30 abril, 2016
1.ª edição.
Obra de referência sobre Medicina Legal, a primeira de autor português publicada entre nós.
De acordo com Inocêncio, "este livro, dedicado pelo auctor ao Duque de Bragança, foi o primeiro que n’esta matéria appareceu em lingua portugueza, e escripto por portuguez. Ferreira Borges deu n’elle provas da sua vasta erudição, mostrando que lêra e meditára todos os auctores citados. Há segunda edição. 1840. 8.º gr. JOSÉ FERREIRA BORGES, Bacharel formado em Canones pela Universidade de Coimbra em 1805: Advogado na cidade do Porto, sua pátria, desde 1808 até 1820; Secretario da Junta da Companhia dos Vinhos do Alto-Douro em 1818; Membro da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, proclamada no dia 24 de Agosto de 1820; para cujos successos concorreu tão activamente como consta das suas biographias, e das Revelações e Memorias do seu consocio Xavier de Araujo; Deputado ás Côrtes constituintes em 1821; Conselheiro de Estado em 6 de Março de 1823; emigrado em Londres desde Junho do mesmo anno até Fevereiro de 1827; e novamente em Fevereiro do anno seguinte até Setembro de 1833; Supremo Magistrado do Comércio, e Juiz Presidente do Tribunal Comercial de segunda instancia, por Carta Régia de 18 de Setembro do mesmo anno; demitido de todos os cargos, por assim o haver requerido, em 19 de Septembro de 1836. Nasceu no Porto em 1786, e aí morreu em 1838."
(Inocêncio IV, 327 e 329 pp)
"Quando no anno de 1807 nos demos á pratica do foro, apenas começámos, logo com os primeiros processos criminaes nos vimos embaraçados d'uma maneira extraordinaria: porque sem socorro algum de doutrinas, que ouvissemos, nem se-quer apontadas no curso de Direito, que fizemos na Universidade de Coimbra, a respeito de Medicina forense, conhecêmos immediatamente a nossa insuficiencia. [...]
Nós nunca vimos em Portugal um corpo de delicto devidamente feito.
Nunca ouvimos, que um so medico fosse n'essa qualidade interrogado por testemunha. [...]
O nosso objectivo é o homem na sociedade assim no seu physico, como no seu moral. Temos de julgar o homem nas suas acções civis e criminaes para com a sociedade, e para com os outros homens. [...]
Entretanto em todas as hypothezes, e factos, tocando ás justiças a sua averiguação, peso, e resolução, é necessario que precedão provas, e estas provas exigem em muitos casos um exame, e uma exposição ou testemunho medico. [...]
Tal é a obra que appresentamos.
Se com ella conseguimos chamar o foro portuguez áquella cathegoria de que se acha tão arredado: se alcançarmos assim proteger os direitos do innocente, e descubrir com certeza a culpa do verdadeiro criminoso: se podermos com ella ajudar o advogado, illustrar o jury, e certificar o magistrado; temos concorrido para a segurança dos direitos do cidadão portuguez, temos feito um serviço a nossos compatriotas, temos dado uma prova não equivoca de verdadeiro amor da patria."
(excerto da introdução)
José Ferreira Borges (1786-1838). "Foi um jurisconsulto e político português. Nasceu em 1786, no Porto, e nessa mesma cidade viria a morrer em 1838. Formou-se em Canônes pela Universidade de Coimbra. Foi depois advogado da Relação do Porto e secretário da junta da Companhia dos Vinhos do Alto Douro. Juntamente com Manuel Fernandes Tomás, fundou o Sinédrio, importante grupo de personalidades que seria uma das forças motrizes da Revolução de 1820. Foi nomeado Magistrado Supremo do Comércio e Juiz Presidente do Tribunal do Comércio de 2.a Instância, após a aprovação por D. Pedro IV do seu Código Comercial. Escreveu várias obras, de entre as quais se destacam as Instituições do Direito Cambial Português, a Jurisprudência do Contrato Mercantil e o Dicionário Jurídico Comercial."
(fonte: infopedia.pt)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Apresenta defeitos na fantasia que reveste as pastas.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível
28 abril, 2016
1.ª edição.
(excerto da introdução)
25 abril, 2016
1.ª edição.
"Principio, escrupulosos leitores, advertindo-vos de que a narrativa que ides ler é rigorosamente verdadeira nos seus traços essenciais, como é, aliás, tudo o que escrevo, fundamentado em factos averiguados pela perspicácia desapaixonada dum observador, atento e conscencioso."
(Advertência)
"Jerónimo de Brito era, aí pelos trinta e cinco anos, aproximadamente no princípio de se desenrolarem os acontecimentos que vou referir, homem esquivo mas benquisto na melhor sociedade da capital, respeitado pela pontualidade com que satisfazia os seus compromissos e pelo seu caracter austero.
Correcto no trato, mas pouco sociável e nada expansivo, antes taciturno, era reservado e inflexível nas suas normas de proceder. Se tinha quebras de energia, ninguém poderia suspeitá-lo, tal era o seu aprumo em tôdas as ocorrências da vida exterior
O seu feitio era um pouco a conseqüência lógica da sua índole, mas um tanto também de adaptação às condições especiais da sua existência até perto dos trinta - período assás longo para amoldar às circunstâncias do meio a pasta menos homogénea que se possa conceber e solidificá-la numa fôrma com rijeza e consistência perduráveis.
Jerónimo ficára orfão aos treze anos.
A sua legítima, que se não era excessivamente avultada, lhe permitiria, contudo, viver nos hábitos da abastança e comodidade em que fôra criado, tinha sido delapidada por um cúpido tutor."
(excerto do Cap. I, Mocidade invulgar)
Capítulos:
I. Mocidade invulgar. II. Arma fatídica. III. Realidades angustiosas. IV. Reminiscências saüdosas. V. Desilusões. VI. Deveres da sociedade elegante. VII. Sofrimento incomportável. VIII. Dificuldades financeiras. IX. Torpezas. X. Atribulações de consciência. XI. Reacções benéficas. XII. Intervenção de Patrício. XIII. Vingança mesquinha. XIV. Passamento.
Amélia Cardia (Lisboa, 1855 - Lisboa, 1938). “Médica e escritora. Dedicou-se ao estudo dos clássicos e da filosofia, após o que se formou em Medicina com brilhantes classificações, tendo sido a primeira mulher licenciada em Medicina em Lisboa e a primeira mulher interna nos Hospitais Civis. Fundou uma casa de saúde na Estrela, que abandonou passados oito anos para se dedicar a estudos de filosofia e espiritismo. Pertenceu à Associação das Ciências Médicas e à Federação Espírita Portuguesa. Colaborou assiduamente em diversos jornais e revistas – Ilustração Portuguesa, O Século, Revista de Espiritismo, Diário de Notícias, etc. –, tendo dirigido O Mensageiro Espírita.”
(in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990)
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Primeiras páginas ligeiramente oxidadas.
Raro.
A BNP tem registada apenas a edição de 1936.
Indisponível
24 abril, 2016
1.ª edição.
Curioso trabalho medico oitocentista.
"Apesar de pouco civilizados todos os Povos reconhecêrão quanto era grande a importancia das funcções da pelle, relativamente á acção vital, e á conservação da saude. Por muito tempo bastantes historias se contárão de huma raça de selvagens, que untavão o corpo com um verniz espesso, e vivião por longos annos."
(Excerto do Cap. I, Resumo historico da Medicina Cutanea)
O Systema Cutaneo do homem tem uma importancia, que não apresentão a maior parte dos outros animaes; pois nestes a epiderme rugosa, espessa, guarnecida de pellos compridos, e serrados, de escamas, de pennas fórma a parte essencial do tegumento. Os Batracianos são excluidos desta regra: sua pelle é quasi uma membrana mucosa dotada de vitalidade em um gráo eminente, e por isso absorvente muito pela superficie externa. O oxygeneo do ar he a principal materia deste absorpção, que fórma até certo ponto uma verdadeira respiração cutanea; facto fysiologico da maior importancia, que permitte aos experimentadores grandes descobertas. O homem está nomeio destes dois extremos: com tudo aproxima-se nos animaes, cuja estructura delicada no tecido cutaneo he uma das condições mais favoraveis á realização das funcções organicas, ou vitaes."
(excerto do Cap. II, Considerações Fysiologicas sobre a Medicina Cutanea)
Matérias:
I. Resumo historico da Medicina Cutanea. II. Considerações Fysiologicas sobre a Medicina Cutanea. III. Considerações praticas sobre a Medicina Cutanea. IV. Observações [segue-se a descrição de diversos casos de pacientes, com indicação da sintomatologia, prescrição medica e resultados].
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
35€
22 abril, 2016
1.ª edição.
Homenagem ao ilustre médico e escritor ílhavense, Mário Sacramento.
Ilustrada com 5 fotogravuras em página inteira, impressas sobre papel couché.
"Assinalando o primeiro aniversário da morte de Mario Sacramento, ocorrido em Março de 1970, uma comissão de democratas aveirenses tomou a iniciativa de prestar condigna e pública homenagem ao grande cidadão. [...]
Para concluir a grata tarefa que se impôs, a Comissão de Democratas Aveirenses reúne, no presente volume, os textos dos homens de letras que, a seu convite, participaram na mais que justa homenagem."
(excerto da nota explicativa)
Índice:
- Nota explicativa. - Mário Sacramento antiprovinciano, por Mário Castrim. - Um Homem exemplar, por Ferreira de Castro. - Sentido do ensaísmo de Mário Sacramento, por Óscar Lopes.
Mário Sacramento (1920-1969). "Ensaísta português, de nome completo Mário Emílio de Morais Sacramento, nascido em 1920, em Ílhavo, e falecido em 1969, no Porto. Tendo frequentado as Faculdades de Medicina de Coimbra, Porto e Lisboa, especializou-se em Gastroenterologia em Paris. De formação marxista e neorrealista, participou no Movimento de Unidade Democrática e foi o impulsionador do I Congresso Republicano de Aveiro em 1957. Com uma atitude crítica e exigente, colaborou em jornais, revistas e páginas literárias, tendo publicado diversas obras, entre as quais Retrato de Eça de Queirós (1944), Fernando Pessoa - Poeta da Hora Absurda (1953), Lendo Raul Brandão (1967), Fernando Namora - O Homem e a Obra (1967) e Uma Estética Neorrealista? (1968)."
(fonte: http://www.infopedia.pt/$mario-sacramento)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€
21 abril, 2016
1.ª edição.
"As sciências naturais, duma maneira geral, e particularmente as sciências biológicas, na orientação de hoje, devem constituir o núcleo central da organização dos estudos das escolas normais e em relação íntima com elas devem estar tôdas as outras sciências que nestas escolas se professem.
Dentre as sciências biológicas a Pedologia, nestas escolas, deve ter o principal lugar, não devendo esquecer-se tanto no ensino teórico, como no prático, que esta sciência nova é uma sciência da Natureza, um ramo da Antropologia, em que, pelos métodos desta, se estudam os caracteres físicos e psíquicos do ser humano em período de crescimento."
(excerto da introdução)
Matérias:
Do uso das estampas em psico-diagnóstico.
Da forma do corpo da criança : sua evolução e significado.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
10€
19 abril, 2016
1.ª edição.
Abrilhantada pelo prefácio de Raul Brandão e ilustrada com 32 fotogravuras nas paginas do texto.
Conjunto de narrativas aventureiras produzidas pelo autor, irmão do poeta Teixeira de Pascoaes, fruto da sua experiência como caçador de animais de grande porte, em África.
"A primeira vez que vi êste homem extraordinário foi numa fotografia ao pé dum enorme bicho caído por terra com uma bala na cabeça. Era um colosso formidável, informe como um saco de carvão donde saíam dois dentes brancos e agudos.Mas muito mais formidável ainda se me afigurou desde logo, o homem esfarrapado e minúsculo, de espingarda na mão, que se atrevêra a bater-se com a fera gigantesca. Que tipo só acção e nervos e que serenidade no olhar, na fisionomia, na figura!..."
(excerto do prefácio)
"Seduziu-me sempre a vida aventureira, as longas divagações através da selva africana, onde o perigo e o imprevisto exercem sôbre nós uma fôrça de atracção à qual se não resiste. Não há nada como a caça para se poder viver em África uma vida de grandes sensações, - vida que me dominou durante uns dez anos e da qual conservei inolvidáveis recordações. Na verdade, um caçador não se aborrece, está sempre alerta, tem sempre novos projectos a realizar, tem diante de si uma imensidade de terras misteriosas e é-lhe completamente desconhecido o spleen, o tédio e a hipocondria que afligem na Europa os europeus. O caçador não descansa e é raro pernoitar no mesmo sítio e cada sol que nasce lhe alumia novos horizontes. Païsagens desconhecidas aparecem constantemente, diante dos nossos olhos, e sentimos sempre um desejo violento de as percorrer, a fim de vermos o que existe para àlém delas. Isto e o encontro comovente com os grande animais selvagens, como o elefante, o búfalo, o rinoceronte, constituem, para temperamentos idênticos ao meu, um interêsse extraordinário."
(excerto do Cap. II, A vida de um caçador nas selvas)
Matérias:
Um caçador de elefantes [Prefácio].
I - O meu primeiro elefante. II - A vida de um caçador nas selvas. III - No Planalto de Mazenquele. IV - Os búfalos. V - Cinco elefantes. VI - Exploração do Cuílo. VII - Costumes indígenas. VIII - Morte do Giatiça. IX - O Macuta. X - A última caçada no Pombo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis, com defeitos.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível
17 abril, 2016
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória manuscrita (não assinada) do autor ao Prof. Agostinho Fortes.
Comunicação comemorativa do 8.º Centenário de Portugal à Classe de Letras da Academia das Sciências de Lisboa na sessão de 28 de maio de 1925.
Ilustrada com o retrato de D. Afonso Henriques em extratexto.
"A Catedral de Zamora fulgurava de lumes e rescendia a incenso, naquêle Domingo de Pentecostes de 1125.
No sólio, via-se a figura veneranda do Arcebispo de Braga, avultando, ainda, Monges, Barões e Cavaleiros.
E as lanças e as espadas, os escudos e as armaduras punham, nos seus brilhos metálicos e formas esveltas, uma nota épica naquele quadro sugestivo.
Solene cerimónia se esperava, de certo, antes da festividade do dia; solene e bela, pelo seu significado e grandeza.
A espectativa, depressa, é satisfeita, pois louro e formoso adolescente, seguido de aparatoso séquito, entra no templo. Veste alva talar e avança com gravidade de ancião e firmeza varonil.
Nêle poisam todos os olhares; todos os peitos arfam, todos os corações latejam, dominados por emoção profunda.
Também o Sol, quando assoma a face de oiro ao horizonte, desperta todas as energias da Terra e até inunda de luz as almas.
É que, de facto, aquêle adolescente era radioso astro que emergia da História, acendrando a Fé e incutindo a Esperança.
Sim; estava ali D. Afonso Henriques que, tendo apenas 14 anos, vinha, por admiravel intuição, armar-se Cavaleiro, a si próprio, como se fosse herdeiro de Rei."
(excerto do texto)
Muito invulgar.
15€
16 abril, 2016
Sem indicação de registo na BNP.
15 abril, 2016
1.ª edição.
Para mim é apenas um depoimento, englobando um certo número de episódios e histórias verdadeiras e em que apenas os nomes dos personagens foram alterados.
Não pretendo que esta obra seja um requisitório contra ninguém: - nem contra os que durante anos e anos saquearam Angola e exploraram os angolanos, nem contra os que violentamente e sem distinções se levantaram de armas na mão contra esse saque e essa exploração, confundindo generalizadamente o justo e o inocente com o pecador.
A trama romanesca da obra consiste apenas em conduzir todos os fios desta meada de episódios verídicos e histórias reais para um determinado momento histórico e numa mesma situação de dramática emergência."
(excerto da advertência)
"O sol caía a pino no empedrado de granito do cais, sobre o qual se derramavam manchas gordurosas de asfalto derretido sob o calor estorricante, de mistura com óleo dos guindastes, dos monta-cargas e outros engenhos, e ainda dos camiões a gasóleo que, a todo o momento continuavam convergindo para o cais norte do porto de Luanda, onde o «Príncipe Perfeito» já desde há doze longos dias se encontrava atracado."
(excerto do Cap. I)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€
14 abril, 2016
1.ª edição.
Curioso folheto ilustrado de apresentação do 'autoclismo', salvo melhor opinião, o primeiro que sobre este assunto se publicou entre nós.
Trata-se de uma obra pioneira de propaganda, verdadeira peça de marketing comercial e industrial do século XIX, onde o autor, proprietário da "Empreza Mechanica e Metallurgica", descreve e promove a venda dos aparelhos, numa época em que, por certo, a sua aquisição não seria uma prioridade para a maioria da população.
O folheto fornece elementos sobre as características dos mecanismos, o seu funcionamento e utilizações. No final, tem a lista de preços dos autoclismos disponíveis de acordo com a capacidade do depósito e das peças acessórias.
É verdadeiramente inusitado para a época, e por isso digno de realce, a consciência social demonstrada por Pinto Bastos, apontando como prioridade, a criação de postos de trabalho para o fabrico dos aparelhos.
.................
"A mingua de trabalho para occupar os innumeros braços de operarios, que vagueiam á procura dos meios de subsistencia, para viverem e ampararem as familias, de que são o unico esteio, impôe-nos o alto dever de buscar trabalho util e economico, e promover o consumo dos nossos productos, a preços reduzidos, para assim os operarios metallurgistas, poderem ser empregados e viverem do trabalho honesto. É pois, debaixo d'este ponto de vista, que buscamos ser uteis á salubridade publica e aos operario metallurgistas, construindo o autoclysmo, de que offerecemos a descripção, que se segue."
(Prefácio)
"O autoclysmo é um apparelho destinado ao progresso da salubridade nos centros de populações; preenche cabalmente os fins a que é destinado, e a sua applicação é de grande utilidade para a hygiene.
O autoclysmo opéra authomatica ou manualmente, descargas de agua nos ourinoes, pias, closets, ou collectores dos dejectos, lavando-as a arrastando as materias infectas adheridas ás paredes dos sumidouros e collectores.
O autoclysmo, produz com a accumulação da agua, descargas varredoras de um resultado completo e economico. Consoante ás conveniencias do local, pode affectar qualquer outra forma que não seja a cylindrica, mas é esta a mais resistente e a mais barata."
(excerto da apresentação do Autoclysmo de A. Pinto Bastos)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam falhas de papel nos cantos e nas margens. Restauro tosco executado com fita na lombada. Pelo interesse e raridade, a justificar encadernação.
Raro.
Sem indicação de registo na BNP.
Peça de colecção.
30€
13 abril, 2016
1.ª edição portuguesa.
Estudo vanguardista (para a época) sobre a impotência sexual, sob o ponto de vista físico e psicológico.
"A impotencia sexual aflige naturalmente, os que della sofrem, muito mais que qualquer outra doença a que está sujeita a especie humana.
Escrevi este pequeno livro com a esperança de que os meus compatriotas hão de tirar algum proveito no tratamento do mal de que se trata, e que existe em ambos os sexos."
(excerto do prefácio)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Sem indicação de registo na BNP.
Indisponível
12 abril, 2016
1.ª edição.
Ilustrada com o retrato do autor em extratexto.
Obra constituída por dois poemas históricos do primeiro romantismo português, na esteira de Camões (1825), D. Branca (1826) e Adozinda (1828), todos de Almeida Garrett, que o autor muito elogia, e com quem aliás se identifica. O poema principal, “Isabel ou Heroina de Aragom” constituído por seis cantos, aborda o tema da mulher que se veste de homem para ir à guerra.
"Ha muito que os Poetas de Hespanha começarom a paraphrasear os seus antigos Romances, mas limitando-se, ao menos nos, que eu tenho visto, a glosar em Coplas regulares cada dois versos dos dictos Romances: o que indica que o principal intuito dos, que se derom a esse trabalho, foi tornar aquellas Composições mais aptas, e acomodadas pera a Musica moderna. [...]
A Poesia deve ser Nacional; e Albuquerque, ou D. João de Castro, trajados á Grega, me parece cousa ridicula, além de absurda; porque o colorido local he o maior lenocinio da Poesia, e a falta delle he o defeito, que mais salta aos olhos em os nossos Poetas antigos; direi mais, si dermos o devido desconto, nos Livros de Cavallarias, que hoje se despresam tanto, havendo tão pouco que os tenha lido, depararemos mais repetidas, e fieis pinturas dos costumes, e usanças dos nossos maiores, do que nas Epopeias mais gabadas, que se tem impresso em Portuguez."
(excerto do prólogo)
"Sobre as fronteiras de Aragom se elleva
Alta montanha, crespa de rochedos;
Nella antigo Castello, coroado
De torreões, e ameias, ameaça
Da planicie os pacificos Colonos.
Forra o musgo as muralhas carcomidas,
Que amarellas tornou do Tempo a dextra;
Polas fendas das pedras serpeando
Vam raizes das Heras, cujos ramos,
Quaes tropheos, se debruçam balouçando
Dos ventos a sabôr! obra dos Godos,
Em sua forma anciãa nos traz á idea
Esses tempos feudaes, em que luctando
A civilisaçom já corrompida
Co' a barbarez indomita, exaltadas
Pola Superstiçom, e Amor, as almas
Com heroicas virtudes, negros crimes
Assignalarom paginas de sangue
Na historia d'essas barbaras Idades.
Em que a força hera Ley, Juiz a espada!"
(excerto de A Heroina de Aragom, Canto I)
José Maria da Costa e Silva (1788-1854). Poeta, crítico literário, historiador da literatura. Pseudónimo arcade: Elpino Tagídio. “Dominava perfeitamente a língua grega bem como a latina (aprendidas respectivamente com Manuel Moreira de Carvalho e José da Costa e Silva), um homem que dedicou grande parte da sua vida à causa das letras e a o estudo dos poetas portugueses que o precederam.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta falhas de papel na capa posterior e na lombada.
Raro.
Indisponível
11 abril, 2016
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Interessante estudo etnológico sobre a arte em Moçambique e a sociedade moçambicana.
"Havíamos prometido, no primeiro capítulo do nosso estudo «Os indígenas de Moçambique», ocupar-nos dos aspectos da poesia, do romance, do ensaio filosófico, político, económico, da escultura, da pintura, da cerâmica - e daquelas outras artes em que o artífice se revela, tantas vezes, o artista de grande classe. Começaremos pelo artista que percorre as ruas com o seu trabalho, à espera de que lho comprem, não apenas o turista mas ainda o habitante da cidade, aquele que se mostra interessado pelas manifestações de arte indígena. Este vendedor-operário é, em tantos casos, o artista que se manifesta através dos seus bonecos de madeira trabalhada com grande sentido artístico, mesmo dos quadros que nos trazem, também, a novidade, tão curiosa, do mundo do negro, revelado no jeito que nem sempre é de simples artífice. O artesanato ocupa muitos dos nossos nativos.. Faz deles seu pão e motivo excelente de recreação de espírito. Tudo o que vemos pelas ruas de seu esforço à venda tem indicação de criação artística. Difere de artista para artista não apenas no jeito da feitura mas até no gosto de trabalhar as suas obras de arte: indicação do lugar de onde veio esse homem, da tribo a que pertence."
(excerto do Cap. I)
José Rodrigues Júnior (1902-1991). “Jornalista, escritor, ensaísta. O escritor mais representativo de Moçambique. O «Patriarca do jornalismo e das letras moçambicanas». Foi para Moçambique com 18 anos. Iniciou-se nas lides jornalísticas, escrevendo para o Brado Africano. Colaborou na revista Seara Nova, de Lisboa; Civilização, do Porto; e outras. Foi chefe de redacção de: O Emancipador, O Jornal, o Notícias, e redactor principal, bem como proprietário, da revista de arte e crítica Miragem. Foi, durante muitos anos, o representante, em Moçambique, do Diário de Luanda. Como jornalista convidado, esteve na Holanda; em Goa, Damão e Diu; na Alemanha Ocidental, e por último, em 1963, em Angola. Foi, também, o presidente do Centro Cultural dos novos. É membro efectivo da Sociedade de Geografia de Lisboa; sócio da Sociedade Portuguesa de Escritores, e vice-presidente do Grupo de Artes, Letras e Actividades Culturais e Jornalismo, da Secção de Estudos Brasileiros da Sociedade de Estudos de Moçambique. Quase toda a sua actividade de escritor e jornalista tem sido dedicada ao estudo dos problemas de Moçambique, para o que realizou, durante mais de 20 anos, viagens de inquérito económico-sociais, através de toda a Província. Na opinião da crítica metropolitana «os seus estudos sobre Moçambique são, a par de notáveis obras literárias, trabalhos de sociólogo, de colonialista, de moralista e, até, de economista, e muitas das melhores páginas da nossa novelística e da nossa reportagem, destes últimos trinta anos, por exemplo, saíram das suas infatigáveis mãos»”.
(fonte: delagoabayworld.wordpress.com)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
15€
10 abril, 2016
1.ª edição.
Relato de um estudante, do conflito que opôs os alunos da Universidade de Coimbra à polícia secundada pelos "futricas". A contenda, que teve momentos agrestes, com tiroteio, alguma violência física e detenções, terminaria passada uma semana, culminando com o roubo, perpetrado por um estudante, do boné do comandante da GNR vindo de Lisboa com uma força militar para por fim aos desacatos. Tal "façanha" daria azo a grande galhofa por toda a cidade de Coimbra, dando nome a este opúsculo e à revolta estudantil de 1913 que ficaria conhecida por "olha o boné".
................
"Olha o Bonet!... Escolho este titulo para a minha narrativa, em virtude da desaparição do já agora celebre bonet ter sido o mais interessante episodio que se deu durante os acontecimentos. Este livro, apezar de escrito á pressa e portanto mal redigido, deve comtudo fazer parte da biblioteca de todo o estudante de Coimbra, porque ele marca um dos maiores acontecimentos que se tem dado nesta cidade.
O Autor.
Coimbra, 3 de junho de 1913."
(apresentação, Duas palavras)
"Não era meu intuito relatar os lamentaveis acontecimentos que se desenrolaram nesta cidade e que foram causa da honrosa debandada de toda a academia.
Mas hoje, ao ler o manifesto «Ao Paiz», distribuido por um grupo de operarios, tão indignado fiquei ao ver as falsidades de que se servem para acusar a academia, que resolvi escrever estas palavras que dedico a todos os estudantes pois que se enobreceram, mantendo-se na mais perfeita solidariedade. Irei, pois, relatar os acontecimentos, desde as suas causas e inicios até aos ultimos dias, que fecharam tão grave conflito. Mas todos os relatos que fizer constituirão a expressão da verdade, porque hão de ser intermediados de provas bastantes e as mais completas para condenar essa ralé asquerosa e nojenta, que ousa recriminar o procedimento da academia, exclusivamente para defender as suas façanhas.
Colocar-me-hei pois na narração de todos os factos com a mais escrupulosa imparcialidade, apesar de pertencer a uma das partes, e não suponham os leitores que se aplaudo a academia, não é porque a procure defender sem provas, aliás tenho-as suficientes, mas sobretudo porque me repugna e indigna o proceder dessa população abjecta que se chama futrica. Futrica, lá diz o dicionário de Candido de Figueiredo: é homem ordinario, bandalho, de sentimentos baixos."
(excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Folha de rosto apresenta restauro.
Raro.
Com interesse para a história da Universidade de Coimbra.
Indisponível
08 abril, 2016
1.ª edição.
Sentida homenagem do autor ao malogrado matador de touros português, José Falcão.
Livro ilustrado em extratexto com inúmeras fotografias a p.b. do matador português. A fotografia da capa, uma das que Falcão mais gostava, foi obtida na praça de Mont-de-Marsan, por Marc Roumengou.
Matérias:
- Um agradecimento necessário. - Três razões para um livro. - José Falcão: Nome de toureiro para uma rua de Vila Franca. - Infância. - Tudo começou em família. - De aprendiz a toureiro, pela mão dos Badajoz. - Na rampa de lançamento. - José Falcão, figura entre os novilheiros. - O 14.º matador de touros português. - Encontro com «Cuchareto». - Falcão e a sua gente. - Perfil dum toureiro. - Apêndices: Relação de corridas toureadas. Antologia breve.
João Cristóvão Moreira (Solilóquio) (1929-2013). "Escritor tauromáquico. Frequentou o Colégio Militar, a faculdade de Ciências e o Curso da Escola Naval. Oficial da Armada Portuguesa, tendo servido em Angola, Moçambique, India, Macau e Timor. Deixou a Marinha por razões de ordem política antes do 25 de Abril. Foi reintegrado depois da revolução e passou à reserva com o posto de capitão-de-fragata. Grande aficcionado desde bem pequeno, durante 55 anos dedicou-se à crónica tauromáquica com o apodo de “Solílóquio”, tendo sido crítico da especialidade no Diário de Lisboa, no Diário de Notícias e na revista Novo Burladero. Tem as suas crónicas publicadas em 36 livros, sendo dois deles de temática não taurina e um dedicado à vida e morte do matador de toiros José Falcão. O seu último livro foi publicado em 2003, com o título "O Corte da Coleta" (Editorial Negócios). Solilóquio foi agraciado pelo Governo em 1995 com a Medalha ao Mérito Cultural.”
(Fonte: wikipédia)
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível
07 abril, 2016
1.ª edição.
Curiosa obra sobre a vida depois da morte, assunto alvo de debate acalorado na época da sua publicação.
"A Luz Divina que este pequeno livro se propõe derramar sobre os que, cégos á verdadeira claridade, habitam as trevas e se julgam conhecedores da Verdade ou da Sciencia, será o raiar d'um novo dia, d'uma nova aurora que iluminará com o eu brilho redemptor a misera humanidade.
Quantas lagrimas não enxugará, quantas esperanças não fará antever, quanta fé não enraizará nos corações e quanta consciencia adormecida não despertará!?
Sim, quanta consciencia adormecida, porque a maioria das creaturas que povôam o nosso planeta, na despreocupação dos seus afazeres, nem sequer se lembram do dia de amanhã, em que o fenomeno a que chamaes a morte as conduz a uma nova vida que por completo ignoram.
Assim, um duplo fim terá este modesto trabalho: despertar consciencias e preparar discussões sobre um assunto que até hoje tem sido tomado por um grande numero de povos, como sciencia diabolica ou pura mistificação."
(excerto do prefácio)
"Leitores amigos. Já pensastes no que vos poderá suceder depois da morte?...
Quem terá a certeza absoluto do nada?...
Se, como está demonstrado scientificamente, nada morre e tudo se transforma, quem se atreverá a afirmar que tudo acaba com a morte?
Morre, é um facto, o nosso corpo animal ou, para melhor dizer, muda de forma; a materia apodrece, mas a nossa intelligencia, o nosso ser, o nosso espirito, o nosso EU? Sim, essa entidade que manda, pensa, quer e sente, a que chamamos alma ou espirito, em que se transforma?... Para onde vae e o que faz quando o coprpo material estiver apodrecendo, debaixo da terra ou fechado n'um tumulo?..."
(excerto da introdução, Duas palavras)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas com manchas de oxidação. Assinatura de posse na f. anterrosto.
Invulgar.
Indisponível
06 abril, 2016
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Ilustrada com fotogravuras no texto e um retrato do autor em separado. Contém um mapa desdobrável do Sul de Angola.
Conjunto de interessantes crónicas sobre a ocupação portuguesa do Sul de Angola.
"Apresentei-me na Secretaria Militar, na vila de Sá da Bandeira, capital do Distrito, no dia 18 de Janeiro de 1910.
Era Governador do Distrito da Huila, o Capitão do Estado-Maior, Dr. João de Almeida, já conhecido como Herói dos Dembos, em virtude do arriscado reconhecimento militar e dificílima campanha de submissão dos povos daquela região, em 1907.
Poucos dias depois da minha apresentação, o Governador João de Almeida, segundo o seu delicado e fidalgo costume de ter à sua mesa, os oficiais que se apresentavam para servir no seu Distrito, mandou que o seu ajudante, Alferes Joaquim Ferreira Durão, me enviasse o respectivo convite escrito em um cartão, para jantar.
Pouco depois de iniciada a refeição, o Governador começou por falar do esforço dedicado e abnegado dos oficiais que vinham servir no Distrito, para levar a bom termo a missão de que estava encarregado... [..]
Dirigindo-se-me, em seguida, João de Almeida disse-me que, no ano anterior, pretendera estender a ocupação militar pelo Baixo Cubango e Baixo Cuito, até ao Cunado, fronteira leste, não tendo podido ir além do Mucusso, por lhe faltarem víveres que deviam ter sido expedidos do depósito-base do Posto A. [...]
E a conversa comigo, terminou com o aviso de que, no dia 28, marcharia para o Baixo Cubango, o Alferes Brito e Abreu, comandando um contingente de recrutas indígenas e de degredados europeus, acompanhando um comboio de 6 carros «boers» e eu acompanhá-los-ia.
Como eu revelasse contrariedade, ao ouvir aquele aviso, João de Almeida perguntou-me se eu tinha alguma objecção a fazer.
Respondi-lhe que tinha vindo do quilómetro 107 até Sá da Bandeira, a cavalo e, por isso, me fizera acompanhar apenas do que coube numa mala de mão transportada à cabeça dum carregador e que a mala grande com o meu enxoval fora carregada num carro «boer» que demoraria ainda uns 15 dias.
João de Almeida não me deixou concluir e retorquiu que ele, quando ia para o interior, levava a roupa que lhe vestia o corpo e, na volta, deitava-a fora."
(excerto do Cap. I, Os cuanhamas, uma «embala» e um posto militar)
Matérias:
Nótula prévia.
I - Os cuanhamas, uma «embala» e um posto militar. II - Uma preta mulher superior, um preto comandante de posto militar e uma missão católica. III - A intensidade e fertilidade das terras de Angola. O Posto A. IV - A Política dum Comandante Militar. V - Mais virtudes da raça preta. VI - Em frente aos alemães. VII - Melindroso comando de posto militar. VIII - Atrevimento dos Cuanhamas. Duas ossadas portuguesas, balisas da fronteira do Sul de Angola. IX - A submissão do Cuanhama, fim dum flagelo e salvação dum povo. X - Conclusão final.
- Testemunho oficial das viagens e serviços do autor a que a narrativa se liga.
José Ribeiro da Costa Júnior (1883-?). "Nasceu em Castelões de Cepêda, a 23 de abril de 1883. Era filho de camponeses, mas os seus padrinhos eram Joaquim Bernardo Mendes, Visconde de Paredes, e D. Rosalina de Sousa Guimarães. Emigrou bastante jovem para o Brasil e, após longos anos de trabalho, acabou por enveredar pela carreira militar, tendo-se destacado em campanhas no continente africano, nomeadamente em Angola, durante o primeiro quartel do século XX. Em 1932 foi condecorado pelas campanhas nesta colónia e, no ano seguinte, foi promovido a tenente-coronel. Recebeu ainda a Comenda da Ordem Militar de Avis e da Ordem de São Tiago da Espada.
Foi autor de várias obras relacionadas com o exército ou com a agricultura, destacando-se as seguintes: A agricultura pelo exército, com um guia do instrutor da agricultura (1929), Brancos e Pretos na ocupação do Sul de Angola (1963) ou Pela nossa África (1933), A Árvore das Patacas : romance com uma descrição da vida no Rio de Janeiro há 50 anos (1947)."
(fonte: www.scmparedes.pt/irmandade/biografias/jose-ribeiro-da-costa-junior)
Encadernação em tela com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível
05 abril, 2016
1.ª edição.
Tiragem de 800 exemplares.
Edição de grande esmero e apuro gráfico, impressa em papel de superior qualidade, e belissimamente ilustrada nas páginas do texto com a reprodução de desenhos antigos alusivos a Macau.
Documento histórico com tiragem diminuta. Trata-se do programa da sessão solene que encerra o ciclo de administração ultramarina portuguesa e transferência da soberania de Macau para a República Popular da China. Inclui as formalidades protocolares, bem como as intervenções das mais altas figuras do Estado português e dos representantes de todas as forças políticas com assento parlamentar.
Intervenções:
Representante do Bloco de Esquerda: deputado Francisco Louçã;
Representante do Partido Ecologista Os Verdes: deputada Isabel Castro;
Representante do Partido Popular: deputado Narana Coissoró;
Representante do Partido Comunista Português: deputado João Amaral;
Representante do Partido Social Democrata: deputado Durão Barroso;
Representante do Partido Socialista: deputado Alberto Costa;
Do Primeiro Ministro: Engenheiro António Guterres;
Do Presidente da Assembleia da República: Dr. António de Almeida Santos;
Do Presidente da República: Dr. Jorge Sampaio.
"Foi
com muito gosto que aceitei o convite para participar nesta sessão
solene da Assembleia da República, nas vésperas da transferência do
exercício de soberania no Território de Macau.
Desde
logo, a sua realização sublinha a importância excepcional desse
momento, tão carregado de História, designadamente para todos os da
minha geração, cujo tempo político coincidiu com o fim do império e nos
impôs a responsabilidade das grandes decisões sobre o nosso destino
comum como nação livre e independente. [...]
Os
portugueses têm boas razões para ter orgulho no passado e, também e
sobretudo, confiança no futuro de Macau que, doravante, dependerá,
sobretudo, das suas gentes e das autoridades da República Popular da
China e da futura Região Administrativa Especial de Macau.
No
entanto, Portugal continuará a estar presente em Macau, onde a nossa
história deixou tantas marcas, visíveis e invisíveis, que seria
pretensioso procurar descrever cada uma delas."
(excerto da intervenção do Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio)
Exemplar brochado em excelente estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
Iindisponível