PINTO, Julio Lourenço - ESBOÇOS DO NATURAL. Porto, Livraria Universal de Magalhães & Moniz, [1885]. In-8.º (19cm) de 321, [3] p. ; E.
1ª edição.
"Coletânea de contos à margem da série Cenas da Vida Contemporânea,
dotada de um prólogo doutrinário sob a forma de uma carta a João
Serras da Conceição, onde Júlio Lourenço Pinto defende a independência
da arte e da ciência: "Pedir ao romance a demonstração de uma tese é
exigir da arte a invasão dos domínios da ciência - invasão perigosa
para a arte e para a ciência." Apesar deste postulado, as cinco
narrativas curtas que compõem o volume (todas, à exceção de "Últimas
memórias de um romântico", passadas em ambiente rural) evidenciam o
gosto pela observação e a assunção dos pressupostos de Taine e Zola
relativos à hereditariedade e à influência do meio."(fonte: infopédia)
"A pequena torre da egreja matriz de S. João da Ribeira, sobranceira á estrada real, ressahia alvejante de cal, festiva na limpidez do azul quente do ceu, , como um cone de assucar candi cravejado de flammulas. Os sinos repicavam com frenetico jubilo, e este badalar travesso disputava ao sol, em uma repercussão canora, a alegria que cantava nas purezas crystallinas do ambiente."
(excerto de A historia da «Lavandisca»)
Contos:
- A historia da «Lavandisca». - Uma vocação. - A «Andorinha». - Um crime na charneca. - Ultimas memorias de um romantico.
Júlio Lourenço Pinto
(1842-1907). "Bacharel em Direito Pela Universidade de Coimbra (1864),
fez a sua estreia literária no Comércio do Porto, jornal em que publicou
uma série de artigos, sob o título "Revistas semanais", e outra
colaboração sobre diversos temas. Como ficcionista, foi autor dos
romances "Margarida" (1880), "Vida Atribulada" (1880),"O Senhor
Deputado" (1882), "O Homem Indispensável" (1883) e "O Bastardo" (1889),
subordinados ao título genérico de Cenas da Vida Contemporânea, e do
livro de contos "Esboços do Natural" (1885). A "Estética Naturalista"
(1884) é a reunião dos artigos dados à estampa na "Revista de Estudos
Livres" (1883-1887), terceiro e último órgão do movimento positivista
português, editada em Lisboa por iniciativa de Teófilo Braga e Teixeira
Bastos, que compartilharam a sua direcção com Sílvio Romero e outros
dois intelectuais brasileiros. Com esta obra de teorização estética,
Júlio Lourenço Pinto faz jus a que o seu nome figure na não muito
numerosa galeria dos nossos doutrinadores literários."
Encadernação simples, cartonada, com rótulo na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manchado de humidade nas primeiras folhas, até se desvanecerem.
Ex libris de Ávila de Azevedo na f. anterrosto.
Raro.
25€
Sem comentários:
Enviar um comentário