31 maio, 2019

O APOSTOLADO. Número Comemorativo do 1.º Centenário do Nascimento do Monsenhor Alves da Cunha : 1872-1972. Director: Henrique Alves - Editor: Arquidiocese de Luanda. Luanda, Comp. e Imp. NEA, Junho/1972. In-fólio (34,5x24,5 cm) de 40 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Na capa: desenho de Roberto Silva - (Museu de Angola).
Homenagem ao ilustre flaviense Monsenhor Alves da Cunha por ocasião do seu centenário natalício.
Publicação muitíssimo ilustrada com reproduções fotográficas a duas cores.
Colaboração: Abertura - Padre José Maria Pereira. A sua memória permanecerá como uma bênção - D. Moysés Alves de Pinho. Homem de Deus e da Pátria - Vasco Lopes Alves. O meu testemunho - Padre Silva Rego. Um Centenário - Nuno Simões. Mons. Alves da Cunha e os Missionários do Espírito Santo - Padre Rocha Ferreira. Uma carta do Contra-Almirante Sarmento Rodrigues. Em memória de Monsenhor Alves da Cunha - Alberto de Lemos. Uma carta de Óscar Ribas. Presença edificante - A. Maio. Humildemente grande - F. Araújo Rodrigues. Luanda e o «Dr. Cunha» - Mário Milheiros. Um dos maiores homens de Angola - Reis Ventura. Um homem, uma época - J. F. Martins dos Santos. A lição dum transmontano - Dialino Esteves. Grande Monsenhor Alves da Cunha - notável figura de Angola - José Redinha. Memorável ciclo comemorativo. Perfeitamente bom... - Artur de Lemos Pereira. Obreiro do Ensino Liceal - Antero Simões. Grande figura da História de Angola da primeira metade do século XX - D. Manuel Nunes Gabriel.
Monsenhor Manuel Alves da Cunha (1872-1947). "Nasceu em Chaves, em 8.6.1872 e faleceu em Luanda, em 4.6.1947. Concluiu o bacharelato em Teologia na Universidade de Coimbra (1894). Foi professor do ensino particular na sua Terra (1897) e em 22.9.1900, é ordenado sacerdote. Em 31.10.1901 é nomeado Cónego de Luanda e nos anos seguintes, passa a provisor, e vigário geral, deão da Sé, vice reitor do Seminário Liceu vigário capitular, prelado doméstico, governador do bispado, protonotário apostólico e director das missões católicas. Foi ele que criou o liceu de Salvador Correia e aí foi professor e reitor. Também foi vereador da Câmara de Luanda e provedor da Misericórdia da mesma cidade. Em 1926 o Ministro João Bello chamou-o a Lisboa para com ele estudar o estatuto das Missões e a reorganização do Ministério do Ultramar. Regressou a Angola e prosseguiu a sua brilhante carreira polivalente, ao nível religioso, académico e político. Em tudo o que fez se mostrou um patriota impoluto, um intelectual de fino recorte, um amigo de Angola, um Transmontano inconfundível. Em 1933 foi alvo de uma homenagem pública que envolveu todos os sectores da vida angolana, a coroar uma simpatia invulgar, um trato social incomum, uma cultura fora de série. Em 1.11.1941 embarca compulsivamente no Cubango e desembarca em Lisboa, em 27 do mesmo mês. Só regressa a Angola em 2.1.1943. Nesse lapso de tempo publica e anota o III Vol. da História das Guerras Angolanas de Cadornega (1942). Alberto de Lemos, seu biógrafo e seu aluno, escreveu: "é um dos maiores vultos da História de Angola. Durante 15 anos da vacância episcopal foi sustentáculo válido duma Igreja batida pelo abandono e pelas agressões duma política que não tinha a compreensão das melhores conveniências do Ultramar Português e também atormentada pelas agressões de potências estrangeiras que ambicionavam deslocar nos dos territórios e das posições das influências em África. Dotado de inteligência superior e muito culto, modelo de virtudes cristãs, foi sempre colaborador indispensável e amado pela hierarquia que com ele privou. Polígrafo de muitos méritos, foi historiador, etnólogo, ensaísta de muito saber, mestre incomparável de todos os contemporâneos do seu convívio: Foi conselheiro prudente e auxiliar devotado de muitos governadores gerais. "A sua obra literária foi vastíssima, passando pelo jornal O Apostolado, Boletim da Diocese, Revista "Arquivos de Angola"."

(Fonte: https://de_svo.blogs.sapo.pt/30766.html)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta falha de papel no canto superior esquerdo.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

30 maio, 2019

LOPES JUNIOR (João Ilhéu), Frederico - NOTAS DE ETNOGRAFIA. Angra-do-Heroismo, Tipografia Andrade, 1944. In-8.º (22,5 cm) de [4], 54, [4] p. ; [6] p. il. ; B.
1.ª edição.
Curiosa obra de recolha etnográfica com interesse para a história da ilha Terceira.
Livro ilustrado em folhas separadas do texto com bonitos desenhos de lenços bordados.
"Há na linguagem corrente do povo da Ilha Terceira, locuções e maneiras de dizer que lhe são peculiares, e cujo significado não é, por vezes, fácil de apreender. Algumas delas, ouvidas isoladamente, dão-nos até um sentido literalmente opôsto àquele que de facto lhes deve ser atribuído.
São inúmeras as locuções empregadas, como de resto em todo o país, por isso se torna difícil fixar apenas as que não têm paralelo ou se apresentam bastante diferenciadas das do Continente. Demanda a escôlha um largo trabalho de consulta, para o qual nunca será demasiada a colaboração que possam oferecer-nos trabalhos do género dêste. Daí o aventurar-me a fornecer-vos o pouco que consegui reünir e destrinçar, dentre o muito que diàriamente se diz e ouve na linguagem corrente, em especial entre pessoas incultas."
(Excerto de Locuções e modos de dizer do povo da Ilha Terceira)
Índice:
I - Locuções e modos de dizer do povo da Ilha Terceira. II - Os «marotos» da Terceira. III - O Abrazão, espelho satírico do povo terceirense.
Frederico Lopes (1896?-1979). "[N. Praia da Vitória, ilha Terceira, 31.5.1896 ? m. Angra do Heroísmo, 6.2.1979]. De seu nome completo Frederico Augusto Lopes da Silva Jr. usou o pseudónimo de João Ilhéu com o qual publicou a maior parte da sua obra, principalmente a literária, mas também usou Frederico Lopes e mais raramente Frederico Lopes da Silva. Estudou nos liceus de Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, que terminou em 1915. Matriculou-se no Instituto Superior de Agronomia, mas mobilizado acabou por seguir a carreira militar matriculando-se na Escola de Guerra, terminando o curso de Infantaria. Foi sucessivamente promovido a alferes, 1918; tenente, em 1922; capitão, em 1938; major, em 1946; tenente-coronel, em 1952. Passou à reserva em 1954, e à reforma em 1966. Foi comandante do Batalhão I.I. 17, aquartelado no Castelo de S. João Baptista, onde aliás passou a maior parte da sua carreira militar. Na reserva serviu na Base Aérea 4, como presidente do Conselho Administrativo. Ocupou o cargo de presidente da Câmara de Angra do Heroísmo em 1933, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, 1941, e de Angra do Heroísmo, 1949, presidente da Direcção do Montepio Terceirense, 1960, e vários outros cargos de índole social. Distinguiu-se essencialmente como poeta, contista, autor teatral, etnógrafo e jornalista. Toda a sua obra é de índole regionalista e etnográfica e interligada por uma ideia base da identidade açoriana e da força criadora da cultura popular. Os seus versos, os seus contos, as suas peças teatrais, todas elas estão marcadas por essa opção de ir beber à fonte popular a inspiração e os ensinamentos, ainda que muitas vezes idealizando o povo, dando dele uma imagem romântica e desfasada da realidade. Foi sócio fundador do Instituto Histórico da Ilha Terceira, onde desenvolveu um aturado e continuado trabalho de investigação e teorização sobre etnografia, sendo discípulo de Luís da Silva Ribeiro. A sua obra etnográfica, que é fundamental para se entender o regionalismo açoriano da primeira metade do século XX, encontra-se recolhida num volume, Notas Etnográficas. Foi, também, com menos êxito, divulgador de temas de história açoriana, sob um prisma da história biográfica de enaltecimento dos heróis insulares no seu contributo para o engrandecimento da pátria comum. Como jornalista, fundou o Jornal de Angra, em 1933, que marca pelo seu programa renovador na imprensa local e pela qualidade técnica e artística das suas edições. Além disso foi colaborador assíduo de A União, com rubricas de crítica social e política."(Fonte: http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=8222)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Com sinais antigos de humidade. Sem folha de rosto.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
Sem registo na BNP.
Indisponível

28 maio, 2019

PLACIDO, D. Anna Augusta - LUZ COADA POR FERROS. Escriptos originaes. Por... [Introdução de Júlio César Machado]. Lisboa, Livraria de A. M. Pereira, 1863. In-8.º (19 cm) de XV, [1], 210, [2] p. ; [1] f. il. ; E.
1.ª edição.
Edição original da primeira obra de Ana Plácido, mulher de Camilo Castelo Branco. Ilustrada com o retrato da autora em separado.
"Luz Coada por Ferros é o primeiro livro de Ana Augusta Plácido, com edição em 1863. É dedicado à sua irmã Maria José Plácido, que Ana tratou quando os pais morreram. A autora recorda a irmã com carinho, afirmando: «Foste a minha única amiga neste mundo: não conheci afeição mais verdadeira.» A obra está repleta de dor e amargura, ainda que com traços de coragem, representando o tempo em que Ana esteve presa. A maior parte dos textos que compõem a obra foi produzida na Cadeia da Relação do Porto."
(Fonte: http://www.citi.pt/cultura/literatura/romance/c_castelo_branco/luz_ferros.html)

"Grande parte d'estes escriptos nasceram na calamitosa época do carcere e do escarneo dos meus algozes, nunca saciados das torturas que me inflingiram."
(Excerto da dedicatória)
"O Porto é o eden aonde mais infloram os amores angelicos, candidos e infantis. Ninguem me desmentira, creio. Aqui, não chegou ainda o contagio d'essa peste malefica que lavra já na capital, como em todas as capitaes dos grandes reinos.
Se ha aqui peccadora, empolgada nas garras satanicas de paixão menos pura, ai d'ella! por que as pedradas chovem-lhe compactas, e á penitente nem tempo lhe dão de repetir uma historia passada entre Jesus e os apredejadores d'uma mulher, em Judea.
Estamos pois na cidade da Virgem.
É nesta divina padroeira que as mães descançam o cuidado de guardar intactos d'um desejo ou pensamento equivoco, os corações virginaes das filhas, muito além dos vinte e cinco annos, até que o marido predestinado lhes calque aos pés o gracioso e puro emblema da innocencia."
(Excerto de Adelina)
Indice:
Introdução. - Adelina. - Meditações (I; II; III; IV; V; VI; VII). - O amor. - Recordação. - Porphecia no leito de morte. - Martyrios obscuros. - Impressões indeleveis. - Ás portas da eternidade. - A Julio Cesar Machado.
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível
MODERNO, Alice - TRÊVOS. Angra do Heroismo, Livraria Editora Andrade, 1930. In-16.º (14,5x12cm,) de 112, [4] p. ; B.
1.ª edição. 
Colectânea poética composta por cem quadras.
Tiragem de 1000 exemplares numerados e rubricados pelo punho da autora (n.º 598).
Trata-se da última obra de Alice Moderno, esta publicada em Angra do Heroísmo.

"Passa a ribeira correndo,
Vem da serra, vai ao mar.
Confio-lhe um pensamento
Que as vagas te hão-de levar."

(No vale)

Alice Augusta Maulaz Moderno (1867-1946). "N. Paris, 11.8.1867 ? m. S. Sebastião, Ponta Delgada, 20.2.1946]. No ano em que nasceu, veio com os pais à ilha Terceira, onde ficaria alguns meses antes de regressar a Paris. Em 1876, voltaria àquela ilha e depois, em 1883, fixar-se-ia em Ponta Delgada, sempre acompanhada dos pais. Foi neste último ano que entrou na vida literária com a publicação da poesia Morreu! (Açoriano Oriental, 18.9.1883). Em 1886, publicou o primeiro livro de poemas, Aspirações, e em 1892, publicou o primeiro romance, O Dr. Luís Sandoval. Deixou ainda três peças de teatro e um ensaio. Fundou os jornais O Recreio das Salas, em 1888, e A Folha, em 1902 que terminaria em 1917. Em 1891, começou a colaborar, activamente, no jornal Diário de Anúncios de que tomou a direcção entre 1892 e 1893. Em 1910 participou activamente na vida social como republicana e feminista e, em 1911, fundou a Sociedade Micaelense Protectora dos Animais. Depois da sua morte, em 1948, foi inaugurado o «Hospital Alice Moderno» e, em 1956, com o dinheiro da arrematação dos seus bens foi comprada a Casa do Gaiato. Foi a primeira aluna a frequentar o Liceu em Ponta Delgada (1887/1888?). Exerceu actividade docente como professora do ensino particular. Luís M. Arruda." Publicou sobretudo poesia, mas também produziu três peças de teatro, um romance - O Dr. Luís Sandoval (1892) e o ensaio Açores: pessoas e coisas (1901).

(Fonte: http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=8352)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas vincadas, oxidadas, com rasgões e pequenas falhas de papel nas margens. Interior em bom estado.
Raro.
Indisponível

27 maio, 2019

PALHA, J. Antonio Filippe de Moraes - ESBOÇO CRITICO DA CIVILISAÇÃO CHINEZA. Por... Com um prefacio do Exmo Sr. Dr. Camillo Pessanha. Macau, Typ: Mercantil de N. T. Fernandes e Filhos, 1912. In-8.º (20 cm) de [6], LXI, [1], 64, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra muitíssimo prestigiada pelo extenso prefácio de Camilo Pessanha que ocupa sensivelmente metade do livro. Inclui no interior a partitura do "Hymno Nacional Chinez".
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
Sobre este assunto, com a devida vénia, reproduzimos um excerto da Revista Macau, cujo link infra indicamos. "O investigador [Daniel Pires] refere que, “em termos de comunidade portuguesa, Camilo Pessanha era muito incómodo, não era uma pessoa que as pessoas fizessem força para recordar, a parte conservadora da comunidade não gostava dele, porque estava fora daqueles parâmetros”. Também o prefácio que Pessanha preparou para a obra do médico José António Filipe de Morais Palha, Esboço Crítico da Civilização Chinesa, foi mal recebido pelo lado chinês. “Há na realidade uma parte da comunidade chinesa que vê aquilo como um ataque à China, o que não é, é um ataque ao regime que existia antes da implantação da república”, considera o estudioso."
(Fonte: http://www.revistamacau.com/2017/04/12/150-anos-do-nascimento-do-poeta-ressuscitar-camilo-pessanha/)
“O pequeno folheto, que venho submetter á apreciação do publico, não é senão um producto de circumstancias fortuitas. Não revela da minha parte nem o prurido de avolumar a literattura portugueza, nem a vaidade de contribuir com um trabalho original para o estudo da complexa civilisação chineza [...]
Foi a primorosa conferencia do sr. Dr. Camillo Pessanha sobre “A Arte chineza” que me orientou o espirito, no mare magnum dos assumptos sobre coisas chinezas.
Era evidente, que, emquanto o formoso genio do poeta descobria na arte d´este povo as mais maravilhosas manifestações do bello, e desvendava nos symbolos, conceitos e máximas chinezas as mais sublimes concepções philosophicas, a mim, obreiro, embora modesto e obscuro, do positivismo, competia-me naturalmente a tarefa de patentear a realidade, na sua nudez singela e austera, pura ou impura, formosa ou hedionda, perfumada ou fetida. [...]
Não se limitou a isto, [a conferência de Pessanha], a valiosa intervenção do meu bom amigo. Accedendo ao meu tibio pedido, promptificou-se a apadrinhar o trabalho com o seu magistral prefacio, que, comquanto não exprima da sua parte para commigo mais do que mera deferencia pessoal, generosa e captivante, de certo, a mim enche-me de profunda satisfação e intimo orgulho por ter conseguido assim arrancar á sua obstinada inacção uma das maiores glorias das lettras nacionais."
(Excerto do preâmbulo)
Matérias:
[Preâmbulo]. Prefacio. I. - Traços da civilisação antiga. II. - Decadencia gradual da civilisação e dos costumes.
José António Filipe de Morais Palha (1872-1935). "Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa. Como alferes (desde 22-07-1898) chegou a Macau em 3-03-1900, sendo nomeado facultativo de 3.ª classe do quadro de saúde da província. Esteve em comissão de serviço em Timor (1902-1905; 1908; 1913-1914). Promovido a capitão-médico em 1915. Foi professor de língua alemã do Liceu (1900-1901); professor interino do 6.º grupo do liceu (1912- 1914; 1918) professor do 7.º grupo 1917. Promovido a major-médico em 1918 e a tenente coronel em 1920 e coronel-médico em 1924. Chefe dos Serviços de Saúde de Macau, em 1922."
(Fonte: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/11/12/leitura-esboco-critico-da-civilizacao-chinesa/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Lombada apresenta falhas de papel. Levemente amarelecido por acção da humidade junto à lombada, visível no interior apenas nas primeiras e derradeiras páginas.
Raro.
Indisponível

26 maio, 2019

O VOSSO CÃO : tudo o que sôbre êle deve saber. [GUIA ACTUALIZADO SOBRE QUESTÕES CANINAS]. Dedicado a todos aqueles verdadeiramente amigos dos seus cães. Este folheto é propriedade «copyright» de Karswood, Adelphi, Salford, Manchester - E. Griffiths, Ltd : Estabelecida 1758. Lisboa, Distribuidores exclusivos: João Machado da Conceição & Cia., Ltda, [194-]. In-8.º (18cm) de 104 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Guia canino publicado entre nós nos anos 40 do século passado. Muito ilustrado ao longo do texto com desenhos e reproduções fotográficas de exemplares de várias raças.
"Toda a vida tenho lidado com cães e observado a evolução do público em geral na maneira dos tratar. A maior parte das pessoas tem realmente vontade de tratar bem os seus cães, alimentá-los convenientemente e cuidar da sua saúde dentro dos limites em que não é necessária a intervenção do veterinário. Contudo, a maioria, não sabe a melhor forma de proceder e só conhece rudimentarmente tudo quanto se refere à raça daquele que possui. Os Senhores Karswood prestam, portanto, um grande serviço pondo ao alcance de todos um tão útil sumário sobre o que se relaciona com o cão. É uma prova de inteligência adquirir êste livro, guia autorizado cujos conselhos verificareis serem da maior conveniência."
(Introdução de Charles Cruft, Fundador e organizador da mais importante e famosa Exposição Canina de Inglaterra)
Invulgar.
Indisponível

25 maio, 2019

GUERRA, L. de Figueiredo da - A CAPELLA DE SANTO ABDÃO DA CORRELHÃ. Por... Viana, Tip. Comercial «A Aurora do Lima», 1924. In-8.º (21,5 cm) de 15, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Estudo histórico sobre as disputas políticas e territoriais entre a Arquidiocese de Braga e a Igreja de Compostela na Idade Média, com epicentro na Correlhã - a antiga Vila Corneliana -, cuja capela foi utilizada por Diogo Gelmires, Bispo de Iria, aquando do furto e transporte para a Galiza das relíquias de quatro santos.
Opúsculo ilustrado com uma reprodução fotográfica da Capela de Santo Abdão.
"A capella junto ao adro paroquial de S. Thome da Correlhã, no concelho de Ponte do Lima, é uma antiga ermida corporal, ou funeraria, como outras que conhecemos nos Mosteiros medievais da Galiza e de Portugal; algumas tinham tão pequenas dimensões, que mal se podiam celebrar n'ellas os officios divinos.
Sobem aos seculos X e XI.
Sendo outr'ora prohibidos os enterros dentro das egrejas, distribuiram-se as sepulturas, fóra e em roda dos templos, em recinto vedado, conservado sempre os tumulos a respectiva orientação.
Convém não confundir esta nossa Correlhã, a antiga - Villa Corneliana -, pertencente a Sant'Iago de Compostella, com a outra Villa, do comêço do seculo XI, situada perto de Oviêdo, nas Asturias, e chamada tambem Corneliana.
Assentava aquella velha Villa wisigothica na margem esquerda do rio Lima, a dous kilometros, a jusante da ponte de pedra, onde passava a - Via Romana - de Braga para Tuy, e que lhe vinha atravessar os limites."
(Excerto dos Cap. I e II)
Luís de Figueiredo da Guerra (Viana do Castelo, 1853 - 1931). "Foi um historiador e historiógrafo vianense que se distinguiu no estudo da história local da região em torno da foz do Lima. Foi director do Museu Municipal e da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta falha de papel nos cantos.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Com interesse histórico.
Indisponível

24 maio, 2019

COMET, Alan - A INVASÃO DOS «ELECTRÓFAGOS». Uma edição de Roussado Pinto. Lisboa, Editorial Organizações, Lda. [Comp. e Imp. Bertrand (Irmãos), Lda. - Lisboa], [s.d.]. In-8.º (14,5cm) de 142, [2] p. ; B. Colecção Robot, 4
1.ª edição.
Novela de ficção científica inserida na apreciada Colecção Robot, de Roussado Pinto.
"Esta é a história da luta atroz de dois Mundos: um, errante, e a última fase da sua existência; outro, fixo, vivendo os maravilhosos momentos da sua evolução ascencional.
O primeiro, sem nome e sem destino, qualquer coisa de estranho e quase inconcebível: uma presença atroz no Céu como as que devem estar, na realidade, ligadas, amarradas e cingidas às espantosas condições de ambiente no Espaço.
P ouro Mundo era o nosso - a nossa Terra, a meio do Século XXI, em plena marcha ascendente para um maior progresso industrial, com muitos graves problemas resolvidos e muitos outros, também graves, por resolver..."
(Excerto da Nota preliminar)
"O tempo, tal como o compreendem os Homens, não tem significação alguma nas História dos «Electrófagos». Devemos, pois, prescindir definitivamente de marcar datas que não sejam aproximadas e com muitas probabilidades de erro...
Mil milhões de anos antes de que se formasse o Sistema Solar, um agrupamento, saído do interior da constelação de Andrómeda, vivia já plenamente, num conjunto planetário, iluminado por um potente Sol, ao redor do qual giravam, em órbitas elípticas, oito planetas e sessenta e quatro satélites.
Devido a circunstâncias astrofísicas, a vida não pôde chegar a manifestar-se mais do que em um deles, o maior, situado a uns trezentos milhões de quilómetros do seu Sol, qualquer coisa como a distância que separa Marte do nosso planeta.
Esse planeta, ao qual chamamos Kruphon, é o Centro da nossa História..."
(Excerto de História dos «Electrófagos»)
Exemplar em bom estado geral de conservação. Lombada com pequenas falhas de papel nas extremidades. Carimbo oleográfico e rubrica de posse na f. anterrosto.
Raro.
20€

23 maio, 2019

THOMAZ, M. - ELOGIO // DE // RENATO DUGUAY // TROUIN, // TENENTE GENERAL // DAS ARMADAS NAVAES DE FRANÇA, // COMMENDADOR DA ORDEM REAL MILITAR // DE S. LUIZ, // Por M. THOMAZ, // Traduzido da lingua Franceza, com todas // as Notas, e huma Advertencia Proemial // do Traductor, que em parte póde ser- // vir para exame da Obra, // POR HUM HOMEM DE MAR, //Em Lisboa anno de 1774. // Discurso, que ganhou o premio da Academia // Franceza em 1761. // LISBOA // NA REGIA OFFICINA TYPOGRAFICA. // ANNO MDCCLXXIV. // Com licença da Real Meza Censoria. In-12.º (15cm) de LXXX, 114, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Tradução da biografia militar de René Duguay-Trouin (1673-1736), corsário francês ao serviço do monarca Luís XIV - o Rei Sol -, cujo maior feito de armas terá sido a conquista do Rio de Janeiro em Setembro de 1711, e que nesta obra é tratado com o devido relevo. O autor, Antoine Léonard Thomas (1732-1785), relata a vida do almirante francês através de uma narrativa pejada de incongruências e inverdades, só explicada por manifesto desconhecimento dos factos (ou sabujice).
Gaspar Pinheiro da Câmara Manuel (1766-1791), o Homem de mar que assina a tradução, é um experimentado oficial da marinha de guerra portuguesa, que corrige e "desmascara" com algum humor o Elogio. A sua Advertência proemial é uma lição de história, bem como as notas e referências históricas que preenchem parte substancial da tradução da obra.
"A maior acção, que se confiou a Duguay Trouin, e de que o Orador faz o mais relevante apreço, foi o ataque, e tomada do Rio de Janeiro: facção sempre memoravel, e conseguida na verdade com poucas forças, porém reduzida a fabula no elogio. Bastava escrever tudo o que se soubesse, e se presumisse do valor, prudencia, e disciplina daquelle Capitão; porém não contar trezentos canhões combinados para a defensa da entrada do Rio de Janeiro, aonde certamente não havia sessenta para este fim. Sete Náos, que servião de barreira ás Fortalezas, sendo sómente quatro, e desarmadas. Suppôr a Ilha das Cobras fortificada em 1711, quando a primeira pedra da sua fortificação foi lançada pelo Brigadeiro José da Silva Pais, que em 1736 partio de Lisboa para delinear as fortificações daquella parte da America."
(Excerto da Advertencia proemial)
Encadernação recente em meia de pele com cantos, e ferros gravados a ouro na lombada.
Livro em bom estado de conservação. Não possui errata (v. exemplar digitalizado da Biblioteca Nacional do Brasil), antes uma folha em branco, parte do livro, que nos leva a crer, salvo melhor opinião, ter saído dos prelos como está, sem emendas.
Muito raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
750€

22 maio, 2019

QUEIROZ (Bento Moreno), Teixeira de - O FAMOSO GALRÃO. Por... Lisboa, Editores: Tavares Cardoso & Irmão, 1898. In-8.º (19cm) de VIII, 340, [4] p. ; B. Comedia Burgueza, V
1.ª edição.
Rara edição original do quinto volume da série naturalista «Comédia Burguesa».
"Vi, pela vez primeira, Galrão, na Taberna Ingleza, ao caes do Sodré, estando eu a jantar uma sopa de rabo de boi e um bife com batatas.
Em frente do meu logar, vieram sentar-se tres individuos, um só dos quaes eu conhecia; era D. Agostinho. O velho fidalgo nem pela minha presença deu, de absorvido que estava nos formidaveis calculos, que, com magestoso lapis azul, sobre larga folha de papel almaço, fazia um dos seus companheiros, homem novo, de forte barba preta, atarracado no corpo, largo de hombros, e olhar tão vivo, que incendiava. Este, acompanhando as falas mansas, mas persuasivas, com gesto imperante, apontava os complicados algarismos, que lançava no papel, em soberbas pyramides. Em taes momentos, no rosto de D. Agostinho despontava fulguração tão febril, que me impressionou pelos longes que me dava de loucura. O segundo ouvinte, homem de vasta fronte, ornada de cabelleira loira, recebia esses raciocinios com certa indifferença, bebendo paulatinamente golinhos de genebra e fixando-me distrahido,  com os seus severos oculos d'oiro. Eu soube, depois, que aquelle apparente desdem ou apathia mental, provinha de ser este individuo o auctor dos raciocinios e calculos, que o outro fazia.
Á sahida é que D. Agostinho, repentinamente, se lembrou da minha presença; mesmo da porta me agradeceu com sorriso amavel o cumprimento com que eu o recebera á entrada. Impressionou-me aquelle desvairamento physionomico, em homem de tão serenas maneiras, tão desprendido das opulencias da vida, e que eu representava sempre na minha imaginação com a sua delicada expressão no rosto. Na modestia da sua existencia, apesar de certo desleixo moral, conservara sempre a linha placida, que n'esse dia vi alterada, por singular perturbação. Este acontecimento deixou-me apprehensivo, durante algumas horas. Quando á noite o encontrei no Gremio perguntei-lhe: quem eram aquelles dois amigos, com que o vira, na Taberna Ingleza, ao caes do Sodré. O mesmo incendio da pupilla lhe illuminou subitamente o rosto; mas d'esta vez elle proprio o apagou, por força da sua vontade, baixando as palpebras. N'uma voz macia, voz assente em notas de interessante segredo, esclareceu-me:
- O da barba preta é o famoso Galrão; o loiro um grande sabio que elle nos trouxe. Dois homens extraordinarios."
(Excerto de Á memoria de D. Agostinho)
Francisco Teixeira de Queiroz (Arcos de Valdevez, 1848 - Sintra, 1919). “Romancista e contista, Francisco Teixeira de Queirós licenciou-se em Medicina, tendo ocupado diversos cargos públicos, entre os quais o de deputado, de vereador da Câmara Municipal de Lisboa e de ministro dos Negócios Estrangeiros, neste caso em 1915. Chegou a ser presidente da Academia das Ciências de Lisboa. Fundou em 1880, com Magalhães Lima, Gomes Leal e outros, o jornal «O Século», tendo também colaborado nos periódicos «O Ocidente», «Revista de Portugal», «Revista Literária», «Arte & Vida», «Ilustração Portuguesa», «A Vanguarda» e «A Luta», entre outros. Em 1876, publicou o seu primeiro romance, «Amor Divino», com o pseudónimo de Bento Moreno, que viria a usar em outros livros. A sua vasta obra está repartida em dois grupos: «Comédia de Campo» e «Comédia Burguesa», imitando assim a «Comédie Humaine», de Balzac, um dos seus mentores. Durante cerca de 40 anos, reformulou o seu plano e a sua doutrinação literária sobre o romance, procurando incansavelmente aplicar o seu programa realista-naturalista de base científica. Cultivou uma escrita de feição realista, fazendo uma crítica constante à alta sociedade lisboeta, evidenciando os seus costumes, os seus modos de agir e de estar perante a sociedade portuguesa em geral. Em algumas das suas obras, por outro lado, retrata de uma forma carinhosa e saudosa os seus tempos de infância, vividos na quietude da sua terra natal.”
Exemplar brochado, protegido por sobrecapa de papel vegetal, em bom estado de conservação. Assinatura de posse nas f. rosto e anterrosto.

Raro.
Indisponível

21 maio, 2019

LEGIÃO EM MARCHA. N.º 110/111 - ANO VII. Director: João Ameal. Março/Abril - 1958. [Lisboa], Gabinete do Presidente da J. C. da Legião Portuguesa, 1958. In-fólio (30x21cm) de 26, [2] p. (inc. capas) ; il. ; B.
1.ª edição.
Número especial comemorativo do 30.º aniversário da ascensão de Salazar ao poder, e dos 25 anos da Constituição de 1933, momento que marcaria o início do regime do Estado Novo.
Ilustrado com desenhos e reproduções fotográficas ao longo do texto.
"Decorreram trinta anos, no passado dia 27 de Abril, que o Sr. Professor Doutor Oliveira Salazar ascendeu ao Governo da Nação.
Em três décadas de notabilíssima acção governativa, através duma jornada de inteira dedicação e sacrifício da sua própria vida, criou uma época nova nos destinos históricos da Casa Lusitana.
O que fez de profundo trabalho na regeneração dum País doente, o que saneou primeiro, para depois robustecer e prestigiar; o que solucionou nas horas perigosas da guerra; o que renovou na personalidade moral e mental da Nação: - fica inesquecível na gratidão de todo o português bem formado. [...]
A Legião Portuguesa «forma» como ala de Salazar. Em volta do seu Chefe, destinada a manter intacta a vitória que lhe devemos, afirma-se como expressão viva da nobre missão de que foi investida: a da consciência moral da Nação."
(Excerto de A Legião reafirma a Salazar dedicação e fidelidade inabaláveis)
Artigos:
- A obra de Salazar no presente e no futuro. - A Legião reafirma a Salazar dedicação e fidelidade inabaláveis. - Os 25 anos da Constituição de 1933. - Os Partidos perante a Nação. - A Igreja Vermelha. - Crónica internacional: Para onde vamos? - Um grande marinheiro português: João da Nova. - A obra de cooperação social da Legião. - Depois de "a conversa com Salazar". - Mensagem da Legião Portuguesa a Salazar. - Figuras e lições da História: Dom Teodósio II, sétimo duque de Bragança. - Este sólido bastião ibérico. - A Família no sistema soviético. - A propósito da reunião em Paris do Conselho da O. T. A. N. - Um caso insólito de racismo. - Uma conferência em Aveiro. - Uma conferência do capitão Silva Baptista sobre a Racionalização da Indústria do Pão. - Cinema nacional. - Mobilização permanente.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
20€

20 maio, 2019

CHAGAS, João - DIARIO DE UM CONDEMNADO POLITICO (1892-1893). Porto,  Livraria Internacional de Ernesto Chardron . Casa Editora : M. Lugan, Successor, 1894. In-8.º (18 cm) de [8], 261, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Raríssima edição original do 1.º livro do autor, composto por reflexões sobre a vida política nacional em forma de cartas, escritas a partir da Angola onde se encontra a cumprir pena de degredo.
"Em virtude de circumstancias que perderam interesse e não vale a pena recordar, os governos do meu paiz, que tanto timbram em favorecer prevaricadores como se empenham em perseguir os homens de pensamento que ousam dizer-lh'o, obrigaram-me um dia a abalar, caminho d'Africa, em um navio mercante que, entre tripulação e rezes, conduziu a seu bordo funccionarios do Estado, negociantes da café e degredados de 1.ª classe. Eu pertencia a este numero.
Durante essa viagem, e, mais tarde, em um presidio d'Angola, ao acaso e no desconforto de uma existencia violenta, escrevi para um jornal do Porto, um grande numero das cartas que vão lêr-se. A essa correspondencia chamei impropriamente Diario; não foi isso o que sahiu. Obedecendo mais aos impulsos do meu temperamento, do que ás suggestões do meu instincto litterario, desviei-me do plano que primitivamente traçára, e, logo encetado o meu Diario tinha perdido o seu caracter de memorandum intimo para passar a ser o que foi, uma obra de combate, estridente e publica. [...]
Este volume não se recommenda, pois, pelo seu interesse litterario - é o meu primeiro livro, cumpre-me dizer isto; mas tem algum interesse politico e essa foi a razão que me levou a publical-o."
(Excerto da introdução)
João Pinheiro Chagas (1863-1925). “Jornalista. Republicano histórico, próximo de Brito Camacho. Em 1890 publica no Porto o jornal A República Portuguesa . Estava preso por crime de imprensa na Relação do Porto quando se deu a revolta do 31 de janeiro de 1891. Será condenado por instigar à mesma. Desterrado para Luanda e Moçâmedes, foge daqui. Volta ao Porto e volta a ser preso em finais de 1892. De novo desterrado para Luanda. Amnistiado pelo governo de Dias Ferreira. Edita no Porto entre 21 de dezembro de 1893 e 3 de junho de 1894 o Panfleto. Edita depois A Marselhesa e O País. Preso em 28 de janeiro de 1908. Libertado pelo governo de Ferreira do Amaral, começa a editar, entre 10 de dezembro de 1908 e 25 de dezembro de 1910, as Cartas Políticas. Presidente do ministério de 3 de setembro a 12 de novembro de 1911, acumula as pastas do interior e dos negócios estrangeiros, esta até 12 de outubro, onde surge Augusto de Vasconcelos. Tem a oposição do grupo de Afonso Costa. Nomeado chefe do governo em 15 de maio de 1915. Sofre atentado no Entrocamento, sendo substituído por José de Castro. Retoma o lugar de ministro de Portugal em Paris em 10 de setembro de 1915.”
(Fonte: Politipedia)
Encadernação da época sem pele na lombada, com as pastas cansadas.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Deve ser reencadernado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

19 maio, 2019

REZENDE, João Januario Vianna de - PRODIGIOSOS EFFEITOS DO MAGNETISMO ANIMAL. Sonho : um delirio febril; ou extasis. Seguido da traducção do artigo que J. G. Millingen M. D. M. A. inseriu nas suas Curiosities of Medical Experience, Producção ingleza, de grande merito. Por... Lisboa, Typographia Universal, 1864. In-8.º (22,5 cm) de 146, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Obra insólita e muitíssimo curiosa. Padecendo de uma doença tropical que o deixou inconsciente, o autor passou para papel um "delírio" de 18 horas sem que disso tivesse dado acordo, ficando surpreendido quando, após a prostração, a criada lhe ter comunicado o que havia feito, o que confirmou mais tarde com a leitura do "manuscrito".
"O "Magnetismo Animal", "Medicina Magnética" ou "Magnetismo Curativo", seria a faculdade que o magnetizador teria em transformar o Fluido cósmico universal em fluido magnético e este por sua vez entrando nas nádis em fluido vital. Constituído por uma doutrina magnética denominada Mesmerismo, onde o seu conjunto de aforismos criava condições para práticas terapêuticas, este movimento desenvolveu-se no final do século XVIII e teve seu período áureo até ao fim do século XIX. Foi um dos primeiros movimentos em larga escala a despertar atenção do mundo académico ocidental para os fenómenos paranormais."
(Fonte: Wikiquote)
"Em 1864, foi publicado em Portugal o livro, Prodigiosos Effeitos do Magnetismo Animal onde o autor relatou como havia tomado conhecimento desta doutrina e os efeitos maravilhosos da mesma."
(Fonte: https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/3836/1/TESE%20C.D.%20para%20Gravar.pdf)
"No mez de maio de 1862, estando na cidade de Loanda, tive uma d'aquellas febres d'Africa, geralmente chamadas de carneirada.
Estas doenças, quasi sempre terminam pela morte, quando atacam com violencia, como eu fui atacado; mas, alguns doentes teem a felicidade de escapar, e eu fui um destes: a minha cura não se fez esperar muito tempo, e se effeituou por modo tão singular, que chama a attenção dos curiosos, a quem os casos raros sempre interessam. [...]
No setimo dia veio o acesso febril; delirei, ou, para melhor dizer, cahi n'um somno extatico, que outra coisa não era; pois de tudo que nelle vi e ouvi, conservei perfeita recordação. Tendo contado esta historia a varias pessoas, gostaram da narração, e, por instancias dellas, me vejo obrigado a dar á luz o insignificante parto do estado morboso em que estive, por espaço de dezoito horas.
Parecia-me que andava viajando por aquelle delicioso clima da fronteira de França com a Italia; quando, n'uma casa em que estava hospedado, se conversava em diversos assumptos; e um dos circumstantes disse, com o riso nos labios: senhores, vou contar-vos uma historia, que bem prova a demencia humana..."
(Excerto de Magnetismo Animal)
Matérias:
- Aux Académies de Médecine et à tous les savants O. D. C. - Magnetismo Animal [sonho]. - Meditação sobre o sonho. - Magnetismo Animal : artigo extrahido e traduzido da obra de J. G. Millingen, M., F., M. A. intitulada Curiosities of Medical Experience publicada em Londres. - Advertencia do autor [referente à sua insatisfação com as condições técnicas da impressão do presente livro].
Encadernação em tela com título e autor manuscritos colado na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito raro.
Indisponível

18 maio, 2019

BARRADAS, Lereno Antunes - REGIÕES LATIFUNDIÁRIAS. [Por]... Engenheiro Agrónomo. Lisboa, Editorial Império, Limitada, 1935. In-4.º (24,5cm) de VII, [1], 87, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre a agricultura no Alentejo, elaborada e publicada nos alvores do Estado Novo.
"O presente trabalho, feito para o 1.º Congresso Alentejano, que não chegou a realizar-se, foi apresentado ao 2.º Congresso da Imprensa Alentejana em Maio de 1933.
Hoje, o problema agrário do Alentejo, o assunto principal de que vamos tratar, mercê de várias circunstâncias, sobretudo pela abundancia extraordinária das ultimas colheitas, apresenta um aspecto um pouco diverso do de então.
Naquela data, após o primeiro ano de superprodução de trigo, a lavoura lutava com os preços baixos do mercado, e neste momento, depois de outros anos de boas produções e com o preço de venda assegurado pela F. N. P. T., luta com o da colocação deste cereal.
Dantes era a auto-suficiencia do trigo, que principalmente se procurava; hoje pretende-se o barateamento do pão, além da resolução de muitos outros problemas que têm continuado por resolver, como o do desemprego rural, etc., etc. [...]
A baixa de preço do trigo, que acaba de se dar, impunha-se; e, diga-se de passagem, estamos convencidos de que a maior parte da lavoura aceitou esse sacrifício, como um dever a cumprir.
Não é oportuno tocarmos nas inumeras considerações que sobre este assunto se podem fazer, mas achamos necessário relacioná-lo com o ponto de vista que defendemos.
Como se sabe, uma das causas do excesso de trigo, é a demasiada área destinada a esta cultura. Em vista disto, de todos os lados preconizam a sua redução, pela exclusão das relvas, vinhas, montados, etc. Contudo há relvas que podem economicamente dar trigo; há montados, como os de azinho, que, necessitam ser semeados; e há alqueives, que só dão trigo caro."
(Excerto do preâmbulo, Palavras prévias)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

16 maio, 2019

MACEDO, J. C. - AS CINZAS DUM TEMPO PERDIDO. Ascensão e queda das FP-25? Mem Martins, Publicações Europa-América, 1985. In-8.º (21cm) de 178, [2] p. ; B. Col. Estudos e Documentos, 217
1.ª edição.
Impressionante relato de João Macedo Correia, um ex-operacional das FP-25 de Abril, organização armada clandestina de extrema-esquerda que protagonizou dezenas de atentados em Portugal, entre 1980 e 1987.
"Este livro é o resultado do «diário da prisão», que fui escrevendo desde esse dia 16 de Agosto de 1984 até estes dias de Maio de 1985. As notas, as mais importantes, compilei-as, destruindo tudo o resto. Espero ter sido claro quanto à loucura normal que impregna todo um acto político desprovido da sensibilidade cultural. As notas compiladas dactilografei-as numa parte (a aba do chapéu) de Monsanto. Poderia ter feito um simples e maçudo relatório das coisas da ascensão e queda das FP25, mas a frieza de tal propósito levou-me a uma atitude romanesca, porventura a mais indicada maneira de dizer que a vida e a ficção se diluem, muita vez, num acto."
(posfácio do autor)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Com defeitos na contracapa.
Invulgar.
10€

15 maio, 2019

INSTRUÇÕES PARA O USO DA METRALHADORA LIGEIRA 7ᵐᵐ,7 ᵐ/931 - MINISTÉRIO DA GUERRA. 3.ª Direcção Geral - 1.ª Repartição (Direcção da Arma de Infantaria). Lisboa, Imprensa Lucas & C.ª, [1932]. In-12.º (14,5cm) de 122, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com quadros e tabelas ao longo do texto.
"A metralhadora ligeira 7ᵐᵐ,7 m/931 é uma arma colectiva, de tiro tenso, destinada a fazer o tiro directo às pequenas e médias distâncias. Pode ainda fazer o tiro marchando e o tiro contra aviões voando a menos de 600 metros de altitude.
(Está em estudo um tripé para esta arma com as características do tripé Jessen utilizado pela metralhadora ligeira 7ᵐᵐ,7 m7/930.
É uma arma de tiro automático de cano fixo, sistema «tomada de gases num ponto do cano», com travamento da culatra por «inclinação».
A cadência de tiro é de 500 tiros por minuto (regulador de gases no «zero»). A velocidade prática do tiro é de 150 tiros por minuto, no tiro normal por rajadas curtas com rectificação de pontaria nos intervalos, podendo atingir o máximo de 200 tiros por minuto. Esta velocidade máxima não deve ser mantida por mais de um minuto.
O mecanismo de disparar é construído de fórma a permitir, por uma simples mudança do fecho de segurança, a execução do tiro simples (tiro a tiro) ou do tiro contínuo (automático)."
(Excerto do Cap. I, Características)
Índice:
I - Características. II - Munições. III - Organização geral da arma. IV - Organização balística da arma. V - Organização mecânica da arma. VI - Ferramentas e peças de reserva. VII - Manejo da metralhadora. VIII - Companhia de atiradores.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
20€

14 maio, 2019

VICENTE, João Dias - PADRE HENRIQUE LOPES CARDOSO, UM SACERDOTE GUINEENSE DIGNO DE SER CONHECIDO. Por... Bissau, [s.n.], Novembro de 1993. In-4.º grd. (29,5cm) de [66] p. ; B.
1.ª edição.
Biografia do padre Henrique Lopes Cardoso - a sua vida de sacerdócio e acção evangelizadora por terras da Guiné.
Exemplar stencilizado, por certo reproduzido a partir do projecto original do autor dadas as correcções e emendas visíveis ao longo do texto. Trabalho que viria a ser publicado um ano mais tarde,  em Soronda : revista de estudos guineenses, N.º 17 (Janeiro de 1994), nunca sido tendo editado em livro.
No final inclui um quadro com os estudos do biografado no Seminário-Liceu de S. Nicolau (1878-1889), e o Pequeno Vocabulário do Dialecto Pepel, obra do Pe. Lopes Cardoso que foi publicada no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, em Julho de 1902.
"Presentemente interessa-me conhecer melhor, e dar a conhecer, um outro sacerdote guineense, dos pouquíssimos existentes antes da criação da Diocese de Bissau em 1977, que foi um aluno brilhante no Seminário-Liceu de S. Nicolau em Cabo Verde, que colaborou com a administração colonial mas que também sofreu fortemente com essa administração pelo facto de ser "preto e amigo dos gentios", que reagiu ao modo como a evangelização era feita no seu tempo e apresentou para a mesma algumas perspectivas inovadoras, que foi um homem atento às necessidades materiais da sua própria família e das pessoas com quem vivia (sobretudo nas fomes que frequentemente assolaram as Ilhas de Cabo Verde) e que foi um profundo conhecedor das línguas crioula e pepel.
É meu intento, pois, ampliar um pouco mais aquilo que até agora já era conhecido sobre a figura do Padre Henrique Lopes Cardoso. Os elementos novos que consegui obter, recolhi-os nos arquivos de Lisboa, Cabo Verde e Bissau.
Algumas informações orais, de gente que conheceu pessoalmente este padre e de parentes directos seus que ainda vivem, pude obtê-las em Santiago de Cabo Verde e em Bissau."
(Excerto da Introdução)
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
Peça de coleccção.
Indisponível

13 maio, 2019

MACHADO, Raul - QUE É O ESPIRITISMO? Lisboa, União Gráfica, 1956. In-8.º (19,5cm) de 223, [1] p. ; [11] f. il. ; B. Colecção Verdade, 1
1.ª edição.
Trabalho que pretende refutar as bases do movimento espírita. O autor serve-se de exemplos práticos e teóricos, dos segredos de médiuns famosos, para demonstrar a pouca credibilidade do espiritismo.
Livro ilustrado com desenhos no texto, e em separado, com reproduções fotográficas das sessões espíritas estudadas no livro, impressas sobre papel couché.
"O presente trabalho mostrará que o espiritismo, como ciência, sem o fundamento necessário de fenómenos experimentais, não tem valor, nem razão de existir; como doutrina, eivada de absurdos filosóficos, deve ser rejeitado total e absolutamente. A doutrina da Igreja, por sua vez, ensina aos fiéis qual a atitude que devem assumir perante um acervo de absurdos doutrinários, recheado de perigos tenebrosos. Pelas folhas, pelos frutos, e não pela sombra, se conhece a árvora.
Ex fructibus... cognoscetis."
(Excerto do Prefácio)
Índice: 1.ª Parte - Segredos do Espiritismo. 2.ª Parte - Absurdos do Espiritismo. 3.ª Parte - Doutrina da Igreja. Apêndices: I) Espiritismo e Metafísica; II) A falibilidade de W. Crookes nas experiências espíritas.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

12 maio, 2019

UM EXERCITO SEM HONRA. Atrocidades allemãs em França: (Factos ineditos). Reproduzido do "Nineteenth Century", Junho de 1915. Edimburgo : Nova York : Londres, Thomas Nelson & Sons, 1915. In-4.º (24,5cm) de 23, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo de J. H. Morgan denunciando os maus tratos infligidos pelas alemães na sua passagem por França. A acusação às tropas invasoras é sustentada pelo relatório do autor elaborado no terreno ao longo de 4/5 meses.
"Em Novembro do anno passado, encarregou-me o secretario do ministrio dos negocios do interior de proceder a um inquerito em França sobre as allegadas infracções das leis de guerra pelas tropas allemãs. [...] Os resultados do meu inquerito [...] foram submettidos á commissão presidida por Lord Bryce. [...] Uma parte delle, e precisamente a mais importante, a saber: a que estabelece provas de um systema deliberado de atrocidades commettidas por officiaes allemães responsaveis chegou ás minhas mãos já tarde para della se poder fazer uso na commissão. [...] Limito-me portanto, neste artigo a esta secção do inquerito, devendo advertir ao leitor que, salvo menção em contrario em varios casos, os documentos que aqui se apresentam foram publicados agora pela primeira vez.
As minhas investigações representam um periodo de quatro ou cinco mezes. Durante as seis primeiras semanas estive ocupado em visitar os hospitaes da base de operações, os campos de convalescentes em Boulogne e Rouen e os hospitaes em Pariz; durante os restantes tres mezes fiquei addido as estado maior, no quartel general da força expedicionaria britannica. No decurso de meus inqueritos nos hospitaes e campos, interroguei de viva voz uns dois ou tres mil officiaes e soldados, representando quasi que todos os regimentos dos exercitos inglezes e todos os que recentemente haviam estado em serviço activo em campo. [...]
Em virtude deste inquerito visitei todas as cidades e communas de alguma importancia actualmente sob nossa occupação e havia pouco antes occupada pelos allemães, incluindo localidades a poucas centenas de metros da linhas allemãs."
(Excerto da introdução, Atrocidades allemãs na França; factos ainda não publicados)
Matérias:
- Atrocidades allemãs na França; factos ainda não publicados. - Processos do Inquerito. - Ultrages Contra Combatentes em Campanha. - Provas de Politica Systematica. - Tratamento das Populações Civis. - Ultrages Sobre Mulheres-Occupação Allemã de Bailleul. - Bens Particulares. - Observações durante uma Digressão Pelo Marne e Aisne.
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Com sinais de humidade.
Raro.
Com interesse histórico.
20€
Reservado

10 maio, 2019

UMA ALMA DE LUZ E DE CONFIANÇA - BEATA PAULA FRASSINETTI : Fundadora do Instituto das Irmãs de Santa Doroteia. "In Simplicitate Laboro". [S.l.], Edição do Instituto de Santa Doroteia, 1952. In-8.º (18,5cm) de 256, [2] p. ; [8] f. il. ; E.
1.ª edição.
Biografia de Santa Paula Frassinetti, religiosa italiana, fundadora da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia. Foi beatificada pelo Papa Pio XI, em 1930, tendo sido canonizada mais tarde, em 1984, pelo Papa João Paulo II. Esta congregação é proprietária de diversos colégios em Portugal e no Brasil.
Livro ilustrado no texto, e em separado com oito belíssimas estampas impressas sobre papel couché, sendo uma delas o retrato da biografada.
"A cidade de Génova, situada sobre o Mediterrâneo, em majestoso anfiteatro, libertara-se já dos gelos do inverno e começava de engrinaldar-se com as graças primaveris. Desabrochavam nos jardins as violetas, as rosas cor de oiro, os ténues lírios roxos e brancos. As árvores cobriam-se de tenra folhagem, saltitavam nos ramos alegres passarinhos.
Foi por esse ambiente de frescura e de esperança, iluminado pelos raios avermelhados do sol poente, que ecoaram festivos os sinos da igreja paroquial de Santo Estevão, na tarde de 3 de Março de 1809.
Acorreram, por certo, alguns curiosos ao Santuário e viram um modesto grupo que,  num mixto de recolhimento e de alegria, apresentavam ao Sacerdote, para ser baptizada, uma menina encantadora, pequeno botão desabrochado pelas seis horas da manhã. [...]
Foram-lhe impostos os nomes escolhidos pelos ditosos Pais: Paula Ângela Maria. [...]
Não conheceu o fausto da riqueza.Mas os Pais, João Baptista Frassinetti e Ângela Viale, ambos fervorosos e íntegros observadores da moral cristã, proporcionaram-lhe um ambiente de virtude, de paz e de alegria sã, provenientes da boa consciência."
(Excerto do Cap. I, Os primeiros passos)
Índice: Prólogo. I - Os primeiros passos. II - Tolda-se o horizonte. III - Anelo do coração. IV - Esperanças e desenganos. V - Manhã de luz. VI - Fusão de ideais. VII - Luz e sombras. VIII - Sob o céu de Roma. IX - A seiva que lhe dá vida. X - Espessas nuvens. XI - A Educadora segundo Cristo. XII - Na Terra de Santa Cruz. XIII - Em Terras de Santa Maria. XIV - Ainda em Terras de Santa Maria. XV - Filha da Igreja. XVI - Entardecer luminoso. XVII - Perfumes do Paraíso. XVIII - «Jardim Fechado». XIX - Ardores de caridade. XX - Ocaso tranquilo. XXI - Glória Perene. Apêndice.
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível