CARVALHO, Alberto Antonio de Moraes – APHORISMOS E PENSAMENTOS MORAES, RELIGIOSOS, POLITICOS E PHILOSOFICOS. Por... Lisboa,
Imprensa Nacional, 1850. In-8.º grd. (21,5cm) de 212 p. ; E.
1.ª edição.
Alberto António de Morais
Carvalho (1801-1878). “Advogado e político (Vouzela, 22.11.1801 - Lisboa, 15.04.1878). Bacharel
em Cânones na universidade de Coimbra, político de ideias liberais, em 1828
comparticipou na revolução que chegou a implementar a Junta do Governo
Provisório do Porto e, em consequência do insucesso da intentona, emigrou, com
a divisão liberal, para a Galiza, passou a Inglaterra e estabeleceu-se no Rio
de Janeiro. Regressou a Portugal em 1848, cumulando o exercício da advocacia
com a actividade política. Foi vereador e presidente da Câmara Municipal de
Lisboa no biénio 1852-1853; membro da Junta Geral do Distrito de Lisboa e
Governador Civil em 1859. Deputado em várias legislaturas, tomou parte no
Ministério do Duque de Loulé, encarregado da pasta dos Negócios Eclesiásticos e
Justiça, que sobraçou até 21.02.1862, já no Ministério de Sá da Bandeira. Par
do Reino por carta régia de 30.12.1862, foi dignitário da Ordem da Rosa do
Brasil, por mercê do Imperador D. Pedro II, em 1872.”
“O antigo ministro António Alberto Morais de Carvalho,
ilustre jurista e liberal, em Aphorismos
e Pensamentos Moraes, Religiosos, Politicos e Philosophicos, publicados em
Lisboa, no ano de 1850, utilizou a irregular técnica da generalidade e
abstracção, para insinuar o seguinte:
O empregado com
pequeno ordenado, que vive com luxo, se não herdou, furtou (293)
Os cargos do Estado,
em mãos de probidade, dão proveito, e honra: em mãos de corrupção, dão proveito
sem honra (300).
A probidade do
empregado público não pode viver, nem com o luxo, nem com a miséria (297).
Os escritores
assalariados, de ordinário, são como as rameiras; prostituem-se a quem lhes
paga (312).
Se a honra de representar a nação pela deputação fosse estéril de empregos, e
distinções, haveria menos quem a ambicionasse (220).
Aos déspotas nunca
faltam mandarins, que sejam vis executores dos seus decretos (235).
Os mais elevados
estadistas dificilmente se conservam, e morrem no poder (315).
Qualquer grumete se reputa habilitado a dirigir o leme da nau do Estado; por
isso, ela, muitas vezes, sofre avarias (317).
O bom exemplo dos
grandes vale mais que os códigos criminais (326).
Um governo sábio deve
criar homens para empregos e não empregos para homens (384).
Há honras sem honra,
assim como há honra sem honras (437).
As maiorias
parlamentares são muitas vezes minorias nacionais (607).
Os partidos de
princípios podem ser razoáveis; os de pessoas são, de ordinário, execráveis
(779).
Ordinariamente os maiores inimigos dos homens que se acham no poder são aqueles que desejam subir a ele (804).”
Encadernação em meia de pele com ferros a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Falha de pele na parte inferior da lombada. Rasgão na f. guarda sem perda de papel.
Muito invulgar e curioso.
Indisponível