplar em bom estado de conservação. Capa algo manchada.
Invulgar.
Com interesse histórico.
30€
Reservado

16 junho, 2019

MACHADO, Montalvão - O BOM HUMOR NOS TRIBUNAIS PORTUGUESES. Porto, Composto e impresso na Tipografia Gomes [ Edição : Livraria Avis, Porto], 1967. In-8.º (21,5cm) de 152, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Com um retrato caricaturado do autor em página inteira.
Colecção de episódios cómicos reunidos pelo autor ao longo da sua carreira de magistrado em diversas comarcas do país.
Capa e caricatura do Autor, por seu filho Júlio Augusto.
"Cesse tudo quanto a antiga musa canta!...
Ficam desta vez em descanso as tintas das Pinceladas folclóricas, já a cobrirem quase todo Trás-os-Montes; e do canto de uma gaveta velha, tiro papéis já velhos também, pego na ponta de um lápis de carpinteiro aprendiz, e vou começar a debuxar estes «bonécos», ou sejam recordações anedóticas, com que na velhice distraímos o espírito, passeando-o saudosamente pelas acidentadas comarcas, por onde 40 anos, rompemos os fundilhos de alguns pares de calças.
Nasceu assim este Humorismo nos Tribunais, que não é mais que uma colectânea de ligeiros apontamentos sobre sorrisos discretos, colados com gargalhadas amigas de gracejos inofensivos; recordações alegres da galhofa apimentada de outrora, pitéu indispensável para amenizar a má disposição de descontrolados momentos, que por vezes tendem a transformar-nos o tempo em horas de feia borrasca, ensombrando-nos sem elegância a conturbada vida do dia que passa. [...]
Muitos dos factos os conhecemos directamente, outros são provenientes das achegas de Colegas discretos, e cuja autenticidade garantiram. Esta genuinidade, e certas transcrições de Mestres, emprestarão o único valor que possa encontrar-se na banal mercadoria, ora exposta neste anedotário."
(Excerto do preâmbulo, Ridendo... «In limine litis»)
Sumário:
Ridendo. | 1 - O cano das freiras de Amarante. 2 - O Prior de Trancoso, pai de 275 filhos. 3 - Noivo que quer casar, mas já é falecido! 4 - Por Canelas. 5 - Procura-«Varandas»! 6 - Aposentação compulsiva! 7 - Um seixo histórico! 8 - Prova testemunhal. 9 - Pimponaço de Murça. 10 - Sempre o respeito devido. 11 - Numa juizanga de Paz! 12 - Todos os meios são lícitos. 13 - Ainda havia Boticas. 14 - Ameaça executada. 15 - Leitura singular! 16 - Bonecos de Barcelos. 17 - Propaganda. 18 - Art. ..., in fine! 19 - Crime de estupro. 20 - Apelante, zurrante! 21 - Desrespeito ao Tribunal. 22 - Aqui paga-se. 23 - Tudo macacada! 24 - Hieróglifos. 25 - Cruzes... Diabo! 26 - Diabruras por Mezão Frio... 27 - O vizinho do lado. 28 - Sem malícia. 29 - Bomba explosiva, em Braga! 30 - Poetando. 31 - Caído de longes terras... 32 - Pomadinha para lustro! 33 - Macacão. 34 - Das leis da física! 35 - Justiça. 36 - Em português... forense! 37 - De ricochete... 38 - César e Pato! 39 - Hora rigorosa. 40 - Estrabismo. 41 - Honorários de advogado. 42 - Apenas... da mãe, que o pariu! 43 - «Santo» Taveira. 44 - Requiescat in pace. 45 - Sátiras. 46 - Rabulices. 47 - O Pássaro. 48 - Erro de transcrição. 49 - Licença de caça... para perdigão! 50 - Liberdade... 51 - Duelo amistoso. 52 - Luz da caridade! 53 - O «Beethoven». 54 - Às ááármas!... 55 - Nascerá melhor Sol!
Júlio Augusto de Montalvão Machado (Chaves, 1888-1968). Magistrado e escritor. "Fez a sua escolaridade primária na Escola Conde de Ferreira, em Chaves, e parte da secundária no Colégio de São Joaquim, igualmente em Chaves. Em 1907 foi para Coimbra, onde concluiu o ensino secundário e se matriculou na Faculdade de Direito, saindo formado em 1913. Durante a estadia em Coimbra viveu na República Flaviense, na Rua da Matemática. Fez a sua escolaridade primária na Escola Conde de Ferreira, em Chaves, e parte da secundária no Colégio de São Joaquim, igualmente em Chaves. Em 1907 foi para Coimbra, onde concluiu o ensino secundário e se matriculou na Faculdade de Direito, saindo formado em 1913. Durante a estadia em Coimbra viveu na República Flaviense, na Rua da Matemática. Começou a sua vida profissional como advogado, com banca na sua terra natal, mas em 1918 entrou para a carreira judicial como estagiário do Ministério Público em Peniche. Já como delegado iniciou funções nos Açores, passando depois por Montalegre, Valpaços, Peso da Régua e Vila Real. Mais tarde, já como juiz, exerceu nas comarcas de Mogadouro, Vinhais, Vila Pouca de Aguiar, Valpaços, Fundão, Peso da Régua, Lamego e Porto. Progredindo na carreira, chegou à categoria de juiz desembargador dos tribunais da Relação de Lisboa e Porto. Foi administrador do concelho de Chaves em 1913, ainda antes de concluir a formatura em Direito. Membro do Partido Democrático, desenvolveu considerável actividade política. Fundou o jornal 8 de Julho e, depois da suspensão deste, o 9 de Julho. Pela vida fora, manteve sempre uma postura de republicano de velha cepa, apesar do seu aspecto aristocrático, realçado pela barba e pela badine. A sua fisionomia é assim descrita por A. Barrote: “Figura imponente, de barbas patriarcais, em que faiscavam olhos vivos, penetrantes, e onde bailava como prece um sorriso luminoso de homem bom, encarando a vida com salutar filosofia.”Já depois da sua aposentação em 1958, manteve a actividade política, nomeadamente integrando a comissão nacional da candidatura do General Humberto Delgado, nas eleições do mesmo ano de 1958, e encabeçando em 1959 a lista de testemunhas abonatórias do escritor Aquilino Ribeiro no célebre processo judicial de natureza censória contra o escritor, que lhe foi movido pela publicação do romance Quando os lobos uivam (e acabaria por ser arquivado, face às reacções nacionais e internacionais). A sua actividade de escritor, exercida à margem da magistratura e de forma inteiramente amadora, no melhor sentido da palavra, foi um modo de preencher os ócios e dar vazão a uma apetência genuína pela literatura. Embora a vida profissional, pela sua própria natureza, o tivesse afastado do mundo rural, manteve sempre uma ligação afectiva a esse mundo e a memória dos tempos em que viveu próximo do povo. Montalvão Machado publicou ainda, já próximo da sua morte, O bom humor nos tribunais (1967), uma colectânea de histórias picarescas ou simplesmente bem humoradas à volta do mundo dos tribunais."
(Fonte: http://www.cm-vilareal.pt/gremio/images/ciclos/montalvao_machado.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta pequenas imperfeições na superfície.
Invulgar.
Indisponível

14 junho, 2019

FOURNIER, Dr. H. - O ONANISMO : suas causas, perigos e inconvenientes para o indivíduo, família e sociedade. Remédios. Tradução de Dr. Narciso Alberto de Sousa, Da Faculdade de Filosofia e de Medicina da Universidade de Coimbra. Lisboa, Livraria Editora Guimarães & C.ª, [194?]. In-8.º (19cm) de 141, [1] p. ; B.
1.ª edição.
"O livro de cuja tradução nos encarregámos, e que hoje oferecemos à luz pública, é por ventura dos de maior alcance prático. Tratando do Onanismo sob o tríplice ponto de vista do indivíduo, da família e da sociedade, investiga as suas causas, aponta os seus inconvenientes e perigos, e apresenta os meios para os prevenir e combater.
Ninguém ignora que o Onanismo assenta de preferência os seus arraiais nos centros populosos, nos estabelecimentos de educação e instrução, e vitima aqueles a quem as flores da mocidade exornam a fronte, cancerando-lhes o organismo, e tornando-os inaptos para a procriação, quando lhes não rouba a vida."
(Excerto do preâmbulo do tradutor)
"Os prazeres que acompanham a reprodução do ser, concorrem para a saúde, assim como para a felicidade, quando são moderados; mas, quando excessivos, ocasionam males gravíssimos.
Estes males são muito mais sérios, quando a mesma quantidade de semen foi derramada por meios contra a natureza. De feito, não há vício mais funesto para a conservação do homem, do que o onanismo. Este hábito infame levas muitas vezes a morte até ao foco e centro da vida: oculto na sombra, produz desordens entre todas as classes da sociedade, principalmente entre os jovens de um e outro sexo. As grandes cidades, os colégios e as casas de instrução oferecem quotidianamente exemplos."
(Excerto da Introdução)
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar e muito curioso.
Indisponível

13 junho, 2019

SANT'ANA, Henrique de - A RAÇA BRAVA E O SEU APROVEITAMENTO. Tese de... Escola Superior de Medicina Veterinaria. [S.l.], [s.n. - imp. na Tip. Henrique Torres, Lisboa], 1919. In-8.º (22cm) de 38, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Tese de final de curso sobre o touro bravo ribatejano, também conhecido por "boi da terra", cujas áreas de criação se estendiam, sobretudo pelo Ribatejo - de Vila Franca de Xira à Golegâ e da Chamusca a Alcochete -, e em menor número pelo Alentejo.
...........................................
"Existe no nosso paiz, como de todos é sabido, uma raça de bovinos, a raça brava ribatejana ou boi da terra.
Por esta ultima designação sómente é conhecida no Ribatejo mórmente nos concelhos de Coruche e Benavente.
Se a sua existencia é por demais conhecida, as suas aptidões são, pela maioria do nosso povo, ignoradas e por muitos depreciadas. Esta depreciação é filha da ignorancia que há nas demais regiões do paiz do quanto ela é util.
Muitas vezes ainda resulta de opiniões tacitamente concebidas. Não presta por que é bravo e porque é bravo não pode prestar.
Eis a maxima.
Outros, ainda, fulminam a sua existencia sentenciosamente: Deve desaparecer, porque duas coisas há improprias do seculo XX, a construção de uma egreja e a organisação de uma corrida de touros.
Para estes, os touros bravos servem tam sómente para touradas.
A despeito de tudo, estas e aquelas estão ainda de pé."
(Excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na capa frontal e na f. rosto.
Raro e muito curioso.
Peça de colecção.
35€

12 junho, 2019

EMERY, René - VIRGENS EM FLOR. Romance de aventuras galantes. Lisboa, Emprêsa Literaria Universal, [s.d.]. In-8.º (19,5cm) de 144 p. ; B.
Capa de Fonseca.
Romance erótico ao gosto da época. A Biblioteca Nacional dá notícia de um exemplar publicado em 1908, traduzido por Bernardo d'Alcobaça (pseud.), não possuindo no seu acervo esta edição dos anos 20/30. Nada foi possível apurar acerca do autor cujo nome estará protegido sob a capa do pseudónimo René Emery. Este título é referido na obra bibliográfica Livros Portugueses Proibidos no Regime Fascista.
"Entreabrem-se lábios... palpitam seios... o eternal mistério do amor nubla de visões perturbantes o sono do dorminhoco.
O rápido leva-o através dessa pequenina península de fadas, terra selvática, de fascinador encanto, povoada de flores de oiro e virgens de olhos glaucos, como os das sereias.
O sonho do viajante povoa-se de feiticeiras lindas, ondinas sensuais, loiras castelãs. A charneca, o solar, a rocha florescem: as pervencas das pupilas, as peonias do lábios e as rosas dos seios turgidos esplendem, perdulàriamente disseminadas em cachos, em grinaldas."
(Excerto do Cap. I)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas e lombada frágeis com defeitos, e falhas de papel. Vestígios de humidade marginais visíveis nas primeiras folhas do livro.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

11 junho, 2019

MARTINS, Doutor Francisco - A HIEROGRAPHIA E A DIVINDADE DO CHRISTIANISMO. Pelo... Coimbra, Imprensa da Universidade, 1887. In-4.º (23,5cm) de 116 p. ; B.
1.ª edição.
Dissertação para o Concurso ao Magisterio na Faculdade de Theologia da Universidade de Coimbra.
"O estudo comparado das religiões tem merecido em nossos dias uma attenção especial.
Em consequencia dos processos actualmente preferidos, e em harmonia com a feição predominante da epocha na indagação da verdade, a historia, mais ainda do que a philosophia, tem occupado sobre este assumpto o espirito publico, a ponto de em alguns paizes serem fundados institutos especiaes destinados a este ramo de ensino.
D'est'arte a hierographia, ou a historia das ideias e praticas religiosas, tem logar nos estudos geraes de historia e litteratura com assentimento geral. [...]
O naturalismo, lançando mão das similhanças entre os diversos cultos e da insistencia tradicionalista sobre o parentesco de todas as religiões, chegou a concluir que todas ellas formam uma só; que por tanto são equivalentes; assignou-lhes por isso uma ordem commum, considerou-as todas como obras humanas.
Os hierographos hodiernos aproveitando-se dos novos trabalhos de linguistica e litteratura dos povos antigos, e especialmente dos povos orientaes, insistem naquellas conclusões.
A hierographia é uma sciencia recentissima, racionalista de origem, adrede cultivada para combater a verdade chistã. [...]
Distribuiremos a materia em tres partes, subdividindo-as em capitulos.
Na primeira, mostrando que não tem fundamento a pretenção que a verdadeira e falsas religiões devem ser completamente differentes, e regeitando o falso supposto, que accusa o christianismo de plagiato, bem como o insustentavel principio, que effeitos similhantes procedem de causas similhantes, demonstraremos que as similhanças entre o chrstianismo e as falsas religiões em nada infirmam as provas, que baseam a sua divindade.
Na segunda, confrontando e apreciando alguns elementos que lhe são communs, chegaremos á mesma conclusão.
Na terceira vingaremos a divindade do christianismo pelos caracteres, que lhe são peculiares."
(Excerto da Introducção)
Doutor Padre Francisco Martins. Pouco foi possível apurar acerca deste religioso que terá exercido o cargo de Lente Catedrático da Faculdade de Teologia na Universidade de Coimbra. O Catálogo da Biblioteca Pública Municipal do Porto, no seu volume 2 das Obras impressas, dá notícia, para além da presente obra, a de maior fôlego da sua curta produção bibliográfica, de alguns discursos e sermões publicados entre os anos de 1890 e 1894.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação, com excepção das capas, que se apresentam cansadas e com falhas de papel. Deve ser encadernado.
Raro.
Com interesse histórico e religioso.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

09 junho, 2019

BESSA LUÍS, Agustina - SANTO ANTÓNIO. Lisboa, Guimarães, 1973. In-8.º de 318, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Biografia de Santo António, insigne pregador, Doutor da Igreja e padroeiro dos pobres e de quem sofre, reverenciado em Lisboa, venerado em Portugal e no estrangeiro.
"A primeira obra em que Agustina Bessa-Luís transpõe os caminhos da ficção, para se deter num personagem histórico.
Biografia conduzida pela meditação, Santo António é um livro como só um leigo pode escrever; nele a confidência do espírito serve de disciplina ao pensamento. Não é uma experiência convertida à curiosidade; é uma aproximação de antiquíssimos temas que o homem assumiu, degradou ou simplesmente materializou, ainda para não ser deles privado."
(Fonte: wook)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
30€

08 junho, 2019

CASTRO, Rodrigo de - CINZAS IMORTAIS : na morte de Antonio Granjo. Porto, Tipografia Lusitana, 1922. In-8.º (19,5cm) de 271, [3] p. ; [7] f. il. ; B.
1.ª edição.
Obra de homenagem a António Granjo, insígne figura da República, barbaramente assassinado na madrugada de 21 de Outubro de 1921, durante o episódio que ficaria conhecido para a história como 'Noite Sangrenta'. Esta biografia é mais um contributo para o estudo dos acontecimentos políticos da época que concorreram para o desfecho conhecido.
Inclui testemunhos de pesar de António José de Almeida, Cunha Leal, Agatão Lança, Trindade Coelho, Sousa Costa  e António Maria Pereira Júnior.
Livro ilustrado com 7 folhas hors-texte que inclui dois retratos do biografado, um deles de corpo inteiro.
Valorizado pela extensa dedicatória autógrafa do autor.
"Noite trágica em que mal se descobre já, por entre fantasmas e sombras, a figura outr'ora austera e bela da República.
Quanto mais tento afasta-la do espírito, mais ela teima em lá viver.
Como força oculta que o meu ser domina, sinto-a uma necessidade de mim mesmo.
Falar dela é, de alguma maneira, desprender-me dela. [...]
Porque mataram o Granjo!?
Esta interrogação que anda na boca de todos, e que mesmo junto do seu ataúde foi formulada, na possível convicção, de que, o éco do além, não acordaria em lábios que para sempre se cerraram, palavras que como ferros em braza ficaram pezando na consciência dos vivos, penetrou-me por tal forma o espírito que o subconsciente, dominando todo o meu ser consciente, transforma a materia inerte em materia viva, fazendo passar atravez dos meus lábios o que os seus lábios no meu coração vertem:
«Parece haver muitos portuguêses que trazem dentro de si os corações mortos. A nossa vida parece estar só nos nossos olhos para nos odiarmos e nos nossos lábios para nos caluniarmos».
Porque mataram o Granjo!?... [...]
De facto, a política,, com as suas ambições, os seus egoismos, os seus despeitos e os seus odios, abalando as mais fortes consciências, corrompendo os mais integros caractéres, pervertendo os mais puros sentimentos e aniquilando as mais decididas vontades, adormece no homem todas as qualidades e virtudes que, em coração amigo, afecto, ternura e lealdade exprimem.
A morte do pobre Granjo é bem o espelho vivo dessas desoladoras mas incontestaveis verdades.
A nossa inteligência e a nossa razão fazem-nos fugir apavorado ao tentar desvendar os mistérios dessa horrivel tragedia.
Quanto amigos urdindo a teia em que o homem de bôa fé e sã moral se havia de ver enredado, e, por fim, trazido áquela dolorosa situação, já anunciada, das transigências que deprimem ou das violências que comprometem?"
(Excerto de 1921 : 19 de Outubro!...)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos. Lombada apresenta falhas de papel.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

07 junho, 2019

VIEIRA, Afonso Lopes - ÉCLOGAS DE AGORA. Por... [S.l], O Autor, [1935]. In-8.º (22,5cm) de 36 p. ; B.
1.ª edição.
Manifesto poético contra o Estado Novo. Obra apreendida pela PIDE e proibida a sua reprodução até 25 de Abril de 1974, sendo preciosa e extremamente rara quando na sua edição original.

"Ó solidão, ditosa companhia
se no-la enche a consciência alegre!
Val-de-Lôbos das almas que não vergam!
Exílio, pátria dos honrados homens!...


Quando emprego os meus olhos
em tudo o que é passado
louvo o alto destino
que nos deixou de banda entre os festeiros
das funções dêste prado
para ficarmos firmes e leais,
alheios à festança
de tanta vã mentira,
de tanta dor do gado,
inimigos de tantos maiorais!...


Êsse gado mesquinho defendemos
tantos anos seguidos,
levantando os cajados
contra os lôbos que assaltam os rebanhos,
desde os lôbos azuis
(já muito desdentados)
té os vermelhos lôbos
de perigosa goela!
E agora novos lôbos
com fereza gelada
devoram as ovelhas,
assaltam a manada,
mandando que nem brado ou voz se sôlte
por que não se importunem tais orelhas!...
"

(Excerto de Écloga 2, Viviano)

Afonso Lopes Vieira (1878-1946). “Poeta e monárquico integralista que, começa como anarquista, chegando a traduzir Kropotkine, e era íntimo do anarco-sindicalista Alexandre Vieira e do republicano e seareiro Raúl Proença. Defende a complexidade do reaportuguesar Portugal, tornando-o europeu. Tem ligações ao grupo republicano da Biblioteca. Um dos promotores da revista Homens Livres, saída em Dezembro de 1923. Em 1935 escreve um livro, Éclogas de Agora, onde condena o salazarismo, considerando que Salazar e o regime cometeram o monstruoso erro psicológico de quererem governar este povo com…  método geométrico, coercitivo e glaciar, levando a uma rotura no parentesco dos portugueses.”
(Fonte: http://maltez.info/biografia/Obras/vieira,%20afonso%20lopes%201935%20eclogas.pdf)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Capa apresenta pequena falha de papel no canto superior esquerdo.
Raro.
Sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).
Peça de colecção.
Indisponível