31 julho, 2022

FERREIRA, Vaz - OS SENHORES DO MARNEL
. Lisboa, Imprensa Libanio da Silva, 1925. In-8.º (19 cm) de 304 p. ; E.
1.ª edição.
Percurso de vida de dois irmãos aristocratas: o mais velho, D. Pero - o morgado -, alegre e estroina; D. Mem, o mais novo, circunspecto e estudioso, habituado desde tenra idade a aparar os "golpes" do irmão, cuja protecção paterna tudo permite. O romance tem início em Coimbra, no tempo em que os Peros, alcunha porque são conhecidos os irmãos, frequentam a Universidade. Bem redigido e muito interessante.
"No primeiro ano de Coimbra os Peros seguiram o processo de estudo que traziam. O mais novo atendias as preleções dos lentes, consultava livros e a leitura da sebenta era só para ensinar o irmão que mal dava ouvidos a explanações e expositores. Chamados a lições diferentes e colocados a distância nas aulas, Mem obteve melhores notas e Pero chegou a dar um estenderete ao mais exigente dos catedráticos. O resultado foi, no acto, passar o mais novo nemine discrepante e levar o morgado do Marnel um erre que o pai considerou injusto, imerecido e resultante de uma qustiúncula que tivera, no seu tempo de Coimbra, com o lente, por causa das eleições para a Filantrópica disputadas por ambos em campos opostos.
O padre, em casa de quem os Peros viviam em Coimbra, opinava diversamente e queixava-se da pouca aplicação do morgado e das suas tendências para passeatas e patuscadas em detrimento do estudo.
O doutor João Fernandes recebeu friamente os dois filhos e em comum os repreendeu pelo mau êxito de Pero.
Mem ouviu calado as reprimendas e prédicas paternas; mas, sentindo-lhes a injustiça, fez notar ao irmão estar sendo sacrificado pelo seu pouco aproveitamento, quando êle procurava evitar-lhe trabalhos e massadas.
- Bem me importa o erre! - ripostou Pero. - Ando a formar-me para fazer a vontdae ao pai. Não tenho tenção de precisar do curso para nada. Estuda tu.
Esta conclusão chocou D. Mem. Cavava uma desigualdade flagrante entre êle e o mano. Pero contava com a fortuna paterna para se repoltrear na existência, ocioso, gozando  divirtindo-se e aconselhava o outro a que estudasse. Para quê, porquê? Para trabalhar, para ganhar a vida, porque viera mais tarde ao mundo e a lei dos morgados subsistia em pleno efeito no espírito aristocratizado do pai."
(Excerto do Cap. Desta arte se esclarece o entendimento)
Henrique Vaz de Andrade Bastos Ferreira (1868-1961). "Nasceu a 18 de Janeiro de 1868 em Santa Maria da Feira, então Vila da Feira. Evidenciou-se como escritor, historiador e crítico. Em 1889 foi nomeado sub-delegado do Procurador Régio da 1. ª Vara de Lisboa. Foi jornalista no "Jornal da Noite", em 1896 fundou a "Gazeta Forense" e em 1908 fundou a "Gazeta Feirense". Ingressando na política é eleito deputado pelo partido Regenerador e pelo círculo de Coimbra na legislatura de 1901 a 1904. Em 1906 tomou posse do cargo de governador civil de Aveiro (1906-1910). Em 1920 tornou-se chefe do gabinete do Ministro da Justiça. Vaz Ferreira foi também o iniciador da Caixa de Aposentações dos oficiais de Justiça. Publicou vários livros entre os quais se destacam Os três Estados [série de 7 romances naturalistas sobre o estado civil], Reforma da contagem, Comentários à Lei do Divórcio e obras sobre o castelo de Santa Maria da Feira. Faleceu em 1961 na sua terra natal, com 93 anos de idade."
(Fonte: https://www.e-cultura.pt/patrimonio_item/13056)
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a ouro nas pastas e na lombada. Conserva a capa de brochura anterior.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado; pastas apresentam desgaste marginal, não muito pronunciado.
Muito invulgar.
Indisponível

30 julho, 2022

DIARIO DA JUNTA GOVERNATIVA DO REINO DE PORTUGAL.
Colecção completa (N.os 1 a 16 - 19 de Janeiro a 13 de Fevereiro de 1919). Reprodução zincográfica
. Porto, J. Pereira da Silva - Editor, 1919. In-8.º (21,5 cm) de [40] p. ; B.
1.ª edição em livro.
Edição fac-símile do Diario da Junta Governativa do Reino de Portugal, (15 números publicados + 1 número impresso, mas que não chegaria a circular), - orgão de informação do directório chefiado por Henrique de Paiva Couceiro que, com forças leais ao seu projecto político, havia proclamado a monarquia na cidade do Porto.
"A reprodução zincográfica do Diário da Junta Governativa do Reino de Portugal, constitui um dos elementos mais importantes para a história da restauração monárquica no Norte do país. Poucos conseguiram coleccionar até ao penúltimo número, e raríssimos até ao n.º 16, - que não chegou a ser distribuído - êste repositório interessantissimo de documentos históricos, onde a orientação dos restauracionistas mais vivamente se afirmou.
A impressão do Diário da Junta Governativa do Reino de Portugal, foi feita em três tipografias e em diferentes formatos: os n.os 1 a 3, na tipografia do jornal «A Pátria!», com a designação de «Tipografia Nacional», e os n.os 4 a 7, na «Tip. Mário Antunes Leitão», com as dimensões de 0m,47x0m,35, e os n.os 8 a 16, na «Empreza Gráfica A Universal», conservando estas últimas dimensões, excepção feita do n.º 16 (último) que tem 0m,45x0m,34."
(Introdução)
"A 19 de Janeiro de 1919, Domingo, foi proclamada no Porto a Monarquia, tendo como seu chefe Paiva Couceiro e muitos militares monárquicos, tendo esta proclamação sido seguida em muitos pontos do país, mas principalmente no Norte.
A Monarquia é restaurada no Monte Pedral, no Porto, onde as tropas monárquicas em parada ouvem a proclamação monárquica, lida por Satúrio Pires, fiel apoiante e grande amigo do capitão Paiva Couceiro. [...]
Às 17 horas, na sala de reuniões da Junta Geral do Distrito, tomou posse a Junta Governativa do Reino, com a presença do representante da Diocese do Porto, reverendo D. Teófilo Salomão, que receberia o juramento dos membros da Junta.
Foi então criado o Diário da Junta Governativa do Reino de Portugal. Neste jornal seriam publicados todos os decretos da Junta, reguladores da vida política, social e económica dos portugueses, fixando preços, feriados, o regime político, nomeações de oficiais e funcionários do estado, abolição do escudo, abolição do registo civil, requisição de veículos com «motor de explosão» e a regularização das relações com a Igreja. Num deles era publicado o decreto de abolição da República e recuperada a Carta Constitucional Portuguesa de 29 de Abril de 1826, e noutro era restabelecida como oficial a Religião Católica e Apostólica Romana."
(Fonte: Pereira, Pedro Marçal Vaz - Monarquia do Norte. A Guerra Civil entre Monárquicos e Republicanos : Onde Dois Governos Governaram Portugal Durante Três Semana, 2016)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Ex-libris de António Manuel Lobão de Mascarenhas no verso da capa.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
35€
Reservado

29 julho, 2022

PORTUGAL : pendant la guerre et pendant la paix
. Lisbonne, Edition de la Commission «Padrões da Grande Guerra», 1932. In-8.º (17,5 cm) de 100, [4] p. ; [38] p. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Peça de propaganda sobre a participação de Portugal na Grande Guerra - em França e África - redigida em francês.
Inclui uma breve apresentação do país e dos seus principais monumentos.
Livro impresso em papel de superior qualidade, ilustrado com mapas e tabelas no texto, e em separado, com 38 estampas distribuídas por 16 folhas impressas sobre papel couché, que reproduzem retratos de chefes militares portugueses, momentos nas trincheiras, e fotos do país e dos seus principais monumentos.
"Les premières troupes du Corps Expéditionnaire Portugais (C. E. P.) furent embarquées pour la Frnce, avant même que la Convention Militaire ne fùt signée, dès le 8 février 1917, elles commencèrent à arriver à leur zone de cantonnement en Flandres: la zone de Thérouanne.
Le C. E. P. fut constitué, le 20 avril, en Corps d'Armée de deux Divisions, dont la première, sous le commandement du Général Gomes da Costa, eut son Q. G. á Thérouanne. Les autres troupes débarquées, et celles qui devaient venir successivement, constituaient la deuxième Division, placée sous les ordes du Colonel Barbosa, dont le Q. G. fut installé, le 30 avril, à Fauquembergues.
Les troupes portugaises recevaient une instruction spéciale, intense, soit dans les camps d'instruction britanniques, soit au front, où les Bataillons d'infanterie étaient incorporés dans les Brigades britanniques."
(Excerto de L'effort militaire du Portugal dans la Grande Guerre)
Index:
Portugal, nation séculaire. | L'intervention du Portugal dans la Grande Guerre. | L'effort militaire du Portugal dans la Grande Guerre. | La Marine Portugaise au Cours de la Grande Guerre. | La Grande Guerre en Afrique Portugaise. | Témoignages insuspects. | Portugal - Le pays si beau. | Portugal pays de tourisme. | Côte du Soleil. | Du journal quotidien «La France Militaire» du 9 Février 1932. | Le port de Lisbonne.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
20€

28 julho, 2022

GOODOLPHIM, Costa - O CELIBATO CLERICAL. Por... Lisboa, Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes, Impressor da Casa Real, 1872. In-8.º (20 cm) de 16 p.
1.ª edição.
Ensaio polémico sobre o celibato eclesiástico, assunto caro ao autor, que se pronuncia frontal e desassombradamente contra.
"Entre as muitas questões que desde seculos tem envolvido a sociedade em grandes lutas, quasi sempre estereis para o bem, muitas vezes grandes porticos para innumeros escandalos, tem sido, é, e será a pugna do celibato clerical.
É a eterna peleja travada entre a rasão e a lei natural contra preconceitos estultos, ambições theocraticas.
Mas nem todo o poder da côrte de Roma, nem os inspirados decretos do Vaticano, terão força para anniquillar as leis immutaveis da creação. O que é obra dos homens cae, o que é obra de Deus, nem papas, nem concilios poderão alterar a sua essencia.
Quando uma nuvem occultar a face do sol fazei ó vigario de Christo, ó pontifice infallivel, uma decretal para que ella se affaste e deixe que elle venham espalhar o ouro dos seus raios na terra.
Arremeçae uma pedra ao ar, fazei um concilio e decretae para que ella não procure o centro de gravidade.
Odenae que para mais delicadamente servirem a Deus os sacerdotes não durmam, para que maior numero de preces subam ás alturas, que tudo isto será em vão, porque acima de vós estão as leis physicas, as leis a que fatalmente hão de obedecer todos os seres. A propagação das especies é uma lei universal, sem ella o mundo terminava; voltaria de novo o cahos.
As leis, que o homem tem feito para que as sociedades vivam dentro da esphera da moral, são o producto da civilisação, a filha da experiencia, da suavidade de costumes, do desenvolvimento das suas faculdades inttelectuaes."
(Excerto do texto)
Costa Goodolphim (1842-1910). Professor, jornalista e escritor. Interessou-se pelos temas do mutualismo e da religião, sobre os quais escreveu obras de relevo: A Associação : historia e desenvolvimento das Associações Portuguesas (1876); As Caixas Economicas (1880); A Previdência (1889); Da acção da mutualidade na economia social (1910); O celibato clerical (1872); Misericordias (1897). Publicou ainda poesia e um livro de viagens - Visita a Madrid (1871).
Exemplar desencadernado em bom estado de conservação. Carimbo oleográfico de José Ramos Moreira na f. rosto.
Raro.
20€

27 julho, 2022

CARVALHO, Coronel João Augusto de Noronha Dias de - HENRIQUE DE CARVALHO E A ESCRAVATURA.
[Pelo]... Of. Or. da Instrução Pública
. Lisboa, [Edição do Autor(?) - Composto e Impresso nos Serviços Gráficos da Liga dos Combatentes], 1987. In-4.º (23 cm) de 80 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Homenagem ao General Henrique de Carvalho (1843-1909), "Benemérito da Pátria, 1.º Governador de Luanda - Grande amigo dos africanos, Chefe da Expedição à Mussumba do Muato - Ianvo", sendo igualmente, um importante subsídio para a história da escravatura em África.
Livro ilustrado com 5 estampas em página inteira: 3 retratos do homenageado, um outro do rei dos Belgas - Leopoldo II, e do monumento a Sá da Bandeira, em Lisboa.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Henrique de Carvalho, o grande pioneiro que já em 1875 dirigira uma carta ao Ministro Sá da Bandeira, intitulada «Mais um brado a favor da Liberdade» sobre a escravatura, ada a insistência com que se continuava a acusar os portugueses de a praticar, e o facto de ser ao rei Leopoldo II da Bélgica que estava destinada a presidência da respectiva Conferência Internacional, dirige a este soberano, 14 anos depois, uma carta que intitulou «Influência da Civilização e da Colonização Latina e Especialmente Portuguesa, na África». Dada a sua relevância para o estudo da escravatura, e por se encontrar esgotada, julgo a sua reedição de grande interesse. Henrique de Carvalho neste livro, usando dos seus profundos conhecimentos (sobre a África), tanto geográficos como etnográficos, digamos dos usos, costumes e tradições dos seus povos, por um lado, e do seu comércio, por outro, compreendendo neste a «qualidade» dos «deanteiros» (sertanejos), que então o exerceram, forma de se processar, regimen de permutas, e finalmente das vias de penetração desse comércio no Nordeste angolano, desejou acima de tudo informar com seriedade, franqueza e desinteresse, o rei Leopoldo II, daquilo que devia saber e lhe ocultavam, para presidir com competência e imparcialidade à Conferência Internacional que deveria reunir na Suíça para pôr termo à escravatura.
Simultaneamente, o Explorador contesta que os portugueses estejam a fazer escravatura em Angola."
(Excerto de I - Introdução)
Índice:
I) Introdução. II) Carta ao Marechal Sá da Bandeira. III) Carta ao Rei dos Belgas.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e biográfico.
15€

26 julho, 2022

ATHAYDE, Mello e - O COMBATE DA INFANTARIA CONTRA A CAVALLARIA.
[Por]... Tenente de infantaria. Obra premiada no concurso litterario aberto pela Revista d'infantaria em 1905. Lisboa, Typographia Universal, 1906. In-8.º (21,5 cm) de 216 p. ; [1] f. desdob. ; B.
1.ª edição.
Ensaio militar inovador para a época, - conceitos teóricos e estratégicos que, poucos anos mais tarde, a "nova" guerra de trincheiras viria a desmentir.
Estudo ilustrado com uma folha desdobrável em separado contendo 9 figuras esquemáticas.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor, datada de 8-9-906,  ao general César Augusto Kuchembuch dos Prazeres.
"Ainda no principio do seculo passado o marechal Bugeaud, o vencedor de Isly, com toda a auctoridade incontestavel que lhe dava uma competencia evidenciada em numeross acções, escrevia que «o maior perigo que a infantaria tem a vencer são as cargas de cavallaria», as ques considerava «destruidoras se teem bom exito, inteiramente nullas se são repellidas.» Hoje vae-se ao ponto d´affirmar que, «em presença de forças d'infantaria d'alguma impotancia a impotencia da cavallaria é quasi completa.»
Agrada-me em extremo esta ultima affirmação, a mim, como infante; robustece-me na crença do que é o principio de toda a vida do homem e guerra - cada arma deve julgar-se invencivel. Foi a penna auctorisada de Decker que nos deixou affirmado que «cada arma tem, por assim dizer, uma certa religião especial d'invencibilidade, na qual se não deve tocar para a não privar d'um dos seus mais poderosos elementos de victoria...
«... mesmo que a crença na invencibilidade não seja senão um erro a que o soldado se sacrifique, o homem verdadeiramente de guerra respeita-a; só o pedante burocratico se rirá.» [...]
Mas esta crença na nossa invencibilidade, que aliás deve ser apanagio de todas as armas, não nos deve levar por fórma alguma, a nós infantes, a não cuidar da nossa defesa perante os ataques da cavallaria.
Prescrutam os cavalleiros os recursos de que podem lançar mão, para accrescer a acção da sua arma contra a infantaria; teem os infantes, reciprocamente, que se preocupar com a resolução dos melhores meios de defesa contra tão audaz inimigo. E tanto mais, quanto é certo que a cavallaria tem obrigações a cumprir, ainda que com o proprio sacrificio da vida; e sacrificando-se, o cavalleiro tratará de vender a vida pelo preço mais elevado que poder. É assim que na ordenança d'essa arma se lê, que o chefe de qualquer fracção de cavallaria deve «incutir na força do seu commando a idéa de que é difficil resistir a uma cavallaria bem instruida e que carregue com a firme resolução de vencer ou morrer
E depois, embora a acção da cavallaria seja hoje impotente contra a infantaria, é ainda certo que, se a infantaria não tiver juizo, póde ser castigada seriamente por ella."
(Excerto do Cap. I - Cada arma deve julgar-se invencivel)
Indice:
I - Cada arma deve julgar-se invencivel. II - Modo de acção da cavallaria: Carga - Execução da carga; Ponto d'ataque; Approximação; Momento do ataque. III - Defesa da infantaria: Analyse das diversas formações; Quadrados; Da especie de fogo a empregar; Quando deve começar o fogo; Objectivo do fogo e ponto a visar; Regras geraes. IV - Infantaria contra cavallaria defendendo ou atacando artilharia. V - Ataque da cavallaria pela infantaria. VI - Preparação da infantaria para o combate contra a cavallaria: Do methodo a seguir; Exercicios: - Regras geraes; Exemplos: Companhia isolada - A pé firme: A) Em linha; B) Columna de companhia; C) Columna aberta; D) Columna por secções; E) Columna aberta por secções; Em marcha: F) Columna aberta por pelotões de costado ou com maiores intervallos; G) Columna por secções de costado; H) Columna por secções de costado, aberto, ou com maiores intervallos; I) Formação de costado; J) Em marcha de serviço de segurança; K) Formação de combate. VII - Capitulo Novo.
Luís de Melo e Ataíde (1863-1925). "Nasce em Lisboa a 29 de Agosto de 1863. Assentou praça em 24 de Novembro de 1878 (tinha 15 anos), no Regimento de Infantaria 16, tendo sido promovido a alferes a 26 de Dezembro de 1895, a tenente em 22 de Junho de 1900 [in Revista Militar, 1925, Julho-Agosto, nº 7-8], terminando a sua “veneranda” figura no exército português como coronel [ibidem; ver, ainda, jornal A Luz, Junho de 1925]. Serviu na Secretaria da Guerra, comandou tropas e teve a seu cargo, já no fim da carreira, o comando do Regimento de Infantaria da Reserva nº 16. Passou à reserva em 1923."
(Fonte: http://arepublicano.blogspot.com/2020/08/luis-de-melo-e-ataide-1863-1925-nota.html)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Capas frágeis com pequenos efeitos.
Raro.
Com interesse histórico e militar.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
35€

25 julho, 2022

CERÂMICA ESTRELA DE CONÍMBRIGA - Cooperativa Operária de Cerâmica Artística e Decorativa
. [S.l.], [s.n.], [197?]. In-4.º (24,5x24,5 cm) de [20] p. ; todo il. ; B.
1.ª edição.
Catálogo da «Estrela de Conímbriga», conhecida fábrica de faiança artesanal localizada em Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra. "Fundada em 1975, a fábrica Estrela de Conímbriga, actualmente com cerca de 50 funcionários, dedica-se à produção de cerâmicas Artísticas/Decorativas, e louça utilitária de elevada qualidade e variadas decorações."
Livro impresso em papel de superior qualidade, todo ilustrado com fotografias reproduzindo os artigos disponíveis para fabrico na época.
"Em São Fipo existe uma das últimas fábricas de cerâmica artesanal, a Estrela de Conimbriga, que ainda cria peças únicas e distintas, associadas ao distrito de Coimbra. O artífice que trabalha as peças de louça que são cozidas por duas vezes, originando sempre objetos únicos e que caracterizam a chamada " Louça de Coimbra", inigualável como outros tipos de cerâmica única em Portugal.
Esta arte representa a tradição oriental, mas também é influenciada pelo estilo árabe através da inspiração de desenhos que estão e estiveram presentes nos mosaicos romanos que abundam na região. A decoração feita integralmente à mão é sempre da responsabilidade de cada artesão que a concebe e assina, originando assim peças exclusivas. A decoração é feita com motivos de cenas de caçadas, brasões, penas e plumagens de aves, traçados sob fundos de influência árabe, fazendo com que esta arte não seja confundida com a arte de qualquer outra região."
(Fonte: http://www.jf-ega.pt/ver.php?cod=0D0M0A)
"Faiança decorativa inspirada na Cerâmica tradicional Portuguesa do século XVII e XVIII e na Espano-Árabe. Recriada e adaptada ao gosto da época, esta Faiança teve um dos seus maiores centros na região de Coimbra, onde a «Estrela de Conímbriga» vem garantindo a continuidade desta tão tradicional expressão na Cerâmica Portuguesa, mantendo os processos de produção dentro do espírito artesanal que a caracteriza, com especial atenção à decoração que continua integralmente sendo feita à mão, por mais de cinquenta decoradores."
(Apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
25€

24 julho, 2022

MORAES, Antonio Maria de Jesus Castro e – UM BREVE ESBOÇO DOS COSTUMES DE S. THOMÉ E PRINCIPE
. Alguma coisa relativa á família Agua-Izé e ao general Luiz Joaquim Lisboa. A TRAIÇÃO porque foi colhido o governador da provincia Joaquim Bento d’Almeida no reinado de D. Miguel 1.º e as calumnias de que foi victima. Por… Professor jubilado da escola principal da dita provincia. Lisboa, Tip. Adolpho de Mendonça, 1901. In-8.º (22,5cm) de 96 p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Importante subsídio coevo para a história e conhecimento da antiga colónia portuguesa. Ilustrado com bonitas vinhetas.
Livo muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"E’sta minha humilíssima obra, consta de três partes distinctas. […] No meu plano não tive em mira passar o meu nome á posteridade, ou grangear emeritos encómios: o meu fim especial consiste apenas no desejo de que as inteligências superiores á minha, venham noticiar melhor os assumptos em que n’ella me ocupei. Declaro porém que escrevi conscienciosamente, porque, nunca foi meu costume romantizar ou adulterar a verdade dos factos, seja pela palavra falada, ou pela escripta. Os que me conhecem bem, sabem perfeitamente que o meu feitio especial, nem se adapta, nem se amolda a intrujices ou imposturas. O que é, é, e com isso tenho dito tudo."
(Excerto do prefácio)
Índice:
Um breve esboço dos costumes de S. Thomé e Principe: I – Evitando o feitiço; II – Cidadão importante; III – A mulher importante; IV – A mulher casada e solteira; V – O casamento indígena; VI – As lavadeiras; VII – Juramento de fidelidade; VIII – A justiça divina; IX – O milagre das vassoiras; X – Acompanhamento fúnebre; XI – A missa do setimo dia; XII – Tirar a lema; XIII – Os estudantes e o feitiço; XIV – Persignar; XV – Filhos acompanhando os paes á sepultura; XVI – Herva malicia e herva parceira; XVII – Mais superstições; XVIII – Curandeiros; XIX – O danço do Congo; XX – Dança infantil; XXI – Festa do Deus Padre e da Senhora da Graça; XXII – Festa do Apostolo S. Thomé; XXIII – Festa e S. Lourenço na ilha do Principe; XXIV – Bisca piedosa; XXV – Lóbéto cálhô. Protesto de summa consideração. Ao sr. Ministro do Ultramar.
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
45€

23 julho, 2022

ALCOBAÇA, Bernardo d' - O MEDICO DA FAMILIA.
Tratado pratico de medicina e de pharmacia usual, indispensavel em todos os lares. Compilação feita sobre os trabalhos dos melhores auctôres portuguezes e extrangeiros
. Lisboa, João Romano Torres & C.ª - Editores, [191-]. In-8.º (19 cm) de 312 p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Capa de Moraes (Alfredo de Morais, 1872-1971).
Interessante "enciclopédia" de saúde compilada pelo conhecido Bernardo d'Alcobaça, pseudónimo literário de Pedro Herculano de Morais Leal, "tradutor de culto" do 1.º quartel do século XX, cujo trabalho incidiu, na sua maioria, em verter para português obras do género erótico e 'médico-erótico'.
Raro e muito interessante. A BNP não menciona.
Livro ilustrado com quadros e tabelas ao longo do texto.
Indice das Materias:
Doenças peculiares aos dois sexos: Doenças inorganicas. Doenças do tubo digestivo: - Bôcca; - Garganta; - Estomago. Doenças intestinaes. Doenças do abdomen. Doenças dos rins. Doenças da bexiga. Doenças do figado. Doenças das vias respiratorias. Doenças do coração. Doenças infecciosas. Doenças dos olhos. Doenças dos ouvidos. Doenças da pelle e do couro cabelludo. Nevróses. Doenças do cerebro. Doenças por intoxicações. | Doenças peculiares do sexo masculino. | Doenças peculiares do sexo feminino. | Creação da creança. | Doenças das creanças. | Conhecimentos praticos. | Alimentação. | [Indice alphabetico].
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura anterior.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas apresentam margens algo desgastadas.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
45€

22 julho, 2022

CAMPOS, Claudia de - A ESPHINGE
. Lisboa, M. Gomes - Editor : Livreiros de Suas Magestades e Altezas, 1897. In-8.º (19,5 cm) de [6], 377, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Romance com epicentro em Lisboa, e que discorre sobre os amores "desencontrados" de Alfredo - o conde de Villar, e Lydia Thorel, filha de um capitalista.
Empresa literária que contrasta com o estilo prático da autora, é, em todo o caso, uma história interessante e bem contada - excelente exemplo do romantismo tardio.
"Tia Evelina, que lhe pareço com este vestido e este penteado? perguntou Lydia Thorel, entrando na pequena sala onde uma senhora de quarenta annos, pouco mais ou menos, franzina, elegante, distincta, vestida simplesmente de escuro e extendida n'uma chaise-longue, se entretinha a lêr.
Ao ouvir esta pergunta, Evelina pousou o livro nos joelhos e ergueu os olhos, ao mesmo tempo que os labios se despregavam n'um sorriso bondoso e alegre, que lhe era peculiar.
- Como estás bonita, minha filha! Pareces mais do que nunca a verdadeira fada loura dos contos que eu te lia em pequenina.
E o cumprimento era merecido. Lydia estava encantadora em todo o frescor dos seus dezeseis annos - aurora incomparavel de ephemera juventude - radiante na sua primeira toilette de baile, em tulle de seda rosa bordada a matriz, casando-se, n'uma deliciosa harmonia de côres, com a pelle de uma alvura lirial, os cabellos de um louro ardente, e os olhos de um azul luminoso; e radiante ainda por se sentir formosa, rica, nova, e ter deante de si a desenrolar-se, em ondas de luz, a Vida."
(Excerto do Cap. I)
Maria Cláudia de Campos Matos (1859-1916). "Conhecida por Cláudia de Campos, nasceu no dia 28 de janeiro de 1859, em Sines, filha de Francisco António de Campos e de Maria Augusta Palma de Campos. Teve uma educação esmerada, da qual fizeram parte as literaturas inglesa e alemã.
Casou aos 16 anos com Joaquim Ornelas e Matos e, após alguns anos de casamento, estabeleceram-se em Lisboa. A vida conjugal não foi bem-sucedida, apesar dos dois filhos do casal e, em 1888, Cláudia de Campos e Joaquim Ornelas e Matos separaram-se judicialmente. A escritora tornou-se uma mulher autónoma, e iniciou uma nova fase da sua vida.
Após a separação, a escritora publicou a sua primeira obra, a coletânea de contos Rindo (1892). Foi na última década do século XIX que se concentrou a sua produção literária e ensaística. Já Coelho Neto (1864-1934), no dealbar do século XX, em carta dirigida a Garcia Redondo (1854-1916), se lhe referia nos seguintes termos: «[…] vou escrever sobre ela um artigo na Gazeta. Não conheço outra mulher que escreva a nossa língua com mais desembaraço do que essa formosa autora. […] Li os seus livros – e neles achei encanto e amargura, mel e travo – não são escritos banais, têm observação e trabalho […]». Da mesma forma, a polaca feminista, publicista e pacifista, Maria Cheliga-Loevy (1854-1927), cedo afirma acerca da autora «[…] portuguesa, cuja pátria intelectual é a Inglaterra, escritora conscienciosa, madame Cláudia de Campos tem, sobretudo, uma inclinação especial para os trabalhos de crítica. Jornalista uma vez por outra, nos seus artigos robustos, marcados por um estilo nítido, claro e preciso, dá testemunho incontestável de um espírito bem mais solidamente equilibrado do que o possuem bastantes detratores da mulher».
Além da literatura, teve um papel cívico relevante até se afastar da ribalta e da vida social. Em 1906 fez parte da direção da Secção Feminista da Liga Portuguesa da Paz e foi eleita vogal do Comité Português da agremiação francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes. Vem a falecer em 30 de dezembro de 1916, fora dos grandes holofotes."
(Fonte: http://www.bnportugal.gov.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1217%3Amostra-claudia-de-campos-1859-1916-da-literatura-a-intervencao-civica-25-nov-16-16h30&catid=166%3A2016&Itemid=1235&lang=pt)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Sem capas. Rasgões e falhas de papel nas primeiras folhas e na lombada. Pelo interesse e raridade, justifica encadernar.
Raro.
Indisponível

21 julho, 2022

SÁ, Sérgio de Oliveira e - SANTEIROS DA MAIA : no último ciclo da escultura cristã em Portugal
. Maia, [Edição do Autor], 2002. In-4.º (24 cm) de 207, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Imagem da Capa: Amálio Maia: "Senhora da Assunção" - 1951. Igreja Matriz de São Miguel de Barreiros, Maia.
Importante trabalho sobre a escultura religiosa maiata, fundado na tese de mestrado discutida pelo autor na Universidade Lusíada (Lisboa), em Maio de 2000.
Livro muito ilustrado no texto com quadros, mapas e fotografias a cores e p.b., algumas em página inteira.
Tiragem: 500 exemplares.
"Santeiros da Maia, designação atribuída ao movimento artístico que decorreu em Terras da Maia, próximo da cidade do Porto, ao longo de mais de cem anos. Este movimento, que terá tido início nos alvores do século XIX, atingiu o seu auge em meados do século XX. Ao longo de todos estes anos, a Maia, terá sido talvez o maior centro de produção de Arte Sacra em madeira e pedra de ançã (calcário) de Portugal."
(Fonte Wikipédia)
"Parece fazer sentido a opinião, há algum tempo esboçada, de que a historiografia relativa à escultura religiosa cristã em Portugal se quedava, passe a ligeireza da ideia, pelo termo do século XVIII. Não tendo de ser rigorosamente assim, a verdade é que não abunda a bibliografia específica que resulte da continuidade do trabalho de especialistas nesta área particular da arte portuguesa, realidade que se sobrepõe ao interesse de quem, através desse tipo de documentação, procura aprofundar os seus conhecimentos. [...]
Consequentemente algo parecido se tem passado relativamente aos Santeiros da Maia e o ao seu trabalho. Artífices que, apesar de durante dezenas de anos terem constituído o alfobre, poder-se-há dizer, de produtores deste tipo de imaginária em Portugal, não contam com abundância de referências bibliográficas a seu respeito, e as que existem são breves, lacunares, em alguns casos imprecisas, até, e ainda sujeitas a uma certa generalização."
(Excerto da Introdução)
Índice Geral:
Nota prévia. | Introdução. Primeira Parte - Observação de contextos: I - Último ciclo da escultura cristã em Portugal; II - Contingências da modernidade; III - O paradigma da cópia. Segunda Parte - Santeiros da Maia (quem foram e o que fizeram): I - O Artista; II - Quem foram; III - Da mobilidade ao abandono de profissionais. IV - O que fizeram; V - Condicionalismos na concepção e na produção; VI - Processos oficinais, materiais e técnicas; VII - Um nome: Amálio Maia. | Para uma conclusão. | Algumas obras de santeiros vários. | Anexos. | Resumo cronológico. | Fontes e bibliografia. | Glossário. | índices.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico e regional.
15€

20 julho, 2022

CORREIA, Eduardo Henriques da Silva - PROBLEMAS FUNDAMENTAIS DA COMPARTICIPAÇÃO CRIMINOSA.
[Por]... Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
. Coimbra, [s.n.], 1951. In-4.º (24,5 cm) de 72 p. ; B.
1.ª edição independente.
Separata da Revista de Direito e de Estudos Sociais - Anos IV e VI, n.os 1 a 3.
Interessante estudo criminal.
"Pode suceder, e sucede muitas vezes, que várias pessoas colaborem para dar vida a um crime.
E a estrutura dessa colaboração toma as mais diversas formas. Assim, podem uns levar a cabo, por mão própria, a execução do facto criminoso; outros tê-lo aconselhado, ordenado, imposto, instigado; outros, ainda, ter fornecido instrumentos, facilitado, preparado, assistido ou assegurado a sua prática. Por sua vez, tudo isto pode ser mais ou menos directo, mais ou menos essencial, mais ou menos próximo da execução.
Ora bem: em que termos e em que medida envolve esta colaboração responsabilidade criminal? E quando a envolva, qual o fundamento e as regras que presidem à sua punição?
A um primeiro contacto, o problema parece não ter particular autonomia."
(Excerto do Estudo)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Assinatura de posse na f. rosto. Sublinhados a lápis no interior. Pequena mancha antiga de humidade no canto superior esquerdo.
Invulgar.
Indisponível

19 julho, 2022

CASTRO, Augusto de - O QUE EU VI E OUVI EM HESPANHA : Junho a Agosto de 1917
. Lisboa, Livreiros-Editores J. Rodrigues & C.ª, 1917. In-4.º (23,5 cm) de 61, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio bibliográfico para a história da Grande Guerra, e para o conhecimento da posição espanhola perante o conflito.
"Esta guerra creou estados juridicos novos e um direito internacional novo. Perante o formidavel incendio desencadeado no mundo, a velha expressão «neutralidade» é uma palavra vã. Não h, não pode haver neutralidades. A labareda da morte e da destruição não poupa já as mais intimas forças da Natureza. O fôgo crepita, consome, alastra-se.
A Hespanha não pode, pela propria força das circumstancias, que excede a sua vontade, ser neutral, no sentido da indiferença e e sinceridade da palavra, que é o seu unico sentido nobre, mas tambem não pode, não quer, ser intervencionista. Essa é a essencia dramatica do conflito moral que, n'esse povo cavalheiresco e impulsivo, se torna, de momento a momento, mas aceso."
(Excerto do Cap. I - O problema hespanhol)
Indice:
I - O problema hespanhol. II - «Rumores de Madrid». III - O espirito germanico em Hespanha. IV - O gabinete Dato. V - A revolução em marcha? VI - O que ouvi ao sr. Romanones. VII - O ultimo Bourbon. VIII - O que ouvi ao sr. Melquiades Alvarez. IX - O que ouvi ao sr. Dato. X - Fala Barcelona. XI - A aproximação anglo-hispanica. XII - Para onde caminha a Hespanha?
Augusto de Castro Sampaio Corte-Real GCC • GCSE • GCIH • GOB (Porto, 1883 - Lisboa, 1971). "Conhecido por Augusto de Castro, foi um advogado, jornalista, diplomata e político português, cuja carreira teve início nos anos finais da Monarquia Constitucional Portuguesa e se estendeu até ao Estado Novo."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas oxidadas, frágeis, com defeitos marginais.
Invulgar.
Com interesse histórico.
20€
Reservado

18 julho, 2022

SILVA, Pe. Deodato Maria da - EM PROCURA DO CÉU.
Pelo...
Porto, Tipografia da Casa Nun'Alvares, 1956. In-8.º (14 cm) de 321, [7] p. ; C.
1.ª edição.
"Ao elaborar este livro, que intitulou - Em procura do Céu - recorreu o Rev. P.e Deodato a vários autores, cujas obras tinham recebido aprovação eclesiástica, transcrevendo deles alguns artigos, extraindo outros da sua lavra. Prouvera ao Céu que este livro produza em quem o ler o efeito que o autor teve em vista ao prepará-lo: afervorar almas, ou, ao menos, ampará-las no seu amor a Deus."
(Nota d'Os Editores)
"O demónio tem seus interesses no mundo. Foi-lhe permitido estabelecer um reino em oposição ao de Deus; por isso tem em toda a parte agentes activos e diligentes. Armam emboscadas ao trabalhador do campo, procuram assaltar o frade no claustro e o eremita na sua cela; até nas igrejas, durante a santa Missa ou nos ofícios divinos, eles lá estão... Além disto, milhares de homens se lhe entregam como agentes. E, o que é mais deplorável, muito deles, trabalhando para o demónio, quase julgam trabalhar para Deus, tão bom e irrepreensível se lhes afigura o que fazem."
(Excerto de O demónio tem no mundo seus interesses)
Encadernação cartonada - com as pastas trabalhadas - em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Corte das folhas carminado.
Exemplar em bom estado de conservação. Pastas apresentam desgaste nos cantos.
Muito invulgar.
Indisponível

17 julho, 2022

ASCENSÃO, António Cabral de - GANADERO DE SEGUNDA. Lisboa, ERL, 1993. In-4.º (24 cm) de 227, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Monografia sobre a ganadaria Cabral Ascensão, desde a sua fundação até ao presente. Num trajecto algo errático, pejado de dificuldades, o autor, profundo conhecedor do fenómeno taurino, dá
-nos a conhecer o percurso histórico da sua ganadaria.
Livro muitíssimo ilustrado ao longo do texto, a p.b. e a cores.
"Quando, há rigorosamente vinte anos, me aventurei a publicar «Cartas Taurinas», nada faria prever e ninguém - a começar por mim próprio - se atreveria, em boa verdade, a vaticinar, que viesse a ser eu, alguma vez, o responsável mais directo pela ganadaria fundada, em 1947, por António Cabral de Ascensão. [...] Hoje, porém, a poucos meses de se encetar a quinta época em que tenho a meu cargo a administração da ganadaria, quase dez anos volvidos sobre o seu fundador e cumpridas duas décadas desde a data daquela primeira publicação, senti-me - ao pretender assumir, em pleno, responsabilidades que antes me não cabiam - no dever de produzir algo mais elaborado e concludente. Assim surgiu a ideia de dar à estampa este volume.
Imaginei-o, desde logo, como constituído por um primeiro capítulo em que me proporia abordar toda a problemática da bravura do touro de lide: buscando-lhe uma definição; delimitando-lhe os atributos; inventariando-lhe as manifestações; explicitando uma metodologia que julgo válida para a sua selecção na prática ganadera. Destinaria a segunda parte do livro à análise, tão exaustiva quanto me parecesse indispensável, do novo Regulamento tauromáquico português - tecendo-lhe, à luz dos meus atávicos conceitos, as críticas que julgasse mais pertinentes. Pareceu-me legítimo, a seguir, que o terceiro capítulo fosse inteiramente preenchido por alguns textos anteriormente publicados. [...] A quarta parte do livro, por fim, era lógico que fosse dedicada, na íntegra, à elaboração do historial, necessariamente verdadeiro, mas obrigatória e compreensivelmente subjectivo, da ganadaria «Cabral Ascensão», desde os românticos primórdios que conheceu, até a crueza da sua realidade actual."
(Excerto da Introdução)

Matérias: Introdução. | A Bravura do Touro de Lide (Conceito e Selecção). | O Espectáculo Tauromáquico em Portugal (Análise à Luz do Novo Regulamento). | Escritos Ressuscitados: As Vítimas da Festa; Perfil do Tauroescriba Lusitano; Lamento de Forcado; Llanto por Chirivía. | Anamnese Taurina (Histórias Actual e Pregressa).
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar
.
Com interesse histórico e tauromáquico.
25€

16 julho, 2022

DOCUMENTOS RELATIVOS ÁS OBRAS TOPOGRAFICAS DO SNR. JOSÉ JAMES FORRESTER SOBRE O PAIZ VINHATEIRO DO ALTO-DOURO E O RIO DOURO, mandados publicar, PELA EXM.ª CAMARA MUNICIPAL DA INVICTA CIDADE DO PORTO. Em sessão extraordinaria em 8 d'Abril de 1848. [Porto], Typographia Commercial Portuense, 1848. In-8.º (21,5 cm) de [6], 11, 3 p. ; B.
1.ª edição.
Opúculo com interesse para a história do Douro vinhateiro. Processo político relativo à publicação do mapa Paiz Vinhateiro - trabalho topográfico meritório, avançado para a época, da autoria do proprietário/produtor vinícola, e súbdito inglês estabelecido no Porto, James Forrester (1809-1861).
"Quando Joseph James Forrester chegou a Portugal, em 1831, tudo levava a prever que a sua permanência no país seria efémera. De facto, na conjuntura política e económica da época (apogeu do terror Miguelista, guerra civil, crise no sector do vinho do Porto, etc.) o futuro não se apresentava auspicioso para um jovem de 22 anos que vinha trabalhar para uma casa exportadora do Porto - a Offley, Webber & Forrester - que, tal como muitas outras envolvidas no negócio do vinho do Porto, atravessa então tempos difíceis. Porém, para o jovem idealista que ele era, o pulsar político que percorria o país e tinha no Porto, reduto liberal por excelência, o seu epicentro não poderá ter deixado de se afigurar fascinante e de lhe incutir o desejo de participar activamente no "processo revolucionário em curso". Também a crise que afectava o sector a que se vinha associar deverá ter funcionado como um estimulo para alguém que, como ele, ao longo de toda a vida mostrou ter um espírito combativo e não "baixar os braços" perante qualquer desafio.
Tanto ou mais determinante terá sido, no entanto, a atracção que, desde logo, terão exercido sobre o artista, que ele também era, quer a cidade do Porto, quer, sobretudo, o rio que nela desaguava - o Douro - e a região duriense. Daí que de imediato (ainda em 1831) tenha encetado o trabalho pioneiro de cartografar o rio Douro e o país vinhateiro do Alto Douro, cuja execução o ocuparia por vários anos e iria intercalando com desenhos, pinturas e fotografias de cenas e paisagens portuenses - a Rua Nova dos Ingleses, a feira da Cordoaria, o Porto visto de vários ângulos, o Freixo, a Igreja de S. Nicolau, os conventos da Serra e de Santo António, o Castelo da Figueira, etc. - e de personalidades da vida política e social nacional e local (marquês de Saldanha, José da Silva Passos, Félix Manuel Borges Pinto, Emanuel de Clamouse Browne, etc.). Seria, aliás, por esta sua vertente artística que seria agraciado, em 1855, com o título de barão de Forrester em reconhecimento pela "transcendente utilidade para este pais" da sua obra cartográfica - Carta Geológica das margens do rio Douro, Carta topographica do curso do rio Douro e Mappa do Paiz Vinhateiro do Alto Douro -, «um trabalho primoroso e perfeitamente acabado, rico pela abundância de informação original, (e) pela exactidão e beleza de execução».
"
(
Martins, Conceição Andrade - Forrester, o "país vinhateiro" e o retorno ao velho método de fazer vinho do Porto, ICSUL, 2008)
"Tendo chegado ao conhecimento da Camara Municipal desta Invicta Cidade do Porto, que V. S.ª emprehendêra varias obras relativas ao Rio Douro, e melhoramento de sua navegação, as quaes se achão em grande adiantamento, principalmente um mappa do paiz vinhateiro, - tendo para tão nobres fins feito grandes sacrificios, tanto de seu tempo, como de cabedaes, não e tendo poupado a cousa alguma para que tal mappa seja o mais perfeito possivel, e contenha uma minuciosa descripção de tudo quanto ha naquelle paiz de notavel, além de muitas e diversas exposições instructivas e scientificas em que V. S.ª patentea o seu abalizado talento, transcendente engenho, e o appreço que faz da nossa patria: - Resolveu, em Sessão de 7 do corrente, a mesma Camara, a que tenho a honra de presidir, [...] roga[r] instantemente a V. S.ª que não desista de levar ao cabo tão gloriosa empreza, fazendo publicos seus trabalhos, a que disveladamente se tem dedicado; e se necessario é, a Camara protesta prestar a V. S.ª toda a coadjuvação que estiver ao seu alcance, para se conseguir o desejado fim."
(Excerto de Ao cidadão britannico... por Antonio Vieira de Magalhães, Presidente da CMP)
Matérias:
Ao cidadão britannico, O Snr. Joze James Forrester. | Extracto da acta [da CMP]. | Primeira resposta dada á illustrissima Camara Municipal pelo Snr. Forrester. | Segunda resposta dada á illustrissima Camara. | Ao Sr. Joze James Forrester - Antonio Vieira de Magalhães. | A municipalidade do Porto sobre o Mappa do Rio Douro. | Representação á Camara do Snrs. Deputados da Nação Portugueza, pedindo garantia de propriedade das Plantas do Paiz Vinhateiro, a favor do Cidadão Britanico José James Forrester. | Acta da Vereação extraordinaria da Exm.ª Camara Municipal, para apresentação dos trabalhos topographicos, do cidadão Britannico José James Forrester, sobre o Rio Douro.
Joseph James Forrester (Kingston upon Hull, Inglaterra, 1809 - Cachão da Valeira, São João da Pesqueira, 1861). Foi um empresário inglês radicado em Portugal. James Forrester foi o primeiro barão de Forrester, título que lhe foi concedido por D. Fernando II, em 1855, na condição de regente durante a menoridade de D. Pedro V.
Em 1831 Joseph juntou-se à empresa vinícola de um tio seu no Porto, e iniciou uma reforma no comércio de vinhos. Na sua obra de 1844, Uma palavra ou duas sobre o vinho do Porto, declarou guerra aos que adulteravam o vinho. Também estudou o oídio da vinha causado pelo Oidium tuckeri, desenhou notáveis mapas do vale do Douro (Mapa do Rio Douro). Por este trabalho, foi-lhe concedido o título de Barão, por D. Fernando II, em 1855, regente durante a menoridade de D. Pedro V.
Pintou várias aguarelas, e foi autor de O Douro Português e País Adjacente (1848) e de Prize Essay on Portugal and its Capabilities (1859), pela qual recebeu uma medalha de ouro.
Em 1861, o barco de Forrester virou-se no Cachão da Valeira, sendo arrastado para o fundo por causa do cinto com dinheiro que levava consigo, nunca tendo sido encontrado o seu corpo."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

15 julho, 2022

CELEBRAÇÃO DOS EXORCISMOS : Ritual Romano reformado por decreto do Concílio Ecuménico Vaticano II e promulgado por autoridade de S. S. o Papa João Paulo II
. [Coimbra], G.C. - Gráfica de Coimbra : Conferência Episcopal Portuguesa, [2000]. In-4.º (23 cm) de 91, [5] p. ; E.
Manual de exorcismos publicado pela Igreja Católica, de harmonia com o Decreto da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, de 22 de Novembro de 1998.
Inclui transcrição de salmos e ladainhas utilizados nos esconjuros.
"Dada a delicadeza do exercício do ministério dos exorcismos, especialmente do exorcismo maior, impõe-se que os sacerdotes dele incumbidos, além de animados de espírito de fé, prudência e fortaleza, tenham bem presentes as normas e orientações estabelecidas no Direito e nos respectivos Preliminares."
(Excerto da Apresentação)
"As criaturas angélicas estão presentes ao longo de toda a história da salvação: umas permanecem ao serviço do desígnio divino e prestam continuamente a sua protecção ao ministério da Igreja; outras, decaídas na sua dignidade - e chamadas diabólicas -, opõem-se a Deus, e à sua vontade salvífica e à obra redentora de Cristo e esforçam-se por associar o homem à sua rebelião contra Deus.
Na Sagrada Escritura, o Diabo e os demónios são designados por vários nomes, alguns dos quais indiciam a sua natureza e a sua acção.
 O diabo, que é chamado Satanás, serpente antiga e dragão, é quem seduz o mundo inteiro e combate contra os que observam os mandamentos de Deus e dão testemunho de Jesus. É denominado adversário do homem e homicida desde o início, pois, pelo pecado, tornou o homem sujeito à morte. Porque, pelas suas insídias, provoca o homem a desobedecer a Deus, o Maligno é chamado Tentador, mentiroso e pai da mentira, actuando astuta e falsamente, como testemunham a sedução feita aos primeiros pais, a tentativa de desviar Jesus da missão que o Pai Lhe confiou, e finalmente a sua transfiguração em anjo de luz. É também chamado príncipe deste mundo; isto é daquele mundo sobre o qual o Maligno exerce domínio e não conheceu a Luz verdadeira. Finalmente, o seu poder é designado poder das trevas, porque odeia a Luz que é Cristo e atrai os homens às suas própria trevas."
(Excerto do Proémio (sem referências bíblicas))
"No rito do exorcismo, além das fórmulas do próprio exorcismo, dê-se especial atenção aos gestos e ritos que têm maior importância pelo facto de serem utilizados no tempo de purificação do itinerário catecumenal. Tais são o sinal da cruz, a imposição as mãos, o soprar e a aspersão de água benta.
O rito começa com a aspersão de água benta, pela qual, como memória da purificação recebida no Baptismo, se protege o atormentado contra as ciladas do inimigo.
A água pode benzer-se antes do rito ou no próprio rito antes da aspersão e, se parecer oportuno, com a mistura de sal.
Segue-se a prece litânica, na qual se invoca para o atormentado a misericórdia de Deus pela intercessão de todos os Santos.
Depois da ladainha, o exorcista pode recitar um ou vários salmos, que imploram a protecção do Altíssimo e exaltam a vitória de Cristo sobre o Maligno. [...]
Depois o exorcista impõe as mãos sobre o atormentado, a invocar o poder do Espírito Santo para que o Diabo saia daquele que pelo Baptismo se tornou templo de Deus. Ao mesmo tempo pode soprar para a face do atormentado.
Recita-se então, o Símbolo ou renovam-se as promessas do Baptismo com a renúncia a Satanás. Segue-se a oração dominical, na qual se implora a Deus, nosso Pai, que nos livre do Mal.
Depois disso, o exorcista mostra ao atormentado a cruz do Senhor, que é a fonte de toda a bênção e graça, e faz o sinal da cruz sobre ele, a manifestar o poder de Cristo sobre o diabo."
(Excerto de Preliminares - IV - O rito a seguir)
Índice:
Apresentação. | Decretos. | Proémio. | Preliminares: I - A vitória de Cristo e o poder da Igreja contra os demónios. II - Os exorcismos na função santificadora da da Igreja. III - O ministro e as condições para realizar o exorcismo maior. IV - O rito a seguir. V - Adições e adaptações. VI - Adaptações que competem às Conferências Episcopais. | Capítulo I - Celebração do exorcismo maior: Ritos iniciais; Súplica litânica; Recitação do Salmo; Leitura do Evangelho; Imposição das mãos; Símbolo da fé ou Promessas baptismais; Oração dominical; Sinal da cruz; Sopro; Fórmulas do exorcismo: - Fórmula deprecativa; - Fórmula imperativa; Acção de graças; Ritos finais. Capítulo II - Textos vários que podem ser utilizados no rito: I - Salmos. II - Evangelhos. III - Fórmulas do exorcismo. | Apêndices: I - Súplica e exorcismo que podem utilizar-se facultativamente em circunstâncias peculiares da Igreja. II - Suplicas que os fiéis podem utilizar privadamente contra os poderes das trevas.
Encadernação editorial com ferros gravados a ouro na pasta frontal.
Exemplar em bom estado de conservação. Sublinhados a lápis (e duas frases a feltro) nas primeiras folhas do livro.
Muito invulgar.
Indisponível