TERRAMOTOS E TSUNAMIS. Coordenação de Paula Teves Costa. Textos de: Maria Ana Baptista; João Cabral; Paula Teves Costa; Luís Matias; Miguel Miranda; Pedro Terrinha. Prefácio de: Luiz Mendes Victor. Lisboa, Livro Aberto, 2005. In-4.º (25x19,5cm) de 112 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Monografia de índole científica, obra de um grupo de investigadores integrados em Centros de Investigação da Universidade de Lisboa, cujo trabalho, além de fazer o ponto de situação relativo aos fenómenos sísmicos e suas consequências, pretende explicar os acontecimentos históricos mais importantes - alguns que directamente nos dizem respeito - à luz dos novos conhecimentos científicos e tecnológicos.
Livro ilustrado a p.b. e a cores ao longo do texto.
"O sismo de 1 de Novembro de 1755 ocorreu cerca das 9h 30m, hora solar, em Lisboa, tendo sido sentido um pouco por toda a Europa. O tsunami foi observado, no Atlântico Norte, desde as Ilhas Barbados até à Escócia. No entanto as ondas mais destrutivas foram observadas em Portugal Continental, Espanha (Golfo de Cadiz) e no Norte de Marrocos. As dimensões catastróficas deste evento, deram origem a uma enorme quantidade de relatos escritos, como mostram os exemplos que se seguem. Lisboa é um dos locais onde está melhor documentada a destruição gerada pelo sismo e o tsunami de 1755.
[...]
A descrição da cidade e do seu porto antes e depois do sismo de 1755 pode ser ilustrada a partir dos seguintes extractos de testemunhos de cidadãos britânicos:
"[...] a cidade de Lisboa, situada na margem norte do rio Tejo, a cerca de seis milhas do mar sobre terreno irregular [...] no lado próximo do rio ficava o palácio do rei, com uma grande praça aberta para nascente, separada do cais principal da cidade por alguns edifícios baixos, um pequeno forte e uma muralha e uma praia muito frequentada [...]"
"[...] O porto pela sua situação no oceano ocidental, é um dos mais amplos da Europa: possui grandeza bastante para conter 10 mil navios com comodidade e mesmo os maiores navegam em segurança em frente das janelas do palácio real. Defendem a sua entrada
dois fortes: o primeiro chamado de S. Julião, acha-se construído na
margem; o outro, a torre do Bugio, fica defronte num banco de areia rodeado de água. A natureza forneceu também outra defesa, a barra, muito perigosa sem o auxílio dos pilotos acostumados ao local [...]"
O impacto do tsunami na baixa da cidade de Lisboa e no estuário do Tejo foi enorme:
"[...] De repente ouvi um clamor geral: " o mar está a subir" [...] De repente apareceu a uma pequena distância uma enorme massa de água a erguer-se como uma montanha [...] precipitando-se em direcção à terra tão impetuosamente que, não obstante termos imediatamente fugido [...] muitos foram arrastados para o largo. Os restantes ficaram com água acima das cinturas, a boa distância das margens [...] Em resumo, os dois primeiros abalos foram tão violentos que na opinião de vários pilotos a localização da barra da foz do Tejo foi alterada."
(Excerto de TSUNAMIS EM PORTUGAL, O Catálogo Português de Tsunamis, Tsunami de 1 de Novembro de 1755)
Matérias:
- A tectónica recente e a fonte do grande sismo de Lisboa de 1 de Novembro de 1755. - Tsunamis em Portugal [inclui o Catálogo Português de Tsunamis]. - Perigosidade e Risco sísmico. - Escala de Sieberg-Ambraseys : Escala de IIDA. Anexo I. - Escalas de Intensidade Macrossísmica. Anexo 2. - Glossário.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico e científico.
20€
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