1.ª edição.
Importante peça jornalística sobre o julgamento dos operacionais do ELP e MDLP - movimentos clandestinos de extrema-direita - acusados de atentados terroristas de norte a sul do país, entre 1975 e 1976.
Capa de Jorge Palha.
"A partir de Outubro de 1975 o Norte do País foi o palco de uma série de atentados que visavam bens e militantes pertencentes a organizações de esquerda. Durante meses foram destruídas inúmeras viaturas de militantes ou simpatizantes do partido Comunista, foram atirados engenhos explosivos contra a Liga Comunista Internacionalista, a livraria Avante! ou uma tipografia que estava a imprimir um livro de vasco Gonçalves. Desde o início a autoria desses atentados era atribuída ao Exército de Libertação Nacional (ELP) e o Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), organização que foi dirigida pelo ex-presidente da República António Spínola e a que estava ligado Alpoim Calvão.
Meses mais tarde, o terrorismo de direita desceu para o Sul:
a bomba na embaixada de Cuba (da qual resultaram dois mortos), a explosão de
uma viatura na Avenida da Liberdade, em frente do centro de trabalho do PCP (em
que morreu uma pessoa) e o rebentamento de uma torre de controlo do Aeroporto
da Portela ficaram como os atentados mais conhecidos. Em meados de 1976 foi
preso Ramiro Moreira, o maior operacional da rede que começou a ser julgado em
Novembro de 1977. No processo eram também réus, como autor moral, Joaquim Ferreira
Torres (assassinado anos mais tarde) e Mota Freitas, ex-comandante da PSP do
Porto, como autor moral e material. E por aqui se ficou o processo no que
respeita às ligações ao MDLP.
Oito meses depois foi conhecida a sentença. De 16 réus foram
absolvidos 11. Condenados foram apenas os operacionais: Ramiro Moreira levou a
pena mais pesada, 21 anos que nunca chegou a cumprir. Recorreu e entretanto
fugiu para Espanha. Acabou por ser indultado por Mário Soares, em Dezembro de
1991."
(fonte: sites.google.com/site/pequenashistorietas/historia-de-portugal/terrorismo-em-portugal)
"Com o desenrolar da história do julgamento dos bombistas vamo-nos apercebendo de muita coisa que nunca veio a público. E ficamos a saber que gente é essa que nunca olhou a meios para atingir os seus fins, deixando que o leitor vislumbre com a clareza possível o que autenticamente esteve, ou ainda está, por detrás de todo o imbróglio das bombas."(Apresentação)
"No dia 16 de Novembro de 1977 começou no 5.º Tribunal Militar, em Lisboa, um julgamento que iria fazer correr rios de tinta e criar alguns sobressaltos na consciência dos portugueses que acreditam na justiça democrática: o julgamento do agrupamento terrorista que entre fins de 1975 e até finais de 1976 espalharia o pânico, a destruição e a morte por todo o País. Ligado às organizações fascistas ELP e MDLP, este agrupamento em julgado a partir daquela data é, no entanto, apenas um braço (importante, embora, mas apenas isso) da horda antidemocrática que, inetgrando antigos elementos da ex- PIDE-DGS, da Ex-Legião Portuguesa, FNLA, UNITA e vários militares e civis de tendência nazi-Fascista, tentaram subverter o Portugal pós-25 de Abril numa onda de violência e de desordem caótica."
(excerto da Introdução)
Índice:
- Introdução; - O libelo acusatório; - Uma peça importante do processo; - O diário do julgamento; - A confissão gravada de Ramiro Moreira; Chicana processual; - Inventar nulidades onde só há verdade material dos factos; - Uma sentença singular e um acordão cheio de lacunas; - Justa homenagem aos mortos e não só.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. anterrosto.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
Sem comentários:
Enviar um comentário