26 junho, 2019

SAGUER, Teophilo - A RADIOTELEFONIA. Sua organização artística em Portugal. Lisboa, Imprensa Lucas & C.ª, 1933. In-8.º (21,5cm) de 45, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Colecção de artigos sobre "Radiotelefonia" publicados no Diário da Noite e aqui reunidos em livro, numa época em que a rádio dava os primeiros passos entre nós.
"A telefonia é um dos mais maravilhosos descobrimentos da sciencia moderna.
Dizemos maravilhosos - porque ha descobrimentos bons e descobrimentos maus.
Por bons entendem-se todos aqueles que servem o Bem, a arte a sciencia, a instrução, tudo que concorre para o aperfeiçoamento do bem-estar da humanidade em todos os campos.
Por maus, todos aqueles que podem aniquilar, destruindo os beneficios alcançados por aqueles.
A noção do Bem e do Mal é muito antiga, nasceu com o homem.
O que se torna necessario, e para isso se deve trabalhar, é aumentar o poder da força do Bem, para subjugar a força do Mal.
A telefonia é um elemento de enorme poder para essa grande batalha universal do espirito humano, tão diferente por esse mundo fora, e que a T. S. F. une como uma só alma.
As antigas fronteiras que isolavam os povos do convivio necessario á grande troca de ideias precisas ao desenvolvimento dos povos; a mercadoria precisa ao alimento da vida, que rareava nuns países e era abundante noutros; o isolamento que tornava os homens inimigos de país para país, e até de terra para terra; a presença de um desconhecido, que equivalia a uma especie de fera sujeita a todo o insulto e escarneo, foram destruidas em parte pelas linhas de caminho de ferro, pelo vapor, pelo telegrafo.
Foi um novo mensageiro que, sem credenciais, se apresentou para a conquista de melhores dias.
Porém, mais rápido, mais poderoso, mais intimo, mais eloquente e mais expressivo, se apresenta agora a T. S. F., que em Portugal o Estado está organizando para satifazer ás exigencias de um Portugal Maior."
(Excerto de A Radiotelefonia : Sua organização artistica em Portugal)
Índice:
- Introdução. - A Radiotelefonia : Sua organização artistica em Portugal. - A nacionalização da radiotelefonia. - A etiqueta estrangeira consagra e impõe se ao artigo nacional, por muito bom que ele seja. - A orquestra sinfónica ao serviço da Emissora e a crise dos artistas musicos. - O valor do diploma do Conservatório. - A orquestra sinfónica ao serviço da Emissora, será um novo valor astistico social patriótico. - A orquestra sinfónica ao serviço da Emissora,pode facilitar a adjudicação do teatro de S. Carlos. - Taxas a pagar para fazer face á criação da orquestra da Emissora. - Orquestras a menos e bandas a mais. - O congresso da Radiotelefonia. - A iniciativa particular e as funções do Estado.
Teófilo Saguer (1880-1954). "Filho de João Saguer Carbonell, natural de Peratallada, província de Girona (Catalunha) e de Francisca Antónia, filha ilegítima de João Alexandre Guerreiro Barradas, nasceu em Grândola em 1 de dezembro de 1880. Demonstrando, desde cedo, dotes musicais, assentou praça em Caçadores 5 e matriculou-se no Conservatório Nacional. Integrou a banda da Guarda Nacional, ingressou nas orquestras dos Teatros de São Carlos e da Trindade e, mais tarde, como trompista, nas orquestras sinfónicas de Lambertini, Blanch, Cardona e David de Sousa. Em 1912, casou com a violoncelista Adelaide Guerreiro Saguer e, nas palavras da filha Albertina Saguer, com ela viveu uma vida de perfeita comunhão de ideais, a par tocando, ensinando e escrevendo. 4 Em março de 1915 estreou-se como compositor no Teatro Politeama com o poema sinfónico Ode à Bélgica e, no mesmo ano, apresentou e dirigiu em São Carlos a Abertura Sinfónica. Quatro anos depois, tornou-se professor de Composição no Conservatório onde regeu as cadeiras de Ciências Musicais, Piano e Instrumentos de Sopro e Metal, atingindo o grau de professor de Alta-Composição. Dedicou-se ao estudo da musicologia e exerceu crítica musical publicando artigos em diversos jornais. Foi autor das seguintes obras: Monárquicos e Republicanos, Falemos da Guerra, A Entoação, A Anarquia dos Sons, Pedagogia Musical e A Radiotelefonia, para além de outras que deixou inéditas. Segundo sua filha, quando a doença o acometeu, veio despedir-se de Grândola, que entre todos os lugares da terra, ele, Teófilo, a conservou sempre no lugar que lhe cabia, e que para ele, seu filho distante e sempre presente, foi sempre o primeiro. Faleceu em Lisboa, em 1 de dezembro de 1954."
(Fonte: http://arquivo.cm-grandola.pt/_docs/Os%20Guerreiro%20Barradas%20e%20a%20M%C3%BAsica.pdf)

Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse para a história da Rádio em Portugal.
Indisponível

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