07 março, 2017

VIEIRA, Affonso Lopes - O POVO E OS POETAS PORTUGUESES. Conferência  lida pelo autor no Teatro D. Maria II em 12 de Janeiro de 1910. Lisbôa, [s.n. - imp. Typ. «A Editora», Lisboa], [1910]. In-8.º (19,5cm) de [2], 62, [4] p. ; B.
1.ª edição.
"Se deitarmos os olhos para os longes da nossa vida nacional, e virmos com elles percorrendo as jornadas da nossa tradição e da nossa literatura, veremos sobresair, do remoto tempo aos nossos dias, a persistência poética da raça, resistente através da obra empreendida quase com método em Portugal - a obra da sua desnacionalização. O povo português afirmou sempre, no seu folclore e nos livros dos seus escritores, o fundo étnico que enobrece a feição peculiar do sentimento colectivo.

E essa afirmação do caracter étnico, que representa na alma dos povos o mesmo valor da afirmação do caracter moral nos individuos, constitue, ainda hoje - a nossa melhor esperança. Portugal desmembra-se no seculo XII do reino galaico-leonês, por um movimento da alma popular, e não por via da ambição heroica de Affonso Henriques. Ao coração do primeiro rei aflue a aspiração de independência que anima o povo que o elege para chefe, e este aparece-nos como o síntese guerreira do sentimento nacional, de ha muito vibrante a apto a expandir-se."
(excerto da conferência)
Afonso Lopes Vieira (1878, Leiria - 1946, Lisboa). "Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, vindo depois para Lisboa onde exerceu o ofício de redator da Câmara dos Deputados até 1916, tendo deixado o cargo para se dedicar exclusivamente à atividade literária.
Na juventude interessa-se pelos clássicos da literatura à poesia e colabora com jornais manuscritos, da época. Em 1897 publica o seu primeiro livro de poesia “Para Quê?”, começando então um longo período dedicado à literatura, em especial à poesia, que só culminará por volta de 1940.
A vasta obra de Afonso Lopes Vieira não se limita à poesia, colaborando também em conferências de valor artístico, dedica-se igualmente à causa infantil e colabora em publicações periódicas."

(Afonso Lopes Vieira, in 'Antologia Poética')
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Atingido pela humidade, sobretudo na contracapa e nas três últimas folhas do livro.
Invulgar.
Indisponível

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