29 novembro, 2017

MARQUES, Carlos Alberto - A SERRA DA ESTRÊLA. Por... Professor dos liceus e bolseiro da J. N. E. Coimbra, Coimbra Editora Lᵈᵃ, 1938. In-4.º (26cm) de 77, [3] p. ; [22] p. il. ; [5] mapas. ; B. Subsídios para o estudo da Geografia de Portugal, II
1.ª edição.
Estudo geográfico sobre a Serra da Estrela, trabalho pioneiro, ainda hoje considerada uma obra de referência sobre a matéria.
Ilustrado com 5 mapas (3 desdobráveis) e 22 páginas impressas sobre papel couché, em separado, contendo inúmeras fotogravuras com aspectos paisagísticos da serra.
"Alguns trabalhos publicados sôbre a Serra da Estrêla. - Superiormente organizada pela Sociedade de Geografia de Lisboa, efectuou-se em 1881 uma expedição científica à Serra da Estrêla, tendo sido publicados em 1883 uns relatórios da referida expedição que alguns cuidadosos bibliotecários juntaram em volume único e raro. Sôbre o facto que muito dignificou a Sociedade de Geografia passaram cinqüenta e sete anos, mais de meio século, portanto. E assim é que um tão largo espaço de tempo de progresso científico veio alterar, modificar, reformar, refutar, acrescentar ou diminuir conceitos, idéas, princípios e leis, opiniões, hipóteses e afirmações, nos ditos relatórios apresentadas e defendidas. [...]
Objecto do presente trabalho. - Sob o ponto de vista geográfico apenas, é que a Serra da Estrêla ainda não foi estudada. [...]
Tenta-se agora o estudo do maior relêvo orográfico do país, sob os pontos de vista físico, biológico e humano, que seja contributo, despretencioso embora, para o conhecimento da geografia de Portugal. [...]
As duas razões dêste estudo. - A primeira razão que nos levou a jordanear durante cinco meses, sob intempéries, pela Serra da Estrêla, foi, seguindo Termier, uma das razões da nossa vida, conhecer e transmitir aos outros o mesmo conhecimento para que se não diga que os portugueses «deram mundos novos ao Mundo» mas desconhecem o pátrio solo. A segunda razão foi ditada pela necessidade de levantar da ignorância atrevida tanto dizente e escrevente que reprovou, atacou e amaldiçoou a divisão provincial do país. De facto, não houve ignorante ou letrado que não manifestasse a sua opinião acêrca desta nova divisão administrativa, criado por decreto do primeiro de Janeiro de 1937."
(excerto da Introdução)
Índice:
Introdução. Capítulo I. Geografia física da Serra da Estrêla: 1 - Aspecto geológico. 2 - Orogenia, orografia e hipsómetria. 3 - Hidrografia - Potamologia e Limnologia. 4. Climatologia. Capítulo II. Geografia biológica e fisionomia geográfica: 1 - Fitogeografia. 2. Zoogeografia. 3 - Fisionomia geográfica. Capítulo III. Geografia humana: 1 - A população e a sua distribuição. 2 - Ocupação do solo. A) A habitação; B) Vias de comunicação. 3 - Agricultura e criação de gados. A) Agricultura; B) Criação de gados. 4 - Devastações animais e vegetais. A) Caça e pesca; B) Devastação vegetal. 5 - Explorações minerais e industriais. A) Explorações minerais; B) Indústrias. 6 - O comércio. A propriedade. Grupos profissionais. Bibliografia. Aditamento sôbre o turismo, na Estrêla.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Manuseado, com defeitos na lombada e no corte das capas. Pequena mancha de humidade nas 3 últimas folhas do livro. Pelo interesse e raridade a justificar trabalho de restauro e encadernação.
Raro.
Indisponível

28 novembro, 2017

ULF, Axel - COMBÓIO À VISTA! Aventuras no Mar do Norte de um grumete alemão residente no estrangeiro. Por... Lisboa, Edições Alma, [1941]. In-8.º (21cm) de 40 p. ; il. ; B. Colecção Popular, VI
1.ª edição.
Curiosa história de guerra, publicada sob pseudónimo, com chancela da propaganda nazi.
Na novela, o "sueco" Sven, habitante em Estocolmo, é o protagonista. A sua condição de emigrante alemão não é inocente, muito menos coincidência. Trata-se de um apelo aos alemães espalhados pelo mundo, aproveitando para sugerir uma ligação entre os dois países - Suécia e Alemanha - que na realidade não se verificava, dada a posição neutral do primeiro no conflito.
Estas histórias "ligeiras" são muito interessantes, e a sua publicação traduz um salto qualitativo dos serviços de propaganda alemã face às edições oficiais, onde se revelavam as acções de guerra e o seu resultado no terreno, e se exaltava a Alemanha denegrindo a Inglaterra. Este meio de divulgação, procura de uma forma subtil atrair um público mais jovem, e (ou) os adeptos dos folhetins e romances de aventuras. De salientar ainda, que os desenhos, na capa e no interior (a p.b.), apresentam uma excelente qualidade gráfica e artística. Refira-se ainda, a título de curiosidade, que o editor - ALMA (ou A.L.M.A.) -, sediado em Lisboa, na Rua do Alecrim, limitava a sua produção livreira a publicações de cunho germanófilo.
"... Entretanto, tinha chegado o mês de Agosto, e Sven ouvia muitas vezes os marinheiros  falar de política. Muitos diziam que estava para breve uma guerra.
Mais depressa do que êle julgava, estalara realmente a guerra. Estavam ainda fundeados em Rotterdão, e esperavam pelo navio-cisterna «Ingwar» que devia trazer de África bronze para canhões. [...]
A meio daquela noite, Sven acordou e chamando por Olaf, disse-lhe: «Sabes?... quero ir para a Alemanha!»
Olaf, bêbedo de sono, respondeu-lhe: «Idiota!»
- «Não!» continuou Sven. «Isto não é nenhuma fantasia de idiota. Todos os rapazes alemães que estejam agora no estrangeiro, desejam regressar à pátria e combater na frente!»
- «Com que idade é que se pode ser soldado na Alemanha? Mas tu és sueco!» ripostou Olaf. - «Meus pais são alemães, e a-pesar-de eu ter vivido em Estocolmo durante nove anos, isso não quere dizer que deixei de ser alemão»."
(excerto do texto)
 Exemplar brochado em bom estado de conservação. Rubrica de posse na f. rosto.
Raro.
20€

27 novembro, 2017

ABREU, Bras Luis de - SOL // NASCIDO NO OCCIDENTE, // E // POSTO AO NASCER DO SOL. // S. ANTONIO // PORTUGVES. // LUMINAR MAYOR NO CEO DA IGREJA // ENTRE OS ASTROS MENORES NA ESPHERA DE FRANCISCO. // EPITOME HISTORICO, E PANEGYRICO // De sua admiravel Vida, & prodigiozas acçoens, // QUE ESCREVE, E OFFERECE // A' // SERENISSIMA, AUGUSTA, EXCELSA, SOBERANA FAMILIA // DA // CAZA REAL // DE // PORTUGAL, // CUJOS INCLYTOS NOMES, E COGNOMES SE FELICITAÕ, // & esmaltam com as Sagradas Denominações de // Franciscos, & Antonios. // POR MAÕ DO REVERENDISSIMO // ANTONIO TEIXEYRA ALVERES // Do Conselho de Sua Magestade, que Deos guarde, seu Dezembargador do Paço; // do Conselho Geral do S. Officio, Conego Doutoral na Sé de Coimbra, & Len- // te de Prima Jubilado nas duas Faculdades de Canones, & Leys, &c. // [POR] BRAS LUIS DE ABREU. // CISTAGANO, FAMILIAR DO S. OFFICIO. // EM COIMBRA: // Na Officina de JOSEPH ANTUNES DA SYLVA Impressor da Universidade; // & Familiar do S. Officio. // ANNO DE M. DCCXXV. [1725] // Com todas as Licenças necessarias, & Privilegio Real. In-4.º (28,5cm) de [32], 503, [2] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Biografia setecentista de Santo António.
Ilustrada no texto com bonitas capitulares, florões e vinhetas tipográficas, gravadas em madeira.
"A Prodigioza Vida de hũ Portugues Italiano; as memoraveis acçoens de hum Italiano Portugues; huma Historia Panegyrica de Sancto Antonio de Padua; he o que offerece aos Piedozos Devotos de Antonio, hum Devoto especial igualmente q dos Antonios, dos Piedozos. Jà aescreveraõ, entre outros muytos, os Boaventuras, os Antoninos, os Sedulios, os Rodulfos, os Mateos, Marianos, Florentinos, Uvadingos, Celenos, Barregios, Vitaes, Marcos, Conejos, ؏ Gonzagas. Mas com terem escripto tantos esta grande Historia, ainda està por idear a obra que vença a sua materia. Santo Antonio para tantos, implorado; he para nenhum, discorrido. Muytos o buscaõ, todos o achaõ, para o patrocinio; ninguem o acha tanto que o busca para a comprehençaõ. Deparador com couzas perdidas o cofessa o Mundo: huns perdem fe por elle, no que o veneraõ; estes ficaõ ganhados; outros com elle, no que discorrem; estes vaõ perdidos. O seu poder fas deparadas as couzas a quem o roga; a sua grandeza deixa parados os discursos de quem o elogia.
(excerto do preâmbulo, A quem ler)
Brás Luís de Abreu (1692-1756). "Para rectificar e adicionar o pouco que Barbosa nos deixou acerca deste escritor, registarei aqui o resultado obtido das investigações quanto á pessoa e feitos daquele distinto medico português. Resultado, cuja maior parte se funda em documentos que ainda existem, sendo o resto havido em tradições conservadas nos próprios lugares; e parece portanto dever merecer toda a confiança. D'essas tradições consta que Braz Luis de Abreu fora exposto em Coimbra, e não nascido em Ourem, como diz Barbosa no tomo I assignando-lhe por pais Francisco Luis de Abreu e Francisca Rodrigues de Oliveira, e dizendo mais que ele nascera a 3 de Fevereiro de 1692. Alguém lhe forneceu os meios para cursar em idade própria o curso de medicina da Universidade, no qual chegou a formar-se, e não há dúvida em que exercera depois a clinica na cidade do Porto, pois que ele mesmo se intitula medico portuense no frontispício do seu Portugal Medico de que logo falaremos. Diz-se que na primeira idade, em um brinco de rapazes, perdera um olho, o qual substituiu depois por outro de vidro, feito com muita arte, provindo-lhe daí a alcunha de olho de vidro por que era conhecido em vida, e que ainda se conservou muitos anos depois da sua morte. Casou pelos de 1718 com D. Josepha Maria de Sá, natural de Viseu e filha do doutor Antonio de Sá Mourão, e dela houve cinco filhas e três filhos. Passados quatorze anos depois que viviam juntos, o marido e a mulher por motivos que totalmente se ignoram, convieram em separar-se. Se algum dos nossos romancistas actuais se resolvesse a tratar o assumpto, afigura-se-me que a vida deste nosso médico, com os curiosíssimos incidentes que ficam apontados, lhe dariam sobeja matéria para a fábrica de uma composição onde, mediante a lição dos escritos que nos restam de Braz Luis, poderiam fundir-se habilmente espécies mui interessantes, pare daí resultar obra de cunho verdadeiramente nacional. Sol nascido no ocidente e posto ao nascer do sol. Sancto António Portuguez. Epitome histórico e panegírico da sua admirável vida e prodigiosas acções. Coimbra, por José Antunes da Silva 1725 fol. - E por segunda vez, Lisboa, por José da Silva da Natividade 1754. 4.° de XXIV-461 pag. Possuo um exemplar d'esta segunda edição, desconhecida de Barbosa e de que o Sr. Figaniere também se não fez cargo na sua Bibliogr. Hist. Custou-me 600 réis. Os exemplares da edição de fólio regulam, creio, de 800 a 960 réis. O estilo desta obra é de um culteranismo requintado: superabunda em conceitos metafóricos, e está portanto bem longe de servir de modelo: mas não deixa de ser um livro curioso, e se alguém tiver a paciência de o ler todo, parece-me que não dará por perdido o tempo que nisso empregar."

(Inocêncio T. I, pp. 395)
Encadernação da época inteira de pele com as pastas trabalhadas.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Apresenta restauros toscos coevos na pasta frontal e no frontispício. Com falha de papel menor no pé da f. rosto, sem perturbar a mancha tipográfica. Pequeno orifício, à cabeça, nas primeiras 5 folhas. Manchado de humidade, junto das margens, ao longo da obra. Pelo interesse e raridade a justificar limpeza e trabalho de restauro.
Raro.
Indisponível

25 novembro, 2017

AURORA, Conde d' - ITINERÁRIO ROMÂNTICO DO PORTO. Desenhos de José Luís e fotos do autor extratexto. Porto, Editorial Domingos Barreira, [1962]. In-8.º de 165, [3] p. ; [28] p. il. ; B.
1.ª edição.
Obra que reflete o desencanto do autor com o desaparecimento de edifícios históricos do Porto, e a dispersão dos seus ricos recheios.
Livro muito ilustrado em separado contendo inúmeras fotogravuras e desenhos relacionados com a Cidade Invicta.
Índice:
Prefacção. Itinerários: I - Marcha de aproximação. II - Praça Nova. III - Rua do Loureiro - Rua Chã - Sé. IV - Rua de S.to António - S.to Ildefonso - Freixo. V - Rua das Flores. VI - Bolsa - S. Francisco - Feitoria. VII - Da Universidade ao Campo Alegre. VIII - Praça de Carlos Alberto a S.to Ovídio. IX - Clérigos - Cordoaria - Vitória. X - Infante - Foz - Matosinhos.José António Maria Francisco Xavier de Sá Pereira Coutinho, 2.º Conde de Aurora (Ponte de Lima, 29 de Abril de 1896 - Ponte de Lima, 3 de Maio de 1969). Escritor português. "Em 1919, por ocasião da Monarquia do Norte, partiu para o exílio tendo vivido em Espanha, no Brasil e Argentina. Em 1921, fundou o periódico “Pregão Real”. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e foi juiz do Tribunal do Trabalho. A sua obra reparte-se por vários géneros literários, caracterizando-se pela defesa dos valores culturais tradicionais dentro dos moldes estéticos do realismo, na senda de Eça de Queirós. Marcadamente nacionalista e claramente crítico em relação à Primeira República, o Conde d’Aurora dedicou ao Minho – aqui entendido como a região de Entre-o-Douro-e-Minho – grande parte da sua obra literária."
(fonte: http://bloguedominho.blogs.sapo.pt/119202.html)
Bonita edição ilustrada.
Exemplar brochado em bom estado de de conservação.

Invulgar.
Indisponível

23 novembro, 2017

PROCESSOS CELEBRES DO MARQUEZ DE POMBAL : factos curiosos e escandalosos da sua epoca. Documentos historicos ineditos : 1782-1882. Por um Anonymo. Lisboa, Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes, Impressor da Casa Real, 1882. In-8.º (22,5cm) de 93, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Publicação com grande interesse pombalino. Trabalho alicerçado na exposição de documentos menos conhecidos de, e sobre o Marquês de Pombal.
O seu autor terá sido Brito Aranha.
"O marquez de Pombal, como todos os homens eminentes, e invejados, tem tido salientemente duas ordens de escriptores para o apreciarem: - os que tem pensado unicamente em o desculparem, pretendendo apagar os actos maus com o clarão immenso de seus actos grandiosos; e os que tem posto á luz indecisa, tetrica e traiçoeira, da inimisade, da inveja e do odio, as qualidades más que sem critica parcial e injusta sobrepujam as boas.
Nem uns, nem os outros, acertam. Exigem a imparcialidade e o rigor da historia que, sobre certos actos, não seja lavrada uma sentença para os vindouros, sem que appareçam no tribunal todas as provas, a favor e contra. [...]
Ao darmos ao prélo estas notas na vespera do centenario do marquez de Pombal, tivemos em vista reunir mais alguns elementos em beneficio dos estudiosos, e dar publicidade a documentos, que por assim dizer, em parte desconhecidos, e em parte ineditos. Possuimos estes ultimos desde alguns annos, sem que se nos offerecesse a opportunidade de divulgal-os."
Matérias:
I - O marquez de Pombal - Preliminares. II - Dados biographicos - Serviços - Apreciações. III - Processos particulares e politicos. IV - Ainda os processos politicos - Supplicio dos Tavoras - Tentativa para a sua rehabilitação. V - A mesa censoria - Pagliarini - A bibliotheca real da Ajuda. VI - O centenario. VII - Notas para uma bibliographia pombalina.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa manchada com defeitos. Ausência da capa posterior.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

22 novembro, 2017

PIMENTA, Alfredo - O PROBLEMA DA GUERRA. Commentarios por... [S.l.], Edição e propriedade do auctor [imp. na Typographia Luzitania - Mario Antunes Leitão, Porto], 1916. In-8.º (21cm) de 30, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante opúsculo, publicado pouco tempo após a declaração de guerra da Alemanha a Portugal. O autor faz a análise do contexto nacional e internacional, pesando as várias opções do país num quadro de exigência politica, diplomática e bélica.
"O problema da guerra pode ser encarado sob dois aspectos fundamentais; sob o aspecto generico, independente dos nossos interesses e da nossa atitude; e sob o aspecto propriamente nacional, isto é, dizendo respeito ás suas consequencias internas.
No primeiro caso, fallam os homens que encaram os phenomenos friamente, e os analysam atravez do criterio philosophico sob que julgam os aontecimentos da vida social. No segundo caso, fallam os politicos, os homens que tem de manter sempre todos os interesse do paiz, as conveniencias do paiz."
(Excerto da 1.ª parte do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa levemente amarelecida e com manchas.
Raro.
Indisponível

21 novembro, 2017

SALAZAR, Oliveira - COMO SE LEVANTA UM ESTADO. Prefácio de Jorge Morais. Lisboa, Golden Books, 1977. In-8.º (20,5 cm) de 111, [1] p. ; B.
1.ª edição portuguesa.
"Em 1936, uma editora francesa, [a Flammarion], negociou com António de Oliveira Salazar a publicação de um livro que, resumindo as opções políticas e a acção governativa do Estado Novo, constituísse o «cartão de visita» do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris, a realizar em 1937. Praticamente desconhecido no nosso país durante décadas, Como se levanta um Estado mantém-se, pelas suas características singulares, uma obra indispensável na análise do fenómeno salazarista e no estudo de um período determinante da História Política nacional."
"Contra-revolucionárias por excelência, a teoria e a figura do doutor Oliveira Salazar voltam a estar na ordem do dia. Chefe do Governo durante 36 anos, o professor de Santa Comba regressa agora, a 9 anos da sua morte e a 3 do fim do Regime que consolidou, aos escaparates das livrarias, às primeiras páginas dos jornais e, o que é sem dúvida mais relevante, às conversas de café e aos desabafos das donas de casa."
(Excerto do prefácio)
Índice:
Prefácio de Jorge Morais. Como se Levanta um Estado. I. Revolução Nacional. II. Princípios de uma Nova Ordem. III. O Estado Novo. IV. A Economia Corporativa. Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

20 novembro, 2017

PICÃO, José da Silva - A CAMINHO DA CEGONHA (Crónica de Aldeia). Elvas, Tipografia Progresso : Ernesto A. Alves e Almeida, 1940. In-4.º (23cm) de 47, [1] p. ; B. Colecção «Correio Elvense», 2.ª série : N.º 3
Reedição restrita desta castiça obra de José da Silva Picão, originalmente publicada em 1894, conjuntamente com outros autores no Número brinde aos senhores assignantes d'O Elvense.
Tiragem: 200 exemplares.
"José da Silva Picão foi lavrador e escritor. Fruto expontâneo do meio em que nasceu e labutou, sem preparação literária erudita, pôz-se a escrever à-cêrca da sua terra e da sua gente com o à-vontade de quem para alem daquele mundo não vislumbrava mais mundo e foi assim, no rude contato com a natureza e os homens que vivem à semelhança desta, que produziu prosa forte e sàdia, despida de galas postiças, mas realista e saborosa como no género outra não houve em Portugal. [...]
O trabalho que ora se publica é uma das primeiras e, para o efeito, nêste momento, a última rutilação do espirito literário de José da Silva Picão.
Nêle de descreve a odisseia de uma aldeia alentejana - Santa Eulalia - condenada ao martirio periodico da falta de água, que dificilmente se adquiria em poços ou escassos mananciais, donde era tirada por meio de um chocalho. Á-cerca dêste costume, - que José da Silva Picão descreve pitorescamente - diz o etnografo Antonio Tomaz Pires, no seu trabalho Tradições Populares Transtaganas, Elvas, 1927:
«Á beira dos poços, em vez de caldeiros para tirar água, veem-se frequentemente grandes chocalhos a isso destinados». Por isso o povo opina, em seus motejos, que em Santa Eulalia quem não tem chocalho não bebe...
A novela A Caminho da Cegonha é uma pequena obra prima de literatura regional, pelo valor do estilo, acêrto no emprego dos vocábulos e rigor descritivo. [...]
Santa Eulalia paga assim uma divida de gratidão a um seu filho ilustre, pois que José da Silva Picão - filho de lavradores, era natural daquela localidade, onde nasceu a 10 de Março de 1859 e onde faleceu a 18 de Maio de 1922."
(excerto da introdução de Domingos Lavadinho)
"Era aí pelos introitos do S. Mateus. As chuvas outonais ainda não tinham aparecido e a estiagem do verão, que fôra comprida e aspérrima, ameaçava prolongar-se indefinidamente, para flegêlo das mulheres da aldeia, que se viam em palpos de aranha para obterem agua suficiente às necessidades de consumo.
Os quatro poços contíguos à povoação, de ha muito que estavam absolutamente sêcos. No fundo de todos, como que a atestar as diabruras do rapazio, amontoavam-se pedras de diferentes tamanhos, misturadas com vários fragmentos de origens diversissimas. Mas, a respeito de amostras de agua, que era naturalmente o que nêles devia haver, nem sequer uma gôta! [...]
Nestas circunstâncias, a população feminina andava num vai-vem constante a caminho da «Cegonha», - uma nascente bem reles, mas a melhor das imediações, principalmente quanto à qualidade da agua, que asseveravam ser optima. Até se dizia que o Santos, mestre das letras, que viera de Campo Maior sofrendo atrozmente da bexiga, depois que bebera da Cegonha, nunca mais importunara o Dr. Vicetto com a massada gratuita da introdução da algália."
(excerto do início da novela)
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível
DEFINIÇÃO DA MULHER E LIÇÃO IMPORTANTE PARA DESENGANO DO HOMEM, PRINCIPALMENTE DA MOCIDADE. Lisboa: 1826. Na Imprensa da Rua dos Fanqueiros N.º 129 B. Com Licença. In-8.º (20,5cm) de 22 p.
1.ª edição.
Curiosíssimo folheto oitocentista pouco abonatório para a "mulher". Nele, o autor (anónimo) pôe a nú os perigos e 'manhas' que o "sexo fraco" representa para todos os homens  - os incautos e os mais avisados.
A BNP dá notícia de apenas uma edição posterior à presente, de 1832, em oitavo de 15cm com 30 pp.
"Foi a mulher creada para companhia e allivio do homem; a desgraça da culpa a fez menor, pela odediencia com que Deos a sugeitou ao homem por pena do seu delicto. Na nobreza d'alma, e no uso das suas potencias he tão perfeita como o mesmo homem. [...]
Não sei com que razão os homens as considerão em tudo defeituosas: alguns como Aristoteles lhe chamão animal imperfeito; e estes mesmos que as infamão, são os que mais as adorárão. [...]
Como pois a ninguem se offende em particular, quando se falla geralmente, vamos a dizer o que he a mulher, definindo-a para desengano, e cautella do homem. Todos sabem que os inimigos da nossa alma são tres, Mundo, Diabo, e Carne; mas eu digo que são quatro, e este ultimo he a mulher. O mundo he inimigo pelos seus enganos; o Diabo pelas suas tentações; e a carne pelos seus deleites: todos os males destes tres inimigos repartidos, se achão junto juntos da mulher; porque esta engana como o mundo, tenta como o Diabo, e deleita como a carne; e o peior he, porque o mundo vence-se com o desprezo; o Diabo com a Cruz; e a carne com o castigo; porém a mulher desprezada he peior que tudo: não foge da Cruz, e não se emenda com o castigo. Semelhante á rocha que se faz mais dura com os açoites do mar, assim he inimigo maior do que os tres inimigos juntos. Muitos e graves Authores chamão á mulher corda de Satanaz; e tem tazão: pois que outra cousa he a mulher senão corda suave que conduz brandamente as victimas dos homens a infernal sacrificio!"
(excerto do texto)
Exemplar desencadernado (cozido à mão), em bom estado geral de conservação. Vincado. Apresenta rasgão (sem perda de papel) sensivelmente a meio do folheto, e pequeno orifício na última página, sem perturbar o texto impresso. Pelo interesse e raridade a justificar trabalho de restauro.
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
35€

19 novembro, 2017

OLIVEIRA, Maurício de – ARMADA GLORIOSA. A Marinha de Guerra Portuguesa no Século XX (1900-1936). Lisboa, Parceria A. M. Pereira : Livraria Editora, 1936. In-4.º (26,5cm) de 326, [2] p. ; [74] p. il. ; il. ; E.
1.ª edição.
Edição monumental onde o autor passa em revista factos e personalidades ligados à história da Marinha de Guerra Portuguesa nos primeiros 36 anos do século passado.
“Obra com todas as unidades navais, as suas operações e seus almirantes neste período. Homenagem à Marinha Inglesa com o retrato do almirante John Jellycoe. Retrato do Contra-Almirante Ivens Ferraz, chefe das Forças Navais Portuguesas no Extremo Oriente durante a guerra civil na China em 1925 a 1927. Lista dos navios desarmados e abatidos neste período. Lista dos navios da Armada à data desta publicação. Várias fotogravuras do combate entre o «Augusto de Castilho» e o submarino alemão, e a última fotografia dos oficiais do «Augusto de Castilho» a bordo do navio na baía do Funchal.”
Belíssima encadernação editorial inteira de percalina gravada a seco e a ouro nas pastas e na lombada, com um veleiro a todo o pano, gravado a seco e a branco na pasta frontal. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

18 novembro, 2017

AGOSTINHO, José - O RITO BRACARENSE. Com approvação e recommendação da Auctoridade ecclesiastica. Braga, Livraria Cruz - Editora, 1919. In-8.º (19cm) de 76 p. ; B. Collecção «Sciencia e Religião», XCIX
1.ª edição.
Interessante monografia sobre o Rito Bracarense, antigo rito litúrgico semelhante ao "romano", que permanece activo apenas em Braga, embora com utilização esporádica.
Obra com indubitável interesse para a história religiosa de Braga, cuja diocese - a mais antiga do país - remonta ao século III.
"Historia o dr. Abundio as luctas vivas com que os fieis de Toledo e Milão defenderam sempre os seus ritos, e faz referencia á tenaz e persistente reluctancia do Clero e fieis de Braga perante a invasão do Rito Romano.
Não o acompanhamos com demora.
Maguadamente frisaremos apenas que na Roma Portugueza foi possivel, embora com constantes protestos, não só o desuso, como o mais lamentavel desconhecimento, do Rito Bracarense.
E tão denso se tornou o olvido, que é hoje ainda necessidade urgente instruir o maior numero dos parochos da vastissima Archidiocese sobre o valor e grande significado de tão maravilhosa liturgia.
Evidente se affigura a todos o dever da enthusiastica e incessante defeza de tão honrosos privilegios.
Mas, sendo assim, como é que essa defeza em Braga fraquejou tanto, que o Rito Romano baniu o seu competidor?"
(excerto do Cap. III)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel. Escritos a tinta na capa.
Raro.
Com interesse histórico e religioso.
Indisponível

16 novembro, 2017

CÂMARA, João de Souza da - O ALCAIDE-MOR DE PORTALEGRE, GONÇALO VAZ DE CASTELBRANCO. Coimbra, [s.n. - Comp. e imp. na Tip. «Atlântida», Coimbra], 1961. In-4.º (27cm) de 9, [3] p. ; B. Separata do Arquivo de Bibliografia Portuguesa : Ano VI - N.º 23-24
1.ª edição independente.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
"Gonçalo Vaz de Castelbranco recebeu, por meados de Abril de 1497, um alvará de El-Rei D. Manuel com o imperativo de fazer a entrega imediata da fortaleza de Portalegre ao seu mordomo-mor, Diogo da Silva Menezes.
Semelhante ordem, patente hoje através de um traslado de 1622, coaduna-se perfeitamente com o célebre incidente que provocou, nos fins do século XV, a mais obstinada sublevação da cidade de Portalegre.
Desta forma, o presente trabalho, lembrando esse acontecimento e as causas que o determinaram, traz essencialmente um novo elemento, a que adiante nos referiremos, para a história de Portalegre."
(excerto do estudo)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas manchadas.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
10€

15 novembro, 2017

RIVERO, Rogelio - GALICIA RINDO. [S.l.], Edición do Autor [Composto e impresso na Tipografia Iberica, Ltd.ª, Lisboa], 1924. In-8.º (20cm) de 111, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Colecção de pequenas histórias jocosas, referentes na sua maior parte à terra natal do autor - a Galiza. Livro redigido em galego e publicado em Lisboa, aquando da estadia de Rivero pela capital. Em jeito de preâmbulo, o autor elogia Lisboa, dizendo sentir-se em casa.
O desenho da capa é da autoria de Vidales Tomé (1896-1963), conhecido jornalista, cartoonista e caricaturista galego.
"Aquí, en Lisboa, hai unha sociedade que non é sociedade. Ten reglamento, mesas de billar, mesas de xogo de cartas e mesas para xogar o dominó.
Mais ali non se toma café, e bébese viño, e cántase, e asobíase, e quittase a chaqueta, e peléxase e fálanse indecencias.
Isto, como se ve, faille perder o carauter de sociedade, pra convertila n-unha taberna inmunda, n-unha d-esas tabernas onde se reúnen os mozos de corda, os mandicantes que dormen nos bancos da Avenida da Liberdade, y-os disgraciados éses que vemos todol-os dias por ahi descalzos, mostrando as suas carnes cobertas de roña e de miseria.
Hai tamén ali unha Direitiva, un conserxe, un piano, un escenario e un salón de festas. Isto dálle tamén, sin duda algunha, aspeuto de centro artístico e recreativo. Pero resulta que, as cadeiras, de fai bastante tempo a esta parte, están cravadas de catro en catro, por medio d-uns fortes listróns de madeira, pra evitar que, nas xuntas xenerales, levante cada socio a sua, como antes sucedia, e se esbandallen a cachola uns os outros. Agora xa sólo lles queda o recurso de zamparse a couces, a trompadas pol-as escaleiras abaixo, como xa  fixeron algunha ves. A non ser que, pra impedir estes autos de cultura gallega, volvan as Direitivas a levar ali axentes da policia secreta, cousa que non deberán facer en ningun caso. Si son bós patriotas, si son amantes, como dicen, da terra que os viu nacer, deben deixalos pelexear, deixalos que se reventen a patadas uns os outros, pra ver si logra que desaparezan esas bestas com traxe de señorito, que feden a mollo de caldeirada e deshonran a Galicia co-a sua brutalidade, co-a sua iñorancia, co seu salvaxismo.
¡Y-estes xabalís teñen ensayos de baile, (aulas, como eles dicen) todal-as semanas!..."
(excerto de Xabalis con duas patas)
Índice:
- ¡Lisboa! - A despedida. - Migallas. - ¿Qué tal? - O boutizo. - ¡Inda hai parvos!... - Cómo and-a fé... - Unha conquista. - Xabalis con duas patas. - O cristo de Meira. - Tres nenas. - De viaxe. - Vieiras e hovos. - Sancristán mañoso. - Os esproradores. - Dous nécoras. - Um home de cencia. - Un lacazán. - Cada un. o seu. - Estívolle ben. - Chamaille burro. - As ovellas do abade. - ¡Qué tirria lles tiña! - Un «coitado». - O telégrafo. - Dous marraus. - ¡Coidado c-ô hermellón!... - Burro intelixente. - O médico novo. - Non lhe pesou. - Diga así sempre. - Entroido. - ¡A machadazos! - A carabuña. - O meigallo. - Un santo anoxado. - E apareceu. - O voto. - E tiñache razón. - Un bó castigo. - Un papán. - Cento por un.
Rogelio Rivero (Neves, 1884 - 1940). “Foi um escritor e jornalista galego. Redactor de El Tea de Ponteareas, onde por vezes utilizava o pseudónimo “Xacinto d'as Cubelas”; colaborou no Diario de Avisos e Heraldo de Saragoça, e foi correspondente nas Neves do Noticiero de Vigo. Nas Neves dirigiu El Azote, manteve uma secção crítica titulada “Aturuxos” no semanario satírico de Vigo La Ráfaga, tendo sido também colaborador da Vida Gallega, Don Quijote de Ponteareas, Tramancazos e El Soplete editados en Redondela, e correspondente da Galiza en Ponteareas. Na República colaborou na Tribuna. Foi um autor com grande êxito popular. Publicou os seus contos no El Tea, que mais tarde foram publicados em livro. Escreveu ainda algumas peças de teatro."
(fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro e muito curioso.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

12 novembro, 2017

FANTASMAS E FANTASIAS IMPERIAIS NO IMAGINÁRIO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO. Organização de Margarida Calafate Ribeiro e Ana Paula Ferreira. Porto, Campo das Letras, 2003. In-4.º (24cm) de 307, [5] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada em página inteira a p.b. (16 pp.), reproduzindo obras de conhecidos artistas portugueses contemporâneos, entre os quais, Cutileiro, Costa Pinheiro e Paula Rêgo.
"Fantasmas e Fantasias Imperiais no Imaginário Português Contemporâneo" reúne um conjunto interdisciplinar de textos que reflecte uma tentativa de pensar o imaginário pós-colonial no contexto português que, naturalmente, não ignora muitas das ideias lançadas pelos estudos pós-coloniais, de raiz marcadamente anglo-saxónica, mas que deles se demarca pela especificidade imperial portuguesa. Com textos de Eduardo Lourenço, António Sousa Ribeiro, Jo Labanyi, Francisco Bethencourt, Maria Manuel Lisboa, Luís de Sousa Rebelo, Paulo de Medeiros, David Brookshaw, Hilary Owen, Phillip Rothwell, Roberto Vecchi, David Jackson, Cristiana Bastos e AbdoolKarim Vakil, este livro pretende ser uma contribuição para esta reflexão, a partir da análise de discursos literários, artísticos, historiográficos e ensaísticos que, ao longo do século XX e, em particular, no período do pós-25 de Abril, se fazem enformar por fantasias e fantasmas insepultos do império."
(Sinopse)
"Todos os impérios, políticos, espirituais ou poéticos, são em grande parte ficções de uma nação em busca de universalidade. No caso português, a titulação régia de D. Manuel e dos reis subsequentes, o império cantado por Camões em Os Lusíadas, a China imaginada por Fernão Mendes Pinto, o império espiritual de Padre António Vieira ou o imperialismo poético sonhado por Fernando Pessoa são, em diferentes dimensões, expressões desse desejo de extravasar os limites impostos pela apertada faixa costeira chamada Portugal, rumo à universalidade.
Como aconteceu com outras nações expansionistas, narrativas estiveram na base da construção destes impérios, revelando as novas terras onde, parafraseando Camões, existiam coisas que não eram cridas e as coisas cridas não existiam, e contando a história, da perspectiva da nação imperial. Dava-se assim lugar às fantasias que traziam o império até casa e ao sentimento de pretença a uma grande nação."
(excerto da Apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
20€

11 novembro, 2017

AURORA, Conde d' - ROTEIRO DA RIBEIRA-LIMA. 3.ª Edição Revista e Aumentada. Novos Figurantes, Personagens e Fantasmas. Porto, Livraria Simões Lopes, [1959]. In-8.º (19,5 cm) de 239, [1] p. ; il. ; B.
Obra muito apreciada, ilustrada com estampas em separado, e belíssimos desenhos de José Luís Brandão de Carvalho no texto. 
Inclui um novo e extenso prefácio especialmente escrito para esta terceira edição, preferível às anteriores porque muito aumentada.
José António Maria Francisco Xavier de Sá Pereira Coutinho, 2.º Conde de Aurora (Ponte de Lima, 29 de Abril de 1896 - Ponte de Lima, 3 de Maio de 1969). Escritor português. "Em 1919, por ocasião da Monarquia do Norte, partiu para o exílio tendo vivido em Espanha, no Brasil e Argentina. Em 1921, fundou o periódico “Pregão Real”. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra e foi juiz do Tribunal do Trabalho. A sua obra reparte-se por vários géneros literários, caracterizando-se pela defesa dos valores culturais tradicionais dentro dos moldes estéticos do realismo, na senda de Eça de Queirós. Marcadamente nacionalista e claramente crítico em relação à Primeira República, o Conde d’Aurora dedicou ao Minho – aqui entendido como a região de Entre-o-Douro-e-Minho – grande parte da sua obra literária."
(Fonte: http://bloguedominho.blogs.sapo.pt/119202.html)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Invulgar e muito procurado.
Indisponível

10 novembro, 2017

DUARTE, José - HISTÓRIAS DE JAZZ. Testemunhos ilustrados com imagens do fotógrafo José Santos. Lisboa, Abril/Controljornal, 2000. In-fólio (31cm) de 112 p. ; mto. il. ; E.
1.ª edição.
Obra sobre a história do jazz, impressa em papel de superior qualidade, profusamente ilustrada.
A primeira parte da obra é dedicada à história do jazz; a segunda é preenchida com um conjunto de testemunhos de personalidades dos mais diversos quadrantes da vida cultural portuguesa, da música, literatura, teatro, etc.
Encadernação do editor com sobrecapa policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

09 novembro, 2017

ARAUJO, Norberto de - MURTOSA. Trecho de luz apoteotica dando na soberba marinha da ria; oração da natureza complacente e prodiga acorrendo ao festejamento da obra administrativa dos homens com a sua graça toda poderosa e a sua original ternura. [S.l.], [s.n. - imp. Ottosgrafica, Lisboa], [1927]. In-8.º (18,5cm) de XV, [1] p. ; B.
Junto com:
GIL, Augusto - CINTURINHAS DA MURTOSA. [Poema]. Pagela (10x17,5cm)
(Do livro «Avena Rustica» no prelo)
"Não é uma aldeia que renasceu, como as que vieram dos romanos, e tiveram termas, e atrios, e ainda tem, sob os nossos pés, os mosaicos onde os cristãos desenhavam peixes. Não é uma vila que tenha historia, tombo, brazão e pergaminhos nos frontais dos solares de ricos senhores, perdidos, nos romances e nos manuscritos, e cujo castelo roqueiro se restaurasse. A Murtosa, como Perdelhas, como a Gafanha, como Pardilhó, não renasceu.
Criou-se! Havia a areia e havia o mar. O sol, e o fundo da ria. Desceram da montanha os homens robustos; enquadraram o seu sangue no sangue nomada e lendario dos fenicios, de fronte alta e costumes airosos, quasi elegancia de cisnes, que ficaram na prôa dos barcos esveltos no andar da laguna, e no talhe das mulheres, que são anforas postas a pisar ao compasso intimo do seu destino.
E deu isto. Esta terrinha, esta cidade - fez-se por si, como uma menina que não tivesse conhecido pai ou resto de solar e que uma fada tivesse fadado princesa. A Murtosa - é um simbolo da raça portuguesa, eu não sei porque misterio de cruza ou porque beijos da sorte, um simbolo de trabalho humilde, de amor á terra e ao mar, que deu expontaneamnete marinheiros e pescadores, lavradores e jardineiros, proas de barcos de fundo chato e navios de alto bordo, engalanados de velas, que vão dali perto para a conquista dos Bancos da Terra Nova."
(excerto de Murtosa, de Norberto de Araújo)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas manchadas. Capa com pequena falha de papel no canto inferior dto.
Raro.
Indisponível

07 novembro, 2017

ARAUJO, Armando d' - PORTUGAL NA GUERRA DA EUROPA (Ao Imperador da Allemanha). Ás armas! Portuguezes... Por... Lisboa, [s.n. - Composto e Impresso no Centro Typographico Colonial], 1914. In-4.º (23,5 cm) de 24 p. ; B.
1.ª edição.

Opúsculo em verso sobre a Grande Guerra. Contém um poema dedicado à Cruz Vermelha Portuguesa.

"Portugal, velho e pobre, não recusa
O exforço do seu braço, o heroico gesto
E, quando mais não seja, a gente lusa
Deixará bem gravado o seu protesto!
E dizem para ahi: a tropa falla,
Murmura da partida e o mal que incute,
Que vergonhosa infamai se propala
- A tropa apenas marcha! E não discute!
"

(Excerto do poema)

"Ao coração da guerra,N'esta hora d'agonia,
Quando oscila a Terra,
E já, de serra em serra,
Fugiu a luz do dia;
E quando a Noite immensa o mundo inteiro abala,
Aos gritos da Revolta, e aos ais do Soffrimento,
Contorcendo a nossa alma o Horrôr e o Desalento,
Hecatombe, a explodir!, que nehuma outra eguala;
Que a Historia não gravou, nem vinha ao Pensamento;
Ó Patria minha amada,
Onde a magua ajoelha,
Lá onde a Dôr s'espelha
Conduz, amargurada,
A tua Cruz Vermelha.
"

(Poema dedicado à Cruz Vermelha)

Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Rasgão, sem perda de papel, atinge o lado direito do opúsculo.
Invulgar.
10€

06 novembro, 2017

ARAUJO, Norberto de - NOVELA DO AMOR HUMILDE. Paris-Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand, 1925. In-8.º (18cm) de 308 p. ; E.
Capa de Stuart Carvalhais.
1.ª edição.
Norberto Moreira de Araújo (1889-1952). Jornalista, escritor, poeta, dramaturgo e eminente olisipógrafo com vasta obra publicada sobre a temática Olisiponense. "Começou a trabalhar aos quinze anos como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, frequentou depois o Curso Superior de Letras e, em 1916 iniciou-se no jornalismo em O Mundo e no ano seguinte em A Manhã. Trabalhou depois para o Diário de Notícias, O Século, Noite e, até ao final da sua vida, no Diário de Lisboa, tendo neste jornal ficado célebre a sua rubrica «Páginas de Quinta-feira», saída a lume entre 1932 e 1939, onde deambulava pela arte, política, casos de rua, comédia burguesa, cultura, e sobretudo, Lisboa,  sob o mote «Lisboa e o Sonho»."
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a ouro nas pastas e na lombada.
Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

05 novembro, 2017

AGUILAR, José Maria Saraiva d' - ENVENENAMENTO PELO ÁCIDO SULFÚRICO. Tese de doutoramento apresentada á Faculdade de Medicina do Pôrto. Novembro de 1920. Porto, Imprensa Nacional, 1920. In-8.º (21cm) de 55, [1] p. ; B.
1.ª edição.
"Quando freqûentávamos a cadeira de Medicina Legal, deparou-se-nos um caso de envenenamento pelo ácido sulfúrico e, ao fazermos a autópsia, as lesões encontradas impressionaram-nos de tal forma que logo concebemos a ideia de o aproveitar para o nosso trabalho.
Na verdade, êste assunto não deixa de ter o seu interêsse, primeiramente porque são bastante raros os casos desta natureza, e em segundo logar não nos consta que dêstes tenha sido feita qualquer publicação no Pôrto.
Mais tarde, a sintomatologia dramática oferecida por um doente que esteve internado no Hospital de Santo António, mais veio arreigar em nós essa ideia, resolvendo então definitivamente aproveitar êste assunto."
(excerto do preâmbulo)
Matérias:
- O que é o ácido sulfúrico normal (SO⁴H²). - Suas principais propriedades: Propriedades fisiológicas; Principais aplicações. - Patologia da intoxicação pelo ácido sulfúrico: Sintomatologia; Anatomia patológica. - Observações: I. Autópsia. II. Exame de doente. - Considerações e conclusões. - Emprêgo do ácido sulfúrico no Pôrto em casos de interêsse médico-legal.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
15€