MARTINS, Eduardo Corregedor - ORIGENS E EVOLUÇÃO DOS CAMINHOS DE FERRO. O SEU PAPEL MILITAR. Lição inaugural do ano lectivo de 1938-1939 da Escola do Exército, pelo Prof. tenente-coronel de engenharia... Separata do n.º 4 da Revista Militar. Lisboa, Tipografia da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, 1939. In-4.º (24cm) de 30, [2] p. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante interpretação histórica e militar da utilização dos caminhos de ferro em tempo de guerra. O autor baseia-se nos ensinamentos da Grande Guerra para perspectivar uma guerra futura.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
"Antes da guerra mundial de 1914-1918, não se compreendeu tôda a transcendência que viria a ter êste maravilhoso instrumento de transporte no campo militar, chegando a afirmar-se que um exército avançaria mais ràpidamente por estrada que por via férrea. [...]
É, porém, na guerra mundial de 1914-1918 que os caminhos de ferro revelam todo o seu valor; o seu rendimento foi formidável e, sobretudo no campo da estratégia, o seu emprêgo ultrapassou os limites que se atribuiam à sua potência.
É um facto bem conhecido que os países europeus envolvidos no conflito rivalizaram por todos os meios em levar a cabo a concentração das suas fôrças no menor número de horas possível e que em particular a França e a Alemanha procuraram competir uma com a outra a êste respeito. [...]
O êxito inicial contra Verdun foi possível porque esta praça estava ligada ao interior da França apenas por uma linha férrea; porém, reparada tal deficiência e dotada amplamente a fortaleza de novas linhas, foi possível conter o tremendo embate e mudar a situação: - 90 divisões, mais de 1.500.00 homens - foram transportados por 3.592 trens. [...]
Lancemos agora a vista para a guerra de posição.
Logo veremos que tanto os alemães como os franceses, ao mesmo tempo que consolidam as suas posições de primeira linha, reconstroem as vias férreas do tempo de paz e ampliam-nas, construindo 4 ou 5 linhas paralelas à zona das posições pelas quais transportam ràpidamente grandes contingentes de tropas que vão reforçar convenientemente os pontos ou zonas atacados.
No mês de Setembro de 1915, nos ataques a Artois e de Champagne, as fôrças defensoras recebem em dez dias 4 a 6 divisões de refôrço. No mês de Julho de 1916, na defesa do Somme, no mesmo número de dias, acodem 7 divisões e os reforços totais exigem 6.768 combóios.
Mas o esfôrço principal faz-se em 1918. Para socorrer os ingleses assaltados em 21 de Março, os franceses põem em circulação, durante os últimos dias do mês, 1.376 trens de tropas combatentes, correspondendo 172 ao dia mais sobrecarregado."
(excerto da Lição)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível
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