29 janeiro, 2013

CARVALHO, Tenente coronel Augusto de – A DEFEZA DE CHAVES : no Dia 8 de Julho de 1912. Subsidios para a historia de regimento d’infantaria n.º 19. Publicação Auctorizada pelo Ministerio da Guerra. Lisboa, Typ. da Coop. Militar, 1912. In-8º grd. (23cm) de 81, [1] p. ; [2] mapas desd. ; B.
Contém 2 mapas desdobráveis, o 2º, de grandes dimensões:
«Esboço do terreno em que se realizaram operações contra os rebeldes nos dias 7 e 8 de julho de 1912»
«Croquis do terreno de combate de 8 de julho de 1912»
Muito valorizado pela assinatura de Bento Roma - herói de La Lys -, na capa, com a inscrição «Chaves» sob o nome. Pode ainda observar-se outra inscrição pelo seu punho, a lápis, - «Hotel Universal».
O ataque que os rebeldes dirigiram contra esta vila na manhã de 8 de julho foi uma verdadeira surpresa. A precipitação com que teve de ser organisada a defeza; a diminuta força de que o regimento pôde dispor para marchar ao encontro do inimigo; o fraccionamento desta força, logo ao sair da vila, sem possibilidade de se manter a devida ligação entre as fracções; a circunstancia de terem sido feridos, quasi no começo da acção, o capitão comandante da companhia e dois subalternos comandantes dos pelotões; e sobretudo o facto de as praças mandadas para o combate serem, pela maior parte, recrutas com sete semanas apenas de instrução, os quais, embora já bem preparados no tiro, não tinham ainda nem a sólida disciplina, nem a forte coesão que são indispensaveis na frente do inimigo, tudo isto deu origem a uma natural confusão, em virtude da qual o combate do dia 8 contra os rebeldes não foi uma operação regular, subordinada ás regras da tática e ás prescrições regulamentares, não havendo por isso graduado algum que da acção do conjunto deva tomar a responsabilidade e sobre ela possa formular um relatório minucioso e exáto.
Daí as narrações que do combate têm aparecido na imprensa, feitas sobre informações com pouco escrupulo e muito á pressa colhidas, em fontes não indicadas e de cuja autoridade é licito duvidar, tem resultado um simples apontoado de factos desconexos, muitas vezes contraditórios, quasi sempre pouco verdadeiros, pelos quais é absolutamente impossivel fazer um juizo seguro sobre a participação que teve este regimento na assinalada vitória das armas portuguêsas sobre o bando dos rebeldes na memoravel jornada do dia 8 de julho de 1912.
Parecendo-me por isso indispensável que dessa jornada, como facto importante a registar na história do regimento, fique arquivada um relato honesto, de inteira verdade e tão minucioso e completo quanto possível, e julgando que a ninguel, mais do que a mim, por ser o comandante do corpo, cabe o dever de levar a efeito este útil trabalho, que pode chamar-se de constituição histórica, procurei reunir todos os elementos que me habilitassem a coordenar as narrações dos esforços dispersos que naquele dia empregaram as forças do meu comando em defesa da Pátria e da Republica.” (excerto da introdução)
Matérias:
- Antecedentes.
- As operações do dia 7.
- As operações do dia 8.
- O combate.
- Conclusão.
Contém ainda tabelas com os nomes, postos, etc., dos participantes nas diversas operações:
Relação dos oficiais e praças que constituíram a força (uma companhia) que tomou parte no reconhecimento de Vila Verde em 7 de Julho de 1912, com designação dos que ficaram em contacto com o inimigo na noite de 7 para 8 e tomaram parte no final do combate do dia 8, as quais são designadas em observação pela letra A.
Relação dos oficiais e praças que fizeram parte da coluna mixta que marchou para Sapiãos, ao encontro do inimigo, na noite de 7 de Julho ultimo e regressou a Chaves na tarde do dia 8.
Relação dos oficiais e praças que constituíram a força (uma companhia) que na manhã de 8 de Julho marchou ao encontro dos rebeldes e sustentou o combate com eles.
Relação dos oficiais e praças que durante o combate do dia 8 de Julho foram do quartel por diferentes vezes reforçar a linha de fogo.
Relação dos oficiais e praças que durante o ataque dos rebeldes no dia 8 de Julho foram empregadas sob as minhas ordens directas, em defeza do quartel, com designação das suas situações.
Augusto César Ribeiro de Carvalho (1857-1940). Militar, escritor e historiador. Promovido a major em 1909, posto em que se encontrava quando a 5 de Outubro de 1910 foi implantada a República. “Como Comandante do Regimento de Infantaria 19, tomou parte muito activa nas operações de investida das forças monárquicas de Paiva Couceiro que se movimentavam para invadir Portugal pelo norte da Galiza, o que veio a acontecer pela Fronteira de Chaves. Combate onde a sua acção foi decisiva para a vitória republicana. Continuou a lutar pela República em todas as escaramuças que ainda foram acontecendo, e promovido a General por distinção em 1920; recebeu várias honras, medalhas e louvores”. Foi também como Presidente da Câmara de Chaves.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas apresentam defeitos de pequena monta.
Muito raro.
Com grande interesse histórico.
Indisponível

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