1.ª edição.
Romance histórico. Narrativa da resistência eborense à dominação castelhana que culminaria na Restauração, em 1640. Para a elaboração deste trabalho, o autor socorreu-se de documentos coevos pertencentes ao espólio da Biblioteca de Évora.
Livro valorizado pela dedicatória manuscrita do autor (não autografada) ao "estudioso e digno artista Pereira de Magalhães".
"Vagarosamente passava para Portugal o anno do Senhor de 1637. E vagarosamente passava porque a patria de D. João I desde 1581 era escrava de Castella, podendo e devendo ser a parte mais dilecta dos monarchas hespanhoes na Peninsula. O seu clima, o seu uberrimo solo, seus famosos portos, notoriamente o de Lisboa e o genio esforçado de seus naturaes, não menos que Andaluzia lhe davam jus, se não a reino independente com leis proprias e costumes seus, ao menos a ser a primeira provincia que desde os pyrineus ao Estreito devia merecer os cuidados dos governantes castelhanos. Grave erro foi a administração de Castella com respeito a Portugal, que os Governadores do reyno depois que expirára D. Henrique, criminosamente agrilhoaram ao carro triumphante do Demonio do meio dia. É-nos porém lisongeira a ferre a dominação de Castella. Os valentes de mil combates, os dominadores do mar, deviam inspirar serios cuidados ao leão Castelhano. A raça de Viriato era muito para temer."
(Excerto do Cap. I, O romeiro de Sant'Iago)
António Francisco Barata (Góis, 1836 - Évora, 1910). “Erudito,
publicista, escritor, historiador e grande observador dos costumes nacionais.
Órfão e sem recursos, iniciou-se na vida profissional como aprendiz de barbeiro
em Coimbra. Espírito curioso e amante da leitura, o contacto com os lentes da
Universidade, que frequentavam a barbearia onde trabalhava, determinaram a sua
formação de autodidacta. Aos 24 anos publicou a primeira obra, sob o título, Lucubrações de Um Artista (1860),
que reunia algumas composições poéticas. No ano seguinte (1861) dava à estampa
a Breve memória histórica acerca da velha
Coimbra, arrasada por Ataces e Remismurado, e da fundação ou edificação da
actual Coimbra; em 1862 um drama em quatro actos, A Conquista de Coimbra; e em 1863, as Novas Lucubrações de Um artista. Trabalhador infindável e polemista
vigoroso, é extensíssima a sua obra dividida em vários géneros literários,
tendo firmado alguns dos seus escritos com os pseudónimos de D. Bruno da
Silva e Bonifaciano Tranca Ratos, este adoptado em polémicas e em
assuntos que se prestavam à ironia. Colaborou com os vários periódicos
existentes em Évora, Elvas, Estremoz, Barcelos e Coimbra. A sua bibliografia é
bastante vasta, pois era profundo conhecedor dos costumes e história da região
de Évora, dedicando à cidade a sua vida e erudição, através de ensaios de
história e arqueologia. Escreveu romances históricos como O Manuelinho de Évora (1873), fez
recolha de composições para o Cancioneiro
Quinhentista (1902), que se pretendia a continuação do de Garcia de
Resende. Colaborou também no Dicionário
Heráldico e no Dicionário Espanhol-Português
e Português-Espanhol de Figanière (1879). Espírito empreendedor, foi
fundador da «Typographia Minerva», inicialmente situada na Praça de Giraldo, nº
40 e 41. Nos primeiros anos do século XX, já velho e doente, ainda produziu
algumas obras: Évora e seus
arredores (1904), Évora
Antiga (1909), e Homenagem
de Évora a Alexandre Herculano (1910). Nos últimos anos da sua vida,
procurou deixar uma bibliografia de toda a sua produção, Escritos e Publicações de António Francisco
Barata - 1866-1908. Personalidade controversa para muitos seus
contemporâneos, a verdade é que foi um homem singular.”
(Fonte: http://bdalentejo.net/conteudo_a.php?id=103)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas sujas com pequenos defeitos marginais.Raro.
Indisponível
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