30 abril, 2016

BORGES, José Ferreira - INSTITUIÇÕES DE MEDICINA FORENSE. Por... Paris, Em Casa de J. P. Aillaud, 1832. In-8.º (21cm) de [8], XV, [1], 576 p. ; E.
1.ª edição.
Obra de referência sobre Medicina Legal, a primeira de autor português publicada entre nós.
De acordo com Inocêncio, "este livro, dedicado pelo auctor ao Duque de Bragança, foi o primeiro que n’esta matéria appareceu em lingua portugueza, e escripto por portuguez. Ferreira Borges deu n’elle provas da sua vasta erudição, mostrando que lêra e meditára todos os auctores citados. Há segunda edição. 1840. 8.º gr. JOSÉ FERREIRA BORGES, Bacharel formado em Canones pela Universidade de Coimbra em 1805: Advogado na cidade do Porto, sua pátria, desde 1808 até 1820; Secretario da Junta da Companhia dos Vinhos do Alto-Douro em 1818; Membro da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, proclamada no dia 24 de Agosto de 1820; para cujos successos concorreu tão activamente como consta das suas biographias, e das Revelações e Memorias do seu consocio Xavier de Araujo; Deputado ás Côrtes constituintes em 1821; Conselheiro de Estado em 6 de Março de 1823; emigrado em Londres desde Junho do mesmo anno até Fevereiro de 1827; e novamente em Fevereiro do anno seguinte até Setembro de 1833; Supremo Magistrado do Comércio, e Juiz Presidente do Tribunal Comercial de segunda instancia, por Carta Régia de 18 de Setembro do mesmo anno; demitido de todos os cargos, por assim o haver requerido, em 19 de Septembro de 1836. Nasceu no Porto em 1786, e aí morreu em 1838."
(Inocêncio IV, 327 e 329 pp)
"Quando no anno de 1807 nos demos á pratica do foro, apenas começámos, logo com os primeiros processos criminaes nos vimos embaraçados d'uma maneira extraordinaria: porque sem socorro algum de doutrinas, que ouvissemos, nem se-quer apontadas no curso de Direito, que fizemos na Universidade de Coimbra, a respeito de Medicina forense, conhecêmos immediatamente a nossa insuficiencia. [...]
Nós nunca vimos em Portugal um corpo de delicto devidamente feito.
Nunca ouvimos, que um so medico fosse n'essa qualidade interrogado por testemunha. [...]
O nosso objectivo é o homem na sociedade assim no seu physico, como no seu moral. Temos de julgar o homem nas suas acções civis e criminaes para com a sociedade, e para com os outros homens. [...]
Entretanto em todas as hypothezes, e factos, tocando ás justiças a sua averiguação, peso, e resolução, é necessario que precedão provas, e estas provas exigem em muitos casos um exame, e uma exposição ou testemunho medico. [...]
Tal é a obra que appresentamos.
Se com ella conseguimos chamar o foro portuguez áquella cathegoria de que se acha tão arredado: se alcançarmos assim proteger os direitos do innocente, e descubrir com certeza a culpa do verdadeiro criminoso: se podermos com ella ajudar o advogado, illustrar o jury, e certificar o magistrado; temos concorrido para a segurança dos direitos do cidadão portuguez, temos feito um serviço a nossos compatriotas, temos dado uma prova não equivoca de verdadeiro amor da patria."
(excerto da introdução)

José Ferreira Borges (1786-1838). "Foi um jurisconsulto e político português. Nasceu em 1786, no Porto, e nessa mesma cidade viria a morrer em 1838. Formou-se em Canônes pela Universidade de Coimbra. Foi depois advogado da Relação do Porto e secretário da junta da Companhia dos Vinhos do Alto Douro. Juntamente com Manuel Fernandes Tomás, fundou o Sinédrio, importante grupo de personalidades que seria uma das forças motrizes da Revolução de 1820. Foi nomeado Magistrado Supremo do Comércio e Juiz Presidente do Tribunal do Comércio de 2.a Instância, após a aprovação por D. Pedro IV do seu Código Comercial. Escreveu várias obras, de entre as quais se destacam as Instituições do Direito Cambial Português, a Jurisprudência do Contrato Mercantil e o Dicionário Jurídico Comercial."
(fonte: infopedia.pt)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Apresenta defeitos na fantasia que reveste as pastas.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

28 abril, 2016

CABRAL, Luís & MEIRELES, Maria Adelaide - TESOUROS DA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DO PORTO. [Lisboa], Inapa, 1998. In-fólio (32cm) de [6], 197, [3] p. ; mto il. ; E. Colecção «Tesouros das Bibliotecas e Arquivos de Portugal»
1.ª edição.
Obra belíssima, impressa em papel de qualidade superior, profusamente ilustrada a cores reproduzindo alguns tesouros da nossa história - livros e manuscritos, autógrafos, mapas, etc. – zelosamente guardados na BPMP que é uma das três principais bibliotecas portuguesas.
“A estrutura do livro patenteia claramente as tipologias formal, temática e cronológica das nossas colecções: começando pelos Manuscritos (desde os pergaminhos de Santa Cruz de Coimbra aos Históricos…, passando pelos Ultramarinos até aos Legados e Doações e aos Autógrafos e Espólios, prossegue pela Cartografia até aos Impressos dos séculos XV a XIX). Vai o trabalho precedido por um texto sobre a História da BPMP…”
(excerto da introdução)
Encadernação editorial em tela verde com título e autores a seco na pasta anterior e sobrecapa policromada.
Exemplar em bom estado de conservação. 
Invulgar.
25€

25 abril, 2016

CARDIA, Dr.ª Amélia - ALFORRIA : romance psicológico. Lisboa, [s.n. . imp. Bertrand (Irmãos), L.da, Lisboa], 1935. In-8.º (17cm) de 160 p. ; E.
1.ª edição.
"Principio, escrupulosos leitores, advertindo-vos de que a narrativa que ides ler é rigorosamente verdadeira nos seus traços essenciais, como é, aliás, tudo o que escrevo, fundamentado em factos averiguados pela perspicácia desapaixonada dum observador, atento e conscencioso."
(Advertência)
"Jerónimo de Brito era, aí pelos trinta e cinco anos, aproximadamente no princípio de se desenrolarem os acontecimentos que vou referir, homem esquivo mas benquisto na melhor sociedade da capital, respeitado pela pontualidade com que satisfazia os seus compromissos e pelo seu caracter austero.

Correcto no trato, mas pouco sociável e nada expansivo, antes taciturno, era reservado e inflexível nas suas normas de proceder. Se tinha quebras de energia, ninguém poderia suspeitá-lo, tal era o seu aprumo em tôdas as ocorrências da vida exterior
O seu feitio era um pouco a conseqüência lógica da sua índole, mas um tanto também de adaptação às condições especiais da sua existência até perto dos trinta - período assás longo para amoldar às circunstâncias do meio a pasta menos homogénea que se possa conceber e solidificá-la numa fôrma com rijeza e consistência perduráveis.
Jerónimo ficára orfão aos treze anos.
A sua legítima, que se não era excessivamente avultada, lhe permitiria, contudo, viver nos hábitos da abastança e comodidade em que fôra criado, tinha sido delapidada por um cúpido tutor."
(excerto do Cap. I, Mocidade invulgar)
Capítulos:
I. Mocidade invulgar. II. Arma fatídica. III. Realidades angustiosas. IV. Reminiscências saüdosas. V. Desilusões. VI. Deveres da sociedade elegante. VII. Sofrimento incomportável. VIII. Dificuldades financeiras. IX. Torpezas. X. Atribulações de consciência. XI. Reacções benéficas. XII. Intervenção de Patrício. XIII. Vingança mesquinha. XIV. Passamento.
Amélia Cardia (Lisboa, 1855 - Lisboa, 1938). “Médica e escritora. Dedicou-se ao estudo dos clássicos e da filosofia, após o que se formou em Medicina com brilhantes classificações, tendo sido a primeira mulher licenciada em Medicina em Lisboa e a primeira mulher interna nos Hospitais Civis. Fundou uma casa de saúde na Estrela, que abandonou passados oito anos para se dedicar a estudos de filosofia e espiritismo. Pertenceu à Associação das Ciências Médicas e à Federação Espírita Portuguesa. Colaborou assiduamente em diversos jornais e revistas – Ilustração Portuguesa, O Século, Revista de Espiritismo, Diário de Notícias, etc. –, tendo dirigido O Mensageiro Espírita.”
(in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990)

Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Primeiras páginas ligeiramente oxidadas.
Raro.
A BNP tem registada apenas a edição de 1936.
Indisponível

24 abril, 2016

SOARES, Alexandre Augusto de Oliveira - CONSIDERAÇÕES FYSIOLOGICO-PRATICAS SOBRE A MEDICINA CUTANEA. Memoria offerecida á Academia Real das Sciencias de Lisboa por... Doutor em Medicina pela Faculdade de Paris, Medico do Hospital Real de S. José, Socio Correspondente da Academia Real das Sciencias de Lisboa, Membro Effectivo da Sociedade das Sciencias Medicas de mesma CidadeLisboa, Na Typografia da Academia, 1835. Com Licença de Sua Magestade. In-8.º de [4], 56 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso trabalho medico oitocentista.
"Apesar de pouco civilizados todos os Povos reconhecêrão quanto era grande a importancia das funcções da pelle, relativamente á acção vital, e á conservação da saude. Por muito tempo bastantes historias se contárão de huma raça de selvagens, que untavão o corpo com um verniz espesso, e vivião por longos annos."
(Excerto do Cap. I, Resumo historico da Medicina Cutanea)
O Systema Cutaneo do homem tem uma importancia, que não apresentão a maior parte dos outros animaes; pois nestes a epiderme rugosa, espessa, guarnecida de pellos compridos, e serrados, de escamas, de pennas fórma a parte essencial do tegumento. Os Batracianos são excluidos desta regra: sua pelle é quasi uma membrana mucosa dotada de vitalidade em um gráo eminente, e por isso absorvente muito pela superficie externa. O oxygeneo do ar he a principal materia deste absorpção, que fórma até certo ponto uma verdadeira respiração cutanea; facto fysiologico da maior importancia, que permitte aos experimentadores grandes descobertas. O homem está nomeio destes dois extremos: com tudo aproxima-se nos animaes, cuja estructura delicada no tecido cutaneo he uma das condições mais favoraveis á realização das funcções organicas, ou vitaes."
(excerto do Cap. II, Considerações Fysiologicas sobre a Medicina Cutanea)
Matérias:
I. Resumo historico da Medicina Cutanea. II. Considerações Fysiologicas sobre a Medicina Cutanea. III. Considerações praticas sobre a Medicina Cutanea. IV. Observações [segue-se a descrição de diversos casos de pacientes, com indicação da sintomatologia, prescrição medica e resultados].
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
35€

22 abril, 2016

HOMENAGEM A MÁRIO SACRAMENTO. Textos de Mário Castrim; Ferreira de Castro; Óscar Lopes. [Aveiro], [s.n. - comp. e imp. na Tipografia «A Lusitania», [197-]. In-8.º (20,5cm) de 66, [8] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Homenagem ao ilustre médico e escritor ílhavense, Mário Sacramento.
Ilustrada com 5 fotogravuras em página inteira, impressas sobre papel couché.
"Assinalando o primeiro aniversário da morte de Mario Sacramento, ocorrido em Março de 1970, uma comissão de democratas aveirenses tomou a iniciativa de prestar condigna e pública homenagem ao grande cidadão. [...]
Para concluir a grata tarefa que se impôs, a Comissão de Democratas Aveirenses reúne, no presente volume, os textos dos homens de letras que, a seu convite, participaram na mais que justa homenagem."
(excerto da nota explicativa)
Índice:
 - Nota explicativa. - Mário Sacramento antiprovinciano, por Mário Castrim. - Um Homem exemplar, por Ferreira de Castro. - Sentido do ensaísmo de Mário Sacramento, por Óscar Lopes.
Mário Sacramento (1920-1969). "Ensaísta português, de nome completo Mário Emílio de Morais Sacramento, nascido em 1920, em Ílhavo, e falecido em 1969, no Porto. Tendo frequentado as Faculdades de Medicina de Coimbra, Porto e Lisboa, especializou-se em Gastroenterologia em Paris. De formação marxista e neorrealista, participou no Movimento de Unidade Democrática e foi o impulsionador do I Congresso Republicano de Aveiro em 1957. Com uma atitude crítica e exigente, colaborou em jornais, revistas e páginas literárias, tendo publicado diversas obras, entre as quais Retrato de Eça de Queirós (1944), Fernando Pessoa - Poeta da Hora Absurda (1953), Lendo Raul Brandão (1967), Fernando Namora - O Homem e a Obra (1967) e Uma Estética Neorrealista? (1968)."
(fonte: http://www.infopedia.pt/$mario-sacramento)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

21 abril, 2016

FERREIRA, A. Aurélio da Costa - HISTÓRIA NATURAL DA CRIANÇA. Publicado pelo Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa. Lisboa, Aula-Oficina do Instituto Médico Pedagógico, 1922. In-8.º (16,5cm) de 46, [2] p. ; B.
1.ª edição.
"As sciências naturais, duma maneira geral, e particularmente as sciências biológicas, na orientação de hoje, devem constituir o núcleo central da organização dos estudos das escolas normais e em relação íntima com elas devem estar tôdas as outras sciências que nestas escolas se professem.
Dentre as sciências biológicas a Pedologia, nestas escolas, deve ter o principal lugar, não devendo esquecer-se tanto no ensino teórico, como no prático, que esta sciência nova é uma sciência da Natureza, um ramo da Antropologia, em que, pelos métodos desta, se estudam os caracteres físicos e psíquicos do ser humano em período de crescimento."
(excerto da introdução)
Matérias:
Do uso das estampas em psico-diagnóstico.
Da forma do corpo da criança : sua evolução e significado.
António Aurélio da Costa Ferreira (1879-1922). “Nasceu no Funchal a 18 de Janeiro de 1879. Formou-se na Faculdade de Filosofia em 1899 e na Faculdade de Medicina em 1905, ambas na Universidade de Coimbra. Foi vereador na Câmara Municipal de Lisboa entre 1908 e 1911, deputado por Setúbal nas eleições legislativas de 28 de Agosto de 1910, e director da Casa Pia em 1911. Sobraçou a pasta do Fomento de 16 de Junho de 1912 a 4 de Janeiro 1913. Em 1914, criou, em Santa Isabel, o primeiro Instituto Médico-Pedagógico destinado ao ensino de deficientes mentais. Foi responsável pela organização de um serviço de assistência aos mutilados portugueses (selecção e orientação profissional e uma secção de reeducação, fisioterapia e próteses) que funcionava no Instituto de Reeducação dos Mutilados de Guerra, em Arroios. Leccionou na Escola Normal de Lisboa entre 1915 e 1918; em 1917 foi assistente voluntário de Anatomia na Faculdade de Medicina de Lisboa e naturalista do Museu Bocage. Foi sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia. Partiu para Moçambique, para realizar estudos antropológicos e, sob influência de uma grave depressão nervosa, suicidou-se, em Lourenço Marques a 15 de Julho de 1922.”
(fonte: www.fmsoares.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas.
Invulgar.
10€

19 abril, 2016

VASCONCELOS, João Teixeira de - MEMÓRIAS DE UM CAÇADOR DE ELEFANTES (com 32 fotogravuras). [Prefácio de Raul Brandão]. Porto, Edição de Maranus, 1924. In-8.º (19cm) de 190, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Abrilhantada pelo prefácio de Raul Brandão e ilustrada com 32 fotogravuras nas paginas do texto.
Conjunto de narrativas aventureiras produzidas pelo autor, irmão do poeta Teixeira de Pascoaes, fruto da sua experiência como caçador de animais de grande porte, em África.
"A primeira vez que vi êste homem extraordinário foi numa fotografia ao pé dum enorme bicho caído por terra com uma bala na cabeça. Era um colosso formidável, informe como um saco de carvão donde saíam dois dentes brancos e agudos.Mas muito mais formidável ainda se me afigurou desde logo, o homem esfarrapado e minúsculo, de espingarda na mão, que se atrevêra a bater-se com a fera gigantesca. Que tipo só acção e nervos e que serenidade no olhar, na fisionomia, na figura!..."
(excerto do prefácio)
"Seduziu-me sempre a vida aventureira, as longas divagações através da selva africana, onde o perigo e o imprevisto exercem sôbre nós uma fôrça de atracção à qual se não resiste. Não há nada como a caça para se poder viver em África uma vida de grandes sensações, - vida que me dominou durante uns dez anos e da qual conservei inolvidáveis recordações. Na verdade, um caçador não se aborrece, está sempre alerta, tem sempre novos projectos a realizar, tem diante de si uma imensidade de terras misteriosas e é-lhe completamente desconhecido o spleen, o tédio e a hipocondria que afligem na Europa os europeus. O caçador não descansa e é raro pernoitar no mesmo sítio e cada sol que nasce lhe alumia novos horizontes. Païsagens desconhecidas aparecem constantemente, diante dos nossos olhos, e sentimos sempre um desejo violento de as percorrer, a fim de vermos o que existe para àlém delas. Isto e o encontro comovente com os grande animais selvagens, como o elefante, o búfalo, o rinoceronte, constituem, para temperamentos idênticos ao meu, um interêsse extraordinário."
(excerto do Cap. II, A vida de um caçador nas selvas)
Matérias:
Um caçador de elefantes [Prefácio].
I - O meu primeiro elefante. II - A vida de um caçador nas selvas. III - No Planalto de Mazenquele. IV - Os búfalos. V - Cinco elefantes. VI - Exploração do Cuílo. VII - Costumes indígenas. VIII - Morte do Giatiça. IX - O Macuta. X - A última caçada no Pombo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis, com defeitos.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível

17 abril, 2016

CABREIRA, António - D. AFONSO HENRIQUES. Intérprete ideológico da Raça. Por... Lisboa, [Edição do Autor], 1925. In-8.º (21,5cm) de 21, [3] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória manuscrita (não assinada) do autor ao Prof. Agostinho Fortes.
Comunicação comemorativa do 8.º Centenário de Portugal à Classe de Letras da Academia das Sciências de Lisboa na sessão de 28 de maio de 1925.
Ilustrada com o retrato de D. Afonso Henriques em extratexto.
"A Catedral de Zamora fulgurava de lumes e rescendia a incenso, naquêle Domingo de Pentecostes de 1125.
No sólio, via-se a figura veneranda do Arcebispo de Braga, avultando, ainda, Monges, Barões e Cavaleiros.
E as lanças e as espadas, os escudos e as armaduras punham, nos seus brilhos metálicos e formas esveltas, uma nota épica naquele quadro sugestivo.
Solene cerimónia se esperava, de certo, antes da festividade do dia; solene e bela, pelo seu significado e grandeza.
A espectativa, depressa, é satisfeita, pois louro e formoso adolescente, seguido de aparatoso séquito, entra no templo. Veste alva talar e avança com gravidade de ancião e firmeza varonil.
Nêle poisam todos os olhares; todos os peitos arfam, todos os corações latejam, dominados por emoção profunda.
Também o Sol, quando assoma a face de oiro ao horizonte, desperta todas as energias da Terra e até inunda de luz as almas.
É que, de facto, aquêle adolescente era radioso astro que emergia da História, acendrando a Fé e incutindo a Esperança.
Sim; estava ali D. Afonso Henriques que, tendo apenas 14 anos, vinha, por admiravel intuição, armar-se Cavaleiro, a si próprio, como se fosse herdeiro de Rei."
(excerto do texto)
António Tomás da Guarda Cabreira de Faria e Alvelos Drago da Ponte (1868-1953). "Matemático, jornalista e publicista português. formou-se em Matemática pela Escola Politécnica de Lisboa. Empenhado em ações políticas, participou, em 1891, em várias reivindicações estudantis, tornou-se redator político de A Nação e, entre 1892 e 1897, exerceu vários cargos no Partido Legitimista ao qual aderiu. Sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, foi secretário da Secção do Ensino da Matemática, em 1895, e vice-presidente da Secção de Geografia, em 1896, participando nas atividades de exaltação colonial e nacionalista que surgiram em consequência dos acontecimentos de 1891. Fundador do Instituto Dezanove de setembro, dedicou-se à gestão e à docência nessa instituição. Em 1895, criou um projeto para um Curso Colonial no Instituto destinado aos colonos e funcionários da administração colonial. Em 1899, foi designado docente das disciplinas de Mecânica Racional e de Filosofia das Matemáticas do Curso de Ciências do ensino secundário daquele Instituto. Ligado à Academia das Ciências de Lisboa, conseguiu, com o seu desempenho, a criação de novos institutos, como o Instituto Teofiliano (1912), o Instituto de Trabalhos Sociais (1914), o Instituto Arqueológico do Algarve (1915), o Instituto Histórico do Minho (1916) e o Instituto António Cabreira (1919). Como jornalista, fundou ainda O Clarim, um panfleto doutrinário. Participou e organizou alguns eventos importantes, como o I Congresso Arqueológico Nacional, o I Congresso Colonial de 1900 e o 1.º Congresso Pedagógico Nacional, em 1908. Enquanto publicista, escreveu sobre vários assuntos, que vão desde questões matemáticas até problemáticas de ensino. Destacam-se algumas obras, como Análise Geométrica de Duas Espirais Parabólicas (1895), Sobre Algumas Aplicações do Teorema de Tinseau (1897), O Ensino Colonial e o Congresso de Lisboa (1902), O Milagre de Ourique e as Cortes de Lamego (1925) e Júlio Verne, Educador e Pedagogo (1925)."
(fonte: www.infopedia.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa manchada, com defeitos.
Muito invulgar.
15€

16 abril, 2016

COSTA, Francisco José da - 23 ANNOS DE PRATICA HOMŒOPATHICA. Pelo pharmaceutico... Lisboa, Deposito : Pharmacia Homœopathica Costa, 1902. In-8.º (20cm) de 230 p. ; 32 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pelo autógrafo de oferta do autor na f. anterrosto.
Manual de receitas e panaceias várias reunidas pelo autor - proprietário de uma farmácia homeopática em Lisboa -, fruto da sua experiência profissional devotada à causa da homeopatia, conhecido sistema de medicina alternativa.
Ilustrado no verso do frontispício com uma fotogravura da estátua de Hahnemann, em Leipzig, e com desenhos nas páginas do texto representando modelos de "boticas homœopathicas domesticas e carteiras de bolso".
"Quantas vezes não bemdigo a Providencia que, por effeito de mil circumstancias fortuitas, admiravelmente me preparou o caminho em que ha vinte e tres annos venho labutando. [...]
Assim, posso terminar como o veneravel trappista dr. Espanet:
Na homœopathia está a saude das familias, a garantia do medico consciencioso, o complemento e a certeza da arte de curar. O homem virá quebrar o orgulho do seu racionalismo contra o atomo hahnemanniano; contemplará um mundo novo na materia imponderavel. Confio na utilidade pratica dos meus trabalhos, porque procuro appoiar-me do Deus das sciencias, cultivando-as exclusivamente para o bem dos meus similhantes. Não trabalho a favor de ninguem, não desejo a victoria de nenhum systema medico, mas sómente que a verdade triumphe. Vitam impendere vero."
(excerto da introdução)
Matérias:
- Introducção. - 23 annos de pratica homœopathica. - Recordando. - Remedios Homœopathicos Especiaes. - Os nossos remedios compostos ou Homœopathicos Especiaes [100 remédios]. - Medicamentos homœopathicosmais usados, tanto interna como externamente [121 medicamentos, apresentados por ordem alfabética]. - Cuidados e socorros que se devem prestar aos doentes. - Posologia. - [Lista de preços e medicamentos à venda na Farmácia Homeopática Costa (32 pp)].
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Manuseado. Capa suja, com defeitos; rasgo à cabeça sem perda de papel.
Raro.
Sem indicação de registo na BNP.
35€

15 abril, 2016

PIRES, António - A ULTIMA VIAGEM : o êxodo dos brancos de Angola. Romance. Lisboa, Livraria Popular de Francisco Ferreira, [1975]. In-8.º (20,5cm) de [2], 326, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Romance verídico, nas palavras do autor, sobre o regresso a Portugal dos retornados, nome por que ficariam conhecidos os cerca de 600 mil portugueses que regressaram ao país após a revolução de 1974, na sequência do processo de descolonização.
"Não sei como classificarão os críticos literários as trezentas páginas que o leitor tem diante de si - se romance, se novela, ou qualquer outra coisa.
Para mim é apenas um depoimento, englobando um certo número de episódios e histórias verdadeiras e em que apenas os nomes dos personagens foram alterados.
Não pretendo que esta obra seja um requisitório contra ninguém: - nem contra os que durante anos e anos saquearam Angola e exploraram os angolanos, nem contra os que violentamente e sem distinções se levantaram de armas na mão contra esse saque e essa exploração, confundindo generalizadamente o justo e o inocente com o pecador.
A trama romanesca da obra consiste apenas em conduzir todos os fios desta meada de episódios verídicos e histórias reais para um determinado momento histórico e numa mesma situação de dramática emergência."
(excerto da advertência)
"O sol caía a pino no empedrado de granito do cais, sobre o qual se derramavam manchas gordurosas de asfalto derretido sob o calor estorricante, de mistura com óleo dos guindastes, dos monta-cargas e outros engenhos, e ainda dos camiões a gasóleo que, a todo o momento continuavam convergindo para o cais norte do porto de Luanda, onde o «Príncipe Perfeito» já desde há doze longos dias se encontrava atracado."
(excerto do Cap. I)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

14 abril, 2016

BASTOS, Antonio Pinto - AUTOCLYSMOS. Privilegio de... machinista constructor. Commendado da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Villa Viçosa, e premiado em diversas exposições. Calçada do Marquez d'Abrantes, 99. Lisboa, Typographia Castro Irmão, 1888. In-8.º grd. (22,5cm) de 16 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso folheto ilustrado de apresentação do 'autoclismo', salvo melhor opinião, o primeiro que sobre este assunto se publicou entre nós.
Trata-se de uma obra pioneira de propaganda, verdadeira peça de marketing comercial e industrial do século XIX, onde o autor, proprietário da "Empreza Mechanica e Metallurgica", descreve e promove a venda dos aparelhos, numa época em que, por certo, a sua aquisição não seria uma prioridade para a maioria da população.
O folheto fornece elementos sobre as características dos mecanismos, o seu funcionamento e utilizações. No final, tem a lista de preços dos autoclismos disponíveis de acordo com a capacidade do depósito e das peças acessórias.
É verdadeiramente inusitado para a época, e por isso digno de realce, a consciência social demonstrada por Pinto Bastos, apontando como prioridade, a criação de postos de trabalho para o fabrico dos aparelhos.
                                        .................
"A mingua de trabalho para occupar os innumeros braços de operarios, que vagueiam á procura dos meios de subsistencia, para viverem e ampararem as familias, de que são o unico esteio, impôe-nos o alto dever de buscar trabalho util e economico, e promover o consumo dos nossos productos, a preços reduzidos, para assim os operarios metallurgistas, poderem ser empregados e viverem do trabalho honesto. É pois, debaixo d'este ponto de vista, que buscamos ser uteis á salubridade publica e aos operario metallurgistas, construindo o autoclysmo, de que offerecemos a descripção, que se segue."
(Prefácio)
"O autoclysmo é um apparelho destinado ao progresso da salubridade nos centros de populações; preenche cabalmente os fins a que é destinado, e a sua applicação é de grande utilidade para a hygiene.
O autoclysmo opéra authomatica ou manualmente, descargas de agua nos ourinoes, pias, closets, ou collectores dos dejectos, lavando-as a arrastando as materias infectas adheridas ás paredes dos sumidouros e collectores.
O autoclysmo, produz com a accumulação da agua, descargas varredoras de um resultado completo e economico. Consoante ás conveniencias do local, pode affectar qualquer outra forma que não seja a cylindrica, mas é esta a mais resistente e a mais barata."
(excerto da apresentação do Autoclysmo de A. Pinto Bastos)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam falhas de papel nos cantos e nas margens. Restauro tosco executado com fita na lombada. Pelo interesse e raridade, a justificar encadernação.
Raro.
Sem indicação de registo na BNP.
Peça de colecção.
30

13 abril, 2016

HAMMOND, Dr. W. A. - A IMPOTENCIA SEXUAL NO HOMEM E NA MULHER. As Perversões Sexuaes : Psychologia - Pathologia - Therapeutica. Pelo... Cirurgião-medico do Exercito dos Estados Unidos, professor de doenças mentaes e nervosas na Escola de Medicina de New-York. Traducção de J. A. Bentes. Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, Editor, 1903. In-8.º (18cm) de 314, [2] p. ; E.
1.ª edição portuguesa.
Estudo vanguardista (para a época) sobre a impotência sexual, sob o ponto de vista físico e psicológico.
"A impotencia sexual aflige naturalmente, os que della sofrem, muito mais que qualquer outra doença a que está sujeita a especie humana.
Escrevi este pequeno livro com a esperança de que os meus compatriotas hão de tirar algum proveito no tratamento do mal de que se trata, e que existe em ambos os sexos."
(excerto do prefácio)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Sem indicação de registo na BNP.
Indisponível

12 abril, 2016

SILVA, Joseph Maria da Costa e - ISABEL, OU A HEROINA DE ARAGOM, poema em seis cantos, de... seguido de outro appelidado A VISOM, poemeto, do mesmo auctor. Preço - 480 réis. Lisboa, Na Impressão Regia. 1832. Com Licença. In-8.º peq. (15cm) de [2], 143, [1] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com o retrato do autor em extratexto.
Obra constituída por dois poemas históricos do primeiro romantismo português, na esteira de Camões (1825), D. Branca (1826) e Adozinda (1828), todos de Almeida Garrett, que o autor muito elogia, e com quem aliás se identifica. O poema principal, “Isabel ou Heroina de Aragom” constituído por seis cantos, aborda o tema da mulher que se veste de homem para ir à guerra. 
"Ha muito que os Poetas de Hespanha começarom a paraphrasear os seus antigos Romances, mas limitando-se, ao menos nos, que eu tenho visto, a glosar em Coplas regulares cada dois versos dos dictos Romances: o que indica que o principal intuito dos, que se derom a esse trabalho, foi tornar aquellas Composições mais aptas, e acomodadas pera a Musica moderna. [...]
A Poesia deve ser Nacional; e Albuquerque, ou D. João de Castro, trajados á Grega, me parece cousa ridicula, além de absurda; porque o colorido local he o maior lenocinio da Poesia, e a falta delle he o defeito, que mais salta aos olhos em os nossos Poetas antigos; direi mais, si dermos o devido desconto, nos Livros de Cavallarias, que hoje se despresam tanto, havendo tão pouco que os tenha lido, depararemos mais repetidas, e fieis pinturas dos costumes, e usanças dos nossos maiores, do que nas Epopeias mais gabadas, que se tem impresso em Portuguez."
(excerto do prólogo)

"Sobre as fronteiras de Aragom se elleva
Alta montanha, crespa de rochedos;
Nella antigo Castello, coroado
De torreões, e ameias, ameaça
Da planicie os pacificos Colonos. 
Forra o musgo as muralhas carcomidas,
Que amarellas tornou do Tempo a dextra;
Polas fendas das pedras serpeando
Vam raizes das Heras, cujos ramos,
Quaes tropheos, se debruçam balouçando
Dos ventos a sabôr! obra dos Godos,
Em sua forma anciãa nos traz á idea
Esses tempos feudaes, em que luctando
A civilisaçom já corrompida
Co' a barbarez indomita, exaltadas
Pola Superstiçom, e Amor, as almas
Com heroicas virtudes, negros crimes
Assignalarom paginas de sangue
Na historia d'essas barbaras Idades.
Em que a força hera Ley, Juiz a espada!"

(excerto de A Heroina de Aragom, Canto I) 

José Maria da Costa e Silva (1788-1854). Poeta, crítico literário, historiador da literatura. Pseudónimo arcade: Elpino Tagídio. “Dominava perfeitamente a língua grega bem como a latina (aprendidas respectivamente com Manuel Moreira de Carvalho e José da Costa e Silva), um homem que dedicou grande parte da sua vida à causa das letras e a o estudo dos poetas portugueses que o precederam.
 Apesar de ter ficado conhecido sobretudo como critico e historiador da literatura com o Ensaio Biográfico-critico sobre os melhores poetas portugueses com dez volumes publicados (Lisboa, 1850-1856, a que haveria que juntar mais quatro inéditos, segundo Inocêncio), escreveu também obras poéticas originais e fez traduções do grego e do latim.”
(FERREIRA, José Ribeiro, Uma Tradução Portuguesa dos Argonautas de Apolónio de Rodes, in http://www.uc.pt/fluc/eclassicos/publicacoes/ficheiros/humanitas25-26/08_JRF.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta falhas de papel na capa posterior e na lombada.
Raro.
Indisponível

11 abril, 2016

RODRIGUES JÚNIOR - DO HOMEM NEGRO : da sua vida e da sua arte. Braga, Editora Pax, 1973 [imp. 1974]. In-8.º (21cm) de 181, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.

Interessante estudo etnológico sobre a arte em Moçambique e a sociedade moçambicana.
"Havíamos prometido, no primeiro capítulo do nosso estudo «Os indígenas de Moçambique», ocupar-nos dos aspectos da poesia, do romance, do ensaio filosófico, político, económico, da escultura, da pintura, da cerâmica - e daquelas outras artes em que o artífice se revela, tantas vezes, o artista de grande classe. Começaremos pelo artista que percorre as ruas com o seu trabalho, à espera de que lho comprem, não apenas o turista mas ainda o habitante da cidade, aquele que se mostra interessado pelas manifestações de arte indígena. Este vendedor-operário é, em tantos casos, o artista que se manifesta através dos seus bonecos de madeira trabalhada com grande sentido artístico, mesmo dos quadros que nos trazem, também, a novidade, tão curiosa, do mundo do negro, revelado no jeito que nem sempre é de simples artífice. O artesanato ocupa muitos dos nossos nativos.. Faz deles seu pão e motivo excelente de recreação de espírito. Tudo o que vemos pelas ruas de seu esforço à venda tem indicação de criação artística. Difere de artista para artista não apenas no jeito da feitura mas até no gosto de trabalhar as suas obras de arte: indicação do lugar de onde veio esse homem, da tribo a que pertence."
(excerto do Cap. I)
José Rodrigues Júnior (1902-1991). “Jornalista, escritor, ensaísta. O escritor mais representativo de Moçambique. O «Patriarca do jornalismo e das letras moçambicanas». Foi para Moçambique com 18 anos. Iniciou-se nas lides jornalísticas, escrevendo para o Brado Africano. Colaborou na revista Seara Nova, de Lisboa; Civilização, do Porto; e outras. Foi chefe de redacção de: O Emancipador, O Jornal, o Notícias, e redactor principal, bem como proprietário, da revista de arte e crítica Miragem. Foi, durante muitos anos, o representante, em Moçambique, do Diário de Luanda. Como jornalista convidado, esteve na Holanda; em Goa, Damão e Diu; na Alemanha Ocidental, e por último, em 1963, em Angola. Foi, também, o presidente do Centro Cultural dos novos. É membro efectivo da Sociedade de Geografia de Lisboa; sócio da Sociedade Portuguesa de Escritores, e vice-presidente do Grupo de Artes, Letras e Actividades Culturais e Jornalismo, da Secção de Estudos Brasileiros da Sociedade de Estudos de Moçambique. Quase toda a sua actividade de escritor e jornalista tem sido dedicada ao estudo dos problemas de Moçambique, para o que realizou, durante mais de 20 anos, viagens de inquérito económico-sociais, através de toda a Província. Na opinião da crítica metropolitana «os seus estudos sobre Moçambique são, a par de notáveis obras literárias, trabalhos de sociólogo, de colonialista, de moralista e, até, de economista, e muitas das melhores páginas da nossa novelística e da nossa reportagem, destes últimos trinta anos, por exemplo, saíram das suas infatigáveis mãos»”.
(fonte: delagoabayworld.wordpress.com)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
15€

10 abril, 2016

RIBEIRO, Amilcar - OLHA O BONET!... Narrativa dos ultimos acontecimentos de Coimbra. Porto, Edição do Autor, 1913. In-8.º (19cm) de 36 p. ; B.
1.ª edição.
Relato de um estudante, do conflito que opôs os alunos da Universidade de Coimbra à polícia secundada pelos "futricas". A contenda, que teve momentos agrestes, com tiroteio, alguma violência física e detenções, terminaria passada uma semana, culminando com o roubo, perpetrado por um estudante, do boné do comandante da GNR vindo de Lisboa com uma força militar para por fim aos desacatos. Tal "façanha" daria azo a grande galhofa por toda a cidade de Coimbra, dando nome a este opúsculo e à revolta estudantil de 1913 que ficaria conhecida por "olha o boné".
                                 ................
"Olha o Bonet!... Escolho este titulo para a minha narrativa, em virtude da desaparição do já agora celebre bonet ter sido o mais interessante episodio que se deu durante os acontecimentos. Este livro, apezar de escrito á pressa e portanto mal redigido, deve comtudo fazer parte da biblioteca de todo o estudante de Coimbra, porque ele marca um dos maiores acontecimentos que se tem dado nesta cidade.
O Autor.
Coimbra, 3 de junho de 1913."
(apresentação, Duas palavras)
"Não era meu intuito relatar os lamentaveis acontecimentos que se desenrolaram nesta cidade e que foram causa da honrosa debandada de toda a academia.
Mas hoje, ao ler o manifesto «Ao Paiz», distribuido por um grupo de operarios, tão indignado fiquei ao ver as falsidades de que se servem para acusar a academia, que resolvi escrever estas palavras que dedico a todos os estudantes pois que se enobreceram, mantendo-se na mais perfeita solidariedade. Irei, pois, relatar os acontecimentos, desde as suas causas e inicios até aos ultimos dias, que fecharam tão grave conflito. Mas todos os relatos que fizer constituirão a expressão da verdade, porque hão de ser intermediados de provas bastantes e as mais completas para condenar essa ralé asquerosa e nojenta, que ousa recriminar o procedimento da academia, exclusivamente para defender as suas façanhas.
Colocar-me-hei pois na narração de todos os factos com a mais escrupulosa imparcialidade, apesar de pertencer a uma das partes, e não suponham os leitores que se aplaudo a academia, não é porque a procure defender sem provas, aliás tenho-as suficientes, mas sobretudo porque me repugna e indigna o proceder dessa população abjecta que se chama futrica. Futrica, lá diz o dicionário de Candido de Figueiredo: é homem ordinario, bandalho, de sentimentos baixos."
(excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Folha de rosto apresenta restauro.
Raro.
Com interesse para a história da Universidade de Coimbra.
Indisponível

08 abril, 2016

SOLILÓQUIO - JOSÉ FALCÃO : justiça para um valente. Lisboa, [s.n.], 1974. In-8.º de 147, [5] p. ; [52] p. il. ; B.
1.ª edição.
Sentida homenagem do autor ao malogrado matador de touros português, José Falcão.
Livro ilustrado em extratexto com inúmeras fotografias a p.b. do matador português. A fotografia da capa, uma das que Falcão mais gostava, foi obtida na praça de Mont-de-Marsan, por Marc Roumengou.
José Falcão (1942-1974). Matador de touros português. Natural de Povos, Vila Franca de Xira; morreu na Plaza de Toros de Barcelona, vitima de colhida mortal pelo "Chuchanero", touro com 506 Kg da ganadaria de Don Fernando Pérez-Tabernero, no dia 11 de Agosto de 1974.
Matérias:
- Um agradecimento necessário. - Três razões para um livro. - José Falcão: Nome de toureiro para uma rua de Vila Franca. - Infância. - Tudo começou em família. - De aprendiz a toureiro, pela mão dos Badajoz. - Na rampa de lançamento. - José Falcão, figura entre os novilheiros. - O 14.º matador de touros português. - Encontro com «Cuchareto». - Falcão e a sua gente. - Perfil dum toureiro. - Apêndices: Relação de corridas toureadas. Antologia breve.
João Cristóvão Moreira (Solilóquio) (1929-2013). "Escritor tauromáquico. Frequentou o Colégio Militar, a faculdade de Ciências e o Curso da Escola Naval. Oficial da Armada Portuguesa, tendo servido em Angola, Moçambique, India, Macau e Timor. Deixou a Marinha por razões de ordem política antes do 25 de Abril. Foi reintegrado depois da revolução e passou à reserva com o posto de capitão-de-fragata. Grande aficcionado desde bem pequeno, durante 55 anos dedicou-se à crónica tauromáquica com o apodo de “Solílóquio”, tendo sido crítico da especialidade no Diário de Lisboa, no Diário de Notícias e na revista Novo Burladero. Tem as suas crónicas publicadas em 36 livros, sendo dois deles de temática não taurina e um dedicado à vida e morte do matador de toiros José Falcão. O seu último livro foi publicado em 2003, com o título "O Corte da Coleta" (Editorial Negócios). Solilóquio foi agraciado pelo Governo em 1995 com a Medalha ao Mérito Cultural.”
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível

07 abril, 2016

A VIDA D'ALEM TUMULO. Noções Geraes de Sciencia Espirita e Communicações recebidas do Alem pelo Grupo Espirita «Amor e Caridade» - ACADEMIA DE ESTUDOS PSYCHICOS. Lisboa, Edição do Grupo «Amor e Caridade», 1916. In-8.º (19cm) de 287, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curiosa obra sobre a vida depois da morte, assunto alvo de debate acalorado na época da sua publicação.
"A Luz Divina que este pequeno livro se propõe derramar sobre os que, cégos á verdadeira claridade, habitam as trevas e se julgam conhecedores da Verdade ou da Sciencia, será o raiar d'um novo dia, d'uma nova aurora que iluminará com o eu brilho redemptor a misera humanidade.
Quantas lagrimas não enxugará, quantas esperanças não fará antever, quanta fé não enraizará nos corações e quanta consciencia adormecida não despertará!?
Sim, quanta consciencia adormecida, porque a maioria das creaturas que povôam o nosso planeta, na despreocupação dos seus afazeres, nem sequer se lembram do dia de amanhã, em que o fenomeno a que chamaes a morte as conduz a uma nova vida que por completo ignoram.
Assim, um duplo fim terá este modesto trabalho: despertar consciencias e preparar discussões sobre um assunto que até hoje tem sido tomado por um grande numero de povos, como sciencia diabolica ou pura mistificação."
(excerto do prefácio)
"Leitores amigos. Já pensastes no que vos poderá suceder depois da morte?...
Quem terá a certeza absoluto do nada?...
Se, como está demonstrado scientificamente, nada morre e tudo se transforma, quem se atreverá a afirmar que tudo acaba com a morte?
Morre, é um facto, o nosso corpo animal ou, para melhor dizer, muda de forma; a materia apodrece, mas a nossa intelligencia, o nosso ser, o nosso espirito, o nosso EU? Sim, essa entidade que manda, pensa, quer e sente, a que chamamos alma ou espirito, em que se transforma?... Para onde vae e o que faz quando o coprpo material estiver apodrecendo, debaixo da terra ou fechado n'um tumulo?..."
(excerto da introdução, Duas palavras)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas com manchas de oxidação. Assinatura de posse na f. anterrosto. 
Invulgar.
Indisponível

06 abril, 2016

COSTA JÚNIOR, Coronel José Ribeiro da - BRANCOS E PRETOS NA OCUPAÇÃO DO SUL DE ANGOLA. De João de Almeida (1909) a Pereira de Eça (1915) : (Subsídios para a História de Angola). Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Tipografia da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, Lisboa], 1963. In-8.º (19,5cm) de 182, [2] p. ; [1] f. il. ; [1] mapa ; il. ; B.
1.ª edição.
Valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
Ilustrada com fotogravuras no texto e um retrato do autor em separado. Contém um mapa desdobrável do Sul de Angola.
Conjunto de interessantes crónicas sobre a ocupação portuguesa do Sul de Angola.
"Apresentei-me na Secretaria Militar, na vila de Sá da Bandeira, capital do Distrito, no dia 18 de Janeiro de 1910.
Era Governador do Distrito da Huila, o Capitão do Estado-Maior, Dr. João de Almeida, já conhecido como Herói dos Dembos, em virtude do arriscado reconhecimento militar e dificílima campanha de submissão dos povos daquela região, em 1907.
Poucos dias depois da minha apresentação, o Governador João de Almeida, segundo o seu delicado e fidalgo costume de ter à sua mesa, os oficiais que se apresentavam para servir no seu Distrito, mandou que o seu ajudante, Alferes Joaquim Ferreira Durão, me enviasse o respectivo convite escrito em um cartão, para jantar.
Pouco depois de iniciada a refeição, o Governador começou por falar do esforço dedicado e abnegado dos oficiais que vinham servir no Distrito, para levar a bom termo a missão de que estava encarregado... [..]
Dirigindo-se-me, em seguida, João de Almeida disse-me que, no ano anterior, pretendera estender a ocupação militar pelo Baixo Cubango e Baixo Cuito, até ao Cunado, fronteira leste, não tendo podido ir além do Mucusso, por lhe faltarem víveres que deviam ter sido expedidos do depósito-base do Posto A. [...]
E a conversa comigo, terminou com o aviso de que, no dia 28, marcharia para o Baixo Cubango, o Alferes Brito e Abreu, comandando um contingente de recrutas indígenas e de degredados europeus, acompanhando um comboio de 6 carros «boers» e eu acompanhá-los-ia.
Como eu revelasse contrariedade, ao ouvir aquele aviso, João de Almeida perguntou-me se eu tinha alguma objecção a fazer.
Respondi-lhe que tinha vindo do quilómetro 107 até Sá da Bandeira, a cavalo e, por isso, me fizera acompanhar apenas do que coube numa mala de mão transportada à cabeça dum carregador e que a mala grande com o meu enxoval fora carregada num carro «boer» que demoraria ainda uns 15 dias.
João de Almeida não me deixou concluir e retorquiu que ele, quando ia para o interior, levava a roupa que lhe vestia o corpo e, na volta, deitava-a fora."
(excerto do Cap. I, Os cuanhamas, uma «embala» e um posto militar)
Matérias:
Nótula prévia.
I - Os cuanhamas, uma «embala» e um posto militar. II - Uma preta mulher superior, um preto comandante de posto militar e uma missão católica. III - A intensidade e fertilidade das terras de Angola. O Posto A. IV - A Política dum Comandante Militar. V - Mais virtudes da raça preta. VI - Em frente aos alemães. VII - Melindroso comando de posto militar. VIII - Atrevimento dos Cuanhamas. Duas ossadas portuguesas, balisas da fronteira do Sul de Angola. IX - A submissão do Cuanhama, fim dum flagelo e salvação dum povo. X - Conclusão final.
- Testemunho oficial das viagens e serviços do autor a que a narrativa se liga.
José Ribeiro da Costa Júnior (1883-?). "Nasceu em Castelões de Cepêda, a 23 de abril de 1883. Era filho de camponeses, mas os seus padrinhos eram Joaquim Bernardo Mendes, Visconde de Paredes, e D. Rosalina de Sousa Guimarães. Emigrou bastante jovem para o Brasil e, após longos anos de trabalho, acabou por enveredar pela carreira militar, tendo-se destacado em campanhas no continente africano, nomeadamente em Angola, durante o primeiro quartel do século XX. Em 1932 foi condecorado pelas campanhas nesta colónia e, no ano seguinte, foi promovido a tenente-coronel. Recebeu ainda a Comenda da Ordem Militar de Avis e da Ordem de São Tiago da Espada.
Foi autor de várias obras relacionadas com o exército ou com a agricultura, destacando-se as seguintes: A agricultura pelo exército, com um guia do instrutor da agricultura (1929), Brancos e Pretos na ocupação do Sul de Angola (1963) ou Pela nossa África (1933), A Árvore das Patacas : romance com uma descrição da vida no Rio de Janeiro há 50 anos (1947)."
(fonte: www.scmparedes.pt/irmandade/biografias/jose-ribeiro-da-costa-junior)
Encadernação em tela com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

05 abril, 2016

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA : PORTUGAL - Sessão Solene que Assinala a Transferência da Soberania do Território de Macau. Palácio de S. Bento : 14 de Dezembro de 1999. Lisboa, Assembleia da República / Gabinete de Relações Públicas e Internacionais (Garepi), 2000. In-fólio (30 cm) de 59, [8] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Tiragem de 800 exemplares.
Edição de grande esmero e apuro gráfico, impressa em papel de superior qualidade, e belissimamente ilustrada nas páginas do texto com a reprodução de desenhos antigos alusivos a Macau.
Documento histórico com tiragem diminuta. Trata-se do programa da sessão solene que encerra o ciclo de administração ultramarina portuguesa e transferência da soberania de Macau para a República Popular da China. Inclui as formalidades protocolares, bem como as intervenções das mais altas figuras do Estado português e dos representantes de todas as forças políticas com assento parlamentar.
Intervenções:
Representante do Bloco de Esquerda: deputado Francisco Louçã;
Representante do Partido Ecologista Os Verdes: deputada Isabel Castro;
Representante do Partido Popular: deputado Narana Coissoró;
Representante do Partido Comunista Português: deputado João Amaral;
Representante do Partido Social Democrata: deputado Durão Barroso;
Representante do Partido Socialista: deputado Alberto Costa;
Do Primeiro Ministro: Engenheiro António Guterres;
Do Presidente da Assembleia da República: Dr. António de Almeida Santos;
Do Presidente da República: Dr. Jorge Sampaio.

"Foi com muito gosto que aceitei o convite para participar nesta sessão solene da Assembleia da República, nas vésperas da transferência do exercício de soberania no Território de Macau.
Desde logo, a sua realização sublinha a importância excepcional desse momento, tão carregado de História, designadamente para todos os da minha geração, cujo tempo político coincidiu com o fim do império e nos impôs a responsabilidade das grandes decisões sobre o nosso destino comum como nação livre e independente. [...]
Os portugueses têm boas razões para ter orgulho no passado e, também e sobretudo, confiança no futuro de Macau que, doravante, dependerá, sobretudo, das suas gentes e das autoridades da República Popular da China e da futura Região Administrativa Especial de Macau.
No entanto, Portugal continuará a estar presente em Macau, onde a nossa história deixou tantas marcas, visíveis e invisíveis, que seria pretensioso procurar descrever cada uma delas."
(excerto da intervenção do Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio)
Exemplar brochado em excelente estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
Iindisponível