30 setembro, 2017

ALBUQUERQUE, Antonio de - O MARQUEZ DA BACALHÔA : romance. Bruxelles, Editor-Antonio de Albuquerque : Imprimerie Liberté, 1908. In-8.º (19 cm) de 338, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Romance polémico. Trata-se de uma sátira à família real que deu brado e escândalo na época.

"Este livro causou ruìdoso sucesso. Dias antes do seu aparecimento, já era procurado com interêsse. Uma noite fez-se a distribuìção pelas livrarias enquanto o autor transpunha a fronteira. Alguns livreiros suspeitando, talvez, que o livro continha doutrina prevista pela célebre lei de 13 de Fevereiro de 1896, não o aceitaram, e outros o vendiam com precaução. Entretanto o gerente da Livraria Tavares Cardoso, Largo do Camões, expunha-o na montra. No dia imediato foi ali o agente da polícia, que apreendeu um exemplar do livro, voltando no seguinte a convidar o dito gerente a comparecer perante o Chefe Ferreira. Idêntico convite foi feito aos Srs. Joaquim Monteiro, gerente da Parçeria António Maria Pereira, José Pereira, sócio do livreiro José António Rodrigues, e Francisco José Gomes de Carvalho, a quem muitos supunham o editor, ou, pelo menos, que havia cedido a casa para a composição do Marquez da Bacalhoa. A autoridade inquiriu do número de exemplares vendidos e quem havia fornecido um para o Paço. Ouvidas as respostas, aconselhou a que custassem a venda, para o que confiava na probidade dos livreiros. Se porém não acatassem êsse convite mandaria proceder a buscas domiciliárias e apreensão de exemplares. Isto não obstou à continuação da venda clandestina.' na propalada e requestada obra contam-se 'as tropelias de um ministro 'Nunes' durante o reinado do 'Marquês da Bacalhoa', não sendo muito difícil descortinar a que personagens reais correspondiam os nomes postos no livro pelo autor, António de Albuquerque'. Tal exercício da referencialidade efectuou-o Vasco Pulido Valente no início de 1998, ao referir que as personagens são 'o Marquês (D. Carlos, na realidade, proprietário da Quinta da Bacalhoa), a Marquesa (D. Amélia), o conselheiro João Nunes dos Santos (João Franco), D. Álvaro de Luna (Mouzinho de Albuquerque), Maria de Silves (a Condessa de Sabugosa) e a Condessa da Freixosa (a Condessa de Figueiró, a famigerada Pepa Sandoval, amiga da Rainha)."
Encadernação cartonada com lombada em percalina gravada a ouro. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Sem f. anterrosto e restauro tosco na 1.ª p. texto. Apresenta dedicatória (não do autor) na f. guarda anterior.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

29 setembro, 2017

BASTOS, Leite - PROSAS ALEGRES. Precedidas da apreciação litteraria do auctor por Julio Cesar Machado e Gervasio Lobato. Lisboa, Typographia da Bibliotheca Horas de Leitura, 1883. In-8.º (19cm) de 253, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Miscelânea de vários assuntos: um conjunto de pequenas crónicas, histórias de cariz pessoal e dois contos históricos. Obra rara, talvez a mais invulgar da bibliografia do autor, que pela sua estrutura e composição, a diferencia de tudo o que Leite Bastos havia publicado até então, ou viria a publicar.
"Dando ao prelo alguns dos mais chistosos folhetins d'este escriptor extraordinario, para o qual nenhuma fórma litteraria é desconhecida, desde o romance emaranhado e phantastico, ao estudo detido do natural, com todos os processos de observação e rigor de realismo impressionista, pômos em evidencia mais uma das qualidades d'essa individualidade caracteristica e singular, cujos poderosos dotes de engenho são geralmente conhecidos e apreciados pelos homens de letras mais notaveis."
(excerto da apresentação do editor)
"Era de poucas fallas, afeito ao tempo, rijo, secco, destemido; de physionomia tempestuosa, olhar curiscante.
Não se ria nunca. Nem era para graças. Sorria apenas em raras occasiões mas cada um d'esses sorrisos era como pronuncio de aguaceiro certo.
Havia uma só coisa capaz de o empalidecer  deveras: - o malsim da casinha! - duas que o obrigavam a decobrir-se: - quando passava Nosso-Pae ou quando lhe davam a gorgeta.
Esta geração de agora, calça por outro sapateiro, e já não tem pernas para aquellas botas collosaes, que elle usava no mais perfeito accordo com duas enormes esporas, cujas rosetas formidaveis seriam capazes de rasgar o ventre a uma baleia."
(excerto de O antigo boleeiro)
Índice:
O Auctor [apresentação do editor, Gervásio Lobato e Julio César Machado]. ǀ Horas Aziagas. ǀ Só duas palavras. ǀ Um caso de consciencia. ǀ O Homem das meias de seda. ǀ O menino entre os doutores. Scenas da emigração. I - Á Procura de Fortuna; II - A carta do Brazil. ǀ Dois Santinhos da côrte do céo. ǀ O actor Alvaro. ǀ Primeiros amores do Marquez de Pombal. Operarios do mal (Excerto de um inedito). I - Ratos de Sachristia; II - Politica de agua benta. ǀ A curiosidade dramatica. ǀ Abnegação de mãe. ǀ Rapaziadas do seculo XIX. ǀ O antigo bolieiro. ǀ O comparsa.
Francisco Leite Bastos (1841-1886). “Jornalista, autor de contos e romances policiais, dramas e comédias, nascido a 17 de setembro de 1841, em Lisboa, e falecido a 5 de dezembro de 1886, na mesma cidade. Gozou, no seu tempo, de um relativo êxito popular. Colaborou no Diário de Notícias e em vários jornais literários. Deu sequência ao Rocambole, de Ponson du Terrail, em Maravilhas do Homem Pardo. Toda a sua obra jornalística e literária se pauta pela crítica de costumes.”
(fonte: infopédia)
Belíssima encadernação em meia de pele com cantos, e dourados gravados nas pastas e na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito raro.
Indisponível

28 setembro, 2017

FREITAS, Padre Senna - AS "NOVIDADES" NO PELOURINHO (eccos de uma campanha anti-catholica). Coimbra Corrêa Cardoso : Havaneza Academica, [190-]. In-8.º (19cm) de 43, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Polémica do autor com o conselheiro Navarro, redactor do «Novidades», sobre pretensas perseguições deste a instituições religiosas.
"O que posso asseverar pela minha propria convicção é que não creio mais no catholicismo de S. Ex.ª [o conselheiro Navarro], porque quando se é verdadeiramente catholico não se perseguem tão manhosamente associações religiosas, que operam o bem em uma escala que desbanca a perder de vista as suas maculas possiveis, associações que são outras tantas creações do catholicismo, e que vivem á sombra da mais explicita approvação e do mais formal proteccionismo do supremo gerarcha da religião do Estado; nem se arrasta pelo rez da ignominia a mitra dos principes da Egreja. O que assevero, é que, postos os precedentes da chronica que que persistentemente corre sobre S. Ex.ª, mesmo na região dos serios e honestos, não se tem mais o prestigio nem a auctoridade necessarios para um jornalista entonar-se em censor e censor ferrenho de seus irmãos que bem pode ser... valham mais que elle em tara de moralidade.
O illustre escriptor entendeu dever assumir sem investidura (penso eu) o papel não só de Nestor do governo, e de Pombal officioso do seculo XX, que assesta a luneta historica do celebre ministra para dirigir a politica portugueza, mas assumiu egualmente o papel de inexoravel accusador das congregações e dos actos do episcopado portuguez."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

27 setembro, 2017

OS MASSACRES DE MUCUMBURA, CHAWOLA, WIRIYAMU E JUWAU. Missionários apoiam a luta do povo moçambicano. [Sl.], [s.n.], [ca. 1973]. In-8.º (21cm) de 20 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Publicação clandestina. Ilustrada com a foto de um combatente na contracapa.
"Folheto policopiado reproduzindo três textos referentes aos massacres efectuados pelo exército português em Moçambique entre 1971 e 1972: "As Chacinas de Mucumbura - relatórios dos padres Alfonso e Martin"; "Respostas dadas nos interrogatórios da DGS pelo Padre Alfonso Valverde Leon"; "Os massacres de Tete" (texto com base no testemunho de 3 padres de Burgos expulsos de Moçambique)."
(fonte: http://www.casacomum.org/cc/visualizador?pasta=05787.012#!24)
"Dos três textos aqui reproduzidos e que se referem aos massacres efectuados pelo exército português em Moçambique nos fins de 1971 e de 1972, parece-nos, que de uma simples leitura se podem tirar duas conclusões:
1.º a primeira e mais importante é que mais uma vez se prova que o governo português mente descaradamente quando diz (nos jornais, rádio e tv) que os movimentos de libertação são a consequência de actos levados a cabo por "terroristas" comandados do exterior e que nada têm a ver com os povos das colónias, porque estes apoiam a política do governo português. [...]
2.º a segunda conclusão a retirar destes massacres é que ao contrário do que o governo propagandeia, o exército português não é "a escola de homens e virtudes" mas sim a máquina que pretende submeter os jovens a uma forte disciplina que os torne cega e servilmente obedientes, colocando essa "obediência cega" ao serviço dos mais repelentes crimes como os descritos a seguir."
(excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

26 setembro, 2017

PINTO, Julio Lourenço - ESBOÇOS DO NATURAL. Porto, Livraria Universal de Magalhães & Moniz, [1885]. In-8.º (19cm) de 321, [3] p. ; E.
1ª edição.
"Coletânea de contos à margem da série Cenas da Vida Contemporânea, dotada de um prólogo doutrinário sob a forma de uma carta a João Serras da Conceição, onde Júlio Lourenço Pinto defende a independência da arte e da ciência: "Pedir ao romance a demonstração de uma tese é exigir da arte a invasão dos domínios da ciência - invasão perigosa para a arte e para a ciência." Apesar deste postulado, as cinco narrativas curtas que compõem o volume (todas, à exceção de "Últimas memórias de um romântico", passadas em ambiente rural) evidenciam o gosto pela observação e a assunção dos pressupostos de Taine e Zola relativos à hereditariedade e à influência do meio."(fonte: infopédia)
"A pequena torre da egreja matriz de S. João da Ribeira, sobranceira á estrada real, ressahia alvejante de cal, festiva na limpidez do azul quente do ceu, , como um cone de assucar candi cravejado de flammulas. Os sinos repicavam com frenetico jubilo, e este badalar travesso disputava ao sol, em uma repercussão canora, a alegria que cantava nas purezas crystallinas do ambiente."
(excerto de A historia da «Lavandisca»)
Contos:
- A historia da «Lavandisca». - Uma vocação. - A «Andorinha». - Um crime na charneca. - Ultimas memorias de um romantico.
Júlio Lourenço Pinto (1842-1907). "Bacharel em Direito Pela Universidade de Coimbra (1864), fez a sua estreia literária no Comércio do Porto, jornal em que publicou uma série de artigos, sob o título "Revistas semanais", e outra colaboração sobre diversos temas. Como ficcionista, foi autor dos romances "Margarida" (1880), "Vida Atribulada" (1880),"O Senhor Deputado" (1882), "O Homem Indispensável" (1883) e "O Bastardo" (1889), subordinados ao título genérico de Cenas da Vida Contemporânea, e do livro de contos "Esboços do Natural" (1885). A "Estética Naturalista" (1884) é a reunião dos artigos dados à estampa na "Revista de Estudos Livres" (1883-1887), terceiro e último órgão do movimento positivista português, editada em Lisboa por iniciativa de Teófilo Braga e Teixeira Bastos, que compartilharam a sua direcção com Sílvio Romero e outros dois intelectuais brasileiros. Com esta obra de teorização estética, Júlio Lourenço Pinto faz jus a que o seu nome figure na não muito numerosa galeria dos nossos doutrinadores literários."
Encadernação simples, cartonada, com rótulo na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manchado de humidade nas primeiras folhas, até se desvanecerem.
Ex libris de Ávila de Azevedo na f. anterrosto.
Raro.
25€

25 setembro, 2017

ALENTEJO PITORESCO : EL ALENTEJO PINTORESCO: L'ALENTEJO PITTORESQUE - Paisagens e costumes :  El paisaje y las costumbres : Du paysage et des mœurs. Edição de João Rosa. Lisboa, Imprensa Nacional, 1929. Oblongo (18,5x12 cm) de 24 p. il. ; B.
1.ª edição.
Bonito livrinho dedicado ao Alentejo. Ilustrado na sua totalidade com a reprodução de pinturas dos mais conceituadas artistas portugueses sobre motivos alentejanos - as pessoas, os usos e costumes, cenas rurais e paisagens campestres.
Vilas e cidades consideradas: Lavre, Vendas Novas, Viana do Alentejo, Estremoz, Évoramonte, Vila Viçosa, Évora (Azaruja), Arronches (Alto Alentejo), Arraiolos, Évora e Montemor-o-Novo.
Colaboraram com uma ou mais obras: Simão da Veiga, rei D. Carlos I, Raquel Roque Gameiro, Alfredo de Morais, Alberto Sousa, Alfredo Roque Gameiro, Alves de Sá, José Campas, Dórdio Gomes, António Ramalho, José Malhoa e Adriano de Sousa Lopes.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. No interior, algumas páginas apresentam pequenas manchas de humidade, e outras contêm observações manuscritas e um poema, também manuscrito.
Raro e muito curioso.
Com interesse regional.
Indisponível

24 setembro, 2017

SANCHES, José Dias - D. CARLOS DE BRAGANÇA E A SUA ARTE. Por... Da Real Academia Galega. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Tipografia Vieira, Belém], 1964. In-4.º (23cm) de 30, [2] p. ; [2] f. il. ; B.
1.ª edição.
Interessante biografia artística do rei D. Carlos.
Valorizada pelo autógrafo do autor, sem o qual todos os exemplares são considerados falsos.
"Com poucos anos ainda, já o jovem Príncipe D. Carlos se sentia interessado sempre que se lhe proporcionava o ensejo de desenhar. [...]
Contava o Príncipe D. Carlos apenas onze anos de idade, quando começou a aprender desenho com o professor Teodoro da Mota, em 13 de Janeiro de 1874. [...]
Decorreram anos. O Príncipe necessitava de um professor de pintura que lhe ensinasse os primeiros rudimentos daquela especialidade, visto que Teodoro da Mota não estava à altura de assumir esse encargo.
Entretanto, o artista José Tomás da Anunciação, tinha sido nomeado para o lugar de director da Galeria de Pintura do Paço Real da Ajuda, por iniciativa do Rei D. Luís, e por portaria de 5 de Abril de 1873.
Aquele Rei logo mostrou vontade de que este artista, de reconhecida competência, desse lições de pintura ao jovem Príncipe... [...]
Foi então que o Príncipe D. Carlos começou a receber os primeiros ensinamentos de pintura ao ar livre, em aulas práticas, quer na Tapada da Ajuda, quer nas Necessidades, onde não faltariam motivos para as primeiras explicações, marcação de planos, efeitos de luz, etc.
Tinha o Príncipe catorze anos quando iniciou aquelas lições, entusiasmando-se decerto, pelos maravilhosos efeitos da natureza que mais lhe prendiam o espírito.
Ao fim de longas e proveitosas lições com o artista Anunciação, o Príncipe começava a revelar a sua personalidade, mais como pintor realista, do que impressionista. Ele compenetrou-se nos sólidos princípios da composição, e depressa os empregou nas suas primeiras tentativas de pintura, preferindo a marinha à paisagem servindo-se com especial preferência, da aguarela do que do óleo, devido à técnica daquela se adaptar, mais facilmente ao seu temperamento."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta ligeiro sombreado por acção da luz.
Ex libris de António Manuel Lobão de Mascarenhas no verso do anterrosto, com a sua assinatura de posse na f. rosto.
Muito invulgar.
Indisponível

22 setembro, 2017

ROCHA, António Gomes - SALVÉ PORTUGAL. Peça em um acto. Por... Voluntário da Grande Guerra em África e França. Lisboa, Tipografia da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, 1931. In-8.º (20cm) de 22, [2] p. ; B.
1.ª edição.

Bonita peça de teatro com sentida dedicatória do autor "Aos soldados Portugueses mortos pela Pátria".
Valorizada pela sua dedicatória manuscrita na f. rosto.
António Gomes Rocha (1891-?). "Militar e publicista. Natural de Silves. Oficial do Exército, da Arma de Infantaria, publicista e combatente da Primeira Grande Guerra Mundial, em França e em Moçambique. Assentou praça como voluntário, em 27-06-1908. Foi promovido ao posto de Alferes, em 01-03-1919, ao de Tenente, em 01-03-1923 e ao de Capitão, em 31-03-1939, tendo passado ao quadro da reserva, em 04-11-1943, por ter sido atingido pelo limite de idade. Foi voluntário da Grande Guerra, na expedição de Moçambique e no CEP (Corpo Expedicionário Português), em França, tendo participado na Batalha de 09 de Abril de 1918, em La Lys. Da sua folha de serviços, além de diversos e importantes louvores, constam as seguintes condecorações: medalha de ouro de Comportamento Exemplar, medalhas comemorativas das Expedições a Moçambique e à França, no CEP, medalha da Vitória, cavaleiro da Ordem de Avis e a medalha de Mérito da Cruz Vermelha.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa vincada no canto inferior dto.
Raro.
Sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).

Indisponível

21 setembro, 2017

WILDE, Oscar - SALOMÉ : drama em um acto. Tradução de António Alves. Paris-Lisboa, Livraria Aillaud e Betrand : Rio de Janeiro, Livraria Francisco Alves : Pôrto, Livraria Chardron, [1920]. In-8.º (19cm) de 117, [3] p. ; [1] f. il. ; il. ; E.
1.ª edição portuguesa.
Ilustrada com uma magnífica estampa a cores extra texto, impressa sobre papel couché, e com dois bonitos desenhos no texto, no início e no final da peça.
Salomé, é uma tragédia do escritor irlandês Óscar Wilde. A versão original da obra, escrita em francês, foi publicada em 1891, conhecendo tradução para inglês três anos depois.
A peça em um acto, conta a história bíblica de Salomé, sobrinha de Herodes Antipas, o Governador da Galileia que, a seu pedido, mandou decapitar S. João Baptista para premiar a dança dos sete véus que antes interpretara.
Encadernação editorial com ferros gravados a seco e a ouro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Pastas algo manchadas. Assinatura possessória na f. anterrosto, rosto e 1.ª p. texto.
Pouco comum.
15€

20 setembro, 2017

CATÁLOGO BIBLIOGRÁFICO DA AGÊNCIA GERAL DAS COLÓNIAS. Lisboa, Agência Geral das Colónias, MCMXLIII [1943]. In-8.º (22cm) de 302, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Catálogo da Agência Geral das Colónias, importante fonte bibliográfica da actividade editorial, cultural e propagandística do Estado Novo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. 
Invulgar.
10€

18 setembro, 2017

GALVÃO, Henrique - RONDA DE ÁFRICA (Outras Terras, Outras Gentes: Viagens em Moçambique). Porto, Editorial "Jornal de Notícias", [194-]. 2 vols in-fólio com 609, [35] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Colaboraram artisticamente José Américo Pires de Moura e Fortunato Anjos.
Edição de grande esmero e apuro gráfico, impressa em papel de qualidade superior, profusamente ilustrada com centenas de fotogravuras e desenhos no texto e em extratexto, a p.b. e a cores.
Obra de referência, e umas das mais estimadas da bibliografia ultramarina portuguesa, sendo um verdadeiro roteiro paisagístico e etnográfico moçambicano, onde cabem episódios de caça grossa e da convivência com os indígenas.
Encadernações do editor inteiras de pele com as pastas gravadas gravadas a seco e a cores, e a lombada com dourados. Conservam as guardas de brochura.
Excelentes exemplares.
Obra muito apreciada e procurada
180€

17 setembro, 2017

CATÓLICO, João - AOS CRISTÃOS DE BOA VONTADE. [S.l.], [s.n. - Composição e impressão: União de S. João (Gráfica de Gouveia), Gouveia], [1958]. In-8.º (16cm) de 46, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso libelo ao protestantismo escrito sob a capa do anonimato.
"A necessidade de fazer chegar a mãos católicas material de combate às falaciosas afirmações protestantes, e que servisse ao mesmo tempo de base para um possível regresso à Santa Igreja de Jesus de alguns desencaminhados de boa vontade, afastados do nosso convívio pela propaganda tendenciosa herética, foi o motivo que nos levou à impressão do presente livrinho."
(excerto do prólogo)
Matérias:
À maneira de prólogo. 1.º - Protestantismo e sua definição. 2.º - Sua origem e seus fundadores. 3.º - Escândalos protestantes. 4.º - Maria e os Santos. 5.º - Eucaristia. 6.º - Sábados. 7.º - Primado de Pedro. 8.º - Fé sem Obras. 9.º - Alimentos impuros, jejuns. 10.º - Limbo, purgatório e inferno. 11.º - A Confissão. 12.º - Riqueza do culto católico e padres indignos. 13.º - O Baptismo. 14.º - Castidade e virgindade. 15.º - Juízo particular e juízo final. 16.º - Imortalidade da alma. 17.º - Justos ou santos que estão no Céu. 18.º - Infalibilidade papal. 19.º - Bíblia e tradição.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
10€

16 setembro, 2017

CARNEIRO, Dr. Mário Gonçalves - EVOLUÇÃO TERMAL DE CHAVES. [Por]... (Director Clínico das Caldas de Chaves). Chaves, [s.n. - Tip. Gutenberg, Chaves], 1974. In-8.º (20,5cm) de 21, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Comunicação apresentada no Colóquio Termal Transmontano - Junho de 1973.
Interessante dissertação sobre a história termal de Chaves desde tempos imemoriais.
"A evolução termal de Chaves anda intimamente ligada à história de Chaves - uma terra com cerca de 2.000 anos de história conhecida.
Com nome, sabemo-lo só a partir do domínio romano na Península: Aquae Flaviae. E nós, que aqui nascemos, ainda hoje nos chamamos flavienses.
No lugar actual de Chaves, onde foi Aquae Flaviae, já existiria um castro? É natural que sim, porque toda a região tem grande número deles e a elevação sobre a qual assenta o núcleo da cidade tem as características habituais desses remotos povoados fortificados. Lugar bem escolhido este, num alto, junto da confluência do Ribeiro Rivelas com o Rio Tâmega, dominado a extensa veiga que talvez em tempos pré-históricos, neste ponto da chamada Fractura do Corgo, tivesse sido uma lagôa.
Utilizariam os povos primitivos já as águas quentes das Caldas de Chaves, ou considerá-las-iam como obra de Deuses infernais e dominados por eles? É difícil imaginar o que pensavam os homens primitivos sobre os fenómenos da natureza.
Os romanos, esses sabemos que utilizavam a água com fins medicinais."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
10€

15 setembro, 2017

QUATRO ANOS DE PROPAGANDA DO CAFÉ PORTUGUÊS : QUATRE ANS DE PROPAGANDE DU CAFÉ PORTUGAIS : PORTUGUESE COFFEE-FOUR YEARS' PUBLICITY. Separata N.º 26. Revista do Café Português. Lisboa, Junta de Exportação do Café, 1961. In-4.º (25,5cm) de 98, [2] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Bonita edição de propaganda ao café português produzido no Ultramar.
Colaboraram nas Campanhas de Propaganda da Junta os Artistas seguintes. Desenhadores e Pintores: Adolfo Rabanal, Baltazar, Domingos Saraiva, Garcês, Garcia, Jaime Correia, Jorge Oliveira, Júlio Gil, Luiz Filipe de Abreu, Luís Osório, Manuel Correia, Marcello, Mário Costa, Paulo Guilherme e Taborda.
"Qualquer produto, por melhor que seja, precisa de ser conhecido para se impor. E esse conhecimento é feito através da propaganda, actividade a que já se chamou a grande descoberta do nosso século. [...]
Nenhum dos meios mais modernos se poupou para estas campanhas, desde a publicidade gráfica à televisão, passando pelo teatro, pela rádio, pelo cinema e pela comparência em feiras nacionais e internacionais com representações adequadas [...]
A presente brochura pretende dar um resumo do muito que se fez na propaganda do café e não deixar que se percam algumas belas gravuras que foram utilizadas, «maquettes» de pavilhões, passagens de filmes de cinema, etc. Artistas plásticos dos mais categorizados do nosso meio, mas já com projecção internacional, deram-nos a sua colaboração preciosa, principalmente em matéria de propaganda gráfica."
(excerto da Introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

14 setembro, 2017

DOCUMENTOS RELATIVOS AO APRESAMENTO, JULGAMENTO E ENTREGA DA BARCA FRANCEZA CHARLES ET GEORGES E EM GERAL AO ENGAJAMENTO DE NEGROS, DEBAIXO DA DENOMINAÇÃO DE TRABALHADORES LIVRES NAS POSSESSÕES DA COROA DE PORTUGAL NA COSTA ORIENTAL, E OCCIDENTAL DE AFRICA PARA AS COLONIAS FRANCEZAS APRESENTADOS ÁS CORTES NA SESSÃO LEGISLATIVA DE 1858. Lisboa, Imprensa Nacional, 1858. In-fólio (30,5cm) de [4], 249, 16, XVIII, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Charles et Georges é o nome de uma barca francesa, que ficou para a história por ter originado um grave incidente diplomático entre Portugal e França (1857-1858). O navio foi aprisionado pelas autoridades portuguesas por suspeita de tráfico de escravos.
1857, Dezembro
O cônsul britânico em Moçambique alertou as autoridades portuguesas para a existência de tráfico de escravos entre Moçambique e a ilha de Reunião, francesa. A barca francesa "Charles et Georges" foi capturada nas águas moçambicanas com 110 negros a bordo. O comandante foi preso e condenado a dois anos de trabalhos públicos, tendo recorrido para o tribunal da Relação de Lisboa.
1858, Agosto
A barca francesa "Charles et Georges", apresada nas águas de Moçambique, chega ao Tejo.
1858, Outubro
Ultimato francês exigindo a libertação da barca "Charles et Georges" e o pagamento pelo estado português de uma indemnização.
1859, Janeiro
Portugal pagou a indemnização exigida pela França pelo caso da barca "Charles et Georges", oito dias depois de ter sido apresentada a conta.
1859, Outubro
Nota do governo português pondo termo ao assunto respeitante à barca "Charles et Georges".
Exemplar brochado, impresso em papel encorpado, por abrir, em bom estado de conservação; apresenta pequena falha de papel no canto superior dto da capa e da f. de guarda.
Raro.
Obra com interesse histórico, encerra importante documentação para a história da escravatura.
Segundo Inocêncio (II,181) esta obra não foi posta à venda.
60€

13 setembro, 2017

PARRA, Joaquim - CÃES DA SERRA DA ESTRELA / MAGALHÃES, Cruz - HERMINIO E  SEUS DESCENDENTES. Produto liquido da venda para a Cruz Vermelha e Estrela Vermelha. Lisboa, Livraria Ferin, 1916. In-4.º (24,5cm) de 32 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Importante e curiosíssima monografia, porventura a primeira que entre nós se publicou sobre a raça canina Serra da Estrela. Belíssima edição, totalmente impressa sobre papel couché, muito ilustrada com exemplares da raça - cães e cachorros -, incluindo o 'Herminio', "soberbo animal, e um magestoso tipo de cão Serra da Estela", todos propriedade de Cruz Magalhães.
Tiragem: 300 exemplares, numerados e rubricados pelos autores, ao preço de 50 centavos.
O presente exemplar (n.º 167) ostenta uma dedicatória manuscrita dos autores a António José de Almeida, o sexto Presidente da República.
Cruz Magalhães foi talvez o primeiro criador desta raça, com excepção dos pastores da serra. De assinalar que, ao longo dos anos, Cruz Magalhães foi oferecendo para "leilão" ao jornal O Século, preciosos animais, descendentes do Herminio, revertendo as receitas, elevadas para a época, para o plano de assistência aos feridos da Grande Guerra.
"Pertenço ao numero daqueles, felizmente muitos, que não se envergonham de terem nascido nesta linda Terra Portuguesa.
Ha alguns individuos, poucos, para honra nossa e vergonha deles, que lamentam não serem oriundos doutra Patria; snobs, imbecis, sem meritos que os recomendem, mas blasonando de desiludidos, dando-se ares de pessoas de cerebro acima do vulgar, que nada fazem bem, e que choramingam, com gritinhos de donzelas histericas, por não terem nascido noutro País, por terem vergonha de serem Portuguêses, como se qualquer outro País os suportasse, ou se honrasse em possuir  semelhantes exemplares!
Pois por não ser dêsses é que me vejo metidos nestes trabalhos, o que muito me honra, e devido sobretudo, á bôa amizade do meu particular amigo Cruz Magalhães, que muito já tem feito, havendo muito ainda a esperar da sua tenaz bôa vontade em favor na nossa querida Patria... pois, como ia dizendo, a ele principalmente devo o ver-me obrigado a escrever a respeito de um progresso, para que tem concorrido a sua persistencia e bôa vontade: não só a propaganda do cão da Serra da Estrela, mas a sua aclimatação em regiões tão temperadas como a cidade de Lisboa e seus arredores.
Cruz Magalhães conseguiu, á custa de uma insistente vontade, a aquisição de um lindo exemplar: o Herminio, um soberbo animal e um magestoso tipo de cão Serra da Estrela. [...]
Cruz Magalhães não é um comerciante, nada faz com fins lucrativos, e apenas com um intento patriotico: mostrar que temos cá muita coisa que bem cuidada não só supre como excede muiyas que vamos buscar lá fóra. [...]
Pois com perseverança, cuidados higienicos e criteriosa bôa vontade, Cruz Magalhães conseguiu o seu desiderato, mostrar com orgulho de Português amante da sua Patria, que o cão Serra da Estrela se aclimata em toda a parte, desde que com ele se tenham os cuidados, que a bôa higiene aconselha. Não se imagine que os exemplares que para a subscrição da guerra - aberta pelo jornal O Seculo - foram expostos no «Salão do Sport» da Rua do Ouro, terem sido alvo de excessivos cuidados no que diz respeito a essa especie de exageros doentios, que muitos donos, e principalmente donas, dão aos seus animais, e que tanto os prejudicam, não, Cruz Magalhães dá-lhes bom ar, bôa alimentação, muita liberdade, e nada mais!"
(excerto do prólogo de Joaquim Parra)
Exemplar  brochado em bom estado de conservação. Capas com manchas.
Muito raro.
A Biblioteca Nacional possui apenas um exemplar no seu acervo.
Indisponível

12 setembro, 2017

GOMES, J. Reis - O CAVALEIRO DE S.ᵀᴬ CATARINA (De Varna à Ilha da Madeira). [Por]... Da Academia das Ciências de Lisboa. [S.l.], [s.n. - Composto e impresso nas Oficinas do Diário da Madeira, Funchal], 1941. In-8.º (19,5 cm) de 75, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Narrativa da lenda de Henrique Alemão, o Cavaleiro de Santa Catarina, para muitos, o infausto Ladislau III, Rei da Polónia, que após a trágica derrota na Batalha de Varna (1444) e um périplo pela Terra Santa, aportaria à ilha da Madeira em 1454, sendo recebido «com mui particular respeito» por João Gonçalves Zarco, que lhe concedeu terras na costa sul da Ilha. Lenda tão mais curiosa devido aos pontos coincidentes com o desastre de Alcácer-Quibir, nas palavras do autor: A guerra em que à data se encontrou Ladislau III, tem, pelas suas origens político-religiosas, acentuada semelhança com a catástrofe de Alcacer-Quibir. Como nesta, há o desaparecimento dum rei audacioso e moço impulsionado para a luta - acima de tudo - por cega e ardente fé religiosa.
"Ainda o pó, revôlto, turvava a limpidez do ar, quando Huniade deu ordem para o ataque.
Preparavam-no os besteiros que inundam o campo adverso com um aluvião de setas, arremêsso em que hûngaros e polacos são particularmente destros. Os turcos respondem logo; e a seguir dá-se o assalto à arma branca, confundindo-se os dois adversários na refrega. [...]
A cavalaria polónio-hûngara, composta por atléticos guerreiros cobertos de armaduras que soltam, das espaldas, fortes e extranhas asas, espera insofrida o momento da sua intervenção. Os cavalos relincham inquietos.
Súbito, ressoa um brado: - «Por São Jorge!...» É a voz do rei. Estevão de Bathor, num gesto alto, levanta o estandarte.
No mesmo instante, Ladislau cercado dos seus príncipes de ferro - como êle, ambiciosos de glória - rompe a galope, de comêço, curto, preparando a arremetida heróica: um dêsses épicos lances em que se celebrizaram sempre os esquadrões polacos.
Amurate, sereno, mas com o olhar chispante de ódio, ordena à sua guarda: - «Isolai-o dos companheiros. Êle virá sôbre nós, como um javali ferido. Afastai-vos e, num relâmpago, envolvei-o em vosso círculo. Matai-o - rugiu com voz cava - e praticareis uma santa acção, perante Deus e o seu profeta!»"
(excerto de Na Batalha de Varna)
"Haveria uns trinta anos que a Ilha da Madeira começara a ser povoada, quando, aí por 1454, sendo donatário do Funchal João Gonçalves Zarco, chegou a esta Ilha uma «misteriosa figura» que se nomeava Henrique Alemão, também conhecido pelo Cavaleiro de Santa Catarina.
O apelido Alemão - murmurava-se - seria apenas disfarce tendente a ocultar a origem desta «legendária personagem»...
Era homem ainda moço - pouco mais de trinta anos - alto, de cabelo loiro já entremeado de cans, barba longa arredondada na ponta, olhos rasgados e azues. Sua tez branca e emaciada, vincava-se de rugas que bem pareciam precoces.
Tinha aspecto de quem sofrera muito e, mais, de quem padecia ainda profunda dôr oculta. Vestia severamente, sem excluir, no traje e em seu porte, natural elegância e distinção. Acompanhava-o, geralmente, um mordomo ou escudeiro pouco mais velho do que êle, e também de cabelo, pele e olhos claros."
(Excerto de O sesmeiro da Madalena)
Índice:
Introdução. Primeira Parte: Ladislau III, da Polónia. I - O Tratado de Paz; II - Na Batalha de Varna. Segunda Parte: Quem era Henrique Alemão?... I - O sesmeiro da Madalena; II - Dois anátemas. Notas.
João dos Reis Gomes (1869-1950). Major de Artilharia, escritor e professor. "Figura intelectual do seu tempo, o  distinguiu-se no panorama cultural madeirense como professor, ensaísta, jornalista, dramaturgo, escritor, legando-nos a sua reflexão sobre as artes, numa produção profundamente marcada pela realidade insular que o inspirou e que está presente na sua escrita, através das personagens que habitam os seus livros e que reavivam memórias e tradições da Madeira."
(Fonte: mqc.gov-madeira.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Dedicatória (não do autor) na f. guarda anterior.
Raro na sua edição original.
Indisponível

11 setembro, 2017

DIA DA CAVALARIA PORTUGUESA : 21 de Julho (aniversário da Batalha de Macontene). [S.l.], [s.n. - Composte e impresso na Tipografia da L. C. G. G., Lisboa], 1961. In-8.º (16cm) de 21, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo biográfico de Mousinho de Albuquerque, publicado por ocasião da elevação de Mousinho a Patrono da Cavalaria Portuguesa, sob os auspícios da propaganda do Estado Novo. Descreve os seus feitos militares - os combates que travou, e as vitórias que alcançou em Moçambique, na última década do século XIX.
Ilustrado com um retrato de Mousinho de Albuquerque.
"Em 15 de Dezembro de 1895, sai de Lourenço Marques para assumir o seu novo cargo [de Governador do Distrito Militar de Gaza] , dirigindo-se dali directamente, em reconhecimento e acompanhado por uma ligeira força de cerca de cinquenta homens, sobre a região de Languene, a fim de obter informações acerco do paradeiro do famoso Régulo Gungunhana, chefe da revolta contra a Soberania Portuguesa. Obtidas aquelas informações, o Capitão Joaquim Mousinho dirige-se resolutamente a Chaimite, que atinge em 28 de Deaembro de 1895, depois de penosas marchas; entra imediatamente, sem hesitações, no acampamento inimigo, onde se encontravam mais de três mil guerreiros negros, armados e equipados, num rasgo de valentia inultrapassável, efectua a prisão do terrível Gungunhana."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com significado histórico.
10€

10 setembro, 2017

OLAVO, Carlos – JORNAL D'UM PRISIONEIRO DE GUERRA NA ALEMANHA (1918). 2ª edição. Lisboa, Guimarães & C.ª - Editôres, 1919. In-8.º (19cm) de 214, [2] p. ; B.
Importante subsídio para a história do cativeiro dos combatentes portugueses detidos durante o conflito.
“Estas notas estiveram para ser publicadas ainda durante o periodo de captiveiro. Não o foram por duas razões fundamentais: porque os alemães não cumpriram o estatuído nas convenções internacionais relativamente aos médicos portuguezes e porque os acontecimentos se precipitaram de tal maneira que pude eu próprio ser o portador, tendo tido occasião de registar ainda as impressões que me causaram as formidaveis perturbações da derrota alemã. E é assim que eu as entrego ao publico: ampliadas, mas intactas na sua primitiva forma. Lisboa, 14-2919. C.O.”
(introdução)
“Estas notas foram escriptas, como facilmente se aperceberão aquelles que as lerem, nas circunstancias mais agitadas e nos logares mais incommodos. Algumas estremecem ainda das violências do combate, outras formaram-se nas infectas casernas de Lile, outras ainda apanharam pelas portinholas dos comboios as impressões que as inspiraram, quasi todas se ressentem das barracas de Rastatt onde fui obrigado a escrevê-las, estendido sobre uma espécie de caixote onde dormia. Só as ultimas, de Breesen, exprimem um pouco mais de tranquilidade e de bem estar se assim se póde chamar á vida de agruras constantes e de impaciencias ardentes que é a vida d’um prisioneiro. Ellas sofrem, portanto, dos altos e baixos d’um estado d’espirito desigual que umas vezes era tomado d’uma viva excitação e outras cahia nos desânimos d’uma depressão doentia a que não eram extranhas nem as humilhações que me infligiram, nem as vicissitudes que me fizeram passar. Mas exaltado ou abatido, colérico ou sereno, o espirito só comunicou ao papel factos incontestáveis, impressões vividas, reflexões sinceras, observações exactas.” (excerto da explicação)
Carlos Olavo Correia de Azevedo (1881-1958). “Nasceu no Funchal a 7 de Julho de 188. Formado em Direito na Universidade de Coimbra, foi expulso em 1907 por envolver-se em actividades políticas contra a Monarquia pelo que só concluiu os estudos em 1908. Exerceu advocacia e foi nomeado secretário-geral do Governo Civil de Lisboa (1910-1911), secretário-geral do Tribunal Arbitral das Associações de Socorros Mútuos de Lisboa. Foi ainda deputado à Assembleia Nacional Constituinte (1911) e ao Congresso da República (1911-1915; 1915-1917; 1919-1921; 1921-1922; 1922-1925). Combateu na Flandres na Primeira Guerra Mundial como oficial miliciano de artilharia, tendo sido prisioneiro de guerra dos alemães durante alguns meses. Morreu em Lisboa a 16 de Novembro de 1958."
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Capa apresenta ténue mancha de humidade junto à lombada, sem consequências para o miolo.
Invulgar.
Com interesse histórico.
25€

09 setembro, 2017

SILVEIRA, J. Fontana da - AMOR E LIBERDADE : drama social em 2 actos. Representado com grande sucesso nas festas de propaganda realisadas no Teatro Moderno, Cooperativa «A Padaria do Povo» e Federação Operaria de Lisboa. Lisboa, Biblioteca Socialista : Composto e impresso na Casa do Povo, 1913. In-8.º (21,5cm) de 23, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curiosa peça libertária, publicada pouco tempo após a instauração da Repúbica. "A acção passa-se em Lisboa. Epoca actual". Personagens: Madalena (prostituta); Elvira (professora); Luiz (operario); Leonardo (idem); O pai (idem).
José Fontana da Silveira (Lisboa, 28 de Novembro de 1891- Lisboa, 1974). "Foi um escritor, jornalista e dramaturgo português. Colaborou em diversos periódicos e publicou extensa obra literária, nomeadamente livros para crianças e peças de teatro."
(fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação, com pequeníssimos orifícios de traça ao longo do opúsculo.
Raro.
10€

08 setembro, 2017

BRUXARIA : objectos insólitos e criaturas fantásticas. Textos originais da exposição. Barcelona, El Frasco Mágico, [2002]. Oblongo (29,5x21cm) de 33 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Curioso catálogo de exposição sobre Bruxaria. Ilustrado no texto com reprodução de desenhos e fac-símiles.
"Decorreu no Museu Zoológico, situado no Departamento de Zoologia da Universidade de Coimbra, uma exposição itinerante que se referia a um tema controverso: a Bruxaria e as suas práticas. A colecção, pertença do neto do seu coleccionador original - Alessandro, nascido em Itália - foi constituída durante os anos trinta e quarenta do século XX. Este conjunto de objectos, que o neto retratou como um ‘pesadelo herdado’, foi restaurado e alugado por uma empresa sediada em Espanha, responsável pela sua actual divulgação e rentabilização."
(fonte: https://digitalis-dsp.uc.pt/jspui/bitstream/10316.2/41282/1/Exposicao%20Bruxaria.pdf)
"Diz-se que a razão é o que distingue o Homem dos outros seres vivos, mas o Homem é contraditório, porque sempre procurou evadir-se dos limites impostos pela sua própria razão. O sonho, a fantasia, a irracionalidade, são a essência da vida, para fugir da monotonia de uma realidade descarnada, a alternativa às privações de uma dura existência.
Nasce assim a bruxaria, como a arte de dominar a força da natureza e da vida, arte exercida pela mulher sábia, vulgarmente conhecida pelo nome de "bruxa".
A bruxa não era o horrível monstro que durante muito tempo nos fizeram crer, mas uma mulher normal, moderna para a sua época, já que possuía um grande conhecimento da natureza e do comportamento humano e uma conduta sexual sem inibições. Tudo isto levou-a a ocupar um lugar especial na sociedade.
Esta extravagante exposição pode ajudá-lo a compreender o enigmático mundo da bruxa."
(excerto da introdução)
Matérias:
O senhor Alessandro; Bruxaria: nasceu com o Homem, antes dos deuses; Venenos; Alucinogénios; Afrodisíacos; O vendedor ambulante de sonhos e coisas impossíveis; Os mitos do dragão e da serpente; Eleonor; Poções e feitiços; Gena; O maligno; Os símbolos; A perseguição; Compêndio de malefícios; Máquina consoladora; A ave do inferno; Ilusões, enganos e mistérios; Com frequência sucedem coisas estranhas.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

05 setembro, 2017

FIGUEIREDO, A. C. Borges de - O MOSTEIRO DE ODIVELLAS : casos de reis e memorias de freiras. Por... Lisboa, Livraria Ferreira, 1889. In-8.º (18 cm) de [8], 312 p. ; [4] f. il. ; [1] planta desd. ; il. ; E.
1.ª edição.
Importante monografia sobre o mosteiro cisterciense de São Dinis e São Bernardo - também conhecido por Mosteiro de Odivelas -, mandado erigir no final do século XIII pelo rei D. Dinis.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor ao conhecido historiador, almirante Ernesto de Vasconcelos.
Ilustrada no texto com inúmeras inscrições reproduzidas a partir dos originais que se encontram no Mosteiro e bonitas vinhetas tipográficas encimando cada um dos capítulos, e quatro estampas em folhas separadas do texto. Contém ainda um desdobrável da planta do Mosteiro de Odivelas e anexos - Bosquejo ichonographico do Mosteiro de Odivellas, em Agosto de 1887.
"Esta monographia do mais celebre mosteiro de freiras, que houve em Portugal, não poderia ter sido composta devidamente, se o illustre Ministro da Fazenda, o sr. Conselheiro Marianno Cyrillo de Carvalho, não houvesse auctorizado a minha residencia alli durante algum tempo, pelo que exaro neste logar um publico e sincero testemunho da minha gratidão. Durante essa estada em Odivellas, poude eu estudar detidamente o edificio, o que foi uma das principaes bases para a elaboração do presente livro, em que busquei, a par da descripção exacta do mosteiro, dar a conhecer o que foi em geral um convento feminil, e particularmente este, com sua historia e tradicções, seus usos e costumes, e suas feições peculiares. Haja ou não conseguido o meu fim, tenho a consciência de ter sempre dicto a verdade."
(Prefácio)
Borges de Figueiredo (Coimbra, 1851 - Lisboa, 1890). Historiador do Mosteiro de Odivelas e Primeiro Bibliotecário da Sociedade de Geografia de Lisboa.Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

03 setembro, 2017

ANDRADE, Abel - EVOLUÇÃO POLITICA EM PORTUGAL : Secc. XII-XVIII. Tomo I. Coimbra, Manuel de Almeida Cabral - Editor, 1895. In-8.º (20,5cm) de [20], 195, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Importantes estudo sobre a evolução política em Portugal, desde a fundação da nacionalidade, até ao reinado absolutista de D. José I, e o poder discricionário do seu ministro, o Marquês de Pombal. A Primeira Parte inclui um breve preâmbulo (15 pp) dedicado aos antecedentes políticos do Condado Portucalense, sobre a "democracia" lusitana, o legado romano e a organização política e legislativa visigótica e goda.
Este Tomo I é tudo quanto foi publicado. Estaria previsto um segundo tomo dedicado ao estudo da evolução política no período constitucional que nunca seria dado aos prelos.
"A historia não se limita hoje á simples narração de acontecimentos, mais ou menos dependentes da vontade arbitraria de um homem, do acaso de uma acção bem succedida, ou obedecendo ao nutus de uma Providencia divina, superior ás paixões humanas. [...]
A historia é uma dynamica constante em que se integram os varios factores da evolução biologica mais ou menos especializados pelas condições pelas condições internas e externas da mesologia social. [...]
Nos estudos historicos encerrar-nos-hemos entre a synthese difficil e a analyse historica, empririca; não reduziremos o nosso trabalho a uma synthese, que despreze completamente os factos, nem nos preoccuparemos demasiadamente com a analyse. Considerando a sociedade como um complexo organico, tentaremos descrever uma das importantes manifestações da sua dynamica, estudaremos a phenomenalidade politica."
(excerto do prefácio)
Índice:
Prefacio. Parte Primeira: I - O poder real; II - O feudalismo; III - Importancia do clero; IV - Preponderancia da nobreza; V - As côrtes portuguezas. Parte Segunda: I - O poder real. Integração do absolutismo; II - As côrtes portuguezas.
Abel Pereira de Andrade (1866-1958). “Nasceu em Vila do Conde. Frequentou o Colégio da Formiga, em Ermesinde, tirando, mais tarde, o curso secundário no Seminário de Braga, curso que vai repetir no liceu da mesma cidade. Em 19.06.1891, foi admitido na Universidade de Coimbra onde se formou em Teologia, e, mais tarde, em 19.06.1896, em Direito, tendo obtido sempre as mais altas classificações. Foi lente substituto da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Em 23.01.1908 recebeu o grau de Doutor, tornando-se, anos depois, professor catedrático de Direito Penal e Processo Penal da recente Universidade de Lisboa. Mais tarde, para além de manter o exercício da advocacia, seria director da mesma Faculdade de Direito de Lisboa, director do Instituto de Criminologia de Lisboa, presidente da Federação Nacional das Instituições de Protecção à Infância, etc. Foi deputado regenerador desde 1900 a 1910. Proclamada a República, abandonou a actividade política, embora tenha aderido às novas instituições e apoiado a revolução de 28.05.1926. Durante o Estado Novo teve diversas intervenções em defesa dos valores da família, de acordo com os cânones dessa doutrina social cristã.”
(fonte: www.fd.unl.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
25€