30 setembro, 2017

ALBUQUERQUE, Antonio de - O MARQUEZ DA BACALHÔA : romance. Bruxelles, Editor-Antonio de Albuquerque : Imprimerie Liberté, 1908. In-8.º (19 cm) de 338, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Romance polémico. Trata-se de uma sátira à família real que deu brado e escândalo na época.

"Este livro causou ruìdoso sucesso. Dias antes do seu aparecimento, já era procurado com interêsse. Uma noite fez-se a distribuìção pelas livrarias enquanto o autor transpunha a fronteira. Alguns livreiros suspeitando, talvez, que o livro continha doutrina prevista pela célebre lei de 13 de Fevereiro de 1896, não o aceitaram, e outros o vendiam com precaução. Entretanto o gerente da Livraria Tavares Cardoso, Largo do Camões, expunha-o na montra. No dia imediato foi ali o agente da polícia, que apreendeu um exemplar do livro, voltando no seguinte a convidar o dito gerente a comparecer perante o Chefe Ferreira. Idêntico convite foi feito aos Srs. Joaquim Monteiro, gerente da Parçeria António Maria Pereira, José Pereira, sócio do livreiro José António Rodrigues, e Francisco José Gomes de Carvalho, a quem muitos supunham o editor, ou, pelo menos, que havia cedido a casa para a composição do Marquez da Bacalhoa. A autoridade inquiriu do número de exemplares vendidos e quem havia fornecido um para o Paço. Ouvidas as respostas, aconselhou a que custassem a venda, para o que confiava na probidade dos livreiros. Se porém não acatassem êsse convite mandaria proceder a buscas domiciliárias e apreensão de exemplares. Isto não obstou à continuação da venda clandestina.' na propalada e requestada obra contam-se 'as tropelias de um ministro 'Nunes' durante o reinado do 'Marquês da Bacalhoa', não sendo muito difícil descortinar a que personagens reais correspondiam os nomes postos no livro pelo autor, António de Albuquerque'. Tal exercício da referencialidade efectuou-o Vasco Pulido Valente no início de 1998, ao referir que as personagens são 'o Marquês (D. Carlos, na realidade, proprietário da Quinta da Bacalhoa), a Marquesa (D. Amélia), o conselheiro João Nunes dos Santos (João Franco), D. Álvaro de Luna (Mouzinho de Albuquerque), Maria de Silves (a Condessa de Sabugosa) e a Condessa da Freixosa (a Condessa de Figueiró, a famigerada Pepa Sandoval, amiga da Rainha)."
Encadernação cartonada com lombada em percalina gravada a ouro. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Sem f. anterrosto e restauro tosco na 1.ª p. texto. Apresenta dedicatória (não do autor) na f. guarda anterior.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

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