14 julho, 2017

CARTA SUBMARINA : publicada pelo Bureau da Imprensa Britanica em Lisboa. Lisboa, Typographia do Annuario Commercial, 1917. In-8.º (18cm) de 8 p. (inc. capas). Série de Notas sobre a Guerra, N.º 9
1.ª edição.
Opúsculo de propaganda de guerra britânica com referências a Portugal em termos pouco abonatórios.
"Segundo o Kystfareren encontrou-se no corpo dum oficial alemão morto no Somme a seguinte carta que lhe foi dirigida pelo seu irmão, comandante dum submarino alemão. Dá uma idêa de vida a bordo dum submarino alemão:
«Meu caro Ludwig:
Muitas vezes me envergonho do bem estar de que gosamos a bordo dos submarinos, comparado com o sofrimento e as privações de que sofre a nossa familia na patria e vós na frente de batalha. Aqui comemos e bebemos quanto temos na vontade. Temos sempre provisões amplas de reserva, em que não precisamos tocar porque podemos obrigar os navios que encontramos a fornecer-nos o necessário.
O único artigo que pagamos é a benzina que tiramos dos navios espanhoes. Mandamo-los parar e obrigamo-los a entregar o que nós pedimos. [...]
Ha já quatro mezes que não tenho torpedos a bordo, nem me tem sido possivel obtê-los. Tenho tido portanto de atacar navios mercantes só com tiros de peça, o que é extremamente dificil e arriscado visto estarem armados os navios francezes e britanicos. [...]
Pelo que tenho lido não posso deixar de pensar que o melhor que a Alemanha tem a fazer é retirar-se deste negocio o mais depressa possivel, pois o unico resultado que ela tirará da guerra é uma grande conta a pagar. [...]
Ha bastante tempo já que nos achamos no caminho do comercio entre a Argelia e a França. Temos uma base em B. nas Ilhas Baleares. Já desembarquei ali duas vezes este mez; sabe tão bem estender as pernas. Era muito mais divertido o cruzeiro no Atlantico ao largo da costa de Portugal, - tinhamos então a nossa base nas Ilhas Canarias. Aqueles idiotas de Portugal deviam ter sabido isso! [...]
Na Alemanha sabem que o meu barco é inferior tanto em armamento como em velocidade e por isso não me dão tarefas dificeis. Em geral dou caça aos barcos de pesca e aos navios veleiros; nisto não ha grande risco.»"
(excerto da Carta)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

Sem comentários:

Enviar um comentário