SANTOS, Leandro Miguel dos - OS SINALEIROS DO MAR DA ERICEIRA. [Prólogo de José Caré Júnior]. [S.l.], Edição do Forum Ericeirense, Agosto 1994. In-4.º (24 cm) de [52] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Obra de homenagem aos "sentinelas do mar" - os Sinaleiros da Ericeira -, homens que vigiavam o mar em dias alterosos, e que conduziam os pescadores para o porto em segurança. O presente livro explica o trabalho dos Sinaleiros, e inclui breves biografias dos mais conhecidos "vigias" ericeirenses.
Muito ilustrado com fotogravuras da Ericeira e do seu porto, e o retrato dos biografados.
"Este livro que ora se publica, vem, em nossa opinião, preencher uma falta na bibliografia marítimo-piscatória da Ericeira, concretamente, ao tratar da figura e a acção dos nossos sinaleiros do mar.
O autor não poupou esforços e tempo, para obter dados e fotos de diversos sinaleiros (alguns do século XIX), que desenvolveram a sua meritória e humanitária actividade em prol das vidas e bens dos pescadores locais (e não só).
A formação espontânea e a aquisição de conhecimentos por parte do sinaleiro para o exercício da sua missão, eram adquiridas através da observação do mar embravecido, hora após hora, dia após dia, e durante uma vida inteira.
Era este tipo de formação que lhes possibilitavam trazer a bom porto barcos e homens, através das vagas alterosas."
(Excerto do Prólogo)
"Finalmente se presta a justa homenagem a todos esses homens que, duma maneira tão nobre e voluntariosa, contribuíram para que os seus conterrâneos saíssem e chegassem sãos e salvos a bom porto - Os Sinaleiros.
Muito pouco existe documentado que descreva este trabalho geralmente feito por pescadores mais idosos. Idade de muita experiência e de ggrande sentido de responsabilidade. Todos os que tivessem os seus familiares no mar, era nesses momentos que mais sentiam que a vida dos seus dependia dessa nobre figura que era o Sinaleiro.
"Marcar o Mar" requeria toda essa experiência e coragem que, durante muitos anos, eles próprios na sua faina, foram adquirindo. Quantas vezes sentiram o medo e a angústia, de olhos postos naquele que, do alto do Forte da Guarda Fiscal, os mandava avançar com toda a força ou esperar com toda a calma, até que viesse um "raso". Em inúmeras e inúmeras situações de mar bravo o destemido pescador da Ericeira lá foi saindo ou entrando no porto, ajudado pelo Sinaleiro numa luta tão desigual entre a natureza embravecida e a sua velha experiência. Só os Sinaleiros poderão descrever o que é que sentiam naqueles momentos, sozinhos e isolados de tudo e de todos, tendo a enorme responsabilidade de trazer todos os pescadores a bom porto. Procurámos em documentos antigos, mas nada encontrámos sobre os Sinaleiros, talvez por estes homens não serem remunerados, o que recebiam era algum peixe, dado por aqueles que acabavam de salvar."
(Excerto da Introdução do autor)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
20€
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