17 novembro, 2016

ANDRADE, Ruy d' - O CAVALO DO SORRAIA. Lisboa, [s.n.], 1945. In-4.º (26 cm) de [2] 13, [1] p. ; [18] p. il. ; B. Separata do Boletim Pecuário - Ano XIII - N.º 3
1.ª edição independente.
Monografia sobre o Cavalo do Sorraia, o último descendente do cavalo selvagem do sul da Península Ibérica. Ilustrada com tabelas de mensuração no texto, e 18 páginas extratexto que incluem 1 mapa e 47 fotografias a p.b., na sua grande maioria, de cavalos adultos e potros do Sorraia.
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do autor.
"Os Cavalos do Sorraia são os últimos descendentes do cavalo selvagem do sul da Península Ibérica que, aparentemente, sobreviveram no então inacessível vale do rio Sorraia em Portugal. O hipólogo português Dr. Ruy d'Andrade descobriu em 1920, enquanto caçava, a última manada existente desta raça, tornando-se o responsável pela sua preservação. Chamou-os de "Sorraia", por causa do Rio Sorraia, local onde os descobriu. Admite-se que no passado em Portugal, estes cavalos selvagens tenham sido conhecidos por "zebro" ou mesmo "zebra".
Os Cavalos do Sorraia medem aproximadamente entre 1,40 m e 1,48 m na cernelha e são sempre de coloração baia ou rato. Quando domados, podem-se tornar nuns obedientes animais de sela. Actualmente existem aproximadamente 200 cabeças, encontrando-se a maior parte em Portugal, embora a Alemanha também detenha um bom número. Nos dias de hoje, esta espécie já não vive em regime selvagem, mas é criada de maneira natural pela família d'Andrade. Contudo, os que pertencem à Coudelaria Nacional são normalmente mantidos em estábulos e tratados como se fossem apenas mais uma criação de cavalos.
Ainda hoje existe uma manada selvagem, que sobrevive sem qualquer ajuda humana no "Refúgio do Vale de Zebro Sorraia" a nordeste de Lisboa.
É frequente os Sorraias, serem erradamente apresentados como uma raça domesticada. O seu salvador, Dr. Ruy d'Andrade, zoologista, paleontólogo, um dos mais conceituados criadores de cavalos Lusitanos e um especialista de renome em Cavalos Ibéricos, considera-os como uma subespécie selvagem e um antepassado do cavalo Lusitano, teoria entretanto comprovada através de pesquisas moleculares e genéticas. Ao criar Sorraias como uma raça domesticada, não se contribui para a sua preservação, mas antes para a sua mudança contrariando os ideais do Dr. Ruy d'Andrade."
(fonte: www.sorraia.org)
"Os terrenos que circundam o vale do Sorraia na sua parte inferior, arenosos e hoje cobertos de sôbro, estavam antigamente revestidos de matos e arbustos silvestres e eram aproveitados para cria de bovinos de raça brava (reses de lide), apenas ficando aos cavalos os restos dos pastos que aquêles ruminantes deixavam.
O trabalho dêsses cavalos na guarda e condução dos touros de uma para outra parte, de um para outro redondel taurino, faina dura e perigosa, era no Verão alternado com a debulha dos calcadoiros de cereais e leguminosas a pé de gado e no Outono, atrelados às grades, com a mobilização e semeadura dêsses terrenos. [...]
Em tal ambiente, absolutamente despovoado até às primeiras décadas do século XIX e onde os nossos reis até essa época caçavam veados, gamos e javalis fora de tôda a convivência humana, se manteve êste tipo equino primitivo. Sujeitos a êste regime de mau trato, só animais adaptados a semelhante ambiente puderam perseverar; e como os mais adaptados eram naturalmente autóctones, portanto os mais antigos, êste tipo primitivo pôde sobreviver."
(Excerto de O Cavalo do Sorraia, Habitat)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

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