20 novembro, 2017

DEFINIÇÃO DA MULHER E LIÇÃO IMPORTANTE PARA DESENGANO DO HOMEM, PRINCIPALMENTE DA MOCIDADE. Lisboa: 1826. Na Imprensa da Rua dos Fanqueiros N.º 129 B. Com Licença. In-8.º (20,5cm) de 22 p.
1.ª edição.
Curiosíssimo folheto oitocentista pouco abonatório para a "mulher". Nele, o autor (anónimo) pôe a nú os perigos e 'manhas' que o "sexo fraco" representa para todos os homens  - os incautos e os mais avisados.
A BNP dá notícia de apenas uma edição posterior à presente, de 1832, em oitavo de 15cm com 30 pp.
"Foi a mulher creada para companhia e allivio do homem; a desgraça da culpa a fez menor, pela odediencia com que Deos a sugeitou ao homem por pena do seu delicto. Na nobreza d'alma, e no uso das suas potencias he tão perfeita como o mesmo homem. [...]
Não sei com que razão os homens as considerão em tudo defeituosas: alguns como Aristoteles lhe chamão animal imperfeito; e estes mesmos que as infamão, são os que mais as adorárão. [...]
Como pois a ninguem se offende em particular, quando se falla geralmente, vamos a dizer o que he a mulher, definindo-a para desengano, e cautella do homem. Todos sabem que os inimigos da nossa alma são tres, Mundo, Diabo, e Carne; mas eu digo que são quatro, e este ultimo he a mulher. O mundo he inimigo pelos seus enganos; o Diabo pelas suas tentações; e a carne pelos seus deleites: todos os males destes tres inimigos repartidos, se achão junto juntos da mulher; porque esta engana como o mundo, tenta como o Diabo, e deleita como a carne; e o peior he, porque o mundo vence-se com o desprezo; o Diabo com a Cruz; e a carne com o castigo; porém a mulher desprezada he peior que tudo: não foge da Cruz, e não se emenda com o castigo. Semelhante á rocha que se faz mais dura com os açoites do mar, assim he inimigo maior do que os tres inimigos juntos. Muitos e graves Authores chamão á mulher corda de Satanaz; e tem tazão: pois que outra cousa he a mulher senão corda suave que conduz brandamente as victimas dos homens a infernal sacrificio!"
(excerto do texto)
Exemplar desencadernado (cozido à mão), em bom estado geral de conservação. Vincado. Apresenta rasgão (sem perda de papel) sensivelmente a meio do folheto, e pequeno orifício na última página, sem perturbar o texto impresso. Pelo interesse e raridade a justificar trabalho de restauro.
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
35€

Sem comentários:

Enviar um comentário